A cidade do céu amarelo - Capitulo 5 (final)

Um conto erótico de Jader Scrind
Categoria: Homossexual
Contém 5242 palavras
Data: 27/02/2015 01:41:12
Assuntos: Gay, Homossexual

Mas antes dessa sessão de fotos, antes de ser campeão, na manhã do dia das competições, André se levantou da cama já sabendo que seria no mínimo um dia inesquecível para ele. Nem que não fosse vencer, nem que ficasse entre os últimos, seria um dia e tanto porque o calendário na parede anunciava que passaram 365 dias desde aquela promessa que fizera a si mesmo, e ainda de manhã cedo ele ligou para o irmão e perguntou se poderia ir até a sua casa. sim, agora a casa de André havia finalmente sido terminada, e Daniel apareceu por lá mais ou menos meia hora depois.

Três meses antes desse dia, o irmão caçula de André viera até a sua casa e, com um sorriso todo frouxo, dissera que conhecera um rapaz muito incrível e que sentia que estava apaixonado por ele. André já não trazia consigo nada daquele antigo André preconceituoso e intolerante, gostou da notícia, parabenizou o irmão, convidou os dois para um churrasco de fim de semana e viu que Daniel se dava muito bem com Felipe, e que esse não tinha nada a ver com o antigo namorado dele, era estudante de medicina, tocava violão e guitarra, um pouco mais baixo que Daniel e também muito bonito, embora André não tivesse sentido nada por ele além de uma grande alegria em vê-lo ali, que era o sinal de que seu irmão havia esquecido do ex-namorado.

Por isso, agora que o havia chamado na sua casa ele sentia que Daniel compreenderia o que ele estava prestes a contar. Talvez não gostasse muito de saber daquele beijo na floresta, ou que o desejo de André começara bem antes de tudo aquilo acontecer, já no primeiro contato dele com Júlio. Mas o que o deixava realmente nervoso era imaginar a possibilidade de Daniel ainda sentir alguma coisa pelo ex, esconder isso e tentar enterrar esse sentimento num novo namoro, mas sem sucesso. Era isso que tirava a tranqüilidade do surfista, muito mais do que as competições que viriam naquela tarde.

Logo depois de se cumprimentarem André já foi dizendo que tinha algumas coisas muito sérias para contar a Daniel, e pediu que ele se sentasse.

– Você lembra, Dane, daqueles dias que nós passamos na cidade, pouco antes de eu terminar com a Mariana? Claro, claro, como você poderia esquecer... Mas acho que eu não te disse que naqueles dias que a gente esteve lá... eu... eu mudei meu jeito de pensar sobre sua orientação sexual não porque eu aprendi alguma lição valiosa e nem muito porque vi como os meus amigos estavam agindo sem razão nenhuma, eu mudei porque eu gostei demais de Júlio, naquele dia, no dia em que eu o vi pela primeira vez, eu me apaixonei por ele. Eu era hétero, mas me apaixonei por aquele cara. – sentou-se no sofá mas se levantou quase que na mesma hora, inquieto, nervoso. – E acho que essa é a primeira vez que estou dizendo isso em voz alta, eu me apaixonei por ele, talvez não seja gay, ainda sinto atração por mulheres, mas nada que se compare a atração que eu senti por Júlio, entende? Eu devo ser bissexual ou qualquer coisa assim, ou talvez não seja nenhum desses títulos, eu sou só eu, só isso, e gostei dele... por isso eu fui atrás dele na floresta e poderia ter até morrido lá. Por isso eu me pus na frente de Maicon quando ele atirou... Quer dizer, eu queria proteger vocês também, claro, minha família, mas na hora, naquele momento, eu só pensava que não poderia deixar que Júlio fosse baleado, que Júlio morresse...

Daniel não disse nada, os olhos arregalados, levantou-se do sofá, frente a frente:

– Só me diz uma coisa, aquela noite que vocês passaram na floresta, vocês transaram?

– Não, claro que não. Nós conversamos, eu só o conheci cada vez mais e me sentia mais atraído por ele. Eu tentava me segurar, eu não queria sentir desejo por outro homem, mas na manhã seguinte, eu não resisti e o beijei, um beijo, só isso, e ele me afastou, ele não iria te trair, Daniel. Nem eu queria, não estava pensando nisso, e também foi por isso que eu demorei tanto para te dizer o que eu sinto por ele, e também não fui atrás dele pelas suas costas, eu precisava saber o que você diria sobre isso, se não minhas consciência não ia agüentar. Eu não quero ficar brigado com você mais uma vez...

– Você está me dizendo que depende de mim vocês dois voltarem a ficar juntos? Quer que eu decida o seu futuro e o do meu ex-namorado? Sério isso?

André abaixou a cabeça, Daniel ainda esperava pela resposta.

– Fala alguma coisa, André.

– Preciso saber o que você ia pensar...

– Escuta, o que aconteceu entre vocês naquela época você está certo em me contar, eu precisava saber a verdade – Daniel se aproximou dele, André levantou a cabeça. – Mas agora, daqui em diante, vocês dois tem que seguir por conta própria, eu não tenho problema nenhum com isso. Estou muito feliz com o Felipe e desejo toda a felicidade para vocês também, André... Só não fique no meio termo, não fique dizendo que é bissexual para ficar com o Júlio e depois usar isso como desculpa para trair ele com as mulheres por aí, o Júlio não merece isso.

– Eu sei que ele não merece, nunca faria algo assim...

– Então vem cá – abraçou-o, abraçou-o apertado. Tirou com a ponta dos dedos a mecha de cabelo que escondia a cicatriz abaixo da orelha. – Acho que eu também te devo um pedido de desculpas, André. Nunca pedi seu perdão por essa cicatriz, é só que eu... eu estava tão cansado de você me prender, não deixar que eu fosse eu mesmo... Me perdoa.

O abraço tão apertado que emocionadas lágrimas ameaçavam criar riscos nos rostos dos dois. – Claro que eu te perdôo Daniel, eu te perdôo, meu irmão.

Se afastaram, riam enquanto enxugavam as lágrimas. – Mas agora vamos parar de chorar igual menininhas que você tem que se preparar para o campeonato, cara. E claro que eu vou estar lá torcendo pro meu maninho surfista.

– Antes eu ainda tenho um lugar para ir.

Naquela manhã, André chegou a um barbeiro e pediu para cortar o cabelo que ele mantinha desde a época em que ganhara aquela cicatriz, o corte novo não era tão curto a ponto de ser feito a maquina, mas deixou o seu cabelo espetado para cima, o que mudou e muito a fisionomia do rapaz, dando mais visibilidade ao seu rosto, como se ele se abrisse mais ao mundo. Ao sair de lá, uma hora antes do momento em que tinha que estar na praia para surfar, André se sentia muito mais leve.

***

– Posso ver como ficou a foto? – perguntou a Júlio, depois do flash.

O skatista, que mesmo depois de um ano, mesmo com o rosto mais masculino e adulto, ainda parecia um moleque (provavelmente, quando tivesse setenta anos, seria um velhinho grisalho com um rosto de moleque) se aproximou dele, veio pelas suas costas enquanto André estava sentado, os braços sobre os ombros do fotografado e mostrou a foto na câmera bem na frente de André. Que gostou do resultado e pegou nas mãos de Júlio quando ia pegar a câmera, parecia que foi sem querer, mas não foi, os dois sabiam que não foi. E o maquiador do estúdio, junto com a responsável pela iluminação perceberam que havia alguma coisa a mais entre aqueles dois ali, que não estavam se conhecendo agora, que havia uma densidade no ar, uma força extrema nos olhares. E André sussurrou para Júlio se não seria melhor se ele pedisse para que os dois ficassem a sós.

– Essa é mais uma das suas condições? – Júlio perguntou no meio de um suave sorriso, provocando.

– Ficar com você é a minha condição.

O fotógrafo se afastou, se continuassem tão próximos daquela maneira se beijariam naquele momento. Voltou a ficar frente a frente com o campeão. E, olhando somente para ele, disse alto no estúdio:

– Escuta, vocês dois, eu acho que seria melhor que eu ficasse a sós com o André, ele é meio tímido pra tirar fotos e se sentiria mais confortável se estivéssemos só nós dois aqui. Eu mesmo posso cuidar da iluminação, e a maquiagem já está posta, se ele precisar de mais eu mesmo cuido disso...

Tentaram resistir, os dois, queriam muito ficar lá e ver o que aconteceria, queriam muito ver as fotos que André tiraria com sua roupa para treino, que era apenas uma sunga. Mas não tinham argumentos, e viam como o fotografo e o modelo olhavam impacientes para os dois, apressando-os para saírem logo dali.

E quando saíram deixando Júlio e André mais a vontade, foi que saiu da boca do surfista a primeira frase mais pessoal entre eles:

– Senti saudade de você.

Júlio não respondeu de primeira. Mesmo que a essa altura já tivesse certeza de que entre ele e Daniel nunca mais aconteceria nada, era bastante estranho entrar nesse tipo de conversa justo com o irmão do seu ex-namorado. André logo percebeu isso, mas ainda não disse nada a respeito da sua conversa com Daniel, queria ver até onde iam, até onde conseguia seduzir aquele skatista e ver a que ponto iam suas resistências, aí sim, depois que já não agüentassem mais e precisassem demais de um bom beijo como aquele que deram uma vez, nesse ponto ele contaria que já não havia impedimento para que ficassem juntos.

– Posso tirar o paletó?

Júlio concordou com um gesto de cabeça, na camisa social branca, o corpo perfeito de André se deixava entrever embora não mostrasse nada, ele desabotoou os primeiros três botões, revelando o inicio do tórax. O interesse sexual que ele sentia ficava nítido no seu rosto e começava a ficar também por cima da calça social fina. Outra foto.

– Você assistiu ao campeonato, Júlio?

– Assisti.

– Pela televisão?

Ele hesitou em responder, escondeu seu rosto por trás da câmera.

– Fui lá ver pessoalmente – Tirou mais uma foto um instante depois de dizer essa frase, e o sorriso de André gravado na fotografia era dos mais sexys. Gostou de saber que o moleque estivera lá, vira sua vitória, provavelmente fotografara o momento em que ele surfou aquela onda de quase dois metros, que viajou para dentro do túnel e conseguiu sair sem cair da prancha.

– Agora eu estou desvantagem, Júlio. Você sabe onde eu surfo, mas eu não sei onde você anda de skate...

– Como você sabe que eu ando de skate?

André se ajeitou na cadeira, o volume da calça ficou visível na fotografia, Júlio notou, o surfista desabotoou todos os botões da camisa, deixando-a aberta e mostrando os gomos da sua barriga, o umbigo e a parte interior do peitoral. A fotografia que veio nessa hora ficou tão bonita que Júlio pensou em guardá-la para si. Ligou o pequeno ventilador numa das laterais do estúdio para que o vento balançasse a camisa aberta. André usava o mesmo perfume de um ano atrás. Ou era esse o seu cheiro natural?

– No momento em que eu pus meus olhos em você já fiquei sabendo de muita coisa – respondeu. O flash captou o seu aguçado olhar.

Júlio ajeitou o pau na própria calça, quis ser discreto, mas não conseguiu. André se levantou da sua cadeira, rapidamente vinha em sua direção, as pernas do fotógrafo amoleceram, seu coração disparou ainda mais do que já estava disparado. No caminho, André tirou a camisa, revelando a visão que levava dezenas de pessoas a praia, não estavam nem aí se ele venceria ou não, só queriam vê-lo assim, a pele bronzeada, os músculos bem definidos, o homem mais desejado do ano. A poucos centímetros de Júlio, no momento em que seus já trocavam calor, André parou, um pouco maior que ele, olhava levemente para baixo, nos seus olhos.

– Você quer passar alguma coisa para as fotos saírem melhor? Óleo, maquiagem?

A respiração pesada de Júlio divertia André. E ele tinha que aproveitar esses momentos de diversão porque sentia que estava chegando o momento em que ele mesmo não agüentaria mais manter o teatro. Quando Júlio estava assim tão perto cada segundo era uma prova de força tentando resistir pegá-lo pelas costas, gruda-lo ao seu corpo, beijá-lo, apertá-lo, tê-lo.

Os dedos de Júlio deslizaram delicadamente pelo seu peito. – Você está suando – disse ele, e foi a primeira vez que mostrou para André que ele não estava se saindo tão bem assim nesse papel de machão irresistível. Era claro que ele também estava lutando contra alguém igualmente irresistível para ele. Tentou por as mãos na nuca de Júlio para puxa-lo para um beijo, mas o skatista se afastou, sorrindo, foi até a mesa de maquiagem. Não ia por óleo, apenas uma fina camada de maquiagem para que o suor não aparecesse brilhando nas fotografias. Não era um ensaio sensual, apenas esportivo. Embora a sensualidade daquele homem inevitavelmente fosse aparecer nas fotografias.

Quando se virou novamente para André, encontrou-o só de sunga, uma sunga branca, seu pau duro tão nítido dentro do tecido que tirar uma fotografia daquele jeito e entregá-la a redação do jornal seria um ato de provocação. A cabeça rósea era um volume um pouco maior que o restante da extensão daquele membro, e por menos de um centímetro ela não tinha a sua ponta para fora da sunga, era um pau e tanto, Júlio pensou. André sabia muito bem das qualidades do seu corpo. Mas Júlio não cedeu, se aproximou dele, os corpos novamente quase grudados, e começou a passar o pozinho quase incolor sobre a pele do peitoral, de um sorridente André, o fotógrafo fazia de tudo para ignorar aquela massa lá embaixo e olhava somente para o peito e a barriga de André, que também o excitavam.

– Você quer que eu esconda a cicatriz? – perguntou, tocando de leve na marca circular do tiro que André levara no peito.

– Não, não tenho vergonha dela.

Nos braços a maquiagem foi em menor quantidade, as veias de André sobre o bíceps pareciam tão salientes que os lábios de Júlio se entreabriram, quase literalmente com água na boca. Se afastou antes de beijar aqueles braços, dois passos de costas, tirou a fotografia, no enquadramento aparecia até o umbigo de André, nada abaixo disso. Mostrou a foto para o fotógrafo, que disse:

– Eu trabalho como surfista, cara. As pessoas vão querer me ver de sunga.

Júlio, olhando nos seus olhos, levou a mão direita até o pau de André enquanto falava:

– Para tirar uma foto de sunga primeiro você vai ter que ajeitar o seu caralho de um jeito menos erótico – habilmente, com aquela mão colocou o pau de André de lado na sunga, de modo que sua excitação tornava-se menos visível.

Dessa vez foi André que foi pego de surpresa, de repente, não era mais ele que estava dominando aquele jogo de sedução, ele era o dominado, Júlio brincou com fogo e saiu a tempo de não se queimar, mas André em chamas correria atrás dele e o abraçaria para que os dois se consumissem juntos. Júlio ia se afastar para tirar mais uma foto dessa vez mostrando a sunga, mas André não deixou, segurou-o pelo braço, puxou-o.

– Fala de novo, gostei de ouvir isso da tua boca. Fala do meu caralho.

Júlio sorriu, suas mãos apoiadas nos peitos do surfista, as palmas sobre os mamilos arrepiados.

– Os jornais não vão gostar se nas fotos aparecerem o teu caralho, André. Ainda mais duro desse jeito... Você vai ter que dar um jeito nisso.

– Me ajuda?

Júlio mergulhava magistralmente dentro dos olhos de André, depois, como se nada estivesse acontecendo, se afastou outra vez, agora era ele que ria do estado em que deixara André, o pau babando, o corpo todo arrepiado. Novamente um enquadramento que não mostrava a sunga, e depois ainda disse:

– Gostei do seu novo corte de cabelo. Te dá um ar mais másculo.

André arfou, já não conseguia rir, estava vencido, o skatista ganhou, o moleque acabou com ele. Agora precisava acabar com isso, precisava parar de brincadeira e fodê-lo de uma vez, precisava transar com ele antes que seu saco explodisse.

– Há alguns dias, falei com o Daniel, contei para ele sobre tudo...

Júlio abaixou a câmera.

– O quê?

– Contei pra ele que eu havia me apaixonado por você quando te vi lá na cidade, na primeira vez, quando eu ainda vestia um capuz, lembra? Eu olhei pra você e senti na mesma hora que precisava ficar com você, nunca havia sentido nada assim por um homem, na verdade nem por mulher nenhuma. Contei do nosso beijo, de como você não deixou que fôssemos além. Contei que venho em você desde então, que você não sai da minha mente, não paro de sonhar com você, fico todo excitado quando penso em você. E eu disse que se ele estivesse de acordo, eu tentaria ficar com você, não só uma noite, ia convidar você pra ir morar comigo, tentar viver com você, seu molequinho miserável, você tem idéia de o quanto mexeu com a minha cabeça?

Aproximou-se dele, agora se encostou de vez no corpo de Júlio, o pau contra o inicio da barriga do skatista, suas mãos nas costas de Júlio, uma delas foi rapidamente descendo de encontro a sua bunda, André sentia o corpo do fotografo todo mole contra o seu. Júlio também gostava dele, estava na cara isso. Júlio também passou esse tempo todo pensando nele.

– Ele disse que estava tudo bem? – gaguejou.

– Sim, e mesmo que ele não dissesse, eu estaria aqui agora. Mesmo sabendo o quanto é horrível ficar brigado com o meu irmão, eu não teria escolha, voltaria a ficar se fosse o único jeito de ter você.

Júlio ia levantar a câmera para tirar uma foto assim, com o rosto de André grudado ao seu, mas o surfista não deixou, segurou o seu braço onde estava, e tomou a boca de Júlio num beijo apaixonado. E por dentro daquele beijo, tirou a câmera da mão de Júlio, tirou o pouco de superioridade que ele tinha, estavam iguais agora, dois caras muito excitados se beijando, só isso, e caminhou empurrando o outro consigo até chegar na mesa de câmeras e deixá-la lá. E o beijo não parava, e continuavam andando pelo estúdio, se empurrando, e André puxou a camisa de Júlio, tirando-a e se por um segundo para fazer isso tiveram que se afastar, quando o segundo acabou já estavam com saudade da boca um do outro e se agarraram com mais urgência, e Júlio saltou sobre André e subiu nele, ficando os dois na mesma altura e André foi indo para trás com o impulso e só não caiu no chão porque caiu sentado na poltrona do estúdio, e o moleque em cima dele parece que nem notou que os dois quase se machucaram feio, continuou beijando-o, invadindo sua boca com uma vontade tão emergencial que André sentia o inchar dos lábios e estava adorando, e reagia, e retribuía e também fazia inchar os lábios de Júlio enquanto suas mãos desciam para a calça do moleque e desabotoaram-na, precisaram se levantar para que ele tirasse aquela calça, se levantaram sem parar aquele beijo, e André ao puxar a calça de Júlio levou junto sua cueca, notando que ele se depilava, havia bem pouco pelo pubiano e nenhum pelo nas suas coxas, mas Júlio não ficou por baixo e tirou a sunga de André também, abaixou-se para tirar aquela sunga que ficou presa nas coxas grossas do surfista, foi até os pés de André, levantou-os para tirar a sunga, ficou com ela nas mãos, sentou em cima do surfista, os dois nus agora, pele tocando na pele e aquele calor gelado de quando o contato vinha assim, e olhando bem nos olhos do surfista cheirou a sua sunga branca, cheirou bem profundamente, aspirando o perfume da excitação de André, que se contorceu de tesão, porra, aquele moleque sabia derruba-lo, e tirou a sunga das mãos de Júlio e a jogou longe e voltou a beija-lo enquanto agora suas mãos passeavam com mais liberdade pelo corpo um do outro e Júlio aproveitava para se remexer bem suavemente, friccionando sua bunda na coxa de André, deixando-o com uma vontade louca de meter logo o pau naquela bunda, mas ele não podia, o moleque não permitiria, Júlio estava no controle de tudo ali, Júlio podia fazer o que quisesse, podia mandar o que mandasse que André só obedeceria.

Com a luz dos holofotes sobre eles pareciam tão iluminados aqueles dois, o brilho branco jorrando sobre seus corpos, iluminando seus olhares nos momentos em que se afastavam um pouco e olhavam um para o outro, como se precisassem de certo esforço para acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo, que dessa vez não era fantasia, estavam mesmo juntos, e sob aquela luz branca eram ainda mais lindos aos olhos um do outro, e depois voltavam a se beijar, a se apertar, a se arranhar a se amassar, e Júlio foi descendo pelo pescoço de André, a orelha de André, beijando e mordicando de leve enquanto sua mão massageava o pau do surfista, o pau do campeão, o pau do melhor surfista, do que mais desejavam.

– Que delicia de caralho – sussurrou.

E André não agüentou, não agüentava ouvir essas coisas no ouvido, a voz masculina dizendo frases assim o excitava demais, ou melhor, não a voz masculina, mas a voz do seu menino, do seu moleque. E se levantou da cadeira, e deitou no chão, dessa vez ficando por cima do outro, que sorriu, enlaçou os braços nos seus ombros enquanto voltava a beijá-lo.

– Espera – Júlio falou, saindo de debaixo dele, André continuou ali no chão, esperando que ele voltasse o mais depressa possível, acompanhando com o olhar o modo lindo com que a bunda do moleque se mexia enquanto ele andava pelado pelo estúdio.

Júlio entrou no vestiário e saiu de lá com uma prancha de surfe que os editores do jornal pediram para que ele usasse em uma das fotografias, André riu já prevendo o que ele queria.

– Seu safado.

Júlio deixou a prancha no chão, ao lado de onde André estava e deitou-se sobre ela, de barriga para cima, levantando as pernas, flexionando os joelhos, deixando assim o cuzinho a mostra.

– Vem cá.

– Nem precisa pedir – disse no instante seguinte, já estando em cima de Júlio, muito bem encaixado sobre seu corpo, as mãos uma na coxa direita, outra sobre o peito do moleque, tocando de leve o cordão que ele trazia no pescoço, que tinha um pingente de prata em forma de skate. André beijou a coxa de Júlio, olhando nos olhos do garoto ele beijou e lambeu aquela coxa linda e cheirosa, sua mão apertava-a forte, depois desceu e beijou os mamilos rosados dele, um por um e subiu um pouco, beijando aquele colar, pondo o pingente dentro da boca, Júlio sorriu, ajeitou a bunda fazendo com que ela viesse em contato contra o pau de André. A cabeça quente e úmida da essência pré-gozo gostou da sensação de tocar na carne do moleque.

– Me come, André.

– Você quer no seco?

– Eu quero que doa – falou com um sorriso dos mais safados, beijando o braço de André, o bíceps, a veia verde.

– Puta merda, eu acho que te amo – falou rindo, como se fosse só uma frase de sexo, embora tivesse sérias dúvidas se era ou não.

Júlio arqueou o corpo para cima e beijou sua boca, trazendo André para baixo junto com ele, os corpos dos dois relaxados, as costas de Júlio na prancha e a barriga de André sobre Júlio, enquanto a mão direita de André ajeitava seu pau para a entradinha do fotógrafo. E Júlio estava beijand os músculos do seu ombro no momento em que o quadril de André começou a se mover e o pau começou a entrar, e nesse momento Júlio começou a mordê-lo e a gemer. André arfou pesado, a dor das mordidas e o prazer de sentir seu pau entrando, alargando aos pouquinhos aquele cu apertado e quente, deliciosamente quente. Fechou os olhos e foi metendo mais fundo, Júlio não reclamava, só continuava mordendo-o, era uma mordida forte, mas os dois acostumados à dor, sabiam para onde ela levava, é machucando-se que se chega a perfeição.

– Que pau gostoso, campeão.

– Que maravilha de cuzinho, skatista lindo.

Abriu os olhos para ver o rosto de Júlio no momento em que o seu pau fosse dar a investida final, aquela ultima metida que iria até o fim, que o poria todo dentro, chegaria ao último espaço do corpo de Júlio, e o moleque ria para ele, se divertia como poucos enquanto fodia. André não se imaginava transando com mais ninguém pelo resto da vida. E quando a última metida veio Júlio rebolou, ele rebolou com o pau todo lá dentro, e André afastou o rosto alguns centímetros do dele, se apoiando nos braços para vê-lo melhor enquanto ia e voltava dentro dele, e podia foder sem medo, Júlio só gemia, não reclamava e ele começou a come-lo assim como queria, com força, com violência, querendo matar um ano de saudade em uma única transa e quando tirava o pau inteiro lá de dentro e o metia outra vez o corpo todo de Júlio ia para frente e voltava e Júlio segurava nas suas costas e apertava os seus músculos, André segurava nas coxas do garoto e abria mais o seu cuzinho enquanto enfiava o pau nele e o cheiro dos dois suando cada vez mais se espalhava pelo estúdio, misturado como se fosse um só cheiro.

André ficou de joelhos na prancha, girou o corpo de Júlio ao contrário, levantou suas pernas para que ele ficasse de quatro também em cima da prancha e recomeçou a meter nele, imaginavam somo seria louco isso no mar, os dois assim em cima da prancha, transando feito loucos famintos e as pessoas assistindo da praia e dando notas para a posição, para o gemido mais alto, para a estocada mais profunda. Dez dez dez.

André o segurou pelas costelas e aumentou a força, batendo os dois corpos como automóveis que se batem destruindo tudo, e Júlio já gritava de tesão imaginando se o maquiador e a iluminista do estúdio estariam do lado de fora daquela porta com os ouvidos grudados na parede e escutando esses gritos, mas ele nem ligava, continuava gritando, bom demais, queria que durasse mais tempo mas seu pau começou a gozar meio que por vontade própria e seus gritos se tornaram mais sofridos e gostosos ainda e André percebia isso também e sentiu um tesão ainda maior ao ver o gozo de Júlio respingando na prancha e também começou a urrar grosso, feito uma fera da savana africana e a foder tão forte que as nádegas de Júlio estavam ficando vermelhas, até que ele explodiu também, num farto gozo lá dentro. E caiu esparramado em cima de Júlio, sentindo seu corpo deslizar um pouquinho nos suores dos dois.

– Porra, isso foi bom demais – falou baixinho, abraçando Júlio que continuava de quatro naquela prancha, recobrando o ar.

– A minha melhor foda de todas...

André beijou suas costas. Os dois relaxaram lentamente.

Júlio se levantou, caminhou ainda sem pretensão de voltar a se vestir, pegou a câmera e em pé ao redor da prancha onde André ainda descansava, recomeçou a tirar fotos do surfista, assim sem roupa, com o pau em repouso longo e lânguido se estendendo até o umbigo, parecia um modelo de escultura grega, aquelas fotos captavam sua beleza mais intima, o sorriso mais verdadeiro e satisfeito que ele já deu diante de uma câmera fotográfica.

– Os teus editores vão pôr essas fotos na primeira página – disse, brincando.

– Essas são pro meu acervo mais pessoal...

Olhando assim para o seu fotografo nu, André começou a se tocar de leve, acariciando o próprio pau ignorando a chuva de flahes que vinha contra ele, logo estava duro outra vez e nem disfarçava que a razão da sua excitação era o corpo de Júlio ali, disponível assim para ele.

– Já vi que não vai ser agora que vamos recomeçar as fotos pro jornal, não é? – Júlio comentou.

– Eu estou em greve total até você me dar o que deve...

– E o que eu te devo?

– Uma boa chupada.

– Acho que não vai demorar pra entrarmos num acordo...

Foi até ele mais uma vez, André ia se erguer para ficar sentado, mas Júlio não deixou, empurrou-o outra vez para que continuasse deitado, e depois começou bem lentamente a chupá-lo, uma mão em sua coxa e outra no seu saco, enquanto sua boca saboreava a cabeça do pau de André, e depois descia pela extensão do seu membro.

– Ah, que delicia cara – André soltou, quando se sentiu inteiro protegido por aquela boca, suas pernas se flexionaram no reflexo, Júlio contornou as duas coxas com os seus braços enquanto chupava-o.

Sua boca alternava entre o pau, o saco e aquelas coxas. Extasiado, André tocava no cabelo castanho de Júlio e levemente o empurrava cada vez mais para dentro e depois de alguns minutos já não agüentava mais aquela chupada e gozou, ahh, sentia lentamente os jatos atravessando seu pau e indo direto para a boca de Júlio, que sugava-os com carinho.

– Podemos trabalhar agora? – Júlio falou, brincando.

– Você pode fazer o que quiser comigo agora – respondeu, de olhos fechados, relaxado.

– Olha, não me tente, rapaz.

Beijou sua boca. Ergueu o seu corpo, trouxe para ele uma outra sunga, dessa vez preta e as fotos que realmente iriam para o jornal recomeçaram.

Depois de algumas, enquanto Júlio, carinhosamente ajeitava-o na posição que queria para a próxima foto, beijando-o a cada minuto, acariciando seu corpo sob a desculpa mal disfarçada de que iria repor a maquiagem. E numa foto em que André posava sorridente com a prancha sob o braço, ele falou olhando para o seu moleque por trás da câmera:

– Escute, daqui a dois dias eu vou para Curitiba, passar duas semanas de férias – parou de falar para abrir o sorriso, a foto ficou perfeita. Continuou: – Você quer vir comigo?

Júlio olhou para ele por cima da câmera.

– Sério?

– Por que não seria? Se nós vamos passar o futuro juntos, por que não começar já...

Uma última foto estava para ser tirada, nela, André de costas, olhava para o lado e seus olhos quase apareciam para a câmera, mas não apareciam, e o flash veio mas ele não se moveu, as vezes Júlio não ficava satisfeito com a primeira fotografia e tirava mais algumas, e então dizia alguma coisa como "Agora sim" ou "Essa ficou bem melhor" que era o sinal para que André pudesse voltar a se mexer, então ele ficou imóvel esperando pela frase, mas ela demorou a vir, e não vieram outros flashes, ele já estava prestes a dizer alguma coisa quando sentiu Júlio abraçando-o por trás, enlaçando sua barriga. André soltou a prancha e pos suas mãos sobre as do skatista.

– Claro que quero ir com você... Vou adorar.

– E você sabe o que eu vou adorar? – André perguntou, virando-se, abraçados, juntinhos, moviam-se harmoniosamente, bem sutilmente, como se tivessem dançando um imaginário Rhyithm and blues lento e suave. – Eu vou adorar uma saideira com você – disse, para depois beijá-o longamente, agora sem pressa, saboreando o seu moleque.

– Podemos providenciar isso – Júlio respondeu, sorrindo.

Aos poucos, foram se deitando outra vez sobre a prancha de surfe.

Fim.

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Comentários

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Cara, que conto lindo! Vc escreve muito bem e essa história foi perfeita, do jeito que eu gosto: romântica e sem morte. rsrsrs Abraçosssss

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Amei o final... Só seria melhor se tivesse continuação, mas foi perfeitaaa 💞💕😍

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