A sedução de uma noiva I

Um conto erótico de Dionisius
Categoria: Heterossexual
Contém 2169 palavras
Data: 06/01/2015 09:49:51
Última revisão: 06/01/2015 10:17:29

Naquela época, eu e Beatriz namorávamos há quatro anos e iríamos casar dali a quatro meses. Ela tinha 26 anos e era uma morena de 1,68, do tipo falsa magra, cintura fina e quadris largos, com o par de seios mais lindos que já havia visto, médios pra grandes, naturais.

Passeávamos pelo centro da cidade quando Bia teve a ideia de procurarmos um ventilador de mesa por ali. Começamos a procurar nessas lojas de produtos chineses pra ver se achávamos algo em conta. De repente, escuto alguém me chamar:

- E aí, Paulo?

Olho pra trás e vejo alguém que não gostaria de rever. Fabrício tinha estudado comigo e andamos parte da minha adolescência e juventude juntos. Era daqueles amigos que você acaba tendo meio a contragosto e adorava me sacanear. Se eu me interessasse por uma garota, ele ia lá e acabava ficando com ela. Perdi duas namoradas pra ele simplesmente pelo gosto que tinha de seduzir, de se mostrar “o bom”. A certa altura, namorava escondido dele com medo de que fizesse alguma coisa pra pegar minhas ficantes ou namorada.

E olha que ele nem era nada disso. Altura mediana, moreno claro, magro, mas tinha lábia e sabia envolver as mulheres. Elas ficavam loucas por ele, que cansou de fazer “vítimas”.

Fiquei um pouco sem graça, mas respondi – Tudo bom, e você?

Ele aponta com a cabeça pra Beatriz: – Não vai apresentar?

- Essa é... minha noiva, Bia – disse, meio vacilante.

Prazer, noiva – brincou ele já se aproximando e trocando um beijo com ela – Conseguiu amarrar nosso Paulão então?

Disse isso rindo e colocando a mão no meu ombro. Ela achou simpático e daí ele começou a falar a respeito de nossa juventude, de como nos conhecemos e tal. Claro que pulou todos os detalhes sórdidos, mas falava como se tivéssemos sido grandes amigos e tido uma ótima convivência. Bia foi se entretendo e sorria pra ele, o que não era nada demais, mas me despertava algumas lembranças nada boas. Decidi tentar encerrar o papo que já me chateava.

- Amor, vamos, precisamos comprar o ventilador de mesa...

- Ventilador de mesa? – questionou Fabrício –Tenho uma loja aqui do lado que vende isso também. Não vou deixar vocês comprarem na concorrência, né? Vamos lá.

Bia olha pra mim sorrindo e seguimos ele, que continua falando. Chegando lá, apresenta os modelos da loja, que vendia quase um pouco de tudo, sempre fazendo alguma piadinha. Ela ri com ele e começo a ficar muito incomodado, em especial com os olhares disfarçados dele pro decote dela, que vestia uma camiseta regata branca realçando seu busto. Na despedida, Fabrício dá um abraço nela, nitidamente tentando encostar no seu peito. Escolhemos e finalmente saímos da loja.

Simpático seu amigo. Você nunca me falou dele, amor? – comenta ela.

Pois é, tinha esquecido dele... – falo sem dar muita importância, até pra não dar destaque praquele encontro.

Estávamos já a uns 100 metros da loja quando escuto um grito:

- Paulo! Paulo!

Era o Fabrício me chamando. Acenava um cartão na mão e percebi que na pressa havia deixado em cima do balcão. Pedi pra Bia esperar ali e fui até o encontro dele.

Ele me entrega o cartão e me cumprimenta, segurando pelo braço:

- Parabéns, Paulo, linda sua noiva. Você não se importa de emprestá-la pra um velho amigo, né?

Escuto aquilo e tiro a mão dele do meu braço: – Você tá louco?

- Que é isso, Paulo, seja generoso... E você sabe que se você não deixar, vou acabar comendo ela mesmo assim...

- Cara, o tempo da escola, da adolescência, passou! Vê se te enxerga, Fabrício!

- Passou mesmo? Aposto que você tá se borrando agora...

Ele me encara sorrindo e fico puto. Dou as costas e saio. Bia, que via uma vitrine distraída, mas mesmo assim percebe que estou alterado.

- Algum problema, querido?

- Não, amor... É só o calor.

*****

Aquela ameaça ficou ressoando na minha cabeça por uns dois dias, mas logo esqueci. Não havia, de fato, motivo pra preocupação. Estava a poucos meses do meu casamento e Beatriz não escondia sua felicidade de ninguém. Na cama, íamos muito bem, obrigado, e ela fazia reiterados elogios ao meu desempenho. Não, não havia porque ficar encucado com um idiota que adorava justamente aquilo, parecia que se alimentava do medo dos outros.

Só comecei a mudar de ideia quando Bia, alguns dias depois, chegou na minha casa e disse:

- Paulo, sabe quem te mandou um abraço? O Fabrício.

Fechei a cara na hora e perguntei meio ressabiado: – Quem?

- O Fabrício, amor, seu amigo de adolescência. Ficamos amigos no Face e uma hora em que eu estava no intervalo do trabalho conversamos um pouco... Nossa, ele adora você, só te elogia! E é muito engraçado também, ri muito com ele.

Não podia acreditar que aquele pulha estava cercando mesmo a minha noiva. Aposto que àquela altura devia estar imaginando como eu estava reagindo à abordagem dele. Calhorda.

- Bia, melhor você não dar muita trela pra ele, sempre foi um cara desequilibrado...

- Sério? Não me pareceu. E ele sempre fala coisas boas de você. Disse que te adicionou no Face, mas que você não aceitou o convite ainda. Expliquei que as redes sociais são bloqueadas no seu trabalho, que devia ser por isso que você não tinha respondido.

Na verdade, tinha visto o convite dele dias antes, mas não quis aceitar. Queria distância daquele cara e queria que ele ficasse longe da minha Bia também.

- Não vi o convite – menti – mas não tô a fim de falar com ele, acho que você devia também não perder seu tempo com esse tipo.

Ela me olhou com uma cara de interrogação que permaneceu por alguns segundos e depois abriu um sorriso, como se tivesse matado alguma charada, falando:

- Amor, você tá com ciúme! Olha só, e logo você que não é disso... Que bobagem, querido, vem aqui, vem – e me puxou pra junto dela.

Tudo que eu não queria era isso, demonstrar ciúmes ou medo dele. Afinal, ela tinha razão, eu não era disso. E não queria alimentar o monstro ou a curiosidade da Bia. Só queria esquecer aquilo. Me fiz de indiferente.

- Não é nada disso, mas você quem sabe. Bom, podemos falar de outra coisa?

- Claro, querido. Vamos jantar fora?

*****

Uma semana depois, saio com ela pra jantar. Toda feliz, ela me estende um pacote e diz:

- Surpresa!

- O que é isso, querida, nem é meu aniversário... – sorri e a beijei.

Abro o pacote e o presente é um relógio, desses de última geração, reluzente, design moderno... Dava pra ver que barato não tinha sido.

- Amor, obrigado! Isso deve ter custado uma fortuna, não precisava!

- Imagine, Paulo... Você merece, querido! Ele é caro sim, mas pelo preço que comprei não tinha como não trazer pro meu amorzão.

Abracei e beijei a Bia: – Você sempre atrás de uma promoção, né? – brinquei.

- Dessa vez a promoção veio a mim, rs.

- Como assim?

- Você não vai ficar bravo? Promete?

Gelei na hora imaginando o que seria: – Claro que não...

- Ah, foi o Fabrício que me deu um toque pelo Face que tinham chegado relógios a um bom preço lá, e me falou que esse era sua cara. Quando vi a foto dele, pensei: nossa, é mesmo! Aproveitei a hora do almoço e fui ver de perto. Daí ele me deu um desconto ainda maior porque era pra você, foi quase preço de custo.

Já olhei diferente pro relógio e a vontade era de jogar longe aquilo. Bia percebeu e emendou:

- Amor, olha que você prometeu, hein? E ele foi super respeitoso comigo, diz que sente falta de conversar com você, de estar junto... Tadinho, querido, fala com ele, dá um alozinho...

“Tadinho”. Se tinha uma coisa que aquela cara não era é “tadinho”... Não sabia como reagir àquele pedido, mas respondi:

Sim. Vou falar com ele.

*****

No dia seguinte, esperei a hora do fechamento da loja dele pra ir ao seu encontro. Fabrício já tinha baixado a porta de correr e entrava de novo para aquele império de bugigangas quando o empurrei pra dentro e o segurei pelo colarinho.

- Seu filho da puta, o que você acha que tá fazendo, hein?

- Calma, Paulo, não estou fazendo nada, só sendo simpático.

- Vai ser simpático com a puta que o pariu. Deixa minha noiva em paz!

- Hei, hei! Que escândalo é esse? Não fiz nada com a Biazinha. Ainda... – e riu.

Fiquei fulo e levantei a mão fechada praquele calhorda: – Seu filho da puta...

- Paulo, Paulo... Violência não vai adiantar. Pode até ser pior, já pensou eu ligando amanhã pra Bia e expondo sua paranoia ridícula? E mostrar esse seu lado instável, violento? Aposto que ela não vai gostar nada e vou me aproveitar bem do papel de vítima.

Soltei ele, estava bufando, com o coração a mil, totalmente descontrolado. Fabrício voltou à carga:

- Sabe de quem é a culpa disso, Paulo? Sabe? É sua, só sua! Não ia fazer nada, fiz um comentário bobo pra te encher o saco, mas você me desafiou e sabe como fico quando sou desafiado... Você não estava todo seguro de si, não era o fodão? Por que tá tremendo agora, tá com medo de eu dar um trato na sua noiva, é?

- Vai se foder, maldito!

- Paulo, se olha no espelho... Você sempre perdeu pra mim, sempre... Por que ia mudar agora, só porque você bancou o corajoso? Deixa de ser ridículo, se enxerga.

Comecei a chorar, atordoado. Não tinha controle sobre meu corpo, parecia um pesadelo. Cada palavra dele, confiante dos pés à cabeça, entravam na minha cabeça e perturbavam os meus sentidos... Fiquei tonto e achei que ia desmaiar, quando tentei conversar com ele de novo.

- Desculpe, eu... Desculpe.

Fabrício chegou perto de mim, triunfante.

- Não quero te fazer mal, Paulo. Mas você precisa reconhecer quando é inferior.

Olhei pra cara dele, sem saber o que responder.

- Você sabe, Paulo, sabe que eu consigo. Sabe que não pode comigo. Sabe que seu quiser, sua Bia vem pra mim de quatro, pedindo pra ser minha. Minha especialidade é amansar cavalonas que nem ela, e aquilo é um puro sangue...

Ele falava e gesticulava pra mim, segurando o seu pau e saco, fazendo um volume enorme.

- Mas nada disso vai acontecer se você me pedir pra não fazer, se reconhecer que não é macho pra disputar comigo.

Naquele momento, recuar parecia o mais sensato. Aceitar aquela derrota pra não perder o que eu tinha de mais precioso. Admitir que não conseguiria passar por aquela situação novamente.

- O que você quer? – perguntei.

- Que você peça.

- O que?

- Que você peça pra eu não comer sua noiva...

Aquilo parecia sem sentido, era humilhante, mas em poucos segundos pensei que era um preço baixo pra evitar o pior. Juntei forças e falei pra ele:

- Por favor, não coma minha noiva.

- Assim não! – ele gritou – De joelhos!

Chorando, já não tinha condições de lutar, só queria que aquilo acabasse, precisava ter paz de novo. Me pus de joelhos:

- Por favor, não coma minha noiva...

Ele se aproximou de mim e falou entre os dentes:

- Mais alto...

- Por favor, não coma minha noiva.

Nisso, ele colocou a mão no meu ombro e pediu pra levantar, agindo de uma forma que não entendi. Me abraçou e disse:

- Tá tudo tranquilo, Paulo. Tá tudo tranquilo...

Desabei no choro no ombro dele, mas logo me afastei. Não podia ficar ali mais um minuto, estava totalmente perdido.

- Você quer um copo de água? – ele me ofereceu.

- Não... Eu vou... embora...

- Ok, eu entendo. Bom, se precisar de alguma coisa, me contata.

Não respondi, somente virei de costas e saí. Precisei de alguns minutos andando a esmo para me recompor minimamente. Aquela situação que se desenrolou de forma tão rápida, aquela humilhação... Mas que no fim terminou ao menos com um alívio. Fabrício iria parar de atormentar Bia.

Durante alguns dias finalmente pude ter paz. Não tive mais notícias dele, que aparentemente não havia entrado mais em contato com minha noiva. Contudo, ela teve que fazer uma viagem a Salvador, de quatro dias, a trabalho. A partir dali comecei a ter uma sensação ruim. Quando chegou lá, pela tarde, me ligou falando quase de forma telegráfica, pouco amável. À noite, telefonei e a recepção foi quase a mesma, o que se repetiu na manhã do dia seguinte, quando se esquivou dizendo que estava ocupada e não podia falar.

Fiquei cabreiro e hesitei pra fazer algo que podia me acalmar ou me destruir: conferir se Fabrício estava na loja. Tomei coragem e fui até a rua onde ele estava, fiquei mirando de longe. Durante minutos não vi nada nem ninguém, tentei chegar mais perto pra ver se ele estava lá. Nada.

Me aproximei mais quando chegava o carteiro na frente da loja. Apertei os olhos e finalmente veio o alívio: Fabrício estava na loja, ou seja, estava cumprindo o combinado e não estava com Bia.

Mas por que então ela estava se comportando assim? Quem estava lá com ela? Comecei a investigar e descobri rápido demais o que estava acontecendo.

(Continua)

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Comentários

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"Não é nada disso, mas você quem sabe. " Assinou sua sentença de CÔRNO, FRACO, FROUXO.

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Muito bom....sabe dar ritmo a narrativa.. e mostrando ao que tudo indica que está se preparando para ser corninho manso... é delicioso saber que sua amada esposa ou noiva tem prazer com outras varas....Eu adoro, e exijo que me contem tudo...

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