Lembranças de Rafael - Capítulo 2

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Homossexual
Contém 1234 palavras
Data: 03/04/2015 19:57:26

- Que?

- O Rafael, Lucas. Ele volta hoje.

Fiquei em silêncio, absorvendo a informação. Eu não esperava ter que lidar com o Rafael um mês mais cedo.

- Lucas, e não é só isso...

- Fica pior? – ri, sarcasticamente.

- Sempre pode ficar pior, amigo. A mãe dele vai fazer uma festa surpresa. Ela quer a gente lá.

- Não! Não, Sabrina! Eu não tenho nem ideia do que fazer quando encontrar com ele.

- Sério? Você já teve dois meses pra pensar...

- Mas ainda tinha mais um! - só então percebi que estava falando alto demais, em plena madrugada, e aí diminuí o tom. – Sabrina, eu nem imagino o que dizer pra ele.

- Não precisa dizer nada hoje, Lucas. Vocês vão estar em uma festa, com os amigos e a família dele lá. Eu tenho certeza que o Rafael não vai querer discutir seja lá o que vocês estão passando no meio de todo mundo.

Fiquei calado, por mais que o que ela estivesse falando fizesse sentido, eu ainda não me sentia à vontade de encontrar o Rafael.

- Além disso, Lucas, ele é seu amigo... Antes de qualquer coisa, você deve a ele pelo menos um abraço de parabéns.

Pensei por um momento, mas por fim, falei:

- Eu estava acostumado a perder discussões pra Alice, não pra você...

- Então isso é um sim? Você vai?

- Que horas vai ser?

- Só conseguiram passagem pra meio dia, então ele deve chegar às duas. Mas vai direto pra faculdade pra chamada presencial, que acaba às cinco. Então passo aí às quatro e meia, ok? Assim chegamos antes dele.

- Ok.

- Luke?

- Oi...

- Desculpa perguntar, mas... Mesmo que você não tenha que lidar com o Rafael hoje, você vai ter que lidar com ele alguma hora.

- Hmm...

- O que eu quero dizer, Lucas, é que você devia começar a pensar no que falar pra ele. Seu prazo de um mês acabou de se transformar em um prazo muito, muito curto.

Fiquei calado, por isso, ela se despediu e desligou o telefone.

Passei a noite em claro, pensando no que Sabrina havia dito. Eu realmente não tinha ideia do que falar pro Rafael. Ou será que tinha? Porque eu sabia que gostava dele. Sabia o quanto ele tinha me feito bem. Eu tinha certeza, naquele momento, que o Rafael não tinha sido só uma distração pra mim. Mas, ao mesmo tempo, eu estava tão cansado disso tudo. Do drama, dos questionamentos, das cobranças... E, acima disso tudo, tinha o Pedro. O Pedro que tinha prometido nada de drama, e que gostava de mim, e que era muito legal. Me perguntei o que o Rafael ia achar se soubesse do Pedro, se ele ia levar numa boa, assim como o Pedro levou ao saber sobre o Rafael. “Era provável que não, mas, ei, ele que ficou primeiro com aquela garota”, pensei.

Pensar em tudo isso atrapalhou meu sono, e, quando eu finalmente desisti de dormir e andei até o banheiro, não gostei de nada do que vi no espelho.

- É, Lucas – falei, encarando meu reflexo – Com essa aparência, seus problemas vão acabar: nem Rafael, nem Pedro vão querer ter porra nenhuma com você.

Já era meio dia, ele deveria estar embarcando agora. Desci as escadas e encontrei minha família almoçando. Avisei à todos que iria sair com Sabrina, tomei um café forte e voltei pro quarto, onde deitei, olhando para o teto, e imaginando vários cenários diferentes pra aquela tarde. Na melhor das hipóteses, o Rafael ia desistir de voltar e iria passar mais um mês fora, me dando mais tempo pra pensar. Na pior delas, ele iria dizer que não precisávamos mais conversar sobre nada, que ele havia superado.

As horas passaram, e logo decidi me arrumar. Tomei um banho longo e me arrumei. Às quatro e vinte, ouvi uma buzina do lado de fora, Sabrina havia chegado. Desci as escadas correndo e logo estava no carro com ela.

- Oi.

- Oi. Tá cheiroso...

- Era pra ir fedendo? Não tava sabendo.

- Haha. E essa blusa? É nova?

- É.

- Ê, Lucas...

- Que?

- Nada não. - ela riu, e permaneceu calada durante o caminho até a casa de Alice.

Logo estávamos os três a caminho da casa de Rafael. Se não fosse pelo ar condicionado, eu estadia suando litros de nervosismo. Alice percebeu, e logo senti sua mão no meu ombro.

- Luke.

- Oi.

- Se você preferir, eu prometo não desgrudar do seu lado a noite inteira. Assim não vai ter nenhuma oportunidade pra vocês ficarem a sós.

Virei pra ela, admirado.

- Ué?! Não era você que sempre foi a favor de lidar com as coisas de uma vez?

- Mas também sempre fui a favor de se preparar pra lidar com elas. Você ainda tinha um mês pra pensar. E gastou os dois que já teve...

- Gastou muito bem por sinal - Sabrina me defendeu. - O Rafael também não parecia estar passando tempo pensando neles dois. Todo dia postava foto na balada.

Alice não respondeu nada. O que só podia significar que ela concordava com Sabrina. Fomos o resto do caminho até a casa de Rafael calados. Quando chegamos, sua mãe nos recebeu. Sua família já estava toda lá, e alguns dos seus amigos do curso de inglês também. Sua mãe nos deu permissão de subir até o quarto dele, onde, segundo ela, poderíamos ficar mais à vontade.

Era engraçado estar ali sem ele. Sentei na cama e abracei um travesseiro. Ele não dormia ali há dois meses, mas ainda tinha o cheiro dele. Vi que Sabrina olhava o mural de fotos que ele tinha na parede. Por fim, ela estendeu uma foto pra mim e disse:

- É engraçado não ter ele aqui. Parece que tá faltando alguma coisa.

Achei que ela estivesse falando do Rafael, mas, quando peguei a foto, vi que era uma de nós cinco – eu, Sabrina, Alice, Rafael e Danilo – tirada no último aniversário dela, e percebi que ela se referia ao Danilo.

- É, parece mesmo... Será que ele sabe? Do Rafael?

- Eu avisei. – Alice disse. – Ele ficou feliz. Disse que ia tentar ligar pra ele.

- Ah.

- Faz quanto tempo que vocês não se falam?

- Algumas semanas, eu acho. – respondi, sincero. – A gente tentou manter contato, mas...

- Deixa tudo mais difícil, não é? O contato. – Alice falou. – É mais fácil só sentir saudade.

Assenti com a cabeça.

- Eu queria ter gostado dele. – Sabrina quebrou o silêncio em que estava. – Mas aí eu ia perder você. – ela completou, me encarando.

- Claro que não, Sabrina. – mas nós dois sabíamos que aquilo era uma mentira. Eu não suportaria estar com eles juntos, ia acabar me afastando. – Vocês acham que, se não der certo, com o Fael... eu e ele... a gente ainda pode ser só amigo?

Elas se encararam, em silêncio. Aquilo foi resposta suficiente. Eu e Rafael tínhamos cruzado uma linha, e não havia retorno. Era tudo ou nada. E, então, ouvimos uma batida na porta. Era a mãe dele.

- Eles estão aqui!

- Ok, já vamos descer. – Alice falou, sorrindo. Sabrina se dirigiu à porta. Alice se virou pra mim.

- Pronto?

- Nem um pouco.

Ela sorriu, e me estendeu a mão. Descemos a escada de mãos dadas. Era engraçado, porque, pra qualquer um dos amigos ou familiares de Rafael, podia parecer que eu e Alice éramos um casal. Mal eles sabiam....

Todos se agruparam encarando a porta, esperando.

Então, um barulho de chave na fechadura.

Alice apertou minha mão. Sabrina abraçou minha cintura.

E, com um clique, a porta abriu.

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Comentários

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Cara, esta muito bom, mas não demora a postar. 10 : )

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Hum, espero que ocorra tudo bem, continua.

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ahhhh senhor meu coração hahahahaha não me mata não

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Menino, achei que tivesse largado o conto... Nao demora mais, nao.

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