A CARTA - 2ª Capítulo

Um conto erótico de lip
Categoria: Homossexual
Contém 2071 palavras
Data: 19/12/2014 20:15:00
Última revisão: 22/07/2015 20:43:15

A CARTA – 2ª Capítulo

"O tempo é muito lento para os que esperam

Muito rápido para os que têm medo

Muito longo para os que lamentam

Muito curto para os que festejam

Mas, para os que amam, o tempo é eterno."

(Henry Van Dyke)

Demos um último abraço e ele sussurrou no meu ouvido “eu volto, eu prometo” isso só me fez chorar mais ainda, quando sai do abraço dele fui em disparada rumo ao meu quarto, bati a porta e a tranquei e me sentei no chão soluçando feito criança quando acabara de perder algo. Só ouvi as batidas na porta, era meu irmão querendo entrar mas nada falei, apenas ignorei e acabei pegando no sono ali mesmo no chão daquele quarto frio...

- Filipe? Tá ai? É eu cara, o Alex, abre essa porta, eu voltei

- Alex, mas... mas... – falei me levantando num pulo

Nem pensei duas vezes, vasculhei todo meu quarto em busca da maldita chave mas ela não estava em lugar algum, meu Deus onde foi que eu coloquei essa chave eu já estava pirando naquele quarto, olhava de baixo dos cômodos, tirei toda a roupa do guarda roupa e nada.

- Alex, vai lá em baixo e trás a chave reserva pede ao meu pai ou a meu irmão - falei

-Tá certo - falou

E ouvi passos pelo corredor dele se distanciando, como ele conseguiu voltar tão rápido? Tinha algo de diferente, a voz dele, é, a voz dele estava mais adulta mas ainda assim a reconheceria em qualquer lugar. Eu não conseguia esperar ele trazer a chave eu estava muito eufórico, e ficava sempre mexendo na maçaneta da porta numa tentativa que aparentemente era em vão a não ser pelo fato de que em uma dessas tentativas eu conseguir abri-la, sai correndo pelo corredor e desci as escadas mas não tinha nada lá em baixo, e quando eu digo nada, era nada mesmo, sem móveis, sem empregados, sem o Alex, a casa estava deserta.

-ALEX CADÊ VOCÊ? – gritei, fazendo ecoar pela casa

- AQUI NO LADO DE FORA VEM – respondeu aos berros também

Novamente não pensei duas vezes e fui em direção a porta, mas quando sai, em vez de condomínios, tinha vários arranha céus, uma rua que jamais vi no Brasil, e olha que eu viajo muito, era uma rua de primeiro mundo, fiquei abismado com tamanha beleza mas era muita loucura, como eu poderia sair da minha casa no Brasil e dá de cara com os Estados Unidos da América, Estados Unidos? Olhei para os lados numa tentativa de achar o Alex mas ele não estava em lugar algum.

TOC TOC TOC

- Mano, abre a porta vai, porque você tá gritando – dessa vez era o meu irmão

Era só um sonho? era pra eu me espanta se não fosse, que coisa louca

- Vai mano, responde, aconteceu alguma coisa? – insistiu meu irmão

- Foi só um sonho João Lucas (falo o nome dele completo quando estou estressado) eu estou bem (mentira) quero ficar sozinho

- Não, você não quer, eu te conheço, vai abre essa porta

Olhei para o meu lado esquerdo e a chave estava lá, no lugar em que eu coloquei

- Pelo menos não é mais um sonho – pensei

- Carlos Felipe abre essa porta AGORA, se não eu...

Não deu tempo dele completar a frase, abri a porta

- Se não o que machão? – falei jogando a chave pra cima dele

Fui em direção a minha cama e me sentei, nossa como meu corpo doía mas isso era fichinha comparado ao que eu sentia por dentro, um enorme vazio, uma sensação de E agora? Olhei pela janela e não se dava pra ver uma estrela, o céu todo estava nublado.

- Quanto tempo eu dormi? – perguntei ao meu irmão que se sentava na cama ao meu lado

- Umas 4 horas mais ou menos – fez uma leve pausa e continuou – Com que você estava sonhando?

- Advinha – falei ainda olhando fixamente pra janela de costas pra ele, a chuva já começava a cair lá fora

- Ale... – ele não completou o nome talvez por receio – Porque você não disse o que sentia por ele maninho, eu não entendo muito bem dessa história de se apaixonar por outro cara mas eu te respeito e quero sua felicidade, há um ano atrás prometi no leito de morte de nossa mãe que ia cuidar de você e estou tentando fazer o máximo que passo.

Ótimo, ele tinha que me fazer lembra da morte da minha mãe justo naquele momento.

- BURRO, BURRO... – falou ele enquanto dava tapas na sua própria cabeça – eu não devia ter tocado nesse assun...

- Não, tá tudo, bem – falei cabisbaixo

Só não chorei mais naquele momento porque meus olhos já estavam secos, não tinha mais nenhuma gota pra colocar pra fora, depois disso ele nada falou apenas me abraçou forte e me deu um beijo na testa, esse gesto é tão eu cuido de você. Aquilo me fez tão bem.

-Eu disse pra ele, na verdade eu escrevi o que eu sentia – falei ainda abraçado com ele

- Foi aquela carta que você que você o entregou?

- Sim

Me limitei apenas a um sim triste, estava com medo das consequências que aquela carta poderia trazer, se eu tivesse me olhado no espelho naquele momento eu diria que era outra pessoa, meus olhos estavam muito inchado, meu cabelo que cai nos olhos estava todo bagunçado e imundo, estava parecendo um verdadeiro morto vivo

- O que dizia a carta? – perguntou curioso o meu irmão

Narrei toda a história que se encontrava na minha cabeça sobre o conteúdo da carta.

"Se você está lendo essa carta, é porque já está na sua casa nova em NY, assim eu espero, queria começar te pedindo desculpa pela minha covardia, queria ser como você, sem medo pra falar o que pensa, sem medo pra falar o que sente, enfim, queria poder te falar tudo o que sinto olhando nos seus olhos mesmo que depois você me desse um murro no meio da cara rsrs coisa que eu acho que você não faria, mas e cadê a coragem? Não quero enrolar muito nessa carta e nem quero ser meloso demais, lembra daquela vez que você me perguntou se eu já me apaixonei por alguém? E eu disse que sim ai você perguntou quem era ai eu fiquei enrolando com um nome de uma pessoa que você nunca ouviu falar? ai ficou nesse assunto a semana toda e você até ficou com raiva de mim porque pensava que eu estava mentindo pra você? Pois bem, você tinha toda razão pra ficar com raiva de mim, porque sim, eu havia mentindo, não a parte em que eu já tinha me apaixonado por alguém mas sim o nome em que te disse, naquela hora deveria ter levado você no espelho e ter te mostrado essa pessoa, que é a razão que me faz sorrir todos os dias, e uma das razões para eu continuar caminhado mesmo depois da morte da minha mãe. Não sei porque deixei chegar nesse ponto, não sei quando isso começou, só sei que precisava te dizer isso, nem que fosse por meio de uma carta como essa. Tinha medo de te perder de vista, de não mais falar com você, e esse era um dos motivos de não te falar isso mas agora você está longe, sinceramente não sei o que vai ser daqui pra frente.

Ass: Filipe"

- Como você achar que ele vai reagir quando ler essa carta? – indagou meu irmão

- Não sei – respirei fundo – mas com certeza ele vai me responder... nem que seja pra... pra me xingar – falei me levantando da cama – vou tomar um banho estou imundo

-ah, vai lá, vou lá para meu quarto assistir um pouco, qualquer coisa aparece lá – falou se levantando

Apenas consenti com a cabeça, peguei minha toalha e fui para o banheiro, naquela noite fria o mais inteligente seria colocar o chuveiro na temperatura oposta mas não, deixei ela bem fria, tinha certeza que ela ia me fazer bem, lá em baixo pensei em muitas coisas, mas principalmente no Alex e no meu irmão, o Lucas, olhos verdes, corpo legal de academia, branquinho e 19 anos, meu irmão foi tudo na minha vida depois que eu perdi minha mãe, ou melhor, nossa mãe, enquanto eu desmoronava ele permaneceu forte mesmo eu sabendo que por dento ele estava pior que eu, mas estava lá, me dando força, depois disso ele se aproximou demais de mim, antes ele era aquele tipo de irmão chato, nossos santos não se batiam, se a gente se cruzasse em algum comodo da casa era tapa pra lá, tapa pra cá e por ai ia, mas depois do ocorrido viramos melhores amigos e foi ai que eu tive coragem de falar pra ele que eu era gay e que amava o Alex. Ah e ele tinha uma tatuagem, uma não, duas, uma com nome da minha mãe no braço direito e outra com o meu nome no braço esquerdo, eu sei, é muito legal isso, ele ter tatuado meu nome em seu braço, tipo, ele já tinha a da minha mãe já algum tempo, ele tatuou o meu depois, fiquei muito feliz quando ele me mostrou pela primeira vez. O Alex, Olhos verdes (acho que toda a família da minha mãe tinha olhos verdes) e ele como era moreno, os olhos se destacavam muito, tinha um corpo legal, cabelo estilo militar, e um sorriso de tirar qualquer um do sério.

Sai do banheiro com o mesmo semblante de tristeza que havia entrado, a água fria fez meus músculos relaxarem e me darem uma sensação externa boa, vesti uma roupa larga pra poder dormir, me olhei no espelho e vi uma pessoa que em meio a tantas dificuldades continuava caminhando, um cara baixinho, 1,70 pelo menos eu achava (rsrs), meus olhos eram azuis, fui o único da família da minha mãe a não ter olhos verdes, havia puxado ao meu pai, meu corpo não tinha muito atrativo, nunca gostei de academia, meu cabelo era estilo surfista apesar de nunca ter surfado na vida, as vezes me incomodava pois ficava caindo nos meus olhos mais nunca pensei em deixar ele muito baixo, no máximo aparar. Lembrei o que meu irmão disse, fui lá no quarto dele, a porta estava entre aberta e se podia ouvi o barulho da tv ligada no SBT em uma sessão de filmes que passava, adentrei o quarto e vi que ele já dormia, desliguei a tv e quando ia voltando.

- Mano? O que você quer? – falou ainda com voz de sono

- nada não, volta a dormir – falei

- Quer dormir aqui comigo essa noite? – falou se ajeitando na cama.

Nada falei, apenas me deitei do seu lado olhando para parede que por sua vez me abraçou por trás, sem maldade é claro, e beijou a minha cabeça.

- Mano? – falei

- Sim?

- São quantas horas de viagem daqui pra lá – perguntei

- Eles só vão chegar amanhã de manhã, agora dorme, amanhã vai ser um outro dia.

Depois disso peguei no sono e não vi mais nada. No outro dia acordei umas 9hs da manhã, não vi meu irmão, e deduzi que ele já tinha ido trabalhar, me levantei fiz minha higiene e fui correndo pra frente do meu computador, a primeira coisa que abri rezando para que tivesse algo dele foi o e-mail mas não tinha nada, fui no Orkut (era muito popular na época) mas também não tinha nada, e numa última tentativa olhei meu celular pra ver se tinha alguma mensagem e... TINHA, TINHA UMA MENSAGEM...

CONTINUA...

Fala galerinha, fiquei muito feliz pelos comentários do capítulo anterior, me deu um gás a mais pra poder continuar a história, não sei se esse capítulo ficou bom. Digam ai

Lucas Till – fiquei feliz em saber que gostou do capítulo anterior, sei que esse não ficou tão bom assim mas é preciso pra a história se desenrolar. Li os seu três contos, amei de coração.

Neftherp – vlw cara, espero que continuei acompanhado

Chacon bebe – Obrigaaaaaaado cara rsrs, espero que continue acompanhando

Learsi :D – matei sua curiosidade cara? Rsrs, fico feliz que consegui te emocionar, continua acompanhando

Willc – sim eu vou continua e obrigado, continua acompanhado

Peludodf – pode ficar tranquilo cara, eu vou fazer o possível pra continuar até o fim, continua acompanhado

GR – vlw cara, continua acompanhado

Perdão se eu esqueci alguém, bjs e até segunda. Fipesouza1@gmail.com meu e-mail pra quem quiser trocar uma ideia

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Comentários

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Seus créditos estão acabando faça uma recarga e continue conectado seu pobre....

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Muito bom o Conto continua assim

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Inacreditável, tinha a mensagm e tu para na melhor parte, e depois some...

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Querido autor, queria agradeçer a vc por esta postando um conto maravilhoso, ha estava na hora de alguem vir la do alem postar um conto descente aqui kkkk a cdc ja esteve melhor kkkk vou escrever uma carta de agradeçimento ao papai noel!!!! Pedi isso de natal a ele kkkk

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Amei Lipe, é muito bom e você escreve muito bem :D Segunda tô aqui de novo ;)

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