Menino do Rio - Capítulo 11

Um conto erótico de Samuel
Categoria: Homossexual
Contém 1184 palavras
Data: 21/01/2015 13:05:08

“O Silencio é como um câncer que cresce” The Sound of Silence, Simon & Garfunkel

Reza a lenda que quando seu melhor amigo e você bebe uma garrafa de tequila, você não faz as coisas direito. Bom, eu senti na pele que isso era totalmente verdade.

Eu achei no momento do beijo que Gabriel fosse me bater. Me xingar. Ir embora. Mas não, ele retribuiu o beijo. O beijo dele era... Confortante. Me senti protegido pelo seu beijo. Nosso beijo foi longo.

- Desculpa... Eu... Desculpa... – Falei com vergonha. Ele não falou nada, simplesmente me abraçou. Deitei no colo dele, e, por incrível que pareça, eu adormeci.

Acordei no outro dia com o rosto inchado, de tanto chorar. Levantei no pulo, tentando me lembrar do que tinha acontecido. As imagens foram voltando aos poucos na minha mente. Eu e Gabriel chorando, contando casos, bebendo... E por fim... O beijo.

Na hora que eu me liguei para o que tinha feito, comecei a procurar por ele. Ele não estava no meu quarto. Olhei na cozinha, mas lá só estava minha mãe.

- Bom dia, filho? Como você está? – Ela me perguntou, meio preocupada.

- To bem, um pouco de ressaca, mas bem! Você viu o Gabriel? – Ela olhou para mim curiosa e disse:

- Ele acordou cedinho, disse que precisava ir. Tem alguma coisa errada?

- Não, não. É só que ele sumiu...

- Achei que você soubesse onde ele está, meu querido...

Depois disso, tomei meu café e voltei para a cama. Eu estava morrendo de ressaca. Afinal, eu e Gabriel tínhamos bebido meia garrafa de tequila cada um. Mandei mensagem para o Gabriel “Onde você está? Estou preocupado...” Ele não respondeu.

Durante a tarde, fui até a casa de Gabriel, mas ele também não estava lá. Fui na casa do Gean, mas Gabriel também não estava por lá. Gean até estranhou, pois achou que eu estava com ele...

No outro dia, acordei cedo e fui para a escola. Gabriel estava lá, abraçadinho com Gean. Ele me olhou e desviou o olhar. Fui até ele. Ele agiu como se não houvesse acontecido nada.

Dei um abraço nele, abracei Gean.

- Cara, onde você estava ontem? – Perguntei perguntado.

- Por aí – Foi a resposta seca dele. Percebi que ele estava muito seco, Gean também. “Ele sabe”, pensei. Depois dessa, saí sem falar nada e sentei no meu canto.

Caro leitor, vou avançar alguns momentos da minha história justamente pela repetição dos fatos. O dia que aconteceu isso era mais ou menos Outubro. Agora, nós estamos em fevereiro.

Calma. Falarei sucintamente o que aconteceu entre essa data.

Depois do beijo, Gabriel e Gean se afastaram de mim completamente. Eles não conversavam comigo mais, não saiam comigo mais. Eu espalhei a história que a gente tinha brigado e tudo mais, para ninguém estranhar.

O silencio dele me sufocava. Eu tentei várias vezes conversar com ele, mas ele sempre saia do assunto, se esquivava e não falava nada. Gean apenas observava. Tentei pedir desculpas, dizer que foi um erro... Ele se manteve impassível.

Para compensar essa falta, comecei a fazer algumas coisas. Estudar, afinal, eu ainda tinha vestibular da Unicamp e da USP para fazer. Aprendi a tocar viola caipira (lindo). Pra quem não conhece é tipo um violão com 10 cordas, é o som mais lindo que tem.

Voltando ao presente, estamos em fevereiro. Mais precisamente no dia que saiu o resultado da Unicamp.

Cheguei em casa depois de dar uma voltinha no centro da cidade e meu pai me deu um forte abraço. Eu não entendi muito bem no começo. Mas ai, meu irmão Marco me falou:

- É meu maninho... Parece que o papai vai ter 2 filhos engenheiros.

- Como assim? – Perguntei.

Meu pai tirou do bolso um papel e me entregou. Peguei ele e li. Lista de aprovados em Engenharia Elétrica. Meu nome estava lá.

Eu pulei, chorei, gritei.

- PAASSSEI BUCETA! PUTA QUE PARIU! PASSEI! UHUUUUL!

Todos lá em casa estavam felizes. Meu pai estava radiante. Marco rindo a toa, mamãe estava chorando de felicidade.

- Igual eu fiz com o Marco, você vai ter uma festa!

- Não precisa de festa pai. Eu não quero...

- Mas vai ter.

Durante uma semana eu e meu pai arrumamos minha festa. Marco arrumou e tudo mais. A festa foi no meu local favorito de Varginha. Um lugar chamado Recanto de Salomão.

Era top. Ficava num dos locais mais altos da cidade. Ele é no alto de um morro, todo de vidro. De um lado era possível ver a cidade, ao longe. Do outro lado era possível ver uma paisagem magnifica, principalmente no pôr-do-sol.

O dia da festa chegou. Meus ex-colegas foram, até alguns professores. Alguns amigos do mau pai e do meu irmão também estava lá. Estava muito legal. DJ tocando, a gente bebendo...

Mas o mais legal mesmo foi no meio da festa. Do nada, o DJ para de tocar e as luzes se acendem. Olhei para o DJ e Gabriel estava lá, segurando o microfone. Fiquei só olhando. Gean estava ali perto, lindo, sexy e sarado como sempre.

- Samuel Barbosa. Eu venho aqui hoje com apenas um objetivo. Um único objetivo. Ele é te dizer uma coisa: Vai toma no seu cu – Depois que ele disse isso, eu comecei a rir – Sabe por que, seu arrombado? Por que você é o cara mais foda que eu conheço. Você encontra força e vontade onde ninguém mais acha nada. Você encontra vontade onde os outros apenas encontram desprezo. Você se encontra quando os outros apenas se perdem. Mentindo minha primeira colocação, minha vinda aqui hoje tem vários objetivos, mas nenhum deles é mais importante do que dizer Parabéns. Hoje você venceu. E eu tenho absoluta certeza que você vai conseguir vencer sempre.

Eu chorava. Fui lá e dei um abraço nele.

- Parabéns e desculpa. Desculpa mesmo. Por tudo – Ele sussurrou no meu ouvido.

Depois disso, a festa continuou. Continuou até de madrugada. Conversei muito com Gabriel e Gean. Eles estavam felizes juntos. Ambos iam para BH para estudar administração na UFMG.

A minha festa foi excelente. Ri muito, bebi muito, chorei muito. Cantei o dobro disso tudo. Fui tudo tão perfeito. Pena que acabou.

Dois dias depois eu fiz minha matricula lá em Campinas. Tudo estava perfeito. Voltei para Varginha muito feliz. No dia seguinte da minha volta, Gean me ligou:

- Ei, Samuel, quer vir nadar hoje aqui? Tá um puta calor!

- Beleza Bro! To indo já já!

Coloquei minha sunga e saí e cheguei lá. Gean abriu a porta, me deu um abraço. Mais demorado que o normal, diga-se de passagem. “God, que perfume bom!”.

- Cadê o Gabriel? – Gean deu um sorrisinho para mim:

- Ele ta viajando...

- Para onde? – Eu perguntei curioso, não sabendo de nada sobre viagem de Gabriel.

- Rio de Janeiro. Foi visitar uma tia ou algo assim...

- E seus pais? – Ele me olhou no fundo do olho, deu um sorriso sacana e me falou:

- Estão trabalhando. Nós estamos sozinho em casa. Só nós dois!

Vixi. Aquilo não ia dar certo. Com certeza não ia dar certo...

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Olá pessoal, muito obrigado por lerem e acompanharem meu conto. Li e adorei cada um dos comentários. Beijão!

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Comentários

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Gente, para, esse conto é o tudo. Comecei a ler ontem e não dá pra parar, tu é demais, e os reviravolta? Parabéns, tô amando

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N respondeu o meu comentaria kkkk quero minha resposta kkkk ta otimo o conto amore lindo nota 10000

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