O "Cu" na vida do ser humano. Sua importância e finalidade.

Um conto erótico de APARECIDO RAIMUNDO DE SOUZA
Categoria: Heterossexual
Contém 1306 palavras
Data: 26/03/2015 19:34:38
Última revisão: 03/02/2016 19:45:24
Assuntos:

O "CU" na vida do ser humano. Sua importância e finalidade.

(*) Texto de Aparecido Raimundo de Souza.

Especialmente para a "Casa dos Contos".

EXISTE UM pequeno orifício na parte traseira de nosso corpo, exatamente à altura do cóccix, ou cóquis (conhecido popularmente pelo nome de osso da alegria), que fica escondido entre as duas partes carnudas e globulares que formam a posterior da coxa, ou a dorsal traseira da cauda, dentro da qual está a bunda, ou mais precisamente onde o rego termina. Esse buraquinho é conhecido pelo estranho nome de cu. Por isso esse trocinho mal cheiroso, de forma redonda e cheia de pregas, diminuto e insignificante, na sua formação, passou a ser uma palavra de terminação grosseira, rude e chula. Linha paralela, o “roscófi”, ou o popularíssimo “rabo”, não é outra coisa senão um local sagrado, divino, venerável, tido pela maioria das pessoas, como algo místico, ilegal, proibido, intocável. Não deveria ser.

Se levássemos em conta, que precisamos do “furico” como necessitamos dos ouvidos, dos olhos, do nariz e da boca, a situação do cu seria diferente. O “rasgado” faz parte da anatomia como elemento essencial e primordial para que o sujeito viva socialmente integrado no meio dos demais da sua espécie, sem ser distinguido, ridicularizado ou escarniado. Imaginem um cara sem o “tuim”. Que situação desesperadora, no instante em que quisesse se livrar das necessidades fisiológicas. À margem da verdade, se veria em papos de aranha. Vislumbrem, prezados, a cena por uma ótica objetiva. Por breves momentos, procurem se posicionar no lugar de um infeliz, sentando a “poupança” gorda, num vaso sanitário, para expelir as fezes. Mas expelir por onde? De que forma? Ele não tem o redondo. Falta a abertura caridosa, o fiofó mágico, o anel de couro. Ponderem, seria uma merda? De fato, meus amigos, uma grande merda!

Nós, seres humanos, de um modo geral, temos mania de menosprezar, desdenhar nossos irmãos, em vista de qualquer raridade, por menor que ela seja. Vem de berço, faz parte da formação, da constituição do caráter. Ainda que o defeito não influencie na capacidade do elemento, sua idoneidade moral, dignidade ou hombridade. Não importa. Basta um probleminha e lá está a criatura relegada, desterrada, banida ao descaso, abandonada à sorte dos maus nascidos, “usque”, a margem das distorções e das aberrações, como se fosse um bicho de sete cabeças, um ser de outro planeta, uma coisa desprezível, inexpugnável, que devesse ser jogada fora ou atirada ao lixo. Sem o “fedegoso”, portanto - espero que todos concordem de forma pacífica -, qualquer infeliz que respire restaria banido literalmente do meio em que estivesse congregado. Em outras palavras, ele seria afastado do ambiente social, retirado do aconchego dos amigos e até do convívio dos parentes mais próximos. As pessoas, com relação a certas anormalidades, são unânimes em aprontar esquisitices as mais estrambóticas. Resumindo, sentem vergonha. Os familiares se revestem com uma máscara intransponível. A sociedade igualmente protegida pelo pejo da hipocrisia vil e barata, não fica atrás. Vai na onda, de roldão e, pior, maltrata, desclassifica, desonra, vexa, afronta, nega a existência. Aqui se encaixaria de excelente tamanho aquele axioma antigo: “pimenta no cu dos outros...”.

Precisamos ter e levar em conta, que o “caneco” não é só um detalhe escondido no meio das nádegas. O “mais cheiroso” não se constitui somente no “cano de descarga”, onde o reto termina, ou por onde as fezes encontram a saída para a liberdade dos braços de Ervi. A “maquininha de picar bosta” tem importante significância no dia a dia da galera. Isto sinaliza que o oritimbó, com toda sua catinga, não existe especificamente para produzir flatulências, feder ou evacuar os excrementos produzidos pelo bolo alimentar. Em nós, homens, o “último esfíncter” desenvolve papel fundamental e de suma importância. Não fosse o “anel-de-honra”, como o médico urologista enfiaria o dedo para examinar a próstata? Lado outro, como os gays do sexo masculino e as mulheres quentes, as lésbicas, sapatões, afins e simpatizantes veriam estrelas coloridas em plena luz do sol, se, na hora do rala e rola não houvesse a liberação do “drude”?.

Além da função biológica, meus amados, o cu assume uma função secundária, de cunho sensual, conhecida como a zona erógena, cujo poder de atração, especialmente pelo sexo feminino, é evidente. Reparem, por exemplo, nas mais antigas esculturas da pré-história, onde as nádegas, e, de contrapeso, os seios, eram exageradamente ressaltados. Posteriormente, essa característica passou a ser usada em ídolos religiosos, representando a fertilidade.

Na atualidade pode ser observado o fascínio das pessoas de maneira geral pelas nádegas, com destaque para o rombo embutido no centro. O poder da atração pelo assento das mulheres, com observância pela “toba”, é um forte apelo usado na publicidade de certos artigos de consumo predominantemente masculino, como cervejas, automóveis e alguns tipos de revistas (não necessariamente de conteúdo pornográfico). Mas notem que se não estiver em evidencia um ânus bem tratado, queimado de sol, bonito e saradão, a coisa não funciona, o produto não vende, “a merda encalha, o peido empaca” como diria o português Manoel Podolski. Sempre o “amarrotado”, na sua forma vigorosa e pujante de cu, deverá estar em evidencia constante.

Sem o cu, portanto, o indivíduo, no gozo ou não, dos seus direitos civis e políticos, não existe. Seja ele o operário comum, o pobre, o rico opulento, o branco, o preto, o amarelo, o lindo, o feio, o novo, o velho - se não tiver um cu no meio das nádegas - os glúteos que formam a bunda perdem a sua serventia, a sua utilidade principal. É esta, pois, meus caros leitores amigos, a importância social do cu na nossa vida. Sem ele somos como um zero a esquerda. Assim como a identidade, a carteira profissional o título de eleitor, a habilitação nos tornam pessoas, nos fazem gente, nos transformam em cidadãos, o cu, além de ser o simbolo químico do cobre, e significar o fundo da agulha, é também a nossa outra identidade às avessas, ou seja, é ele que nos representa nos banheiros da vida, nas privadas públicas. Igualmente é a válvula de escape que nos livra de uma dor de barriga incômoda, e, de igual forma, nos alivia dos peidos enfadonhos e, sobretudo, assume uma atribuição terciária, de caráter puramente sexual. Na maioria dos aglomerados atuais, independente de sua indumentária típica (que pode inclusive chegar à nudez total), as nádegas são encaradas como áreas "tabu" do corpo humano, e, no meio delas, o majestoso e esplendoroso olho do cu, onde o toque só é permitido em casos de extrema intimidade. Em certas regiões, no entanto, um tapa nas nádegas, ou uma dedada no meio da olhota, pode ser interpretado como um cumprimento ou um gesto de incentivo entre membros de um grupo fechado, especialmente entre homens do mesmo sexo que adoram engolir cobra e empurrar o quibe rio acima. Em muitos lugares, o simples espiar para um cu, ou admirá-lo, é considerada uma ofensa grave a exibição deliberada das nádegas nuas. Em outros seguimentos, o cu aparece como fonte de inspiração. Sua funcionalidade é deixar as picas duras, os falos em posição de alerta e os membros eretos, claro, sempre a um passo de um ataque espontâneo de porra.

No Brasil de hoje, as nádegas são consideradas a preferência nacional, não propriamente as nádegas, mas o cu no meio delas, pois o cu, com deferência especial para o feminino, é a região anatômica mais observada pelos homens. As mulheres com o maior volume de bunda sempre foram as causadoras de uma atenção e desejo sexual mais acentuados. E por elas, não tem um sujeito em sã consciência que não bata uma punhetinha memorável, as escondidas, ainda que essa representante do belo oposto seja apenas um poster gigante de uma famosa televisiva qualquer com seus belos dotes do cofrinho exposto.

(*) Aparecido Raimundo de Souza, 62 anos, é jornalista.

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