Neto, o moto-boy que virou a minha cabeça – Parte 14 (Semi-Final)

Um conto erótico de garotodoscontos
Categoria: Homossexual
Contém 2538 palavras
Data: 16/02/2015 21:24:02

Ele nos olhando e eu ali. Sem ação. Até onde ele ouviu e viu aquilo tudo? O Neto, depois de um tempo, também o enxerga.

– Quem chamou esse viadinho aqui? Se manda mané? Você perdeu! Não enxerga que você está sobrando aqui?

- Epa! Neto! Cala a boca! Cala essa boca… Henrique, não é nada disso que você pode está pensando, eu explico pra você mais tarde.

- O que você vai me explicar? Não precisa, acho que você já fez sua escolha, não é isso? Por isso você estava tão estranho comigo ontem? Por isso que você estava tão mudado? Já tinha decidido né? E quando ia me contar? Amanhã? Mais tarde? Nunca? Mas agora, que bom, não vai precisar né? Já presenciei tudo.

- Te manda sujeito, antes que eu arrebente tua fuça, eu vi ele primeiro… Eu cheguei junto primeiro… Se manda – Dou um empurrão no Neto e tento me aproximar do primo.

– Deixa eu explicar cara, por favor, eu estava resolvendo tudo aqui já! – Tento tocar nele, mas ele se afasta de mim como se eu fosse uma criatura nojenta.

- Não toca em mim… Não encosta em mim… Você não precisa se dar ao trabalho mais… Eu vi tudo e você não precisa explicar nada – Ele já começando a chorar.

– Porque você não me disse ontem que já tinha feito sua escolha? Porque você me deu tanta esperança? Porque você fez isso comigo cara? O que eu fiz pra você hein? – Suas lágrimas corriam cada vez mais intensas – Será que eu não fui tão bom quanto ele? Será que eu merecia menos do que ele? – Chorava cada vez mais… – Poxa, cara… Eu merecia isso? Conta! Eu merecia isso?

– Não foi nada disso cara! Eu estava tentando resolver as coisas… Apenas isso, você entendeu mal.

- Eu entendi mal? Eu? Você chega mais cedo do estágio, preocupado com o cara que você ama. Vai ao trabalho dele, ele não está mais e quando chega na casa dele pronto para ajudar em alguma coisa, o que eu encontro?

- Você nos encontrou sujeito fazendo algo que era só nosso antes mesmo de você existir, você não está sacando que você nunca deveria ter se metido nisso, viadinho, some daqui, desaparece!

Ele conseguiu fazer o Henrique explodir, ele se aproximou do Neto e com toda a força que ele pode e deu um soco no rosto do Neto, algo que ele não esperava que fosse acontecer. Talvez pela surpresa ou mesmo pela força, não sei, mas o Neto foi ao chão aos berros e urros…

- Viadinho FDP! Olha só o que você fez! – Tentou se levantar mas não conseguiu – Olha o que você fez? Eu vou te pegar seu viado, você me paga por essa…

– Olha só que fala… Viadinho né? Fala de mim mas não se toca de sua situação, se enxerga seu imoral e aprende a respeitar os outros, talvez seja isso mesmo, falta o respeito… Vocês dois se merecem mesmo – Suas lágrimas continuam a cair.

Eu ainda tento falar alguma coisa, mas ele não permite.

- Não, não fala nada e ajude seu namorado a se levantar, ao menos isso. Eu tenho certeza que eu não merecia passar por isso, mas o que vocês fizeram? Porra, será que não podiam ter me avisado, ao menos? Precisavam fazer isso? Se dar ao trabalho de fazer isso comigo, cara, que tanto te amei…

- Amou?

- Sim… Amei… Traição não tem nada a ver com amor. Quem ama respeita e não trai, quem ama cuida, mas, o que você sabe disso?

- Eu te amo Henrique, eu te amo cara..

- Ama? Ama nada! Você não ama nada! Pena que eu só fui saber disso agora! Talvez você nem saiba o que é isso afinal, porque quem ama de verdade jamais faria isso com alguém.

Me levanto, já com raiva, ele precisava me escutar, tinha que me escutar…

– Mas você não está deixando eu falar, eu preciso me explicar, não foi nada disso, você entendeu tudo errado.

- Não gaste seu latim a toa, eu não preciso de palavras. Uma coração não precisa de palavras quando os olhos já viram tudo e se dão por satisfeitos, nada que você tenha a me falar vai mudar isso que eu vi agora.

E vai em direção à porta ainda chorando muito com seus olhos cheios de lágrimas, olhos que já vi brilhando e estão opacos tristes demais… Também começo a chorar copiosamente, eu corro até ele e me coloco em sua frente…

- Você não vai sair enquanto não me escutar.

- Se você não sair da minha frente agora, eu passo por cima…

- Se você tocar um dedo nele, seu imbecil, eu acabo com você, grita o Neto, ainda no chão.

- Cala essa boca Neto! Cala a boca!

- Acho melhor você ir até o seu amorzinho e sair da minha frente. Prometo que não me colocarei mais em seu caminho.

- Não fala assim cara… Você não precisa falar assim, me deixa explicar!

Coloco as mãos nele e ele as retira e me empurra para o lado. Não um empurrão violento, mas um empurrão leve e sentido.

- Deixa esse mané ir embora pois aqui não é o lugar dele mesmo. Se ele tivesse vergonha na cara, ele não teria se metido onde não era chamado… Nunca deveria ter se metido entre nós dois. Nunca! Vá embora, dona flor, deixe nós dois em paz.

Ainda mais ofendido, ele se volta para o Neto. Nunca vi aqueles olhos assim antes, tão enfurecidos. Ele vai em direção ao Neto mais uma vez e tento segurar ele, mas não posso. Ele da um chute no abdômen do Neto, que urra de dor e cai, caralho! Não pode ser! Isso tudo só pode ser um pesadelo, uma grande pesadelo. O que eu faço? O Neto ali, no chão urrando de dor e o Henrique chorando e saindo. Eu ainda vou atrás dele, mas ele para e me olha.

- Fica ai com esse verme e me deixa em paz. Não se preocupe que não causarei mais problemas pra vocês dois, não lhes darei o trabalho de ver minha pessoa novamente.

- Não vai cara, me espera, olha só como ele está ali! Me espera!

- Não, vaso ruim não quebra. Ele vai ficar bem, ajuda ele, vai. Vai lá com seu amor e me deixa em paz que eu farei isso a vocês também. Finge que eu não existo, de bem que depois disso tudo, acho que eu nunca existi mesmo pra você, até nunca mais!

- Mas… mas eu te amo cara.

Ele se volta pra mim com suas lágrimas caindo do rosto e lança um olhar frio em minha direção. Nunca tinha visto aquilo antes, deveria ser a forma dele me dizer Adeus! Aquilo acabou comigo e me destruiu. Enquanto ele saiu eu fui caindo no chão e vi ele sumir, e eu sumi dentro de mim mesmo. Estava transtornado, estava ficando maluco. Meu plano não deu certo, o tiro saiu pela culatra e agora? Para onde ir? O que fazer? Fiquei ali, chorando, soluçando, um buraco se abriu e eu cai dentro dele.

Fiquei ali largado no chão, chorando, aflito, angustiado e sem noção do que eu deveria fazer enquanto o Neto ficou ali, balbuciando algumas coisas. Debochando do Henrique e falando mal dele.

- Hahahahahaha o viadinho se foi. Agora somos só nós dois, só nós dois como nunca deveria ter deixado de ser. Que viado da porra. Quem ele pensa que é? Surge do nada e quer meter a mão no que é meu? Não! De jeito nenhum, sorte dele que me acertou em cheio, mas ainda pego aquele babaca.

Ouvindo aquilo tudo, uma raiva insana foi me subindo pela espinha. Levantei a cabeça e fiquei olhando para ele que parecia um bêbado, mas estava em sã consciência, lúcido. Fiquei olhando para ele e me dizendo: O amor é cego mesmo, só pode ser, como pude gostar de uma cara assim? O amor nos deixa cegos mesmo, fiquei olhando para ele e me revoltando com cada palavra dele. Estranho pensar isso tudo de alguém que até dia desses eu era louco de paixão e por quem estava tão apaixonado.

Ele começa a me olhar.

- O que foi já? To falando alguma besteira? Alguma coisa que eu não deveria?

- Foi a única coisa que você fez até aqui, Neto.

- Você devia era me agradecer por ter te livrado daquele cara chato.

- Você não tem noção do que está falando. Aquele cara que você esculachou é muito especial, especial demais.

- Oras… vejam só… Vai me dizer que se engraçou para o lado daquele babaca.

- Talvez sim, talvez eu não só esteja me engraçando por aquele babaca, mas sim apaixonado por ele.

- Tá brincando! De boa cara! O único cara por quem você está apaixonado sou eu! Eu sou o único que pode te fazer feliz, de verdade. O que aquele carinha lá podia fazer por você? Nada!

- Você que pensa! Aquele carinha lá é especial. Não apenas por ser meu primo, mas por ser meu amigo, por seu uma pessoa que me fascina!

- Não foi o que eu percebi, o babaca nem mesmo quis te ouvir. Não confiava nada em você, babaca mesmo. Não te merece cara.

Aquelas palavras me deixaram enfurecido. Me levantei, fiz uma rápida avaliação do estado dele e não estava tão ferido assim. Dei a mão para ele, que se levantou mais rápido do que eu esperava, demonstrando está melhor do que transparecia. Ele veio pra cima de mim, na esperança de conseguir alguma coisa.

- Não! Já disse! Já fiz a minha escolha e você fez a sua. Pronto! Já pode ir embora!

- Qual é cara! Vai ficar nessa? Não ve que o carinha foi embora e não quer mais papo com você? Eu ainda estou aqui porque te quero demais. Fica comigo vai, deixa o maluco lá de lado. Ele nem se importa com você mesmo.

- Tudo o que ele fez e falou foi por sua causa. Você me ouviu e deveria ter me obedecido quando eu te mandei ir. Acabou cara! Entende isso! Acabou! Já era!

Ele também estava com raiva.

- Você não pode está falando sério!

- Nunca falei mais sério em minha vida! Não da mais! Pronto! Vai lá com sua namoradinha e me deixa em paz! – Ele estava vermelho de raiva, olhou pra mim e apontou o dedo.

- Você não pode fazer isso comigo, Mateus! Você não pode, quem disse que você pode me deixar assim e pronto? Não comigo… Você não vai fazer isso comigo não!

Começou a andar de uma lado para o outro, transtornado, eu tomei a palavra.

- Ou o que? Vai partir pra cima de mim? Repara que temos quase o mesmo tamanho e força. Eu apanho mas você apanha junto!

- Não… Você só pode está brincando mesmo, me largar por aquele lixo!

- Ele tem nome e é Henrique. Você já não não disse que ele não quer papo comigo? Relaxe e desapareça da minha frente, me deixa em paz.

- Você não pode me deixar, você não pode.

- Você já me deixou primeiro, esqueceu? Você já me abandonou, de certa forma, suma!

- Não! Eu já te expliquei que…

- Suma da minha frente. Eu não falo mais por mim, se você continuar nisso, eu faço a mesma coisa que o Henrique fez. Aliás, eu começo o que ele terminou. Imundo!

- Do que você me chamou?

- Disso tudo que você bem ouviu. Sai daqui, some cara.

- Não vou te perder desse jeito. Não vou!

- Você já me perdeu quando me sacaneou e você bem sabe disso. Desaparece, vamos! Suma!

Ele ficou desnorteado. Derrubou umas coisas em casa e depois veio em minha direção. Achei que fosse me bater, se fizesse isso ele ia apanhar muito, muito mesmo.

- Se eu não ficar com você, ninguém fica! O que sua família vai achar disso tudo, hein? O que eles vão dizer quando souberem que você e seu primo andavam se pegando por aí? E ainda, namorando, diz que? Kkkkkkkkkk Acho que não vão ficar felizes.

Foi a gota d’água! Dei um murro na cara dele, no meio da cara.

- Caralho, cara! Você fez isso! Por que você fez isso?

- Em homenagem à minha família e à sua, quando souberem do que nós fizemos aqui. E sua namorada? Patrícia! Coitada! E sua moral vai ao chão! Você já se tocou disso?

Ele não estava esperando por essa! Vei até mim apontando o dedo.

- Você não se atreveria a dizer isso! Você sabe que ia ser fim da minha vida!

Segurei o dedo dele e abaixei.

- O mesmo digo a você. Se você contar alguma coisa, no mesmo diz sua família vai saber de tudo. Não me provoque! Nem tente fazer nada contra mim porque eu uso a mesma moeda.

- Você não teria coragem.

- Experimenta! Vai lá! Experimenta!

Ele ficou me olhando e revidei o olhar. Depois de um tempo ele sai, quebrando mais umas coisas.

- Isso não vai ficar assim cara, não vai.

- Não vai mesmo não! Desapareça da minha frente!

Ele ficou me olhando durante um segundo e depois saiu. Fiquei de pá em algum tempo, depois de sabei e desatei a chorar como um louco. Me jóquei no chão e fiquei ali, certo tempo. Depois me levantei e arrumei as coisas que estavam pelo chão. Não queria perguntas de mais ninguém, já chega. Fui para o meu quarto e comecei a ligar para ele, desligado. Mandei muitas e muitas mensagens e nada de resposta, tomei um rápido banho e tornei a ligar mais tantas vezes e nada, mais mensagens e menos ainda. Já estava ficando desesperado, queria ir na casa dele mas não ia adiantar, fiquei em casa mesmo e tentando mas não consegui nada. O desespero e a preocupação foram ficando bem fortes que sai, passei pela casa dele e nada. Não queria entrar e então perguntei para a mãe dele se ele estava.

- Sim, Mateus. Ele acabou de chegar e estava com dor de cabeça. Pediu para não ser incomodado.

- Tudo nem tia, outra hora eu volto.

Fui pra casa. Minha mãe já estava lá e tentei parecer natural. Fui para a cama, eram 19 horas e minha mãe bate. Não queria e nem podia ser ignorante com ela.

- Quer comer alguma coisa filho?

- Não, mãe. Obrigado! To com um pouco de dor de cabeça. Assim que passar eu como alguma coisa.

- Tudo bem então, remédio do armário.

- Tudo bem.

Fiquei ali um tempão chorando e olhando para o teto. Dormi, não tive sonhos e nem nada até que acordei por volta das 8 horas, olhei no celular e nada! Nada! Nada!

Tomei um rápido banho, me vesti e fui atrás dele. Chegando lá, bati, a minha tia atendeu.

- O primo já acordou?

- Vixe Mateus, já sim, há bastante tempo.

- Eu preciso muito falar com ele.

- Não vai dar meu filho.

- Porque tia?

- Bem a tia dele ofereceu um emprego nas férias, ele não estava muito afim mas mudou de ideia – Meu coração esfriou. – Aí ontem ele mudou de ideia e ligou para ela. – Continuou ela.

- Mas e ele? Está aí ainda?

- Não, querido. Ele já saiu cedo! Foi para a casa dela e de lá foram para o aeroporto.

- O que? Ele foi embora?

- Sim, há umas duas horas.

Putz, sem chão de novo!

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CONTINUA (...)!

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Comentários

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Já imaginava que aconteceria isso. Lamento muito pelo Mateus e pelo Henrique.Agora a situação fica mais complicada. Mateus ode ir atrás do Henrique, mas isso significará que ambos terão que assumir o relacionamento. Contudo, ainda espero que os dois se acertem. É incrível como existem pessoas iguais ao Neto. Não sabem ser dignos esão tão vis que estragam a vida dos outros. Um abraço carinhoso,

Plutão

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Trágico! Agora vamos correr atrás do preju

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Poxa, apesar de tudo Mateus merecia se explicar, os dois erraram e só vão se fazer infelizes, ansioso pelo final!

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Eu sabia que isso ia acontecer! Pior. Sinceramente...

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Esse negocio de tentar resolver as coisas, sempre da merda, sinceridade sempre...

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Ah que triste, mas bem q o Matheus mereceu...:( espero sinceramente q ele faça alguma coisa certa...

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