Corpo e Alma IX

Um conto erótico de Irish
Categoria: Homossexual
Contém 1718 palavras
Data: 04/02/2015 16:59:25

Com um pouco de esforço e boa vontade, talvez pudessemos classificar nossa relaçao de um namoro, embora nada formal fosse dito nesse sentido. Fabinho e eu agiamos devagar um com o outro, como se lidassemos com coisas muito delicadas, com sentimentos ainda em processo de florescimento e, por isso, especialmente frageis.

Eu o via aos finais de semana, dias escolhidos por nos dois para passearmos pelo shopping, ir ao cinema, fuçar as livrarias e à noite, jantar em algum restaurante ou pizzaria. Durante a semana ele me telefonava toda noite, e às segundas e sextas -feiras mandava em meu trabalho uma caixinha de chocolates confeitados ou docinhos finos, com um bilhete carinhoso onde apenas assinava com suas iniciais. Era uma gentileza que mostrava o quanto ele estava feliz comigo, aumentando ainda mais aquele sentimento novo, excepcional e inesperado que surgia em mim aos poucos.

As ocasioes para beijos e abraços eram muito poucas, estavamos sempre rodeados de gente, em lugares publicos, e muitas vezes mal nos encostavamos. Numa tarde de sabado em que os pais dele estavam fora, bem como a irma com o namorado gilete, Fabinho e eu tivemos um momento de amasso apressado no colchao esquisito que nos embalava morosamente; o garoto parecia esfomeado, queria me devorar labios e lingua, e com certa vergonha logo nos percebemos excitados. Ele corou muito, pondo uma almofada de cetim magenta sobre sua virilha.

- Sei que ainda nao estamos prontos _ disse, me olhando de pertinho _ Mas parece que eles nao entendem...

Demos risada, nos olhando, e eu tendo uma suspeita de qual seria o meu papel ali, caso estivessemos "prontos" , como ele disse. Nao era exatamente a minha praia, como bem salientou o Quin, no entanto eu desejava o garoto e na hora era isso o que contava.

- Seus cilios sao compridos, Nathan _ disse, tocando em meu rosto e rindo _ Se quisesse usaria rimel todos os dias.

- Eu sei quem vai usar rimel! Eu sei! _ ataquei-o com cocegas e beijos, fazendo o colchao chacoalhar e ele rir, desesperado de comichao; para me atrapalhar e se defender, passou a me beijar lentamente, mordendo de leve meu pescoço, e minha excitaçao foi subindo como um rojao outra vez, me fazendo ofegar _ Melhor parar, nao?

- Quanto que ele mede? _ sussurrou Fabinho, me olhando com o rosto em chamas, mordendo o labio.

- Safado... _ sorri, saindo de cima dele e colocando uma almofada no colo _ Dezoito, porque?

- Hummm, tamanho bom... _ele sorriu consigo, malicioso _ Estou louco para ver isso tudo ao vivo, mas nao hoje...

Nao imaginei quando seria, e ele tambem nao disse. Naquela semana o meu apartamento finalmente ficou pronto, todo reformado e jà organizado, ainda cheirando à tinta, gesso e argamassa; combinei com Quin e Oliver a minha mudança para domingo, e na sexta à noite convidei Fabinho para comer uma pizza comigo em minha nova/velha casa.

Embora nada fosse dito, a ocasiao parecia propicia, e uma certa expectativa muda temperou aquela singela refeiçao com nervosismo e desejo. Ainda assistimos TV nos braços um do outro no sofà comprido e entao, cerca de uma hora depois, tomando a iniciativa nervosamente, ele principiou os beijos deitando -se sobre mim, e em pouco tempo eu o acariciava e cutucava na bundinha coberta pelo jeans grosso.

- Tem certeza que quer, agora? _ indaguei, sem folego, vendo-o abrir o ziper de meu moletom e me acariciar os mamilos por dentro da camiseta.

- Eu quero _ ele me beijou _ Quero faz tempo... Nao tenho mais porque esperar.

Despimo-nos um pouco nervosos, rindo em meio aos beijos, e quando ficamos apenas de cueca e camiseta, legantei e puxei Fabinho em direçao ao meu quarto. Para sua primeira vez queria proporcionar -lhe o maximo de conforto, e um sofa nao seria um bom começo.

Assim que nos deitamos, aos beijos, ele subiu em mim, tirando minha camiseta e me fazendo sentir o frio intenso de inicio de noite; beijou -me todo o torax, fazendo a linguinha gulosa trabalhar com curiosidade em meus mamilos, me arrancando suspiros. Muito vermelho, rindo de nervosismo, ele foi percorrendo meu corpo, chupando-me o umbigo e afinal descendo minha cueca com as maos geladas e tremulas. Ficou encarando meu pau duro por segundos, sorriu, masturbou enquanto me olhava e devagarinho colocou na boca, meio sem saber direito o que fazer, lambendo vagaroso como se temesse me ferir. Algum tempo depois, tentando mostrar a ele como se fazia, tomei-o nos braços, tirando sua camiseta, percorrendo com a lingua seu corpo magro, muito branco, de mamilos roseos e pequenos; ele gemia, segurando minha cabeça, e quando desci sua cueca, descobrindo seu penis medio, rosado, chupei-o sem demora. Ele retesou o corpo.

- Ai, Nathan... _ sussurrou, apertando com força meus cabelos _ Que delicia...

Erguendo devagar suas pernas, beijei-o nos testiculos cobertos de pelinhos claros, descendo mais a lingua em ponta e o penetrando sucessivamente, na gula do beijo grego que era um de meus fracos quando eu era o ativo. Fabinho sibilou, puxando o ar com esforço. Logo jà estava todo mole, entregue e pronto, entao corri ate à sala e peguei na carteira a camisinha. Quando voltei e comecei a encapar o membro, seus olhinhos nervosos se fixaram em mim, num misto de medo, ansiedade e desejo.

Coloquei-o de lado e, muito cuidadosamente, comecei a penetraçao, acalmando-o com beijos e sussurros carinhosos. Aquela era a posiçao menos dolorosa de todas, porem assim mesmo ele fez caretas de dor, mordendo os labios; segurei sua mao sobre o lençol e terminei de enfiar, permanecendo imovel por uns minutos. Quente demais, e estreitissimo. Excitava sim, mas eu preferia que ele me penetrasse. Talvez ficasse para a proxima vez, ja que aquele era o momento dele.

Os movimentos vagarosos iniciais cederam lugar às investidas mais intensas por longo tempo, porem ainda cuidadosas. Eu o segurava pela perna, beijando seu pescoço, ombro e orelha; seus gemidos eram baixos, doces, e em alguns minutos ele se contorcia na cama, dominado pelo prazer. Toquei em seu pau durissimo, latejante, masturbando-o, e quase no ponto em que eu ia gozar ele ejaculou, emitindo um grunhido rouco, chamando meu nome. Apertei-o nos braços, enchendo a camisinha, e por longo momento estivemos assim, suados e abraçados, meu pau amolecendo depressa e saindo de dentro dele. Beijei seu ombro delicadamente e ele se soltou devagar, se virando e me olhando.

- Machuquei voce? _ indaguei, bulindo em seus cabelos umidos de suor.

- Nao. Foi muito bom _ ele sorriu, sem jeito _ No tempo certo, e com quem eu queria.

Ficou me olhando por um momento, e riu.

- Na proxima vez quero sentir voce _ disse, envergonhado _ Na verdade pensei nisso algumas vezes, antes de nos... Voce tem uma bela bunda, nao?

- Serio? _ fitei-o, surpreso _ Olha que ninguem jamais poderia imaginar que voce gostasse...

- E se eu for ambivalente, querido? _ ele sorriu, preguiçosamente _ O fato de ser assim... alegrinho... nao me impede. A nao ser que voce nao queira...

- Meu maluquinho... Claro que eu quero. Vou adorar... _ sussurrei, abraçando-o e beijando seu rosto; ele disse ao meu ouvido que me amava, e me senti mal por ainda nao poder retribuir aquela declaraçao.

Fabinho precisava estar em casa antes das dez, portanto acelerei como louco a motocicleta dentro da noite gelada, ouvindo seus gritos de incentivo e risadas em meio ao transito caotico. Deixei o garoto no Itaim Bibi e combinamos de ir ao cinema no dia seguinte.

Na tarde fria e nublada vimos aquele filme babaca, "Alien", rindo como quem assiste uma comedia. Depois, na praça de alimentaçao Fabinho devorou um hamburguer imenso, enquanto pedi batatas fritas. Muitas vezes ele me olhava furtivamente, corava e sorria, decerto lembrando da noite passada; enquanto ele comia eu me dava conta, com algum espanto, que nao conseguia deixar de olhà-lo, que o fitava longamente num encanto novo que me enchia devagar igual um fio de agua enchendo um vasilhame de vidro frio.

Quin me emprestaria uma de suas Mercedes para que eu transportasse minhas coisas naquela tarde de domingo em que voltaria para o apartamento. Fabinho veio para ajudar. Na garagem Oliver encerava o Porsche, ouvindo Anita Baker no tocador do carro. Era soberbo aquele americano dourado, vestido apenas com uma bermuda jeans, cuidando de uma maquina tao bela e perfeita quanto ele.

- E esse climinha intimo entre voce e a santinha? _ disse Quin num momento em que Fabinho foi ao banheiro _ Aconteceu algo, seu papa-anjo?

- Sim. Dormimos juntos, sexta-feira _ falei, sem jeito _ Foi bem bacana... bem especial. Acho que estou começando a gostar dele de verdade... Nao ainda amando, porem... encantado, sabe?

- Imagino _ ele sorriu, zombeteiro _ Sabe, fico feliz. Jà era hora de voce tocar sua vida, mandar seu ex para o inferno e recomeçar... Alem disso, alguns virgens tem mesmo uma cola, sabe? Tipo aquelas iscas pega-moscas: o bofe coloca a mao e já fica grudado.

- Ridicula! _ dei risada, sacudindo a cabeça. Nessa hora Estela apareceu com uma jarra de suco de laranja -lima e copos numa bandeja. Oliver largou cera e Porsche e veio correndo se servir.

- Ela deu um jeito de nao deixar o loiro sem suas preciosas laranjas _ disse Quin, tomando o suco com gestos lentos.

- Estela me adora! _ disse Oliver, beijando a face da empregada que riu, corando.

- Ela mima voce, isso sim! Fica dificil coloca -lo na linha desse jeito.

No final todos foram para meu apartamento conhecer o resultado das obras. Pedi pizzas e ficamos de conversa por horas, em frente à TV ligada, falando mal das "capivaras", comentando sobre trabalho, musica e artistas. O casal foi embora, pois ainda sairiam à passeio naquela noite, e Fabinho, apos uns beijos, tambem disse que precisava ir.

Levei-o embora em meio à neblina de inverno que cobria a cidade, demorando bastante para retornar para casa. Assim que entrei, ouvi que o telefone tocava sem parar. Atendi, um pouco intrigado.

- Alo?

- Nathan? _ era a voz de Mauricio, parecendo sufocada _ Nao desliga, por favor!

Bem que eu pensei em fazer isso, tomado por uma raiva subita. Porem, assim que o ouvi chorar do outro lado da linha, senti meu coraçao doer e diminuir de tristeza.

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Thanks, pessoal! Digam o que estao achando.

Um abraço em cada um! :D

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Comentários

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Affs os ex são incríveis kkkk quando a gente tá os esquecendo, quando a gente tá tocando a vida, eles resolvem aparecer kkkk aiai

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Só espero que o Fabinho não sofra por que se isso acontecer vou dar na cara do Nathan! Tá maravilhoso mas eu queria mesmo que esse casal desse certo!

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Boa Noite ^^ Desculpas p n ter te comentado ontem, estava sem internet. Minha intensão é te comentar todos os dias, pq te adoro e sei q tu deve se esforçar para fazer um post por dia (Obrigado por isso), mas falhei. Perdão. Sobre o capítulo anterior, achei estranha uma relação entre dois passivos. Pode dar certo, apesar de que não apostaria muito, e sobre hj, não gostaria de ver o Fabinho sofrer, mas revendo o conto, acabei por ver o quão diferente tem sido este. Gostei. Mas entendo que reinserir Mauricio na trama é tua forma de deixar as "coisas mais interessantes" e inserir teu estilo de escrita. Enfim, adorei teu conto. Identifico-me bastante com o protagonista, embora não seja afeminado, p causa de seu jeito cult e sossegado. Abraço querida.

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So não larga o binho por esse endiota

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Depois de tudo que Maurício disse vais ter pena dele... affe estava indo tudo tão bem.

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Boa noite!! • Ru/Ruanito, •sM/A, valeu boys! , •nane borges, parece que o Mauricio esta de volta., •Docinho 21, nao sei se uma relaçao assim daria certo, mas e se fosse um grande amor?Tema complexo, nao? , •Quin, como voce pode ver Nathan NAO tem pau pequeno, rs, e Fabinho tem interesse em ser ativo. Voce chuta bem, escrevi esse rascunho no sabado. Mas matutei numa coisa: e se dois passivos, ou dois ativos se apaixonam loucamente? Como fica? Abrem mao desse amor? Ou, minha teoria agora, rs, a natureza nao erra e esse tipo de siuaçao pouco acontece? Me diga o que achas. Oh, vou fazer de tudo pra atender seu pedido, certo? Jà estou escrevendo as partes finais. Abraçao, garoto! , •Aqnonimos, abraçasso em todos! Gente, meu conto eh diario, como percebem, e caso eu falhe na postagem sera por problemas com a internet, ok? Avisados :)

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