GOTAS DE JÚPITER - A VERDADE SEMPRE APARECE - 01X15

Um conto erótico de Escritor Sincero
Categoria: Homossexual
Contém 2472 palavras
Data: 27/02/2015 16:57:25

Professora Samira: - A banda se chama ‘Gotas de Júpiter’. Querem saber... adorei.

Thiago: - (olhando para Gustavo e falando sem fazer som) – Você também?

Gustavo: - (consentiu com a cabeça)

Olhei para o Gustavo e me controlei para não rir. Os meninos ficaram calados. Suzana colocou a mão na cabeça, coçou e aprovou a ideia, do jeito dela lógico.

Suzana: - É. Não é muito chamativo, mas... gostei também. Pensem nos outdoors... Suzana e os Suzanetes (levantando aos mãos e fazendo barulho de explosão)

Ludmila: - Também gostei.

Kim: - Acho que estão todos de acordo, porém precisamos falar do baile. Faltam poucos meses.

Bruno: - Verdade.

Suzana: - Gente. Já está tudo pronto. Só falta o Buffet. Que se resume a bebida e petiscos.

Depois do trabalho eu e Gustavo decidimos ir ao cinema. Assistimos a um filme de ação, depois fomos comer no shopping e voltamos para casa. Ele entrou e fechou a porta. Nos beijamos e depois fomos tomar banho juntos.

Gustavo: - Quero te dar um banho... posso?

Thiago: - Claro. Está esperando o que? (ficando de costa para Gustavo)

Gustavo passou a mão no sabonete e saiu percorrendo todo o meu corpo. Ele penetrou um dedo em meu ânus e me tirou um gemido. Ele ficou brincando por um tempo e meteu dois. Meu pau parecia que ia explodir. Encostei o rosto na parede e fiquei curtindo aquele momento. Gustavo passou o sabonete em seu pênis e introduziu em mim. De uma única vez. Nossos corpos estavam molhados e fazia um barulho engraçado.

Gustavo: - Vou gozar. Ajoelha no chão. (se masturbando)

Thiago: - Goza em mim. Goza.

Gustavo: - AAAAHHHH!!!!!

Na hora meu pai bateu na porta do quarto. Eu tentei levantar e escorreguei. Parecia cena de filme de comédia. Fui me rastejando até a porta e Gustavo ficou no banheiro.

Thiago: - Pai... pai... (deixando a toalha cair e pegando de volta)

Hélio: - Está tudo certo?

Thiago: - Sim. Tudo ótimo.

Hélio: - Cadê o Gustavo?

Thiago: - Ele... tá... ele... digo.... ele ficou no Grand Prix. O Silva precisou da ajuda dele.

Hélio: - Ok. Vou tomar banho também. Consegui marcar uma reunião com o juiz.

Thiago: - Que ótimo. Quando ele chegar peço para falar com o senhor. (fechando a porta)

Gustavo: (sai do banheiro silenciosamente e senta na cama ao lado de Thiago) – Essa foi por pouco.

Thiago: (deita na cama e ri) – Foi por pouco.

Depois que a gente se arrumou o Gustavo foi até o meu pai. Fiquei no quarto para terminar um dever de matemática. Fomos dormir e acordamos cedo para ir ao colégio. Ao chegarmos lá havia uma movimentação diferenciada e todos olhavam para nós e riam. Ludmila correu em minha direção.

Ludmila: - Vamos sair daqui. (segurando no braço de Thiago)

Thiago: - Calma. O que aconteceu?

Alison: - Rapaz. Tá feio o negócio.

Thiago: - Que... que negócio?

Andei até o corredor e encontrei o Alex arrancando vários cartazes da parede. Me aproximei e vi. Era uma foto minha e do Vitor nos beijando. Meu coração acelerou e quando me virei todos estavam rindo. O café da manhã voltou com tudo e sai correndo para o banheiro.

Alex: - Thiago? (jogando os cartazes no chão e correndo atrás de Thiago)

Gustavo: (pegando um cartaz): - “Esse viadinho mancha o nome da nossa escola”.

Bruno: Caralho.

Kim: - Bruno!

Bruno: - Desculpa.

Kim: - Vamos... me ajudem a arrancar isso. (pegando os cartazes)

Alison: - Joguei fora uns 30. Que sacanagem cara.

Ludmila: - Coitado do Thiago. Quem faria isso?

Alison: - Vamos arrancar os outros amor.

Ludmila: - (pensando): - Amor? Eu sou o amor dele?

Alison: - Você não vem?

Ludmila: - Claro. Vamos sim.

Meu coração estava acelerado. Como? Quem fez isso? O Alex entrou no banheiro e correu até mim. Ele me abraçou e disse que iria pegar quem havia feito essa besteira.

Alex: - Não se preocupa.

Thiago: - Foi você?

Alex: - Claro que não. Você é meu irmão. Eu te amo e estou ao seu lado.

Suzana: - Escondam o piu piu bonecas!!! (se abaixando perto do Thiago) – Amigo. Está tudo bem?

Thiago: - Não. Eu... eu... preciso pensar. (sai correndo e quando chega do lado de fora do banheiro bate na diretora Flora)

Diretora Flora: - O que significa isso meu jovem? (mostrando o cartaz)

Thiago: - Não sei.

Diretora Flora: - Para a minha sala já!!!!

Meus amigos se reuniram em uma sala com todos os cartazes. Enquanto a diretora Flora fazia terror psicológico comigo. A professora Elizabeth tentou apaziguar as coisas, mas pouco adiantou.

Suzana: - Quem é essa bofe lindo que o Thiago está pegando?

Alex: - Não sei. Caramba o papai vai surtar...

Ludmila: - A diretora Flora pelo menos já tá. E agora?

Kim: - Precisamos nos livrar desse material.

Renan: - Gente que coisa horrível? Cadê o Thiago?

Jéssica: - Que vergonha. Se eu fosse ele me enterraria.

Barbara: - Tudo bem Gustavo?

Gustavo: - Eu.. eu... tô ótimo. Por que?!

Barbara: - Ser amigo de um gay? Dormir com um gay?

Todos olharam para o Gustavo.

Gustavo: - Eu... quer dizer... a gente nunca...

Suzana: - Barbara querida?

Barbara: - Fala Suh!!!

Suzana: - (voz de homem) Para de ser idiota garota. (tosse) O problema agora é outro.

Renan: - Verdade. Precisamos descobrir quem fez isso.

Jéssica: - Esse tipo de coisa nunca aconteceu em nossa escola. Estou apavorada. Será que tem outros segredos?

Suzana: - Vindo de você minha filha. O inferno vem parar nessa cidade de tantas acusações.

Jéssica: - Será que não foi você que fez isso?

Suzana: - Claro. Por que o meu passatempo predileto é caçar foto dos meus amigos gays e fazer cartazes. Lógica mais que perfeita!!!

Kim: - Gente. Brigar agora não resolve nada.

Jéssica: - E quem é você garoto?

Suzana e Ludmila: - Ela é menina!!!

Jéssica: - Hoje em dia as pessoas podem ser quem elas quiserem! Deixa eu ir. Antes que os meus segredos sejam revelados.

Meu pai foi avisado pela diretora Flora e a professora Elizabeth o recebeu na entrada do colégio.

Hélio: - Foi tão grave assim?

Elizabeth: - Na verdade foi uma brincadeira cruel.

Hélio: - O Thiago é assumido. Eu sei da preferência dele por meninos. Eu... eu não sou a favor, mas ele é meu filho e trato ele com todo o carinho.

Elizabeth: - Você está certo. Ele é um menino muito talentoso e sensível Hélio que agora vai passar por algo muito desagradável.

Hélio: - Claro.

Papai e a professora Elizabeth chegaram até mim. Ele pegou no meu ombro e entrou. Ao chegar à sala da diretora Flora, o meu pai acabou sendo bombardeado com milhares de perguntas sobre a minha sexualidade.

Hélio: - Eu só tenho uma coisa para falar diretora. O meu filho é homossexual e eu tenho orgulho dele. Ele tira boas notas, tem um talento para música que impressiona qualquer um e principalmente é honesto.

Elizabeth: - Viu. Não se preocupa. O teu pai te ama muito. (abraçando o Thiago)

Diretora Flora: - Mas espalhar cartazes beijando outro homem.

Hélio: - Diretora. Não passou pela sua cabeça que o meu filho acabou de passar por uma situação de homofobia. E pelo o que eu me lembro a senhora é diretora dessa instituição e deveria estar do lado da pessoa que é ofendida.

Diretora Flora: - Bem. Eu... é... estamos analisando todas as possibilidades.

Hélio: - Então eu peço que a senhora analise com cuidado. (levantando) – Pois, não quero voltar aqui para ter que falar desse assunto. Ache o culpado ou eu mesmo farei isso. (saindo da sala)

Thiago: - Pai. (abraçando Hélio)

Hélio: - Tudo bem filho. (abraçando Thiago forte)

Thiago: - Pai. Não sei como essa foto chegou até aqui. É de um ex-namorado e... estou tão envergonhado.

Hélio: - Relaxa e (olhado para um cartaz próximo da diretoria) – Thiago. (indo até o cartaz e pegando) – Thiago. Quantos anos... quantos anos esse homem tem.

Thiago: - 23.

Hélio: - Thiago meu filho. Esse homem não tem 23 anos. (aumentando o tom de voz) – Qual é a idade desse homem?!!

Thiago: - 35

Elizabeth: - Hélio. Calma.

Hélio: (com lágrimas nos olhos) – E... e... desde quando você saí com esse homem?

Thiago: - Pai. A gente nem tá mais junto.

Hélio: - Meu filho. Você tem 16 anos. Você ainda é um menino.

Elizabeth: - Calma. Para com isso. Vamos pegar um ar.

Hélio: - Você tem razão Thiago. Você me decepcionou muito hoje.

Thiago: - Pai. (chorando)

Do outro lado do corredor alguém observava me observava. No rosto da pessoa um sorriso. Ele estava desfrutando de todo o sofrimento e angustia pelo qual eu estava passando.

Pessoa: - É só o começo seu viado. É só o começo.

Meu estomago estava embrulhado. Resolvi procurar o Gustavo. Ele deveria estar arrasado pela situação. O encontrei na cantina do colégio.

Thiago: - Gustavo.

Gustavo: - Tudo bem cara?

Thiago: - Não. (se aproximando para abraçar Gustavo)

Gustavo: - Preciso ir. Olha. A gente conversa depois. (saindo rápido)

Não tive coragem de encontrar os meus amigos. Fui pra casa e passei o dia chorando. Senti falta da minha mãe naquele momento. Por que alguém seria tão mal? Me perguntava. Meu pai ficou sem falar comigo, o Alex era o único que me dava apoio. O Gustavo ficou com vergonha de ser visto ao meu lado e começou a me evitar de todas as formas. Meu pai improvisou um quarto para ele no escritório.

Na escola outras mensagens começaram a aparecer. Nas paredes (Seu Nestor tinha que pintar as paredes frequentemente), na sala de aula (os professores também estavam preocupados com a situação e quase não usavam o quadro) e mensagens na minha mochila.

Ludmila: - Thiago. Escuta. Você faltou dois ensaios.

Thiago: - Estou sem cabeça Ludmila. Eu simplesmente não posso.

Ludmila: - Queria que você tivesse conhecido o Lúcio.

Thiago: - O cara gay? O que morreu?

Ludmila: - Thiago?! Para de ser idiota! (dando um tapa na minha cara)

Thiago: (com a cabeça baixa) – Des...culpa. (abraçando a Ludmila)

Ludmila: - Tudo bem. Estou do seu lado. Ei... quer saber... vamos sair daqui. (pegando na minha mão)

Ludmila me levou até a casa da avó de Lúcio. Ainda estava completando a minha parte da obra. A minha amiga achou que seria melhor se a gente trabalhasse um pouco para esquecer tudo.

Ludmila: - Dona Maria. A senhora foi no médico?

D. Maria: - Fui sim minha filha. Ele disse que tudo está bem.

Thiago: - Que bom. (cavando um buraco no chão)

D. Maria: - E você meu jovem? Como está?

Thiago: - Bem. Na medida do possível.

D. Maria: - Descobriram quem fez aqueles cartazes?

Thiago: - Não. E acho que não estão nem procurando.

D. Maria: - Sabe Thiago? (se abaixando e pegando uma flor) – Sabe o que eu amo nas flores? A simplicidade e força. Elas estão lá... pegando chuva e sol, mas continuam lindas. Você é uma flor Thiago. Que está passando por uma tempestade, porém quando ela passar você vai estar mais forte do que nunca.

Aquelas palavras foram fundo no meu coração. Até no Grand Prix as pessoas me olhavam torto. Ser homossexual naquela cidade era horrível. Será que foi por isso que o Lucio se matou? Na hora do intervalo era a pior parte do meu dia. Peguei meu lanche e fiquei olhando para todos os lados. Conseguia ver os alunos me encarando, rindo e comentando a meu respeito. De novo meu coração acelerou e eu fechei meus olhos. Me imaginei cantando.

Deixo a bandeja em cima da mesa e saiu caminhando pelos corredores da escola. Vejo um cartaz e rasgo. Chego até uma parte onde consigo enxergar todos conversando no refeitório.

Música -

Thiago:

Você fala esse blah blah

Esse la la, essa m*rda de rah rah

E eu sou tão boba, já superei isso faz tempo

Às vezes eu piso na bola, eu atrapalho tudo, não acerto o alvo

Mas estou bem, estou tranquilo em relação a isso

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Entro na sala de música e começo a tocar o piano. As lágrimas são inevitáveis. Choro por vergonha mesmo. Ser gay para mim não é o problema, mas sim a reação das pessoas.

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Thiago:

Ainda quebro a cara algumas vezes

E não consigo fazer tudo certo

Porque eu sou perfeitamente incompleto

Ainda estou aperfeiçoando minha obra-prima

E eu, eu quero andar com os melhores

Tenho um caminho a seguir, mas essa espera vale a pena

Não, você ainda não viu o meu melhor

Ainda estou aperfeiçoando minha obra-prima

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, ah

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, ah

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Passeio pelo corredor da escola e vejo Gustavo conversando com a Barbara. Eles parecem muito unidos para o meu gosto. Ele a abraça e ela começa a rir.

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Thiago:

Não ligue, não importa

Não ligue, não importa

Se não conseguir acompanhar meu ritmo

Aí te deixo para trás

Em pouco tempo

Já estou indo embora (é)

Thiago:

Você fala esse blah blah

Esse la la, essa m*rda de rah rah

Siga o fluxo, aproveite cada momento

Às vezes eu piso na bola, eu atrapalho tudo, não acerto o alvo

Mas estou bem, estou tranquilo em relação a isso

======================

Olho para o meu celular e vejo uma foto do meu pai. Ele ficou tão triste comigo nos últimos dias. Acho que eu sou a maior decepção que ele teve na vida.

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Thiago:

Ainda quebro a cara algumas vezes

E não consigo fazer tudo certo

Porque eu sou perfeitamente incompleto

Ainda estou aperfeiçoando minha obra-prima

E eu, eu quero andar com os melhores

Tenho um caminho a seguir, mas essa espera vale a pena

Não, você ainda não viu o meu melhor

Ainda estou aperfeiçoando minha obra-prima

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, ah

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, ah

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Estou chorando no banheiro masculino, pois, vejo uma mensagem na porta. "O THIAGO VIADO TEM QUE MORRER". Será que esse pesadelo nunca iria acabar? Por que tanto ódio? Tanta raiva? Eu não fiz mal para ninguém.

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Thiago:

Ainda quebro a cara algumas vezes

E não consigo fazer tudo certo

Porque eu sou perfeitamente incompleto

Ainda estou aperfeiçoando minha obra-prima

Obra-prima, obra-prima

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No ensaio da banda não consigo me concentrar. Não com o Gustavo ali do meu lado. Soube que ele havia beijado a Barbara. Ele não conseguiu. Pensei que ele estaria do meu lado. Mas não. Eu estava sozinho. Meus amigos por mais que tentassem não conseguiram tirar essas preocupações da minha cabeça.

Eu vou para o auditório da escola. As luzes estão ligadas. Eu canto a música chorando muito. Ela representada tudo o que eu sou. Eu sei que erro, mas quem não erra nessa vida?

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Thiago:

Ainda quebro a cara algumas vezes (ainda quebro a cara)

E não consigo fazer tudo certo (tudo certo)

Porque eu sou perfeitamente incompleto (perfeitamente incompleto)

Ainda estou aperfeiçoando minha obra-prima (minha obra-prima)

E eu, eu quero andar com os melhores (os melhores)

Tenho um caminho a seguir, mas essa espera vale a pena (oh, baby)

Não, você ainda não viu o meu melhor (meu melhor)

Ainda estou aperfeiçoando minha obra-prima (ainda estou aperfeiçoando minha obra-prima)

oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, ah

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, ah

Ainda estou aperfeiçoando

Ainda estou aperfeiçoando

Ainda estou aperfeiçoando minha obra-prima

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Sino da escola toca.

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Comentários

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Oi, comecei a ler sia historia hoje. E amei. Estou muito tocado, principalmente pela ultima parte. Parabéns.

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A maior decepção foi o Gustavo não lhe apoiar.

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