a atitude é indutiva (1)

Um conto erótico de skosak
Categoria: Homossexual
Contém 1603 palavras
Data: 30/03/2015 20:57:55
Assuntos: Gay, Homossexual

Oie gente. Meu nome é Lucas, na época eu tinha uns 17 anos.

O titio vai contar uma história pra vocês.

A história se passa em Cascavel, Paraná, num colégio público e é verídica.

Eu sempre fui um garoto considerado estranho por todos os lugares onde eu estudei. Sempre detestei qualquer coisa relacionada a relacionamentos, tipo, me sentia tenso quando mais de duas pessoas estavam diante de mim, sofria até depressão.

Na época eu estava no primeiro ano do E.M., não, não era meu primeiro dia de aula.

Eu sempre estudei naquele colégio no período matutino. Certo dia eu estava andando no colégio que chamarei de Santa Maria. Eu carregava um livro grosso de Matemática, que eu adorava, por sinal, sempre gostei de formalismos, definições e teoremas. Era o intervalo entre as aulas.

De repente passou um cara, sabe aqueles bem "mano" e bem musculoso? Então, eu não consegui conter meus olhares e olhei pra ele. Ele tinha a pele morena e os cabelos morenos e os olhos ahhh...... olhos verdes, meu Deus, que olhos tesudos hahaha.

Ele retribuiu com um bico, tipo me encarando, sabe?

Acho que ele pensou que eu estava olhando torto pra ele. Na verdade eu sempre gostei desse estilo de cara, eu me sentia meio fútil por isso. Então ele, após ter andado uns 8 metros parou e ficou com uns amigos dele me encarando e ouvindo musica de funk. Eu subi a escada e fui até a sala, pois o intervalo iria acabar. Fui tirar a água do joelho no banheiro. Então de repente entrou ele no banheiro, logo dizendo:

--- Qualé, mariquinha?? Tá me encarando por que?

--- Que isso cara! Tá me estranhando, é? Essas musicas que você tá escutando atingiram o cerne do teu cérebro, é?

--- Atingiram quê?? Que que cê disse? Fala na minha cara seu bostão!! Age que nem macho cara. O será que você não é macho?

--- Quer que eu prove? – eu respondi, quase de imediato, sempre tenho umas respostas prontas pra quando esse tipo de coisa acontece.

daí houve uma pausa de uns 10 segundos e logo ele respondeu:

---Eu quero!

Não houve nada, eu não respondi nada, de novo um silêncio mortal, pra mim, é claro.

---To vendo que você não vai me provar nada, né. Te cuida, frufrizinho.

---Digo o mesmo pra ti.

---HAHAHAHAHAHA, DIZ, MAS ISSO NÃO SIGNIFICA NADA...

Dito isso ele tomou o rumo dele e eu evitei ver ele saindo, desviando o olhar.

Eu poderia mentir para vocês aqui e dizer que eu contei pra um ou dois amigos, sendo que uma era uma menina, mas isso não aconteceu, eu não tinha amigos. Eu nem liguei para o acontecido, pois eu não queria firmar laços mesmo, sabia da merda que iria acontecer se meus pais ao menos desconfiassem, afinal meu sustento valia muito mais que desejo.

Passado uns 5 dias, durante uma aula chata de Literatura, a Secretária da diretoria foi dar um aviso na nossa sala.

--- Professora Gleise, desculpe interromper a aula, que está muito interessante pelo visto – a aula tinha um título comovente, “O amor através dos séculos”, que eu achava patético.

--- Ahhh Cassandra, minha aula está a disposição de você, e sim, a aula é bem interessante, mas o que é difícil é convencer os alunos a falar de amor ao invés de fazer amor. Fique a vontade.

Minha ironia riu por dentro.

--- Alunos, um aluno de outra sala está sendo transferido e vai entrar na turma de vocês. Aposto que vocês serão muito simpáticos e receptivos com ele, estou certa?

Ninguém respondeu. Alguns alunos ficaram cochichando pelos cantos. E a Secretária continuou:

--- Bem, Marquinhos, espero que se de bem na nova turma.

--- Pode deixar senhora. EAEEE SEUS POHAAAAA!! Chego o master fodão da sala – e olhando pra uma garota, uma das carteiras da frente da sala, ele disse – SARRA NO GRAU, NOVINHA – com um sorriso no canto do rosto.

---Sai daí seu favelado – ela disse.

--- O que que cê disse?

--- Nada não.

Então, olhando pra a sala toda cheia, ele procurou um lugar. O azar, claro, foi todo meu. O único lugar vago era atrás de mim. Ele percebeu quem eu era e logo disse:

--- Eaee florzô – acho que isso fazia referência a flor ou algo do tipo.

Quase toda a sala riu.

Eu desviei o olhar, passado uns dois minutos ele foi até a minha orelha e disse:

---Não pense que eu esqueci do que aconteceu, viu, maricas.

Eu nada disse.

A aula corria normalmente, até que a professora falou que iria finalizar. Então deu o intervalo, eu peguei um livro de Álgebra Linear e fui ler num canto, fora da sala. Eu tive a impressão de ser seguido, mas de repente parou. O intervalou acabou e eu voltei pra sala de aula.

Era aula de Matemática, matemática para mim é tipo: amo muito tudo isso.

Eu cheguei por último na sala, como de costume, pois sempre evito conversar com alguém antes de entrar na sala.

O Marquinhos estava com os pés descalços e apoiados atrás da minha cadeira, quase dormindo, daí eu dei uma bela de uma reparada no cara. Ele estava vestido de calça jeans azul claro, uma camisa branca de um tribal enorme em brasas, um boné branco sem estampa e usando um óculos de sol do tipo beronha azul, sabe aqueles que refletem que nem os vidros de uma agência bancária, pra não roubar (hehehe), então....

Um cara que estava do lado disse : –-- Você não presta mesmo, Lucas rs.

Eu sentei na minha carteira e esperei a professora chegar. Antes mesmo dela chegar, Marquinhos saiu de sua posição de conforto e foi na minha orelha e disse :

--- Não deu pra ver por causa desse óculos, mas eu pisquei pra você ;)

Então eu não consegui me conter, soltei uma risada sincera. Então ele foi na frente da minha carteira e estendeu o punho fechado. Eu de começo não entendi, mas era um cumprimento.

---Cê é meio lerdinho, né cara? Se aceite, velho, vai ser melhor pra você.

Eu nada disse, só retribui com um sorriso. Daí a professora me chamou atenção, porque eu era o único que não tinha virado pra frente. Ele riu.

Eu não consegui mais prestar atenção na aula, eu nem ligava, além disso, eu só assistia a explicação pra corrigir a professora quando ela errava mesmo. Eu me perdia, ao olhar nos cantos da sala, imaginando ele... eu pensava, meu deus... isso não pode estar acontecendo.

Então ele se esticou perto de mim de novo e baforou um ar de menta, que me derreteu. Em seguida ele levantou e foi até a professora para pedir para ir ao banheiro.

Hahahahahahahahaha minha razão havia ido pro espaço.

Então depois dele sair eu pedi pra professora para ir ao banheiro, e ela disse:

-- Você não vai fazer troca troca no banheiro, né? RISOS *brincadeirinha*, claro, o melhor aluno da sala pode sim, querido.

Eu não hesitei, fui no banheiro, chegando lá ele percebeu, e riu. Eu meio que me desconcertei.

Fui até o mictório(distante dele) e ele chegou por trás em mim e disse:

--- CHUPA QUE É DE MENTA!!!!! (colocando algo estranho e cilíndrico nas minhas costas)

--- Sai do meu seu viadão!!! -eu disse.

--- Tá loco, manolo, eu tô só te oferecendo uma bala de menta, velho... que que você pensou que era?? *risos dele*

---Ah tá.... bala, eu não tava pensando nada, é que você é meio estranhoHahahahahaha... EU que sou estranho?? Acho que tu tá confundindo as coisas. Cara, cê mora perto da minha casa, tô certo?[...]

---Num sei cara? Eu vou lá saber onde você mora?

---Pera eu terminar de falar cara!!!!! É que eu ti vejo passar todo dia na praça perto da minha casa, e cê sabe, né? Sou bem esperto, diferente de você.*risos dele*

---Se ser esperto é espionar os outros eu, sem dúvida, não sou.

---Bom, que que você acha de eu chamar uns três amigos meus e tu chamar um seus e nós irmos conversar, bater papo na praça? Que que cê acha, parça?

---Nossa, sou teu parça? Eu nem sabia – eu ri.

---Ahhh, bem, se tu não quiser deixa quieto então – disse ele, dando de ombros e logo saindo.

---Podemos sim “parça”!

--- Aí eu vi vantagem!!! - disse ele com um sorriso largo no rosto. Hoje as três da tarde, o que tu acha, parça?

--- Podemos sim, você num faz nada o dia inteiro, né?

---Cê também não faz nada cara, que que cê tá dizendo?

---Ah... não foi isso que eu quis dizer, é que assim a gente pode ficar jogando conversa fora, sabe?

---Aahmmm, tá bãum então – disse ele serrando os punhos para o cumprimento.

Eu estendi meus punhos para retribuir e ele disse:

---E a aula de Matemática? Devo ser bem mais interessante, né? *risos dele*

Eu nem lembrava da aula.

---Eu gosto de Matemática, como você percebeu?

---Ah, eu vi tu saindo com um livrão no intervalo ontem. Minha mãe também gosta dessas porras. Mas quando ela não tá eu uso pra acender o fogo do churrasco hehe.

Se eu estivesse em condições normais eu o rechaçaria, mas não, ele era meigo demais rs.

–-- Nossa, por essa eu não esperava!

–-- Por que carinha, cê acha que só porque minha família é negra que minha mãe não pode gostar de estudar?

–-- Não, não é isso – menti -, é que os filhos costumam ser parecidos com os pais.

–-- Hum... ah bom, se for assim. Mas eu sou muito parecido cá minha mãe, sabe?

–-- Tá bom, legal –disse, fechando a cara – vamos voltar pra aula então, parça.

CONTINUA.......

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