Semestre in Love. 7 capitulo

Um conto erótico de Luckas Borges
Categoria: Homossexual
Contém 1818 palavras
Data: 27/02/2015 10:26:05

8 capitulo

Anteriormente em GAY – Semestre in Love

(~lê: voz de Tatiane)

“Sempre confiei em vocês e olha como retribuíram. Sempre fui amiga e confidente e nunca escondi nada... Você me deixou iludida, traiu minha confiança... (Lizi) Eu o protegi, evitei que TODOS soubessem que é gay, e simplesmente deixou zombarem de mim (Derick)”.

A coisa não anda boa para o lado de Lizi e Derick. Tatiane está muito decepcionada. Teria ela posto fim à amizade?

Continuem acompanhando e divulgando SEMESTRE IN LOVE.

***

O vento soprava e a lua permanecia no céu. Derick abriu os olhos assustados, acabara de reviver acontecimentos passados, pesadelo. Sonhou com o dia que conheceu as amigas, com o sorriso do trio andando pelos corredores, mas de repente viu-se novamente nos braços de Lucas, o primeiro beijo, a primeira transa. Ele permaneceu parado, estava novamente no colégio, próximo ao bloco da administração. Reviu Tatiane ser culpada, revivenciou a noite do mascote. Desde a confissão de Kaio até a humilhação da amiga.

Desejava um, entregou-se a outro, mas apaixonara-se por... “Ian?!!” E novamente os sonhos o transportou à sala de aula onde deparou-se com o garoto arrogante de cachinhos de anjo e olhar desdenhoso. Ocupava seu lugar, ar desafiador, lia um gibi. E então a “sombra” de Ian levantou os olhos por sobre o livreto e o encarou, assustado Derick abriu os olhos e acordou mergulhado na escuridão.

O sibilar de grilos formava uma canção de calmaria junto ao sussurrar do vento. O local estava tão gostoso, quentinho e aconchegante como em nenhuma das noites anteriores. Derick permaneceu assim, paradinho. E então seus olhos acostumaram-se com a escuridão e perceber aquela silhueta à sua frente. Um leve ar quente tocava-lhe o rosto. A visão foi tomando foco e então viu com perfeição, estava deitado lado a lado, frente a frente com Ian e centímetros separavam os narizes de se tocarem.

Quando percebeu, pensou em se afastar, mas, sentia-se como uma mariposa atraída pela lâmpada, sentia-se atraído pela pele quente do rapaz. Sua respiração deixou-o sufocado, enquanto permanecia a observar aquele anjo adormecido sentia o ar quente que tocava e aquecia-lhe o rosto. Saia da boca de Ian, de sua respiração calma e inocente. Sentia-se como se beijado a cada nova expiração. O calor abaixo daqueles cobertores era algo tão gostoso, tão apaixonante. Seu perfume tão agradável, certamente era a fragrância de algum creme para pele, creme para pele de bebês. O garoto permaneceu assim, parado e caladinho, sentindo a companhia adormecida do acompanhante até então indesejado.

Um gemido alertou Derick, Ian começara a tremer e soluçar abafadamente. Tinha um pesadelo. Mas, com o que sonhava, pensou. Ele afastou-se um pouco deixando o ar da noite fria tocar o rosto do companheiro e por algum motivo sentiu dó do garoto. O pesadelo parecia triste, sufocante como o que ele próprio acabara de ter. Quando deu por si, involuntariamente a mão já acariciava uma mecha do cabelo negro encaracolado que saia de dentro da touca e percebeu a pequena e tímida lágrima que rolara pelo rosto do rapaz que em seguida abriu os olhos e o encarou por um minuto, e permaneceram assim, até que não resistiu à sonolência e tornou a adormecer. Agora com uma expressão calma, como se o medo o tivesse deixado.

Derick caiu na real e percebeu o que fizera. Um medo tomou conta de si, os problemas que esquecera por alguns instantes voltaram a inquietá-lo, virou-se para o outro lado e não soube quanto tempo passou até que novamente adormeceu.

Acampamento – Tarde – 4º dia

- “Lizi” – A voz a chamou enquanto se aproximava. Ela estava sentada na grama, e abraçada por Michael na sombra de uma árvore, para lá da quadra de esportes. Desde a briga na noite anterior esteve várias horas com ele. Tatiane a ignorava, por isso, Lizi não vira quando a amiga retornou ao dormitório na noite passada e nem quando levantou-se pela manhã.

- “Lizi” – A voz tornou a chamar, era Derick que subia da quadra, já cansado. Ao percebê-lo Lizi afastou-se dos braços de Michael, não soube como reagir na presença do amigo. – “Oi” – Derick parou abaixo da goiabeira recuperando o fôlego. Em seguida virou-se para Michael e cordialmente o cumprimentou. – “Vocês viram a Tatiane?” – Derick perguntou, esperando ouvir uma resposta positiva, do contrário, seus temores seriam reais e a garota realmente ficara com muita raiva.

- Depois conversamos – Michael deu um beijo na testa de Lizi e o raio do sol que entrou pelas folhagens tocou-lhe o boné. Em seguida levantaram-se e o garoto apertou levemente a mão de Derick, demonstrando simpatia pelo amigo da namorada (ou ficante como preferir), feito isso, retirou-se, deixando-os a sós.

- Gostei dele. Parece ser simpático – Derick observou o garoto descendo a ladeira e virou-se para a amiga com um sorrisinho de aprovação. Lizi sentiu-se mais confortável ao perceber que apesar de tudo o que aconteceu, o amigo aprovava o romance.

- Fiquei tão receosa de você também me ignorar – Lizi falou e os olhinhos começaram a lacrimejar. Eles sentaram-se abaixo da goiabeira e ficaram a observar o movimento ao longe.

- Quem sou eu para julgá-la. O que fiz foi pior. Desde o fim do semestre já sabia que o Kaio era afim da Tati e covardemente nunca contei. – houve silêncio por alguns segundos.

- Eu desconfiava que você pudesse estar afim do Kaio, mas, preferi ficar quieta temendo causar uma situação desconfortável. E, veja só onde estamos. – Lizi observava um casal de namorados andando na sombra da quadra.

Derick virou-se para ela e os olhinhos também lacrimejavam.

- Puxa. Eu estava ficando sufocado com esse segredo, mas, mas... – ele começa a chorar e secar as lágrimas com as costas das mãos – eu tinha medo de magoar a Tati, por isso fiz de tudo para esquecer o Kaio e então resolvi ficar novamente com o Lucas, e ai... ai... – E assim Derick desabafou tudo o que o sufocava já havia meses. Finalmente pôde se abrir com alguém e aliviar o peso de seus sentimentos.

Ele e Lizi se abraçaram e permaneceram a observar o movimento.

- O “Mickey” contou que ela rasgou as cartinhas e deu um tapa na cara do Kaio – “Mickey” era o apelido que Lizi deu a Michael.

- O pior de tudo, é que nem deu tempo de contar toda a história. Por isso estou procurando-a. Preciso contar sobre Kaio, sobre a declaração dele, sobre tudo o que realmente importa.

- Você acha que é uma boa ideia? – Disse Lizi com “ar” de quem ouviu, ou viu, alguma coisa.

- E porque não seria? Ela gosta dele, ele gosta dela. Que sejam felizes – Derick abriu um sorrisinho imaginando o futuro romance da amiga. Já não choramingava.

- É que – Lizi hesitou por uns instantes - Tem uma coisa que você precisa ver – olhou para o amigo demonstrando decepção.

- O que foi? – Derick questionou, segredos e mistérios passaram a assustá-lo.

- Vem comigo, você precisa ver com seus próprios olhos – Os dois desceram e circundaram a quadra, primeiro pela borda ensolarada, depois pela sombreada e finalmente entraram lentamente pela portinha na lateral. Derick não conseguiu acreditar no que via.

Estava havendo uma partida amadora de basquetebol. Alguns jovens tocavam músicas lá na frente em um pequeno palco e grupos de amigos conversavam sentados nas arquibancadas de concreto. Foi ai que Derick estremeceu e um furor cresceu em si, na lateral da arquibancada, a mesma que dava para a portinha de acesso ao palco estava nada mais, nada menos que o garoto loiro aos beijos. Kaio estava ficando com outra garota, Kaio havia traído Derick, e pior, traído os sentimentos de sua amiga.

***

- Desgraçado – A voz do garoto ecoou dentro do ambiente, mas não deram muita atenção, afinal, Derick não era nenhum garoto popular. Lizi não conseguiu segurar o braço do magrelo, apenas viu quando o garoto escapuliu seguindo pela lateral da arquibancada. Ele seguiu enfurecido, passando por casaizinhos que estavam sentados por ali, sentia olhares o acompanhar. E então chegou onde Kaio e a garota estavam.

- Seu desgraçado – Ele gritou novamente puxando o garoto pela blusa, observando as bocas se desgrudarem do beijo que davam ali no cantinho.

- Ei, o que é isso? – Kaio fora pego de surpresa com a “boca na botija” ou seria com “a boca na vadia”?!!

- O que é isso?!! Eu é quem pergunto? – Derick estava transtornado. Sua amizade com Tatiane estava em frangalhos e o motivo de tudo eram aqueles olhos azuis. Depois de tudo que passou não era possível que o “prêmio” seria entregue a outra garota que não a amiga.

- Você tá tirando uma com minha cara? – Kaio começa a sorrir irritado – Você está tirando uma com minha cara, seu idiota? – Kaio fala bruto e dá um empurrão em Derick. Alguns garotos param o jogo e se aproxima, o casalzinho que tocava piano e violão no palco interrompem a melodia para ouvirem a discussão.

- Não me empurra seu otário – Derick reúne suas forças e torna a empurrar Kaio, que dá alguns tropeços para trás.

- Porra, velho. Você não fez isso! – Kaio estava visivelmente nervoso. O pau ia quebrar – Eu suportei o tapa da sua amiga maluca porque não bato em mulher, mas você, você abusou cara – E Kaio segue furioso para cima de Derick. Lizi não sabia o que fazer, ficou atônita, alguns garotos começaram a incentivar a briga. O garoto branquelo que estava no palco desceu as pressas para ajudar a separa a confusão.

Derick sentiu o frio da dor aproximar-se. Não medira consequências antes de agredir Kaio. Como sempre, esquecera-se que embora tivesse sentimentos “femininos”, “NÃO ERA” uma mulher e por isso agiriam com ele, como agiam com qualquer outro garoto.

Ele preparou-se para levar um novo empurrão, mas ai surgiu um “anjo” entre os dois. Na imaginação fértil do garoto viu asas douradas, músculos aparentes, olhos cor de mel que brilhavam como fogo em sua defesa e cabelos encaracolados que brilhavam feito ouro. Mas, ai a visão voltou à vida real e fitou Ian.

- Para com isso PORRA – Ian gritou segurando Kaio que logo foi imobilizado por Ben, o garoto que tocava o violão no palco.

Ouve alguns xingamentos, mas Derick permaneceu calado, atônito consigo mesmo e com Ian saindo em sua defesa. Atônito com a reação do seu “ex-príncipe encantado”, que agora já não o encantava, violência nunca o encantava.

A confusão chegou ao fim, Kaio pegou a garota de cabelo repicado pela mão e saíram daquele local.

- Você é muito agressivo garotinho – Ian falou enquanto abria um sorriso. Em seguida juntou-se aos outros garotos, integrando uma nova partida de basquetebol. Ninguém se importou com o ocorrido, não terminou com uma boca sangrando, então não era motivo de comentários.

A música solo no palco voltou a tocar, Lizi e Derick permaneceram ali por alguns minutos e o mundo pareceu ter ficado de cabeça para baixo.

- Eu disse que precisava ver com os próprios olhos – Lizi falou e por um segundo teve a impressão de ver Tatiane deixando a entrada distante.

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Comentários

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Kaio Não vale mas eu valo kkkkkk meu chara e um cretino

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