CORAÇÃO DE VIDRO - 11

Um conto erótico de Homero
Categoria: Homossexual
Contém 1237 palavras
Data: 25/02/2015 21:17:28
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Meu coração estava disparado quando adentrei a minha casa. Já sabia tudo que me aguardava e essa situação era tudo que eu queria evitar... principalmente estando em umas pequenas férias ao lado do Dani.

Só a visita da família pra foder com tudo! Malditos!

Meu olhar varreu a sala e notei-os sentados no sofá me olhando com surpresa.

Fazia anos que nos os via pessoalmente e mesmo assim queria nunca mais voltar a olhar pra eles!

Minha mãe, Marli, ostentando suas jóias. Uma maquiagem horrenda cobria seu rosto. Apostava que sem aquelas pinturas de palhaço ela deveria ficar cinco quilos mais leve. Seus cabelos eram um castanho mais claro e seus olhos eram muito escuros. Fendas profundas de puro nada. Ela toda era uma casca podre de nada. Tinha uma pena enorme do meu pai por ter que aturar essa maldita mulher interesseira e falsa.

Meu pai, Jonas, era um bom homem... mas um fantoche descarado de minha mãe. Eu era uma versão mais nova dele. Eu gostava de como seus olhos me fitavam como se ele tivesse tantado a me dar um abraço... mas ele não fazia isso. Marli não permetia! Desde que saí de casa nenhum dos meus parentes manteram contato comigo por causa da minha mãe! Bando de malditos!

E ao lado dos meus pais estavam meu irmão, Leon, e sua namorada que eu não sabia o nome. Ele mudava de namorada como mudava de cueca. Todas tinham a mesma aparência: a de puta barata. Sem mais nem menos. Roupas apertadas, salto alto e um batom de quem diz "abaixa as calças que meu boquete é único".

Leon era meu irmão mais novo. Dois anos mais novos. Seus cabelos eram castanho claro e seus traços eram como os meus e do meu pai: Braços fortes e músculos bem trabalhados. Tudo genética. Nenhum de nós jamais frequentou academias. Leon até parecia ser como eu e meu pai, pessoas boas por dentro, mas ele tinha a marca registrada da minha mãe: as fendas escuras e profundas nos olhos. E também tinha um grande nada nele. Não havia nada nele como não havia na minha mãe. Outro maldito parasita como quase todos dessa família ridícula!

-Meu filho! -minha mãe se levantou, sorrindo falsamente pra mim. -Quanto tempo?!

Me aproximei deles e, tremendo um pouco, rosnei.

-Não tempo o suficiente!

Levantei os olhos e vi o caseiro e sua mulher vigiando a família. Direcionei a eles um olhar agradecido e eles se retiraram discretamente. Não me importei com a falsa ofensa que minha mãe esboçou.

-Como pode, depois de todo esse tempo nos evitando, nos tratar com essa grosseria?!

-Já disse por telefone e agora vou falar na sua cara, "mamãe"! -fiz aspas, quase espumando de raiva. Meu humor decaia quando simplesmente ouvia a voz de algum deles. -Não os quero na minha vida! Não os quero perto de mim! Não quero nem ouvir o som das suas vozes, parasitas! Vovó tinha razão em odiar todos vocês porque vocês só se importam com status e dinheiro!

Todos eles ficaram me olhando chocados com minha explosão. Continuava respirando como um touro raivoso.

-Seu ingrato! -minha mãe tentou gritar mais alto que eu. Mal sucedida. -Nós te demos tudo! Você é um ingrato! Quando ficou bem na fita, esqueceu de nós! Nos largou pros urubus!

Meu pai apenas assistia sem mostrar qualquer coisa a não ser surpresa e um pesar enorme por estar ali. Não o culpava. Ele era bom! Essa infelicidade toda fruto de um mal casamento.

Meu irmão levantou-se de repente e apontou o dedo pra mim.

-Você é um mal agradecido! -uma voz grave atingiu meus ouvidos feito trovão. -Sempre tentamos contato com você e você só pensa em si mesmo! O status da família está no lixo por sua causa!

-Cala a boca! -gritei pra ele, que se encolheu um pouco.

Aquelas gritarias deveriam ser ouvidas por todos e a única coisa que eu não queria era um escândalo. Respirei profundamente e falei com a maior calma que consegui, sem deixar de ser claro e muito decidido.

-Não os quero aqui! Vocês só se aproveitaram de mim! Só vivem desse status ridículo e cansei de pagar suas festas ridículas! Vão arranjar um trabalho e parem de viver dos outros!

Novamente os calei.

Quando ouvi a porta abrindo atrás de mim orei com fervor pra que não fosse o Dani ali, todo exposto pra ser um motivo de chacota e suborno daqueles parasitas.

-Senhor Lopes. -Daniel chamou baixinho.

Praguejei e virei pra encará-lo. Ele olhava pra minha família com um olhar desconfiado. Ele sabia que eram os inimigos. Seu peito ainda estava desnudo, deixando suas marcas a mostra, e seus cabelos secos estavam jogados pra trás e presos por uma fita improvisada por ele mesmo. Tava sexy pra caralho.

-Dani. -falei baixinho pra ele, o olhando meio desesperado. -Pedi pra ficar no carro.

-Ouvi gritos. -ele se justificou, olhando pra mim com paixão. -Fiquei preocupado com o senhor.

Tive vontade de beijá-lo. De amá-lo naquele mesmo instante. De sair dali com ele e sumir pra sempre. Pra algum lugar aonde só houvesse nós dois, eu pudesse me enterrar nele e relaxar daquela tensão raivosa que pressionava minha cabeça e embaçava minhas vistas.

-Quem é esse, Homero? -a voz irritante da minha mãe me despertou.

Eu sentia a esperança na voz dela por achar que o Dani seria o lugar de onde ela acharia algo pra me subornar. Pude até sentir o olhar dela avaliar todo o guri tirando notas cuidadosas. Não me atrevia a virar para encarar.

-Que marcas são essas no corpo dele? -e então ela chegou aonde temia que ela chegasse.

Sua voz estava venenosa, depois de parar com aquele fingimento! Ela era uma víbora! Descobria um ponto fraco e atacava... e o Dani era meu ponto fraco.

-Esse guri deve ser um puto que o Homero anda comendo por aí! -Leon debochou, rindo alto. -Deve ser um garoto de programa que ele achou na esquina! Olha as marcas dele!

Então tudo escureceu na minha visão. Senti a raiva explodir de maneira catastrófica na minha cabeça e só notei o que fazia depois que me avancei em cima de Leon e o soquei na cara com tamanha força que o jogou do outro lado da sala.

-Jamais fale do meu namorado assim de novo, seu bosta! -berrei. -Eu te mato se simplesmente dirigir a palavra a ele novamente!

Fechei os punhos com força pra não avançar sobre ele de novo. Sentia as veias do meu pescoço pulsando de raiva. Olhei pra minha mãe e ela se encolheu.

-Saiam daqui! Não quero saber de vocês nunca mais! Se vocês cruzarem sobre meu olhar novamente, corto as verbas que estou disponibilizando! -rosnei. -Parasitas imundos do caralho!

Minha mãe abriu a boca realmente ofendida. Depois a fechou e bufou como uma criança. Colocou a bolsa sobre os ombros e saiu depressa sem esperar ninguém.

Meu irmão e a vadia da namorada dele sairam atrás. Leon com a mão estancando o sangue do nariz quebrado, evitando passar perto de mim.

Meu pai olhava pra mim com um leve sorriso. Levantou-se devagar e se aproximou de mim. Colocou a mão no meu ombro, me deixando surpreso.

-Sinto muito. -sua voz rouca revertebrou pela sala que estava em silêncio. -Ele é um garoto lindo... -olhou pro Dani e sorriu. -... e você merece ser feliz.

E saiu sem olhar pra trás.

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Comentários

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I'm like that e ponto para o pai do Homero!!!! 👏👏💕✌😍✊

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Muito bom, vem muita confusão sinto!

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Que demora man, mas compensou, curti o pai dele, devia deixar a vadia velha. Esperando mais!

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