Minha vida está em suas mãos #03

Um conto erótico de Caio
Categoria: Homossexual
Contém 3411 palavras
Data: 24/03/2015 22:11:58

Olá amigos da Casa dos Contos!

Já faz um meses e dois dias que eu não posto capítulos aqui para vocês. Estava com saudades, mas estava penando a escrever esse capítulo. Eu tentarei escrevê-los em até dez, para correr a história e poder me dedicar aos meus contos que estão parados aqui.

Antes da leitura, vou responder aos comentários dos meus leitores:

Edu19>Edu15 - Obrigado por estar amando os meus contos. Lembro bem dos seus comentários nos meus contos "O amor é passageiro de ônibus" e "Meu amor escolar". Espero que com seus comentários, possamos melhorar essa história.

Atheno - NUNCA NA GALÁXIA que Caio tenha interesse no João! Ele está mais para "pai" do Caio do que "ficante" dele. A história de amor será entre Caio, o sequestrado, e Guilherme, o sequestrador. O Guilherme é do tipo machudo, mas o foco aqui é mais o amor do que a macheza dele. Mas se quiser, eu posso dar uma personalidade de macho garanhão e dominador ao Guilherme.

Vamos à leitura!

Como já havia dito, minha vida mudou um pouco com o sequestro. Eu fiquei um pouco receoso por onde eu ando. Deixei de andar com alguns pertences que julguei valioso demais para andar pela rua. Perdi um pouco da minha alegria de viver. Mas essa fobia foi desaparecendo com a ajuda do João. Ele me mostrou que a vida continua e que não deveria deixar que o fato lamentável me impedisse de viver.

E assim fui vivendo a vida, entre encontros e despedidas. Até um dia em que conheci o cara ideal pra mim. E por incrível que pareça, foi no mesmo restaurante onde eu conheci o João. Lá estava eu, com o prato pronto e fui procurar um lugar para sentar. As mesas ficam lotadas quando é horário de almoço. Esse restaurante self-service popular é o melhor da região, por isso fica lotado quando chega o meio dia.

Fiquei uns cinco minutos na caça às mesas livres até que eu encontro uma, no melhor lugar do restaurante. Eu fui rapidamente pegar o lugar pra sentar. Entretanto outro rapaz também viu a vaga. Gente, nós corremos para ocupar aquele lugar que nem duas crianças disputando uma cadeira na brincadeira "dança das cadeiras". Quem já brincou sabe muito bem o mico que foi sentar na cadeira. Foi ridículo: dois marmanjos agindo como duas crianças doidas pra sentar na mesa.

Eu ganhei a mesa por um passo de diferença. Eu dei um sorriso maroto, mas me senti uma pessoa ruim quando o vi em pé, desanimado, a procura de uma mesa pra sentar.

EU: Ei cara! - ele se virou para a minha direção - sente-se aqui comigo.

Ele deu um sorriso e se sentou na mesa.

CARA: Obrigado... Fiquei impressionado com tua agilidade para ocupar essa mesa...

Eu sorri

EU: Ah... Obrigado! Eu acho... - fiquei tímido - Mas é como dizem: farinha pouca...

CARA: Meu pirão primeiro. - risos - Meu pai vice dizendo isso.

EU: Um amigo meu também. Eu sou o Caio. Prazer!

CARA: Muito prazer em conhecê-lo, Caio. Eu sou o Guilherme.

EU: Que homem de bons modos é você, senhor Guilherme! - rimos juntos - Deixando a formalidade de lado. O que faz da vida?

GUILHERME: Por enquanto nada. Eu estou ocupado resolvendo problemas e não tive tempo para estudar. Mas penso em fazer ADM.

EU: Interessante! Eu sou o dono de uma oficina de carros perto da minha casa. Mas antes que diga alguma coisa, eu sou pobre, viu?!

Guilherme riu do meu comentário. Ele tem um sorriso tão natural, aqueles olhos negros tem um brilho que me atraiu. Ele é um típico cafuçu: moreno jambo, cabelo "duro", mas cortado à máquina, dando a aparência de um militar. Ele tem um corpo definido, não musculoso. Ele vestia uma camisa de manga curta branca com listas pretas e uma calça jeans azul escuro nova. Eu gostei do que vi, só não sei se ele gostou do que ele vê em mim.

Não sei se ele gosta de homem, ou de um homem em especial. Um magricela, alto, cabelo liso, porém curto, usando óculos, olhos castanhos escuros, vestido com uma camisa azul bebê e calça preta. Às vezes eu entendo porque nunca chamei a atenção das gatas da minha rua.

GUILHERME: Se sua oficina precisar de um gestor, já sabe quem procurar!

EU: Com certeza...

Passamos meia hora conversando e almoçando com o Guilherme. Ele é uma cara bem extrovertido, tem muita bagagem e conversava sobre tudo. Claro que ele usava gírias de rua, de quem mora em comunidades ou favelas. Resolvi perguntar.

EU: Guilherme, eu percebi que você usa um linguajar comum. Desculpe-me perguntar, mas de onde você é?

GUILHERME: Eu sou da comunidade de Deus. - nessa hora, o meu sorriso se desfez e ele percebeu - O que foi? Por que você ficou bolado quando eu falei que sou da comunidade de Deus. Você não gosta do povo que mora lá?

EU: Não, não... Jamais! - fiquei envergonhado - Tive um problema no passado nesse lugar. Mas deixa pra lá.

EU: E aí, costuma ir à praia daqui?

GUILHERME: Com certeza! Eu amo o sol da cidade. Sabe, o sol é o mesmo em todo o lugar, mas as vezes acho que o sol daqui é melhor do que do resto do país. E olha que eu já fui à muitas praias.

EU: Já eu não tenho tempo para curtir a praia, mas vou ver se pego um bronze neste sábado.

GUILHERME: E que tal se formos juntos, você e eu na praia no sábado? - ele deu um sorriso tão lindo e com aqueles olhos negros que pareciam me puxar para dentro deles, eu não tive forças para recusá-lo.

EU: Tá bom, você conseguiu! Eu vou contigo, Guilherme.

Trocamos números de telefone e fomos embora, ele foi pro caminho dele e eu, voltei para a oficina. Fui o trajeto inteiro sorrindo igual a bobo apaixonado.

EM UM DOS ACESSOS À COMUNIDADE DE DEUS

GUILHERME: É, esse Caio parece ser uma pessoa legal. Ele é um pouco gordinho, tamanho normal, pele normal, mas aquele sorriso e seu bom humor... - ele suspira - Será que eu, o chefe dessa comunidade, estou interessado nesse homem. Logo eu???

Com essa pergunta, Guilherme subiu o morro para chegar numa casa, aonde ele gerencia o tráfico. A casa parece um sala de RH de empresa: tinha documentos, armários, muitas pastas e mesa de trabalho. Quem entrasse ali NUNCA desconfiaria que o negócio ali era os entorpecentes.

Durante a tarde, enquanto analisava o caderno de devedores da comunidade, o sequestrador pensava no sequestrado, que agora era seu amigo. As imagens mentais do Caio lhe tiraram a concentração. Ele resolveu sair mais cedo do "escritório" e foi pra casa.

JOÃO: Gui? Chegou cedo em casa hoje? O que aconteceu? - disse o pai do Guilherme, depois de estranhar a presença do filho em casa.

GUILHERME: Sim, pai. Eu não tinha cabeça para o trabalho hoje. - Eu acho que estava com cara de tristeza, porque ele veio e até mim e me perguntou:

JOÃO: Tem certeza, filho?! Você sabe que sou seu confidente, e tá na cara que tem algo perturbando tua cabeça. Vai! Me conta!

GUILHERME: Eu conto... Às vezes você consegue o que quer comigo. - me sentei no sofá e meu pai fez isso em seguida - O problema pai é que tem alguém que não sai da minha mente, e esse alguém está mexendo comigo e muito rápido...

JOÃO: Está apaixonado! - disse com aquele tom de voz feliz de alguém que descobriu o nome da namorada - Meu filho está apaixonado! - ele sorriu - Quem é a mulher? Eu a conheço?

GUILHERME: Aqui é que está o problema: É um cara... Eu estou apaixonado por um homem!

O João fez uma cara de surpresa que nem a vítima de traição descobre sua mulher transando com o seu melhor amigo. Em seguida ele ficou sereno.

JOÃO: Meu filho, eu nunca imaginei que ouviria isso de você, mas eu sempre te apoiarei. Eu sou o teu pai e te amo. Não me importa que você esteja apaixonado por um homem, mas sim que você seja feliz. A minha maior alegria, filho seria se você largasse essa vida do tráfico. - disse meu pai, olhando pra mim e segurando as minhas duas mãos.

GUILHERME: Pai, você sabe que sair dessa vida, no estado que estou agora é quase impossível.

JOÃO: Eu sei, mas se ainda existe uma esperança para isso acontecer, eu não irei desistir!

GUILHERME: Eu também, pai. E obrigado por me aceitar mesmo te dizendo que eu estou gostando de um homem. Não deve ser fácil você ouvir isso de mim, mas eu me dei conta disso hoje.

JOÃO: O que eu posso dizer? Existe a possibilidade de eu ser avô? - perguntou de uma forma tão engraçada que me fez rir automaticamente, rimos juntos.

JOÃO: E eu posso saber quem é o felizardo que ganhou espaço neste teu coração?

GUILHERME: Ainda não, pai. Ele ainda não sabe que o gosto e preciso ter certeza também se ele vai gostar de mim depois de saber dessa minha vida.

Isso é verdade, mas o verdadeiro motivo de não revelar o nome do amado pro pai é para que ele não conte para Caio que o Gui é o sequestrador que quase o matou naquela fatídica noite.

Enquanto isso na cozinha de sua casa, enquanto preparava o café, Caio ainda pensava no Guilherme.

EU: Guilherme, esse cara não sai da minha mente. - dizia para si mesmo em pensamento - Eu não me entendo: Nunca fui de olhar para homem nenhum e agora me pego pensando nele... Eu acho que estou apaixonado por ele. Mas isso está errado! Errado porque não se deve apaixonar por alguém que não conhece bem. Que tipo de paixão é essa?

Fiquei tão distraído em meus pensamentos que acabei cortando meu próprio dedo assim que o meu celular tocou.

EU: AI! Que merda! Cortei meu dedo... - e foi pegar o telefone que havia deixado na estante e ao mesmo tempo chupava o dedo ferido.

EU: Alô!

GUILHERME: Alô! Aqui é o Guilherme, o do restaurante.

EU: Oi Guilherme...

GUILHERME: Caio? Você está com uma voz estranha. Eu te acordei? Desculpa se...

EU: Não não não não! - disse muito rápido - ainda nem dormi. Minha voz está estranha porque eu acabei de cortar meu dedo e o estou chupando enquanto falo contigo

Guilherme riu do outro lado do telefone, deixando Caio vermelho de vergonha.

GUILHERME: Me desculpe por estar rindo da tua cara, mas é engraçado imaginar você falando e chupando dedo.

EU: Ha-ha! - ¬_¬ - Engraçado, né?! Queria ver se fosse contigo...

GUILHERME: Eu sei bem como é. - falava isso porque já foi pro hospital por causa de um corte de faca, mas em vez de ser um dedo, foi no braço, em uma briga de gangues - Mas eu te liguei pra saber se está tudo certo pro sábado. Pra praia...

EU: Tudo certo! Quero ver se realmente vai valer a pena ir a praia curtir o melhor sol de praias que você conhece.

GUILHERME: (rindo) Certo! Agora onde vamos nos encontrar? Bem, eu vou te levar de carro, e por isso preciso te encontrar em algum lugar.

EU: Não precisa não! Eu tenho carro, eu mesmo posso ir e nos encontramos lá...

GUILHERME: NADA DISSO! - a voz dele saiu um pouco alta demais - Desculpa, mas não há necessidade disso.

EU: Mas por quê?

GUILHERME: Ora... É... Porque seria desnecessário nós dois irmos de carro se o meu cabe nós dois. Um carro só é suficiente e ainda sobra.

EU: Realmente! Você tem razão.

GUILHERME: Eu sempre tenho razão.

EU: Convencido! Então concordo em que vamos pra praia no teu carro. Mas a praia que você fala é tão longe que iremos precisar de carro?

GUILHERME: É sim, porque essa praia fica longe da cidade e prefiro que vamos de carro.

EU: Tá certo. Anote então o meu endereço para você vir aqui me buscar.

Eu informei para o Guilherme o endereço da minha casa e me despedi dele. Depois tive que colocar o curativo no meu dedo cortado. Reconheço que sou um desastrado e distraído, e de vez em quando eu acabo me cortando com muitos objetos perfuro-cortantes.

Fui dormir mas desde o momento em que recebi a ligação eu senti que algo vai acontecer comigo nesse local. Eu não sei explicar se esse sentimento é bom ou ruim, mas eu o sinto. Fui dormir com esses pensamentos na minha cabeça.

*********

São quase duas horas da tarde. Já já o Guilherme estaria aqui. Por isso estou desde cedo me arrumando para ir à praia. Vocês devem achar estranho alguém se arrumar para ir à praia, mas eu queria chamar a atenção dele se existisse a mínima chance de ele se interessar por mim.

Eu estava usando uma camiseta de algodão, sem mangas e vermelha, uma bermuda de tactel azul marinho com muitos bolsos, para por meus documentos e celular. O protetor solar, um pano para por na areia da praia e uns petiscos estavam na minha mochila preta que levava nas costas.

Duas horas em ponto. Eu escuto uma buzina de carro na porta de casa - era ele, o Gui! Eu vou correndo até a porta, parei em frente a ela, olhei ao meu redor para ver se havia esquecido nada em casa. Respirei fundo para não demonstrar excessiva euforia pela presença dele e abri a porta.

Eu vejo o Guilherme e fico admirando-o todo. Ele estava com uma camiseta preta com detalhes em azul escuro. Ele vestia um short branco, de tecido bem fino, porque eu vi a cor do sungão vermelho dele. Aqueles olhos negros...

GUILHERME: Caio... Caio!

Eu despertei do meu transe...

EU: Oi. Desculpa, eu estava distraído.

GUILHERME: Percebe-se... Então, vamos?

EU: Sim, vamos à praia.

Entramos no carro dele, um Gol, e seguimos viagem para a praia. No caminho fomos conversamos. Ele é um cara inteligente na medida certa. Os temas eram variados: Futebol, mulheres, fatos da vida da gente, humor até que chegamos no tema relacionamento.

EU: Gui, já que você está tão romântico assim, eu quero saber: seu coração já tem dona?

GUILHERME: Caio, meu coração é que nem uma pena: Livre, leve e solto! - risos - Na verdade faz um tempão que não namoro, só dou uns pegas aqui e ali... As mulheres que conheci são muitos superficiais, só querem sexo, prazer. Mas nenhuma delas valeria a pena.

EU: Entendo... Achar uma mulher que valha a pena é tão rara quanto ganhar na loteria.

GUILHERME: Verdade... E você? Tem alguma mina em mente?

EU: Na verdade, eu nunca namorei na minha vida.

Minha cara de vergonha fez ele parar o carro e olhar diretamente pra mim.

GUILHERME: Pera aí... Você é donzelo?

Eu fiquei vermelho de vergonha.

GUILHERME: Desculpa por me meter na tua vida.

A situação ficou constrangedora, tive que quebrar o clima respondendo a pergunta dele.

EU: Não... Tudo bem. Eu sou "donzelo" - fiz aspas com as mãos - como você diz. Eu sempre fui muito tímido e nunca chamei a atenção das mulheres. Sou feio para elas...

GUILHERME: Você não é feio! - ele afirmou isso com um olhar estranho, parecendo que ele me comia com os olhos - talvez você ainda você não encontrou a pessoa certa pra você.

EU: Talvez... - disse olhando pra janela do carro, para que ele não percebesse que eu tinha um interesse por ele - mas ainda tenho muita coisa pra viver ainda.

GUILHERME: É verdade.

EU: Mas mudando de assunto, onde é que fica essa praia? Estou ficando curioso...

GUILHERME: É surpresa! Você vai ter que descobrir isso lá.

E lá fomos nós pela estrada até essa tal praia secreta. Saímos da nossa cidade e chegamos a um município da região metropolitana. Após dias horas de viagem, chegamos ao tal local.

O que eu vi foram árvores por todos os lados, além de uma área aberta com dois carros estacionados. A exuberância da flora ali encantou meus olhos. Entretanto...

EU: Gui, cadê a praia?

GUILHERME: Calma! É aqui, mas temos que caminhar um pouco.

EU: Eu não sei não, mas eu só vejo árvores. Cadê a areia, o mar, os bares e os vendedores de queijinho coalhado?

GUILHERME: Calma, seja paciente e você vai ver.

Se ele disse que aqui tem praia, quem sou eu pra duvidar? Mas resolvi acreditar nele e o segui.

Quando terminamos com a caminhada, eu confesso que fiquei vislumbrado com o que meus olhos viram. Existia uma praia na parte de trás daquelas árvores. A areia era de um tom bege bem clarinho, parecia que nenhum ser humano havia pisado ali. O mar era de uma mistura perfeita de verde e azul.

EU: Que perfeição!

GUILHERME: Eu sei. Eu sabia que você iria se amarrar nesse lugar. O visual daqui é o melhor.

EU: Só o visual? E essa areia limpíssima? E esse mar que mais parece uma pintura em aquarela? Parece um oásis no meio do Saara!

GUILHERME: Se você gostou do que está vendo, venha até o mar!

E seguimos juntos para o mar. Eu achei que a água estaria fria, mas ao tocar meus pés ali, senti o mar na temperatura certa. Eu fiquei feliz ali e me sentia muito bem.

GUILHERME: Então, valeu a pena vir comigo para essa praia?

EU: Se valeu a pena? - abri um sorrisão - Muito obrigado Gui por me trazer aqui e apreciar quão bela é a natureza! Essa praia é incrível!

GUILHERME: Por nada. E eu a descobri por acaso, voltando de uma cidade próxima. Meu carro quebrou bem aonde ele está estacionado hoje, e eu fiquei algumas horas aqui esperando o reboque. Enquanto isso fiquei vagueando pela floresta e foi aí que eu achei esse lugar.

EU: Legal, que aventura. É quase um paraíso particular teu. Agora vamos aproveitar a praia, né?!

Passamos a tarde inteira naquele paraíso até que sentimos gotas de chuva. Ao olharmos para o céu vimos uma grande e negra nuvem se aproximando da praia.

EU: Guilherme, vai cair um toró daqui a pouco.

GUILHERME: Verdade. Vamos pegar nossas coisas e zarparmos daqui.

EU:Ok.

Mal completei a palavra, começou a cair a chuva. Começou tímida, mas no minuto seguinte, veio uma tempestade. A gente correu muito, mas nem adiantou: Chegamos no carro bem molhados, só não ficamos encharcados por causa da floresta, que retia a chuva.

O problema é que gripei quase que instantaneamente. Só pra informar, eu estava meio doente por esse tempo. Eu estava com os anticorpos fracos e ontem eu me recuperei de uma gripe.

EU: Aqui está frio. Não acha?

GUILHERME: Oxe Caio! O carro está todo fechado, e mesmo com o ar ligado aqui está muito quente.

EU: Ok. - disse num tom de voz desanimado.

GUILHERME: Caio, você está bem? Você está tremendo! - afirmou surpreso. Logo ele se aproxima de mim e toca a minha testa por alguns segundos e depois meu pescoço.

GUILHERME: Caio! Você está com febre! E parece estar bem alta. Vou te levar pro hospital agora!

Ele ligou o carro e saiu em disparada sentido à cidade. Por infelicidade da vida, o pneu dianteiro do carro dele estourou e afundou parcialmente num lamaçal formado pela tempestade.

GUILHERME: Merda, merda! - disse ao socar o volante - Caio, estamos presos aqui na tempestade!

EU: Tudo bem, Gui. Teremos que esperar a tempestade passar aqui dentro - sabe, eu sentia um frio tão forte que tentava a todo momento me esquentar com um lençol que estava no carro dele.

GUILHERME: E agora? O que eu faço? - ele falava para si mesmo.

EU: Por favor, me abrace! Eu sei que é estranho te pedir isso, mas me esquente com o teu corpo!

Acho que Guilherme estava tão nervoso com a minha doença e com a pane do carro que ele fez isso sem me questionar, nem me olhar com uma cara feia. Ele apenas se aproximou de mim e me abraçou. Eu senti um calor tão acolhedor vindo dele, que relaxei. Ele parece que relaxou ali comigo em seu colo.

De repente o rádio começou a tocar o instrumental de Way Backing into love, do filme Letra e Música. Parece que algo me atraía para bem perto dele, e ele se aproximava de mim do mesmo jeito. Estávamos com os rostos bem colados, nariz com nariz. Tinha medo dele me rejeitar, mas a vontade de tocar aqueles lábios foi maior.

E ali, no meio de um temporal, dentro de um carro fechado, Guilherme e eu demos o nosso primeiro beijo, o meu primeiro beijo de amor!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive R.S. a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Nossa q história perfeita, continua :)

0 0