Amor de Oficina - Parte I

Um conto erótico de Fernando
Categoria: Homossexual
Contém 1326 palavras
Data: 07/03/2015 11:15:03

Se você está achando que esse é um conto onde meu carro estraga e eu preciso ir na oficina conserta-lo e o mecânico é um cara gostoso e me fode loucamente você está muito, mas muito enganado. É um pouco mais complexo do que isso.

Mas de certa forma vocês podem estar certos. Vamos a alguns fatos:

1. Existe um carro, e eu devo a minha vida a ele.

2. Existe uma oficina e eu devo minha vida a ela.

3. Existe um gostoso.

Mas vamos começar do melhor ponto para se começar uma história: O começo.

Frank Sherman Land bem disse uma vez que “o importante é o começo”. Eu concordo. Existe até aquele ditado: A primeira impressão é a que fica. E a primeira impressão fica justamente no começo. Faz sentido, não?

Enfim, vamos ao começo.

Eu tinha 15 anos quando aconteceu. Sabe aquele momento em que você olha uma pessoa comum mas sabe que ela tem todo o potencial e a capacidade de te virar do avesso? Então, essa foi uma dessas situações.

Com 15 anos eu estava terminando a 8 série e me preparando para entrar em uma escola nova e melhor.

“Meu Deus, mais um desses contos onde você chega na escola e vê um cara perfeito, viram best friends, se apaixonam e viram namoradinhos...”. Não. Penso que seja até o contrário. Há um desencontro na minha história. Deixe-me explicar.

Na minha cidade há um campus do CEFET (pra quem não sabe é uma escola federal de ensino médio). Na minha oitava série eu fiz a prova e tive a grande alegria de ser aprovado. Traduzindo: escola nova. Isso significava deixar para trás os amigos que eu tinha feito durante os anos primordiais de minha existência para chegar em uma sala onde eu, provavelmente, não conheceria ninguém e seriam meus colegas nos próximos três anos.

Para alguns, essa poderia ser uma excelente oportunidade de fazer novos amigos. Mas para alguém assustado e tímido como eu... Era um filme de terror. Mas eu fui, com a cara e com coragem.

Era um mundo totalmente diferente, mesmo sendo na minha cidade, apenas algumas quadras da minha casa. Pra quem estudou ou estuda em uma escola federal de ensino sabe o que eu estou falando.

Mas vamos voltar ao ponto onde eu conheci ele.

No fim do primeiro semestre eu tinha apenas um amigo na escola. Amigo entre aspas né... Eu só fazia os trabalhos com ele e eventualmente a gente conversava sobre jogos, filmes séries. Nunca sobre mulher. Não, não é esse o cara que eu quero que vocês conheçam.

No fim desse semestre, minha antiga sala (na qual eu tinha mais amigos) marcou um churrasco. E eu fui. Não era do meu feitio ir nesses eventos onde as pessoas só vão para falar da vida alheia, mas eu fui. E essa foi a melhor decisão da minha vida.

Mais um fato sobre mim: Sou gay e sei disso desde que eu era criança. Mas só eu sabia. Tenho certeza que muita gente desconfia, mas só eu tenho certeza. Medo? Talvez.

No dia do churrasco, tomei um banho, coloquei uma roupa bonitinha, passei um perfume e quando ia saindo de casa minha mãe estranhou:

- Onde vai meu bem?

- Churrasco da minha antiga sala, na casa do Gustavo

- Vai como?

- Andando

- É longe! Eu te levo...

- Eu gosto de andar. Vou apé mesmo.

Uma coisa que eu detesto: depender dos outros. Sempre procurei fazer minhas coisas por mim mesmo. E deve ser por isso que hoje eu sou quem eu sou. Feliz. Mas há um longo caminho até lá.

Coloquei meus fones de ouvido (não vivo sem eles) e fui ouvindo musica. Em menos de meia hora cheguei na casa do Gustavo.

Ele me recebeu muito bem, cumprimentei a todos os presentes, sentei e comecei a tomar uma cervejinha de leve. Podem me julgar.

Conversa vai, conversa vem, uma menina olha para outra e comenta muito ansiosa:

- O Théo vem! – A outra arregala o olho e fala:

- Sério amiga? Vai ficar com ele hoje?

- Se ele quiser hehehe

É claro. Eu escutei essa conversa na mutreta. Eu estava passando perto delas para ir para o banheiro e ouvi, mas isso não é importante.

“Théo”. Quem era esse? Eu não sabia. Mas sabe quando rola aquele sentimento em que você sabe que essa não é uma pessoa comum. Foi exatamente isso que aconteceu. Théo não é uma pessoa comum. Eu sabia disso desde que eu ouvi seu nome pela primeira vez.

Esperei arduamente até a chegada desse tal garoto Théo que eu não conhecia. Eventualmente ele chegou. E na hora que eu o vi, eu tive a mais pura e absoluta certeza de que ele não era qualquer um. Ele era especial.

Vocês gostam de descrição, certo? Estou certo que sim. Théo era o típico cara gatinho fofo com cara de macho. Ele era alto, pele clara, levemente bronzeada de fazer esportes ao ar livre. Cabelos curtos encaracolados, caramelo. Olhos cor de mel. Lábios rosados. Traços finos. Lindo.

Na hora que vi fiquei sem ar. Ele estendeu a mão pra mim e eu custei a perceber o que eu deveria fazer. Mas o fiz. Apertei a mão dele com um sorriso sincero. Ele sorriu pra mim. #morri.

Sentamos todos na mesa e ficamos jogando conversa fora e bebendo cerveja.

Num churrasco onde você não conhece ou tem pouca intimidade com os membros presentes chega uma hora critica em que você (a) fez vários amigos ou (b) está alway apenas observando a conversa alheia. Eu estava na opção (b).

A menina que queria ficar com Théo só faltava pular no colo dele. Toda hora eu olhava para ele só para apreciar aquele rostinho bonito. Ele deve ter percebido que eu estava olhando para ele.

As horas passaram e na hora de ir embora (novamente apé, como sempre), descobri que Théo iria para o mesmo lado que eu.

Um detalhe insignificante, mas que me abalou: Théo ficou com a dita cuja menina na festa.

Seguimos eu e Théo e mais alguns ex-colegas para ir embora. Fomos andando e eu sempre calado, como sempre. Pouco a pouco, os outros foram ficando em suas casas e tomando seus caminhos.

Quando dei por mim, só estava eu e o Théo. Se minha vida fosse perfeita, nós dois seguiríamos conversando felizes e alegres e no fim da caminhada nós trocaríamos um beijo rápido e eu iria bobo para casa. Mas minha vida não é nem perto de ser perfeita.

- Por que você é tão calado? – Ele me perguntou, me fazendo tirar meus fones.

- Não sei. Não gosto de falar quando eu não preciso – Ele me olhou curioso.

- E por que você não precisa falar? – Ele perguntou. Dei de ombros e seguimos, conversando pouco.

Ele havia entrado na minha antiga sala no começo do ano. Se eu tivesse ficado na minha antiga escola, eu seria da sala dele. Não que isso faria alguma diferença mas... faria.

Théo morava na rua de baixo da minha. Não estranhei eu nunca ter visto ele por ai, seu saia muito pouco de casa e não passava perto da casa dele para ir para a escola. Completamente compreensível.

Quando eu cheguei em casa, abri meu notebook. Dei um sorriso bobo para tela. Uma solicitação de amizade. “Theodor Marques”. Olhei a foto. Era uma foto de Théo numa cachoeira, sem camisa. Cute.

Aceitei sem pensar duas vezes, é claro.

Ah, já ia me esquecendo!

Muito prazer, meu nome é Otário. Mas eu também respondo por Fernando.

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Pessoal, preciso conversar sério com todos vocês.

1. Sobre o conto "Menino do Rio" e o motivo de eu não postar mais sobre ele. A verdade é que eu não estava gostando dele mais. Ele tomou um rumo muito diferente do que eu queria quando eu comecei a escreve-lo. Se vocês quiserem eu posso continuar escrevendo ele, mas a prioridade será esse meu novo conto.

2. Continuo com ele? hehehe um beijão!

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Comentários

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Fernando, adorei esse capítulo e vou seguir. Sua escrita é ótima. Parabéns!!!

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Como assim "Marques"? Meu parente! Kkkkkkk.

Continue "Menino...", e foque nesse também, se "Menino..." for ficando chato a gente avisa!

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Como assim "Marques"? Meu parente! Kkkkkkk.

Continue "Menino...", e foque nesse também, se "Menino..." for ficando chato a gente avisa!

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Muito bom, continua o "Menino do Rio", não seria justo começar um conto e não terminar!

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Gente pq zero? Eu gostei. Gosto de drama ainda mais quando o protagonista da uma de Drama Queen

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Vi um zero e já vim aqui resolver essa história… nem sei de quem foi mas não estava aqui quando eu li o conto da primeira vez! Eu adorei a forma como você escreve e me identifiquei com o estilo

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