Menino do Rio - Capítulo 13

Um conto erótico de Samuel
Categoria: Homossexual
Contém 1251 palavras
Data: 03/02/2015 09:06:16

“Pai

Por que você me esqueceu?

Nos seus olhos, me esqueceu

Nos seus pensamentos, me esqueceu

No seu coração, me esqueceu” Chop Suey, SOAD

Após chegar em casa chorando, desnorteado devido a minha briga com Gabriel, vi meu pai sentado na minha cama com uma expressão séria. Ele me olhou nervoso e perguntou:

- Que porra é essa? – Me mostrando um papel. Demorei alguns instantes para reconhecer.

A carta de Raul. Como eu havia me esquecido dela? Eu havia a guardado na minha escrivaninha e nem pensei que alguém pudesse acha-la ali. Eu estava errado, e pagaria caro por esse erro simples.

- Um carta – Respondi, engolindo o choro.

- EU VI QUE É UMA CARTA! É VERDADE O QUE ESTÁ ESCRITO NELA? VOCÊ É UMA BICHINHA, SAMUEL? – Meu pai gritou, abalando as estruturas.

Não sei por que, mas naquele momento eu estava muito nervoso. Se meu pai tivesse pego aquela carta em outro momento eu poderia com certeza contornar a situação, amenizar o estado. Mas não naquele momento. Por um segundo de raiva e descontrole, eu resolvi parar de mentir.

- É verdade pai. Eu sou uma bichinha sim. Eu to chorando por que acabei de brigar com meu melhor amigo pois ele descobriu que eu dei o meu cu pro namorado gostoso dele. Dei mesmo. É meu, eu do pra quem eu quiser. O senhor vai fazer o que? Me bater, me expulsar de casa? – Perguntei encarando meu pai.

Meu pai tirou o sinto e me bateu. Na primeira eu apanhei calado. Na segunda eu tirei a cinta da mão dele e joguei para longe. Ele veio para cima de mim. Eu estava com raiva, nervoso. Dei um murro na cara do meu pai. Ele caiu sentado na minha cama.

- Nunca, nunca, levante a mão para me bater! – Falei baixo ameaçando meu pai.

- Você não é meu filho – Ele me respondeu.

Minha mãe chegou atrasada no quarto. Eu me virei para ir embora mas ela estava na porta. Enquanto eu saia, meu pai pegou alguma coisa na minha mesa para me bater. Não vi o que era, mais meu reflexo era muito mais rápido que o dele.

Com uma mão eu “desarmei” ele. Depois eu peguei ele pela camiseta e joguei contra a parede. Ele caiu no chão me olhando assustado. Eu era muito mais forte que ele.

Me virei para finalmente sair daquela casa. Minha mãe me impediu:

- Filho, não faz isso... – Eu olhei para ela e respondi, seco:

- Se for para eu ter uma família com esse cara, eu prefiro morrer sozinho – Ela começou a chorar. Eu passei por ela e saí. Sozinho. Sem nada. De noite. Sem amigos. O único lugar que eu pensei em ir, foi para Campinas.

Minhas aulas começariam dali duas semanas e eu não tinha onde morar. Eu tinha um dinheiro guardado na minha conta. Na faculdade eu acharia um lugar barato para morar, trabalharia de dia, estudaria a noite. Esse era o meu plano.

Fui até o rodoviária, peguei o primeiro ônibus para Campinas. Fui chorando quase que o tempo inteiro no ônibus. Meu celular tocava incansavelmente. Era minha mãe. Desliguei o celular, mandando um sms antes: “Estou bem. Não se preocupe comigo. Preocupe-se com o monstro que divide a cama com você”.

Bom, eu já tinha 18 anos, já era maior de idade e tudo mais. Já podia trabalhar.

Naquele dia, eu arranjei o hotel mais fuleira que eu pude. Eu tinha algum dinheiro, mas nos meus planos eles já tinham destino. No outro dia fui até a universidade. Eu precisava saber como funcionaria os esquemas de bolsas e tals.

Contei minha história para a assistente social de lá, que por sinal é um amor de pessoa. Ele pediu para eu voltar no outro dia, que ela já teria verificado tudo certinho para mim. Saí de lá e logo fui arrumar emprego.

Antes, obviamente fui tirar carteira de trabalho e uns documentos que tinha ficado na minha casa. Isso foi rápido.

Procurei o dia inteiro por um serviço mas não encontrei. Fui na sala da assistente social, que prontamente me atendeu. Eu consegui bolsa alimentação na faculdade, ou seja, teria almoço e janta todos os dias de graça e também moradia no alojamento da faculdade. Menos duas despesas.

Quando eu estava indo embora, ela me falou:

- Samuel, você faz engenharia elétrica, certo?

- Sim, senhora. Isso mesmo.

- Então, tem um grande amigo que tem uma empresa de manutenção de motores elétricos. Ele está precisando de um ajudante. Você se interessa? – Puts. Eu não sabia nada disso. Nada mesmo. Mas toda oportunidade é válida.

- Moça, eu até interesso, mas não sei nada de motor. Nada mesmo. Só sei que ele roda – Ela deu uma risadinha e me falou:

- Não tem problema. Seu Marcos tem bom coração. Dá uma passada lá. Ele vai te atender. Espero que tenha te ajudado – Ela falou com um sorriso no rosto.

- Dona Sônia, a senhora salvou a minha vida. Você é um anjo que caiu do céu – Ela riu quando eu falei isso.

Saindo da faculdade, fui até essa empresa. Seu Marcos, um homem com seus 60 anos, expressão tranquila e amigável, me recebeu muito bem. Fui privado de contar minha história, pois Sônia já tinha contado. Depois de alguns minutos de conversa ele me falou:

- Olha garoto, eu vou te ajudar. Quando você pode começar o serviço? Você tem muito que aprender!

- Seu Marcos, eu posso começar agora se o senhor quiser – Ele sorriu e me falou:

- Assim que eu gosto! – Vem, vou te ensinar a arrumar motores.

Pode parecer complexo, mas não é. É um trabalho braçal. Simples, em que a única dificuldade é ver a configuração interna do motor, que só tem 2 tipos.

No mesmo dia, eu já aprendi a desmontar, limpar, ver essa configuração e passar para a próxima etapa. Meu instrumento de trabalho: uma marreta de 1kg. Nada tão pesado quanto meus pesos na academia.

A empresa tinha em cerca de 20 funcionários. Todos eram muito amigos, não tinha intriguinhas e tudo mais. Se alguém tinha um problema com alguém, falava na cara. Também, era uma empresa onde só trabalhavam homens rústicos. Normal.

Nos primeiros 6 meses dessa minha vida eu comia o pão que o diabo amassou. Todos na empresa era gente boa, mas o serviço era cansativo. Meu dia era exaustivo.

Eu acordava as 5 ia para o serviço. Almoça no restaurante da frente, voltava para o serviço até as 6. Ia para a casa, tomava um banho, ia para a faculdade, voltava para casa. Dormia? De jeito nenhum! Estuda até as 3. Ai eu dormia.

Eu não tinha escolha. Ou eu estudava, ou eu me fodia. Quando mais eu demorasse para formar, mas eu viveria essa vida de cão.

Eu não tinha tempo para sair, não tinha tempo para me divertir. Vez ou outra eu ia em alguma festa do IFSH, pegava algum boy mas ficava por isso mesmo.

No começo eu pensava em desistir e voltar chorando para casa. Mas meu orgulho era maior. O desprezo do meu pai me deu forças para vencer. Eu sofri, mas como tudo na vida, um dia você se acostuma.

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Pessoal, eu sei que eu sumi um bom tempo. Mas eu tenho uma explicação. Aqui na minha república eu fiquei sem acesso a internet e o único lugar que eu podia acessar a net, era na faculdade, que não permite conteúdo erótico nos seus acessos. Logo, eu não tive como entrar antes para postar. Entretanto, o problema já foi resolvido...

Um beijo e mil desculpas!

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Comentários

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ODEIO esses tipos de pais que são os próprios inimigos do próprio filho. Pessoas assim deviam ser eliminada por Deus porque não é papel de pai e mãe.

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Seu pai é um monstro e merecia uns tabefes na cara.

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Esse capítulo vale muito. Muito bom.

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Seu pai é um monstro e merecia uns tabefes na cara. Adorei o cáp!

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Nessa hora, Mãe e Pai, tem mais que abraçar o filho e pedir a Deus força, poi lá fora será muito dificil,

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Esse capítulo vale muito. Ele ta muito bom.

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Adorei o capitulo, nota 10, vc realmente passou por maus bocados

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