Semestre in Love. 6 capitulo. 2-parte

Um conto erótico de Luckas Borges
Categoria: Homossexual
Contém 1196 palavras
Data: 21/02/2015 12:32:31

Derick e suas “coelhices”

O vento entrava pela janela. Aquele dia fora muito sinistro. Arrepios subiam-lhe pela espinha e não eram causados pela friagem noturna e sim por lembrar-se de tantos episódios bombásticos. Derick fechou a porta e procurou em sua mochila um agasalho mais quente além de pilhas para a lanterna, a noite poderia castigá-lo no mato onde acampava escondido.

Ele colocou um gorro preto, vestiu a jaqueta e aproveitou que estava sozinho para pegar um cobertor mais quente. Saiu do quarto e caminhou lenta e cautelosamente até a saída, certificando-se de que não chamaria a atenção dos que estavam por ali.

Saiu por uma portinha nos fundos do prédio, passando pela área onde estava o sofá no qual dormira no primeiro pernoite do acampamento. No sofá um casalzinho abraçado observava o pedaço da lua que estava visível além das telhas coloniais, eles não conheciam Derick e por isso o garoto passou despercebido descendo os pequenos degraus e abrindo o portãozinho para a parte exterior que estava bastante escura, alumiada apenas pela luz da lua.

Derick a beirou o local onde ficavam os cavalos, mesmo local onde tivera a última conversa amigável com Tatiane. O que será que ela quis dizer com aquelas palavras? Será que rompera a amizade? Seria definitivo? De uma coisa Derick sabia, Tatiane estava coberta de razão. O que fizeram foi cruel e egoísta. A amiga não merecia ser tratada como “tapada”.

Sussurros vindos de perto do cocho dos cavalos interromperam a caminhada. Derick abaixou-se próximo a um amontoado de taboas velhas que estavam jogadas por ali. O trecho para a mata estava logo próximo, mas achou perigoso continuar e correr o risco de ser pego.

- “Você precisa ter cuidado para ninguém o pegar” – A voz masculina fora alterada pelo zunido do vento sobre as árvores. A escuridão impossibilitava enxergar com clareza, mas, havia três vultos trocando algo entre si.

- “Passo o restante da grana depois do acampamento, valeu” – O tom do garoto era suspeito, ele se expressava tal como um “maloqueiro”.

Então Derick entendeu, estavam comprando drogas. “Mesmo depois dos boatos continuavam a vender os entorpecentes”. Ele temeu ser pego presenciando a cena e cobriu-se com a coberta na tentativa de camuflagem. Instantes depois os três retiraram-se do local e o garoto viu quando as silhuetas sumiram ao longe, na lateral do prédio.

O vento zunia na copa das árvores. Era possível ver o reflexo da lua entrando por entre as folhagens. Derick deitou-se na “cama” improvisada no capim, cobriu-se com o cobertor tentando se aquecer, mas, desta vez não conseguiria ficar ali, pensou. Estava muito frio.

Ele tentou mais um pouco, porém o calor não vinha e fogueira não saberia acender. Algum tempo depois um zunido veio de entre as árvores, ele congelou e ficou parado abaixo das cobertas pensando no que fazer. Não podia ficar escondido, afinal, e se fosse um cavalo? O esmagaria embaixo de suas patas.

Derick retirou a coberta e com cautela levantou-se temendo a criatura na escuridão. O zunido parou e o garoto cuidadosamente se escorou no tronco de uma das árvores e permaneceu parado ouvindo a noite. Como nada apareceu afastou-se rumo ao cobertor, tentaria aquecer-se mais uma vez, então foi surpreendido por duas mãos que o pegou pela cintura. O garoto soltou um grito e correu para a lateral contrária ligando a lanterna e focando a “criatura” de jaqueta pesada. Ian. Seu coração disparou e um calor tomou conta de si.

- Então é aqui que você fica quando some? – Ian liga outra lanterna focando o rosto inchado do garoto que chorara há pouco.

- O que você está fazendo aqui, ou melhor, como descobriu? – Derick fazia-se de altivo, mas estava morrendo de medo. E se Ian soubesse que ele sabia das drogas? Teria vindo ele ameaçá-lo?

- Dando uma volta – Ian usa dá desculpa esfarrapada enquanto alumia o local – Este é o acampamento mais estranho que já vi! – exclama observando os cobertores forrados no mato – Onde está a fogueira? A barraca? – Ele abaixa e toca os cobertores – Porra, nem colchonete você tem? O que é isso? Um acampamento de índio? – novamente ilumina o rosto de Derick que se desvia do clarão.

- As outras noites estavam quentes – Derick esclarece – e outra, não devo explicações para você – ele não mede a grosseria, mas já analisava uma forma de correr dali.

- Vi sua amiga Tatiane a pouco – Ian fala e Derick lembra-se das silhuetas na escuridão. Será que a amiga ficou louca a ponto de...? Não, não... Tatiane não seria idiota de recorrer a entorpecentes – Ela é muito estranha... – continuou Ian.

- Estranho é você – Derick instintivamente defende a colega e muda o tom ao ver Ian se aproximando. Temeroso ele dá passinhos apressados na direção contrária.

- Ei, você está com medo de mim? – Percebendo a ação do rapaz, Ian dá novos passos em direção a ele fazendo gracinha, por fim senta-se nas cobertas ao chão. – ela deu um tapão na cara do Kaio sem mais nem menos. Na frente de todo mundo – ele passa a mão sobre os cobertores.

- Ian, na boa. O que você quer? – Derick torna a ser arrogante (mesmo com medo). Sua atitude deixava claro que não queria companhia.

- Nossa. Mas vocês são ignorantes. Você e a Tatiane. Combinam direitinho – Ian levanta-se – Quer saber, fica ai com seu acampamento de índio que eu vou voltar para o dormitório quentinho. Só não vá morrer – Ian joga a luz no rosto de Derick e em seguida segue para fora da mata.

O vento sopra ininterrupto sobre a copa das árvores, o local está frio e os pensamentos de Derick o perturbam. Ian já sumira a mais ou menos uma hora e meia, afinal, que horas são? Derick olha as horas no celular, 01:20 da madrugada, isso explica o frio. Enquanto tenta se aquecer percebe um novo movimento na mata, desta vez alguém está chegando com uma lanterna. O babaca do Ian deve tê-lo dedurado, pensa.

A luz se aproxima e Derick sentasse. A figura masculina abaixa-se ao lado e com outro cobertor em mãos entra para junto dos cobertores do garoto.

- Não vou deixar você morrer de frio aqui – A voz moleca de Ian mistura-se ao vento e Derick não entende nada. Ian agora está de gorro, tapando os cachinhos e as orelhas. – Chega para lá – ele diz e já vai se aconchegando junto a Derick. Pega o novo cobertor e joga sobre ambos.

- O que você pensa que está fazendo? – Derick fica atônito. Aquele garoto era muito, MUITO estranho. Como assim, ele já vai chegando e se enfiando debaixo dos cobertores sem nem ao menos ser um conhecido.

- “Acampando igual índio” – Ian abre uma garrafa de café que surrupiara na cozinha e de dentro de uma sacola retira pães com mortadela que sobraram do lanche que serviram naquela noite. Derick não queria admitir, mas agradeceu aos céus, pois estava morrendo de fome, outra razão para não conseguir dormir.

E agora? Como reagir? Ele estava com tanto frio, fome e anestesiado pelas últimas confusões que apenas pegou o pão, o café e permaneceu ali no escuro sentindo o vento bater no rosto com Ian ao seu lado. Alguém consegue explicar que loucura é essa?

Bjs!

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😨😨😱😱 o que sera que vai acontecer

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