Só nós conhecemos (3° temporada) - Parte VI

Um conto erótico de Cesar Neto
Categoria: Homossexual
Contém 7980 palavras
Data: 03/03/2015 16:53:12

E finalmente, sexto capítulo!!VI – Olhos Verdes

O suor escorria por minha testa e caia sobre o seu peito.

- Eu te amo! – Gale disse me puxando para mais um beijo.

Minha boca encontrou a sua começamos a nos beijar. Meu corpo nu atritava junto ao dele, sua pele queimava de tão quente e o prazer tomava conta dos nossos corpos.

Gale era um puta moleque gostoso, mas o que ele tinha de diferente de qualquer outro garoto é o fato dele saber provocar. Estávamos juntos a quase um mês mas ele só liberou o sexo duas vezes. A primeira vez foi em sua casa. Tive que usar todos os meus encantos para ele liberar aquele lindo par de nádegas para mim, não preciso dizer que todos os meus esforços valeram muito a pena.

Depois daquele dia eu pensei que sexo seria uma coisa normal e diária em nossa rotina como “namorados”, mas não foi assim que as coisas aconteceram. Ele se fazia de difícil, ou realmente ele era. Conseguia de vez em quando uma punhetinha embaixo do edredom quando assistíamos ao um filme em casa. Conseguia uns beijos calorosos quando ninguém estava por perto e de vez em quando até mesmo uma chupadinha de leve. Mas sexo de verdade não era muito frequente. E o pior de tudo é que eu comecei a gostar daquele seu jeito, me excitava e tornava o sexo em si bem mais prazeroso.

- Eu também te amo – disse abrindo um pouco mais as pernas dele para facilitar a penetração.

Apesar de ter um rabinho bem apertado, Gale não era nem de perto um garoto virgem. Lembrava da minha primeira vez com o Rodrigo e como tinha sido difícil para ele aquela situação. Com Gale as coisas foram diferentes. Quando eu o questionei sobre isso ele apenas sorriu e me deu uma piscadinha, resolvi não voltar a perguntar.

Gale gemia cada vez mais alto enquanto eu atolava meu pau em sua bunda em uma velocidade anormal. Agarrei seus cabelos molhados pelo suor com uma das mãos e com a outra eu apertei o seu mamilo. Senti o seu corpo tremer e ele gemeu alto o suficiente para o som sair do meu quarto. Tapei os seus gritos e gemido com um beijo na boca.

Ele ainda gemia. Sua boca vibrava dentro da minha enquanto eu mantinha as estocadas cada vez mais rápidas. Desgrudei da sua boca e deixei Gale expressar o seu prazer a vontade. De olhos fechados seu corpo inteiro tremeu, sua bunda contraiu até espremer o meu pau e seu esperma melou boa parte do meu peito e escorreu em sua barriga.

Transar com o Gale era uma luta constante para segurar a ejaculação. Por várias vezes eu tinha que me segurar um pouco e diminuir a velocidade, pois caso o contrário eu não aguentaria nem cinco minutos dentro dele. Com a sua gozada já garantida eu tinha a carta branca para me esbanjar até o fim.

Agarrei a sua mão com a minha e nossos dedos se entrelaçaram. Penetrei o mais fundo que eu conseguia atingir naquele seu buraquinho delicioso e sem parar eu continuava até meu corpo dizer chega. Gale tentava agarrar a minha boca, mas com as mãos ocupadas ele não conseguia chegar em meus lábios, o máximo que ele conseguiu foi dar pequenas mordiscadas em meu queixo.

Várias gotas de suor escorriam do meu rosto toda vez que eu entrava dentro dele. Senti aquela sensação deliciosa que todo mundo sente antes de chegar a hora da ejaculação. Agarrei seus dedos tão forte que por um instante pensei que ira quebra-los. Logo todo o esperma guardado dentro de mim por vários dias encheu a camisinha.

Dessa vez eu fui em direção a boca de Gale. Beijei-o levando a minha língua por toda a extensão de sua boca. Beijei seu pescoço, suas bochechas, sua testa e não deixei nenhum espaço daquela linda face sem caricias. Então eu desabei por cima dele para esperar nossas respirações voltarem ao normal.

Fiquei ainda mais um tempo dentro dele até o meu pênis diminuir e sair naturalmente do seu anus. Aproveitei esse tempo para sentir o calor daquele corpo, o cheiro forte e doce que ele exalava, e a rigidez dos seus músculos ao qual eu passava a mão em cada centímetro.

- Água... – Gale pediu em meio de suspiros – preciso de água.

Levantei da cama prontamente e vesti minha cueca branca. Essa mesma cueca branca foi a cereja no topo do bolo que fez Gale se entregar para mim naquela noite. Pelo jeito ele adorava cuecas brancas e eu estava decidido a usar somente elas a partir de agora.

Voltei da cozinha com uma garrafa de água gelada e uma latinha de cerveja. Ao entrar no quarto Gale já me olhou com cara de desaprovação:

- Isso aí ainda vai acabar te matando – ele disse se referindo a cerveja – será que eu terei que proibir isso de você?

Para minha infelicidade o garoto já tinha vestido a cueca tampando as melhores partes daquele corpo.

-Qualé – respondi – hoje é sexta-feira! E você acha que pode ir proibindo as coisas assim de mim é seu lindinho?

Sorri desafiando a sua autoridade sobre mim, mas o tiro saiu pela culatra.

- Tudo bem! – ele devolveu o sorriso – cada latinha de cerveja é um dia sem sexo para você...

- Greve de sexo não! Por favor... – dei um selinho nele para amolecer seu coração de pedra – já é difícil fazer você ceder assim para mim.

Gale ergueu as sobrancelhas como se dissesse “venci” e aquilo me deixava louco. Mas ele não iria se sair tão vitorioso assim e por isso eu virei metade da latinha garganta abaixo.

- Vai em frente! Acabe com a sua vida! – Gale disse enquanto a cerveja amarga descia pela minha garganta – A gente tenta se preocupar com a saúde do namorado, mas ele parece que não dá valor... então vá em frente.

Pronto! Agora ele já tinha amarrado o burro. Com os olhos fixos na parede e com os lábios contorcidos de raiva, Gale fazia a cara mais fofa do universo. Cutuquei ele com o dedo, mas aquilo não o fez me olhar. Passei a mão no seu cabelo, mas ele virou ainda mais o rosto.

- Tudo bem então – me dei por vencido – A partir de hoje eu não irei ingerir mais nenhum álcool sem o consentimento do meu namorado, pois ele é lindo, fofo e só quer o melhor para mim assim como eu quero o melhor para ele.

Gale virou seu rosto devagar e me deu bola para fazer mais uma pergunta:

- Você jura? – ele perguntou em um tom ameaçador.

Em uma outra golada eu virei o resto de cerveja que tinha na latinha e respondi:

- A partir de agora, sem mais álcool. Eu juro!

- Cesar eu seria capaz de esmurrar essa sua cara seu desgraça! – ele disse me puxando pelos cabelos.

Peguei a sua nuca e o puxei para perto de mim enquanto suas mãos ainda queriam arrancar tufos do meu cabelo.

- Você não seria capaz disso! – falei sorrindo – Você não resiste ao meu amor.

Beijei a sua boca mais uma vez e procurei arrancar a sua cueca para continuarmos a diversão, mas dessa vez eu fui repreendido.

- Tem razão! – ele disse levando a minha mão até a parte da frente de sua cueca – Você realmente é irresistível!

- Gosto disso – concordei pegando com a mão direita em seu pau e com a esquerda em sua bunda.

- Por isso – Gale continuou – da próxima vez que transarmos, e reze para esse dia chegar logo – ele tirou minhas mãos de sua cueca – será a minha vez de experimentar o quanto você é irresistível.

Minha boca encontrou o seu pescoço enquanto a minha mão alisava as suas costas. Com Gale as coisas eram assim. Ele tinha que pensar que estava no controle.

- E o que isso quer dizer? – perguntei antes de minha boca invadir a sua.

- Isso quer dizer – ele disse escapando das minhas caricias – que da próxima vez quem irá experimentar o papel de passivo será você.

Eu? Passivo? Aquelas palavras e seus respectivos significados jamais foram cogitadas em minha cabeça. E de repente eu tive um peso jogado em minhas costas, algum tipo de fardo que eu não estava acostumado a carregar.

O suor escorria pela minha testa novamente.

Só que dessa vez eu suava frioBem vindo de volta pessoal – eu abri o portão da quadra animado.

Muitas coisas aconteceram depois das férias. Depois da derrota, o time da escola deixou de existir e por isso a diretora Val-Val deixou que o nosso time treinasse na quadra já que éramos da escola. O professor Guilherme desapareceu misteriosamente, até aonde eu sabia ele tinha pedido demissão e sumiu da cidade. Agora nada mais nos impedia de enfrentar o maior campeonato de todos, os Regionais. Dezesseis times de todas as cidades ao redor, mas nenhum seria capaz de impedir a nossa vitória esse ano.

Pelo menos era o que eu pensava.

- Tenho algumas novidades para vocês! – eu disse enquanto todos formavam uma rodinha no meio da quadra.

Gale e Felipe estavam ao meu lado. Eu suspeitava que a inimizade dos dois ainda existia, e ambos queriam provar ser o melhor companheiro para estar ao meu lado.

- Primeiramente – eu continuei esquecendo esse problema por um instante – temos que definir o nosso time definitivo. Eu, Gale, Felipe, Zé e Igor vamos continuar como titulares.

Denis também estava na lista, mas ele conversou comigo e decidiu parar de jogar. Ele iria prestar medicina no final do ano e precisava focar mais nos estudos.

- E no lugar do Denis teremos o Rodrigo como titular! – falei entusiasmado.

Com um aceno tímido, Rodrigo abriu aquele lindo sorriso para todos e especialmente para mim.

- Você é lindinho de mais – Ana disse deixando o Rodrigo vermelho – por acaso você não é algum tipo de modelo? Você namora o outro gatinho também né? Acho tão lindo o amor de vocês!

- Se acalma Ana – prossegui nos comunicados – Ontem a noite eu recebi as noticias do campeonato. Nosso primeiro jogo é na semana que vem contra o time da cidade “Serra-do-Lobo”.

- É a cidade do Otávio! – Rodrigo disse surpreso.

- Não chega ser nem uma cidade – Igor explicou – se tiver mil moradores já é muito. Vamos jogar com os caipiras do interior, já ganhamos.

- Eba! Amo bolo de fubá! – Ana acrescentou.

- Ei, calma lá – falei – não temos nada para comemorar e não iremos subestimar nenhum time! Quero todos se aquecendo pois hoje o trabalho vai ser difícil

E assim foi. Uma semana de treino pesado para retornamos com tudo. Alguns garotos também apareceram no meio e eu consenti em deixa-los jogar no time como reservas. Pelo menos assim iríamos conseguir um pouco do apoio da escola. Ana sugeriu um time para as meninas também e eu apoiei a ideia. Bia sabia jogar muito bem e me ajudou a treinar as garotas. Infelizmente elas teriam que esperar até o ano que vem para entrar em um campeonato mas por hora já era incrível tê-las com a gente.

Tudo foi uma bela maravilha, até o treino de sexta-feira chegar.

- ABAIXA ESSE TOM PARA FALAR COMIGO SEU BOSTA! – os gritos do Felipe davam para ser ouvidos lá de fora da quadra.

Cheguei à quadra um pouco mais tarde porque eu tive que passar na sala da diretora. Então eu me deparo com a seguinte cena: Felipe apontando o dedo na cara de Gale e este já estralava os dedos prontos para começar o quebra-pau.

- VOCÊ SÓ VAI FALAR OU VAI TOMAR CORAGEM E FAZER ALGUMA COISA? – Gale gritou de volta.

E assim Felipe pulou para cima dele. Gale se esquivou do primeiro golpe e se atracou com Felipe, logo os dois foram para o chão. Aos chutes e murros os dois rolavam de um lado do outro da quadra ao meio de gritos e pessoas tentando separar. Os dois eram fortes e por isso ninguém resolveu intervir na luta.

- JÁ CHEGA! – eu gritei inutilmente.

Se as palavras não resolveram, partir para a violência foi o melhor remédio. Foi necessário a força do Igor e do Rodrigo para tirar o Gale de cima do Felipe. Pelo jeito eu teria que ensina-los como brigar pois ambos saíram da luta sem nenhum machucado, tirando alguns arranhões e a cara vermelha de raiva.

Enquanto os garotos seguravam Gale, eu fui em direção a Felipe. Peguei em sua nuca com uma mão e com a outra eu puxei a sua orelha.

- PRA SALINHA, AGORA!! – falei arrastando ele até lá como meu pai fazia quando eu aprontava alguma coisa.

A “salinha” era aonde guardávamos os matérias de educação física, com um pequeno banheiro e com uma mesinha aonde era colocado anotações antigas.

- Senta aí e explica o que aconteceu! – falei com raiva – que diabos está dando em vocês um dia antes do nosso jogo?

- É aquele otário! – Felipe disse – chegou querendo mandar em tudo como se ele fosse a rainha disso tudo! E ainda por cima quis que eu o respeita-se e...

- Tá bom – fiz ele parar de falar – agora você vai me dizer o verdadeiro motivo dessa sua raiva toda.

Felipe ficou em silêncio. Desde o primeiro dia eu tive certeza que os dois não se dariam tão bem assim. Agora tinha tudo explodido na véspera do nosso primeiro jogo. Eu já estava impaciente esperando uma resposta e por isso perguntei:

- É algum tipo de ciúmes?

Os olhos verdes encarando a parede o denunciaram. Felipe tinha o olhar perdido, parecia não saber o que fazer e nem para onde ir. Aquelas duas pelotas verdes brilhavam como uma esmeralda e imploravam algum tipo de ajuda.

“Será que o Felipe está tendo uma queda por mim?” me perguntei “Ou é só ciúmes de amigo?”. A segunda opção era mais infantil, mas eu a preferiria. Na minha cabeça, Felipe já deveria ter esquecido os nossos beijos e nem se importava com aquilo. Já haviam se passado mais de seis meses, seria impossível ele ter escondido isso de mim por tanto tempo.

Como não tínhamos tempo, resolvi ir direto ao assunto:

- Você me ama? – falei atraindo a sua atenção.

Felipe me olhou e aqueles olhos brilharam de alegria. Não uma alegria de felicidade e sim uma alegria maliciosa.

- Não! Não, não... não! – ele respondeu rindo – Sério! Não, não, não, tipo assim, não! – ele parou um pouco, olhou para mim, riu mais alto e continuou – NÃO, eu e você? Não, não, não... nem pensar, não.

- Treze “nãos”? Esse foi o pior fora que eu já levei. – falei caindo na gargalhada com ele – Mas porque você odeia tanto o Gale assim então.

O sorriso do Felipe morreu e ele começou a se explicar:

- Cara tipo assim, ele chegou nessa escola e roubou meu melhor amigo, meu posto de melhor jogador de vôlei...

- Você nunca foi o melhor jogador... – eu o corrigi.

- E mais importante de tudo, ele roubou a minha mina também!

Aquela última informação eu não esperava ouvir.

- Como é que é? – perguntei incrédulo.

- Esse panaca já ficou com a Bia uma vez e agora fica rondando atrás dela que nem um corvo.

- E o que isso tem haver com a Bia? Vocês não se largaram já faz um milênio atrás?

E mais uma vez Felipe ficou quieto.

De fato, Bia e Gale passavam um tempo juntos para treinar com as garotas. Mas Bia deixou bem claro que ele era um pamonha para ela. E ele também estava namorando comigo... então aquilo tudo deixou de fazer sentido.

- Assim... – Felipe respondeu – eu e Bia terminamos, mas isso não quer dizer que a gente não se... não se...

- Não se pegam? – falei confuso.

- É! Já conversamos sobre isso. Eu gosto dela e ela de mim. Mas depois da minha cagada no ano passado, ela disse que não queria nada sério e por isso estamos nessa relação de amigos coloridos.

- E você ama ela e tem ciúmes do Gale? – perguntei para ter certeza do que eu estava ouvindo.

- Sim... – ele confirmou – eu ia contar isso para você mas a Bia foi bem direta e disse para isso ficar entre a gente e...

- Vocês são os melhores amigos que eu poderia ter heim? O que mais vocês escondem de mim? Será que o seu nome de verdade é Felipe mesmo?

- Do mesmo jeito que eu não contei para ela que a gente já se beijou, eu não iria contar isso para você! – Felipe se explicou e até que fez um pouco de sentido. Não poderia culpa-los. Eu também tinha os meus segredinhos.

- Então está bem – falei voltando ao tom de treinador bravo – não precisa mais de brigas idiotas com o Gale. Ele e Bia não estão se pegando.

- E como você sabe? Ele tem cheiro de traidor, ele é um escrotão otário, ele não é de confiança e...

- E ele é meu namorado – eu disse cortando o Felipe.

Felipe me olhou com aqueles olhos verdes mais uma vez. A confusão pairava sobre ele bem mais forte. Era como se os pontinhos estivessem se ligando dentro de sua mente.

- Por isso ele não vai ficar com a Bia – continuei – faça as pazes com ele antes que eu bata a cabeça um do outro feito dois pirralhos. Entendeu?

Felipe consentiu balançando a cabeça afirmativamente.

- Mais alguma coisa? – voltei a perguntar.

Ele passou a mão no cabelo loiro. Abriu aquele sorriso de criança travessa e mostrou seus dentes brancos e perfeitos. Por mais que aparentasse confiança, os olhos verdes do Felipe denunciavam a sua completa confusão.

- Sabe de uma coisa? - ele concluiu se levantando – eu vou embora antes que eu escute mais alguma coisa esquisita de você!

E aos sons de risos, voltamos para o nosso treinoPreciso de uma ajuda sua...

Otávio veio até mim enquanto estávamos descendo do ônibus. Chegamos em Lobo-Guará logo pela manhã e de lá fomos direto para a única escola que havia na cidade. O jogo começaria seis da tarde e não teríamos nada para fazer até dar o horário.

- Pode falar – eu disse – estou aqui para o que precisar.

Fazia frio na pequena cidade. Otávio vestia uma camisa de manga comprida roxa e uma calça jeans apertada. Ele tinha encorpado de um tempo para cá graças ao treinamento de luta que ele estava fazendo (não manjo nada de lutas por isso não sei nem o nome).

- Mas você tem que me prometer que isso ficará entre a gente.

Aquilo não podia ser nada bom. Senti um frio que fez os pelos das minhas pernas arrepiarem. Vestido com o uniforme completo do time desde a hora que nós entramos no ônibus, eu não previa que nessa cidade fazia tanto frio assim. De acordo com Gale, a jaqueta preta que eu usava me deixava gato, mas não iria me esquentar no maldito frio que fazia.

- Tudo bem então – concordei – pode falar.

O time inteiro ainda descia do ônibus seguidos por mais trinta torcedores da escola. Esse grupo era formado por amigos e amigos de amigos, pois eram indispensáveis uns gritos de incentivo da galera. Na cambada também estava a diretora Val-Val como responsável pelos menores. Tudo isso formava a grande trupe que representaria a escola no regional.

- Vamos andando – Otávio apontou para uma praça que havia em frente a escola – Gostei da aliança. Por acaso ela significa algum compromisso é?

Olhei para a minha mão e vi o anel negro que envolvia o meu dedo. Para não criar suspeitas eu e Gale decidimos não utilizar as alianças frequentemente. Apesar das diferenças, as duas tinham fortes semelhanças que gerariam conversar indesejáveis.

- Eu estou namorando alguém, mas por hora não vamos entrar em detalhes né? – esbocei um sorriso otimista para ele – tem alguns detalhes do que você vai precisar de mim?

- Não é nada de mais – ele respondeu – eu só preciso que você entregue essas coisas na casa dos meus pais.

Otávio tirou da bolsa um envelope laranja e uma carta branca. Ele me entregou e nem esperou eu perguntar:

- A carta branca eu queria que você entregasse para minha irmãzinha e no envelope tem duzentos reais em dinheiro para você dar aos meus pais junto com uma lembrancinha...

Olhei os envelopes por um momento, o laranja tinha notas em dinheiro e um objeto que eu não sabia o que era. Aceitei o pedido e escutei com cuidado.

- Meu pai não ganha muita coisa como salva-vidas de clubes e minha mãe consegue algumas faxinas só de vez em quando. Com esse dinheiro talvez eles comprem alguma coisa para a minha irmã já que o aniversário dela é esse mês.

- Pode deixar – eu disse compreendendo a situação dele.

- Se Rodrigo descobrir ele vai querer ajudar de qualquer maneira e isso não será muito bom, meus pais só ficariam mais putos ainda. Por isso eu pedi para você. Você é capaz de inventar alguma coisa para entregar esse dinheiro sem contar que está vindo de mim?

- Mentiras, calúnias e métodos sujos. Você pediu para a pessoa certa! – respondi.

E então passamos a andar pelas ruas da pequena cidade. Os ventos começaram a ficar mais fortes e fizeram o frio mais uma vez tomar o meu corpo inteiro. Caminhamos pelas ruas com o Otávio servindo de guia, ele dizia mil histórias diferentes sobre cada rua em que passávamos. Nunca tinha visto ele tão nostálgico daquela forma, pela primeira vez ele falava mais do que escutava e isso era incrível.

- E esse seu mais novo namorado – ele retornou ao assunto – pelo jeito ele deve ser muito lindo para fazer você esquecer o Rodrigo.

- Vamos dizer que assim como o Rodrigo, ele também tem os seus encantos – respondi sorrindo – e claro, seus defeitos.

- Você só ama uma pessoa de verdade quando aprende a amar os defeitos dela também. – Otávio disse.

- Você ama os defeitos do Rodrigo? – perguntei.

- Eu não vejo defeitos nele – Otávio respondeu – e nem ele em mim. Por isso ele amou mais você do que ele me ama agora. Ele amava esse seu jeito infantil, irresponsável, ciumento e por aí vai.

- Foram esses defeitos que me fez perdê-lo – falei meio desolado – então eu acho que tenho que discordar de você.

Andamos um quarteirão em silêncio. Pensei nos defeitos que o Rodrigo tinha, eram poucos, mas eu amava todos. O jeito que ele se preocupava de mais com os outros, o jeito que ele chorava feito um bebê toda vez que nós dois brigávamos, eu amava o tom da sua voz quando ele ficava bravo e me repreendia de alguma coisa. Eu amava até mesmo o seu “Vai se foder Cesar”.

Gale fazia as coisas do seu próprio modo, mas isso não chegava a ser um defeito de verdade. Seus defeitos eram basicamente o fato dele ser muito certinho, o jeito que ele gostava de tudo arrumado. Quando liberaram a quadra para gente ele passou um dia inteiro organizando os papéis que estavam jogados pelo escritório. Eu amava isso nele, o jeito que ele teimava em me fazer tomar juízo. Eu amava a sua competitividade e implicância com tudo o que eu fazia.

Pensar em Gale me fez fazer uma pergunta não tão apropriada:

- Távio, quando você e o Rodrigo estão lá... fazendo amor – foi a palavra mais bonitinha (escrota) que eu encontrei – quem... sei lá... quem come quem? – dessa vez as palavras não foram bonitinhas.

Otávio riu com a pergunta e eu tive que esperar ele parar para escutar sua resposta:

- Cara, sério que você pensa nisso ainda? Eu e Rodrigo fazemos o que der vontade, sem rótulos, sem limites. Apenas deixamos rolar.

- É que eu pensei sobre isso – falei engasgando – e eu tenho medo de algumas coisas sabe?

Otávio parou e pensou mais um pouco. Logo ele voltou a rir:

- Calma aí, você nunca deu o cu então? – sua pergunta foi bem da zoeira – Então deve ser por isso que o Rodrigo terminou com você.

- Ah nem vem – eu disse tentando fazê-lo parar – não é assim também.

- Como não é assim cara? Pelo contrário, é mais simples que isso – Otávio ainda sorria – Você não vai ser mais ou menos gay só porque deixou um garoto te comer. Isso só prova que você respeita e confia nele, sem contar que é uma delicia também.

Deixei Otávio rindo de mim por muito tempo e então virei o jogo:

- Ah então você é desses safadões! Rodrigo deve fazer um estrago nessa sua bundinha em – falei dando uma apalpada na bunda dele.

Ao meio de risadas e mais conversas de sacanagens, chegamos em frente a antiga casa do Otávio.

A casa tinha um aspecto normal e comum como qualquer outra casa da cidade. Com portões de grade, uma garagem pequena que estava vazia, um pequeno canteiro com flores plantadas e uma gaiola com dois passarinhos amarelos tomando água.

- É aqui! – Otávio disse – Certeza que você consegue?

- A carta é para sua irmãzinha e o envelope para seus pais, confere? – eu disse e ele assentiu – então vai dar tudo certo, e só me esperar lá na esquina.

Esperei o Otávio chegar até a esquina e então eu bati palmas na casa.

Uma mulher apontou a cara na janela. De cabelos pretos encaracolados, pele levemente bronzeada e de um rosto severo, aquela que eu deduzi ser a mãe do Otávio não parecia assim tão simpática.

- Posso ajudar? – ela disse numa voz desconfiada.

- É... Boa tarde! – eu respondi – eu precisava conversar um pouco com os donos dessa casa.

- Sobre? – ela indagou.

O “sobre” eu ainda não tinha pensado. Na pressão as minhas mentiras saiam mais naturais e por isso eu decidi deixar para a última hora.

- É um assunto meio complicado – falei – posso entrar?

Com o mesmo ar desconfiado, a mãe do Otávio deu a volta e saiu por uma porta dos fundos e veio até mim. Com a chave ela destrancou o portão e me chamou para entrar.

- Licença – eu passei e entrei na sua casa – como posso chama-la?

- Flávia – ela respondeu – e você quem é?

- Meu nome é Cesar. Muito prazer senhora Flávia.

Ela entrou pela cozinha e puxou uma cadeira para eu me sentar. Quando ele estava prestes a começar a falar, um homem, que eu também deduzi que fosse seu marido, apareceu na porta e veio até nós. Alto, de uma pele morena escura, e forte para sua idade, o pai de Otávio se juntou a nós na mesa. Seus olhos eram verdes como o do filho, mas a semelhança terminava ali. Os olhos verdes me encararam por um instante e depois ele falou.

- Quem é o garoto? – ele se dirigiu a esposa como se eu nem estivesse na presença deles.

- Esse é Cesar - ela se levantou e foi buscar uma garrafa de café no armário. – Esse é meu marido, Jorge.

- E o que ele quer? – Jorge ainda não parecia muito satisfeito.

“O que eu queria?”. Essa era a hora que eu deveria pensar em alguma coisa, “Seu filho me mandou vir aqui para dar esse dinheiro a vocês, pois os dois são escrotos e não gostam dele”. Isso era o que eu queria dizer, mas quando olhei aqueles olhos verdes e cruéis do Senhor Jorge, eu engasguei antes de falar:

- Senhor, eu vim até aqui para... para pedir desculpas.

“Desculpas?...meio arriscado, mas eu posso trabalhar com isso”, pensei enquanto os dois faziam caras de desentendidos.

- Faz alguns meses que vocês ganharam uma rifa e eu acabei me esquecendo de entregar o prêmio – foi o que minha “mente genial” conseguiu fazer – por isso eu vim aqui pedir desculpar e trazer o seu prêmio.

- Rifa? – Dona Flávia me indagou – a gente não comprou nenhuma rifa.

- A senhora não se lembra? – eu fiz a pergunta mais falsa da minha vida – foi na novena de páscoa. Infelizmente não conseguimos encontrar o vencedor e a cesta de chocolate derreteu. Por isso, como forma de desculpas, eu resolvi trazer essa quantia em dinheiro do quanto valia a cesta.

Entreguei o envelope para Dona Flávia que me serviu uma xícara de café antes de pegar o dinheiro.

- Mas – ela parecia confusa – isso é muito dinheiro! E eu ainda não me lembro de ter comprado nenhuma rifa, e o que é essa pedra no envelope?...

- Deve ser obra do senhor misericordioso Dona Flávia – eu disse tirando pela primeira vez um sorriso da boca dela – ele tira quando deve tirar e devolve quando deve devolver.

- Amém – ela falou esperando a resposta do marido.

Seu Jorge não parecia tão convencido assim. Ele nem sequer olhou o dinheiro, apenas fitou a esposa e esperou o silêncio ser quebrado.

Lembrei da carta para a pequena irmã de Otávio e subitamente eu perguntei:

- Por acaso eu poderia usar o banheiro?

- Claro – Flávia agora parecia mais simpática, não sei se fora o dinheiro ou o fato de eu falar que era de igreja – segunda porta a esquerda.

Levantei da cadeira e fui em direção ao extenso corredor. Os pais de Otávio discutiam alguma coisa na cozinha em voz baixa, mas eu não conseguia escutar. Cheguei até porta do banheiro, olhei para os lados e achei o que eu procurava. Uma placa de madeira escrita com letras coloridas “Aqui dorme uma princesa” indicava o quarto da irmã mais nova do Otávio. Sem barulho para não ser notado, joguei a carta por um dos vãos da porta e a deixei ali. Pelo que me dissera, a pequena irmã de Otávio tinha dez anos e se chamava Suelen, apesar de eu querer conhece-la para ver se ela também tinha os lindos olhos do irmão, resolvi voltar antes que minha demora fosse notada.

De volta a cozinha fui surpreendido por um dedo grosso na minha cara:

- Você é o sobrinho do Jair não é mesmo? – Jair era meu tio da fazenda (aquele que adotou o Otávio), sem resposta o Seu Jorge continuou – Eu te conheço, sua família nunca prestou! Agora você acha que pode vir aqui na minha casa e fingir que eu sou estúpido?

Tentei manter a calma e respondi:

- Isso não é nenhum insulto Seu Jorge, só queria te entregar o prêmio da igreja e...

- Eu não preciso desse dinheiro! – ele jogou o envelope na minha mão – e mande meu filho ir para o inferno com tudo isso!

E meu plano tinha ido por água abaixo.

- Senhor, o Otávio só queria... – tentei dizer.

- Eu não quero saber do meu filho! Se ele quer sair por aí feito um marica no mundo, que seja! Desde que faça isso longe de mim! Eu não quero um baitola dentro da minha casa, um viado fraco e covarde que só me envergonha! Agora saia da minha casa você também!

Fui em direção a porta. “Então era isso?”, pensei “Era isso que um filho ganhava do pai quando ele somente queria ser feliz?”, “Era isso que eu ganharia do meu pai se um dia eu me assumisse?”. Independente da resposta, eu parei na porta, olhei para trás e enfrentei aqueles temíveis olhos verdes.

- Seu filho é um marica, um viado, um baitola e todos os outros nomes que você quiser chama-lo. Mas saiba que ele é muito mais homem do que você pensa. Ele trabalha por si próprio, sofre discriminação de grande parte da escola, foi abandonado feito um cachorro de rua, mas mesmo assim ele continuou sendo uma das melhores pessoas que eu já conheci. Se vocês não quiserem aceitar o dinheiro, tudo bem, mas pelo menos aceitem isso aqui – abri o envelope e tirei de lá o que já esperava que fosse, o colar azul (sim, aquele que foi do Otávio, depois meu, depois do Rodrigo, depois do Otávio de novo) – Uma vez ele disse que esse colar dava força e coragem para as pessoas que usassem. Pelo jeito os únicos que estão precisando disse no momento são vocês!

A mãe de Otávio começou a chorar. Seu pai me olhava nos olhos e não disse nada, ao contrário de sua esposa:

- Diga para o meu filho – as lágrimas escorriam pelo seu rosto – diga que eu o amo.

- Pode deixar que eu direi – respondi deixando o envelope em cima do armário – Boa tarde para vocês e muito obrigado por tudo!

Achei a saída sozinho e corri direto para a esquina aonde Otávio me esperava.

- E aí, deu certo? – ele perguntou.

Seus olhos brilhavam de ansiedade. Os mesmo olhos que seu pai, verdes como uma folha seca. Um furioso e o outro esperançoso.

- Deu tudo certo, eles aceitaram o dinheiro e eu deixei a carta no quarto da sua irmã – eu falei animado e voltamos a andar de volta para o campeonato – Sua mãe até disse que te ama!

- Sério cara? – ele pareceu surpreso – isso é demais!!

“Mas seu pai nunca mais irá te ver”, guardei isso para mim mesmo.

Eu não queria destruir as esperanças daqueles lindos olhos verdes.

...

Ganhamos o jogo e eu estava louco para comemorar.

Chegamos a nossa cidade nove horas da noite. O jogo tinha sido fácil e rápido com a vitória garantida já no terceiro set. A cervejada de comemoração seria na casa do Felipe, mas primeiro eu e Gale fomos em casa para pegar umas blusas pois eu era o único burro que não sabia quando estava quente ou frio.

E também por outros motivos...

Meu pai não estava em casa. Como qualquer sábado ele deveria estar jantando na casa de algum tio ou tia e só voltava de noite. Por isso eu mal entrei na casa e já fui atacado pelos lábios do Gale.

- Temos que ser rápidos – alertei – eles estão nos esperando para começar a festa.

- Então pare de falar e vamos logo! – ele puxou meu uniforme e quase o rasgou de tanto desejo.

Aos beijos e pegações, eu e Gale fomos parar em baixo do chuveiro. Nessa altura do campeonato, ambos já estávamos do mesmo jeito que chegamos nesse mundo. Apalpei todas as partes daquele corpo enquanto ele retribuía com beijos cada vez mais apaixonados. Tomamos um banho delicioso lavando toda a parte dos nossos corpos.

Com um carinho meio “animal” Gale me levou para o quarto e me fez deitar na cama e começou a me beijar. Sua boca foi direto a onde queria chegar e logo ele já estava sugando o meu pênis da forma mais gostosa possível. Sem enrolação, ele babava, lambia e engolia. Esse processo me fazia afundar os dedos naqueles cabelos negros e aproveitar cada momento de olhos fechados.

Aos poucos ele desceu e chupou o meu saco. Sua mão ainda me masturbava e sua boca brincava com as minhas duas bolas. Aproveitei para gemer o mais alto que eu pude.

E de repente ele desceu mais um pouco e chegou na minha bunda. Com as mãos, ele abriu as duas nádegas e enfiou a sua cara lá dentro. Sua língua achou o que queria e começou a trabalhar como se estivesse escavando algo lá dentro. Pela primeira vez na vida eu recebia um cunete. Sentia uma coceirinha que me fez arrepiar em todos os lugares possíveis. Meu corpo se contorcia de tanto prazer e eu senti o meu pequeno buraquinho piscar toda vez que ele atolava a sua língua dentro de mim.

Gale parou tudo por um momento e foi até sua mochila. Em menos de um minuto ele voltou com uma camisinha e um pote que eu presumi que era KY. Senti um frio na bunda quando ele melou meu cu com aquilo. Depois ele começou a me beijar só que dessa vez, Gale atolava seu dedo indicador dentro de mim fazendo as minhas pregas se abrirem.

Um dedo, dois dedos, três dedos... Meu pau foi crescendo na medida em que seus dedos chegavam mais fundo de mim. De vez em quando eu sentia uma ardência que incomodava, mas o tesão falava mais alto.

- Tem certeza disso? – Gale parou para me perguntar.

- Absoluta – respondi acrescentando um selinho.

Fechei os olhos e esperei Gale vestir a camisinha e me lambuzar mais uma vez com aquele gel. Senti seu pau pressionando a porta do meu anus e meu corpo tremeu. Abri mais as pernas e tentei relaxar, essa as palavras que eu dizia para o Rodrigo ou para qualquer outro que eu comia. Agora eu dizia a mim mesmo “ Abra as pernas e relaxe! Abra as pernas e relaxa!”

Mas foi impossível relaxar quando a cabeça entrou. Gale tinha um pau de uns dezesseis centímetros, uns dizem que nem é um tamanho muito grande, mas para mim já era mais que o suficiente. “Abra as pernas e relaxe” tentei mais uma vez, mas os meus músculos apenas se contraiam de dor. Cada segundo que se passava era uma pontada de dor horrível que eu sentia. Podia sentir as minhas pregas se estourando como se fossem bombas de fogo, e de fato elas queimavam.

Serrei os dentes e implorei para que a dor acabasse. E como passe de mágica o meu pedido foi realizado.

Uma sensação estranha tomou conta de mim quando Gale terminou de colocar tudo e ficou parado olhando para mim. Abri os olhos e me deparei com seu rosto lindo me encarando com um sorriso, aos poucos meus músculos foram descontraindo e eu aproveitei para ajeitar a posição em que eu estava empinando um pouco mais a bunda.

Gale me beijou e aquele tinha sido o nosso melhor beijo.

Cada vez mais rápido ele foi metendo dentro de mim. Suas bombadas eram rápidas, mas tinham uma certa leveza que eu admirava. Aproveitei a oportunidade para pegar no meu próprio pau e começar uma punheta. Ereto e pulsando a mil por horas, a glande do meu pau já deixava escorrer um líquido pré-gozo , me punhetei enquanto Gale me fodia e aquilo foi incrível.

Soltei o meu pau para não gozar e agarrei Gale pelo pescoço. Em um movimento só eu joguei ele deitado na cama com o pau apontado para o teto. Ele pareceu assustado com minha atitude, mas depois que eu encaixei seu pau na minha bunda mais uma vez e comecei a cavalgar, seu rosto só demonstrou felicidade.

Gozei o mais rápido do que eu esperava. Os jatos chegaram até o queixo do Gale e melaram todo aquele seu peitoral gostoso. Senti suas mãos agarrando minhas costas e seus olhos se fecharam. Pelo que eu tinha notado ele também gozou dentro de mim. Caímos mortos um em cima do outro.

- E aí, o que achou? – ele perguntou depois de tomar fôlego.

- Cara... – eu ainda fazia um esforço para respirar – tipo assim... isso foi muito bom...

Sem saber como recompensa-lo eu apenas o beijei com todo o fôlego que me restava. Não era muito, mas foi o suficiente para fazê-lo delirar.

- Temos que ir comemorar mesmo? – ele perguntou com cara de súplica.

- Sim! – respondi autoritário – e se você não me deixar tomar cerveja hoje eu jamais vou liberar sexo para você!

- Cesar Frederico neto... – ele disse assustado – você não seria capaz...

Eu me enrolei na toalha e fui ao banheiro sem esperar ele terminar de falar. Como esperado ele já estava correndo atrás de mim feito um louco. Tomamos banho em dois minutos e nos vestimos para ir até a casa do Lipe.

Antes de sairmos eu aproveitei para dar uma encouchada na bunda de Gale e dizer:

- Essa delicinha vai ser minha da próxima vez, portanto, prepare-se.

Então ali mesmo, Gale abaixou as calças, eu peguei uma camisinha da carteira e abri suas pernas deixando-o encostando contra a parede...

E então eu me esqueci de qualquer tipo de comemoração.

...

Aqueles olhos verdes me encaravam de uma forma severa.

- Resolveu chegar cedo também? – Rodrigo perguntou – pensei que você nem viria treinar hoje.

De fato eu estava morto. Passei o fim de semana junto com Gale e decidimos que a nossa presença na aula de segunda-feira não era assim tão importante. Acordamos onze horas da manhã, enquanto Gale ia se trocar na sua casa eu corri direto para a escola arrumar as coisas para o treino.

- Tudo isso é saudade? – perguntei de volta no mesmo tom.

- Não! – ele parecia mais bravo do que o normal – isso se chama preocupação com os amigos que somem e nem dão sinal de vida.

- Ai que fofura – eu apertei as bochechas dele deixando-as mais vermelha – mas não se preocupe que eu e Gale sabemos nos cuidar.

Pegamos nós dois as barras de ferro e a colocamos no centro da quadra para montar a rede. Rodrigo ainda não tirava seus olhos de mim me deixando um pouco incomodado com a situação.

- Você está estranho – ele notou – Posso saber o porquê dessa alegria toda?

- Eu estou normal – respondi – acho que você é o estressado aqui.

Terminamos de montar a rede e nos sentamos na arquibancada. Rodrigo permaneceu em silêncio provando que eu estava certo sobre o fato dele estar estressado.

- O que aconteceu? Você está bem? Porque você está bravo? – fiz a bateria de perguntas e Rodrigo fez mais cara feia ainda.

- Huf... – foi o único som que ele emitiu.

- Meu Deus cara! – reclamei rindo – o que você comeu hoje de manhã?

- Você sabe que eu odeio quando me perguntam “Porque você tá bravo?” – ele resmungou de volta para mim.

- Então está bem, eu troco a pergunta – falei ironicamente – Porque você está tão feliz e sorridente nessa manhã?

- Vai se foder Cesar! – ele disse fazendo meu peito suspirar – antes que eu quebre essa sua cara.

Cheguei mais perto do Rodrigo e passei meu braço pelas suas costas. Eu já tinha namorado aquele capengo por meses e eu sabia que quando ela fazia “cu doce” era porque eu tinha feito algo errado.

- O que eu fiz para deixar o Diguinho tão bravo assim? – falei dando uma beliscada em sua barriga da mesma forma que fazíamos quando namorávamos.

- Nasceu – ele disse friamente – agora desgruda de mim!

Ignorei as suas palavras e o agarrei mais forte aumentando a força nas cutucadas também:

- Enquanto você não falar eu não paro! E olha que eu vou fazer cocegazinhas.

Rodrigo tentou se soltar, mas pelo jeito ele não se esforçava muito. Aquilo não durou trinta segundos até ele começar a sorrir como ele sempre fazia. Paramos um pouco para respirar até que ele me disse:

- O que você foi fazer com o Távio no dia do campeonato?

- Então era só isso? Era assunto de Brothers – respondi – mas pode ficar sossegado, pois eu não irei dar uns pegas no seu namorado.

- Ultimamente você não anda pegando ninguém não é mesmo? – Rodrigo disse provocativo.

- Você vai ficar feliz se eu disse que meu coração não é mais de ninguém? – provoquei-o de volta.

- Eu ficaria feliz se você me contasse a verdade. – Rodrigo me fitou com um sorriso.

- A verdade você sabe melhor do que ninguém – olhei dentro dos seus olhos com a mesma intensidade – Meu coração só pertenceu a uma pessoa.

E então o silêncio se estabeleceu entre nós dois. Eu me perdi nos olhos verdes do Rodrigo e não conseguia achar a saída de lá. Aquela serenidade no olhar, aquelas falsa segurança que ele passava, desejo, bondade e amor. Eu conseguia ver tudo isso naqueles olhos verdes claros. Esqueci de tudo e de todos naquele olhar e entrei em um transe, um misto de sentimentos tomou posse de mim e eu deixei que as palavras viessem a minha boca:

- Você me ama?

- Eu não tenho certeza – Rodrigo disse, mas por mais da incerteza da sua resposta, as suas palavras diziam “sim”.

Aproximei um pouco mais do seu rosto, fechei os olhos e esperei o beijo.

- Você está namorando? – ele perguntou em um sussurro.

Se eu dissesse não ele iria fechar os olhos e se entregar. Se eu dissesse não ele iria me beijar e eu sentiria a melhor sensação da minha vida novamente. Se eu dissesse não iriamos nos beijar e se arrepender mais tarde. Se eu dissesse não iríamos nos arrepender juntos. Juntos.

- Sim – eu respondi – eu estou namorando.

E de repente eu acordei daquele transe. Afastei-me devagar como se ele não percebesse que estávamos tão perto assim um do outro.

- Com quem? – Rodrigo perguntou.

Ele não parecia chateado ou estava simplesmente escondendo. Senti o ar ao meu redor mais pesado e percebi que meu coração estava mega acelerado com o que tinha acontecido. Rodrigo esperava pacientemente uma resposta, mas infelizmente eu apenas me levantei e disse:

- Cara eu tenho que ir falar sobre o time com o Felipe – tentei fingir que não tinha ouvido a sua pergunta, ou fingido que os últimos cinco minutos não existiram – mais tarde a gente se fala, pode ser?

- Vai lá! – dessa vez Rodrigo não conseguiu esconder a sua tristeza tão bem assim.

Caminhei o mais rápido até a porta pensando em tudo o que tinha acontecido. Eu jamais deveria ter feito aquilo, por pouco eu não o beijaria ali mesmo e então tudo estaria fodido.

Senti os olhos do Rodrigo me seguindo até a saída da quadra. Instantaneamente eu me lembrei da noite em que terminamos e a forma que eu fui embora sem ao menos olhar para trás. Não olhar para trás tinha sido um dos meus maiores erros e eu não deixaria aquilo me atormentar novamente.

- Estou namorando o Gale – disse ainda de costas – o Gale!

Eu me virei e encontrei o Rodrigo absorvendo toda a informação. Seus lábios se abriram e formaram um lindo sorriso. Seus olhos verdes me observavam como se fosse a última vez que eu olharia para eles.

Tudo isso despertou algo dentro de mim. Aquela imagem do Rodrigo em pé com aqueles lindos olhos verdes me encarando com amor ficariam na minha lembrança para sempre. Sorri mais uma vez e voltei a andar.

A partir daquele dia eu decidi que independente de tudo o que acontecesse comigo e com o Rodrigo, seja lá o que for ou contra quem for...

Eu sempre olharia para trásE foi isso meu povo. Semana que vem tem mais? Provavelmente sim, provavelmente não... só o tempo dirá.

Gostaram do capítulo? Espero que sim pois esse foi escrito especialmente para certos fãs desesperados por um certo casal aí... mas não vamos falar nada pois já sabemos o final triste desses coitados!

Como prometido eu vou criar outro e-mail. Dessa vez eu não espalharei ele pelos sete cantos da internet para não acontecer a mesma coisa da última vez... Enfim, deixem aí seus e-mail para conversarmos, trocar umas palavras, umas poesias, um queijinho gostoso da minha velha Minas Gerais (EITHA TREM BÃO)... atualizarei todos as conversas quando der mas é só me cobrar que eu responderei a todos.

Por hora é só e antes que eu esqueça, um erro foi cometido nas sinopses anterior, eu escrevi as coisas do nove no oito, mas tudo será concertado agora!

VII – “Amor de mãe”: Cesar busca opções para o que fazer da vida após o fim do colegial e recebe ajuda de um velho amigo. Como de costume a sua madrasta se intromete na vida dele, mas dessa vez será a gota d’agua. Agora só resta a mamãe para lhe amparar numa época de muitas dificuldades.

VIII – “O futuro pode esperar”: O fim do ano está chegando e antes da reta final, nada como se sentar com os amigos e recordar os grandes momentos que eles passaram juntos... só que quando o passado vem a tona algumas coisas “indesejáveis” podem atrapalhar o futuro. A final do campeonato chega e Davi retorna com os mesmos planos do ano passado, só que dessa vez ele vai descobrir com quem realmente ele está lidando. Cesar terá a difícil decisão de escolher entre o amor ou sua carreira

IX- “É apenas a vida” - ... Esse é misterioso (escutem a porra da música kkkk)(It’s Only Life – The Shins)

X – “Quando você estiver despreparado” – A formatura chega, o baile chega, o fim chega... mas Cesar ainda se sente despreparado para o que virá na sua vida daqui para frente. Nos últimos suspiros será que toda essa história fará sentido? Chega-se o fim e só teremos lembranças desse amor que só nós conhecemos.

Por hora é só, comentem o que acharam do capítulo e concorra a uma viajem para minha cama com mais dois acompanhantes e muita paçoca!! Estarei esperando... Muito obrigado a todos e até o p

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Comentários

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Sei la mas sinto de certa forma tristeza pelo gale... Parece q o cesar nao o ama dee verdade sei la... E em relaçao ao conto... Perfeito..

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Resolveu postar aki tbm ne safado... nao escapara de mim nao... redija um texto funebre pro seu enterro. Muahahaha

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