Só nós conhecemos (2° temporada) - Parte X - FINAL

Um conto erótico de Cesar
Categoria: Homossexual
Contém 4895 palavras
Data: 09/12/2014 19:57:22

Fala galera e aí como os senhores estão ??? Eu estou muito feliz pela recepção e carinho que ganho a cada dia de cada um de vocês e digo que escrever essa série (conto, história, romance ou seja lá do que vocês quiserem de chamar kk) está sendo uma das coisas mais louca e divertida que eu já fiz. Aproveitando que eu estou meio sentimental no momento queria agradecer a todas que leram, pararam de ler, comentaram, criticaram, madaram e-mail pedindo uma foto minha nu, conversaram comigo e tudo mais ... Vocês são incríveis e é para cada um de vocês que eu escrevo essas histórias.

Agora antes que eu queime o meu computador de tantas lágrimas (quase nem sou exagerado) vamos aos comentários pois vocês devem estar morrendo de ansiedade para saber o final dessa bagaça kkk.

"Geomateus" - Opa amigão, é para já kkkk valeu por tudo e um beijão para ti <3

"Hiou" - Triste é ??? kkkkk me aguarde... e vamos ver quem vai dar soco em quem aqui kkkkkkkk muito obrigado por tudo e um abração para você lindo <X - Algo novo

É estranho quando você acha alguma coisa nova e fica imaginando tudo o que isso vai trazer para a sua vida a qualquer momento, o medo do futuro sempre me assustava e tirava meu sossego na hora de dormir e isso de certa forma assusta a todas as pessoas.

Eu encontrei o meu "algo novo" na madrugada de sábado e e ele não passava de DVD dos Power Rangers... meu algo antigo se tornou em algo novo e o que nos restava era rir de toda aquela situação.

Mas vamos com calma, tudo começou quando eu cheguei na casa do Felipe uma hora da manhã. Era uma noite linda e fresca, a lua estava cheia e brilhava sozinha naquele mar de escuridão.Caminhei duas quadras até chegar na casa dele escutando o barulho de festas que aconteciam pela redondeza. A essa altura do campeonato eu pensei que uma das festas estava acontecendo em sua casa, mas quando eu parei na frente do portão e apertei o interfone, eu percebi que tinha alguma coisa errada.

As luzes estavam apagadas, não tinha música, não tinha barulho, não tinha ninguém... toquei o interfone mais uma vez e uma voz mole e sonolenta me atendeu.

- Quem é ? - era Felipe, e pelo jeito estava ninja de tão bêbado.

- É eu - disse - o Cesar, cadê a galera?

- Entra aí que eu te explico.

O portão abriu e eu entrei. Não tinha nenhum carro na garagem, sinal de que seus pais haviam saído mesmo. Entrei pela sala e escutei ele me chamando lá do quintal. Sua casa era grande e me fez me perder um pouco pelo caminho. Cheguei até o quintal e vi que nenhuma festa tinha acontecido mesmo.

Pelo contrário, Felipe estava sentado em uma cadeira olhando para o céu, ao seu lado eu vi uma garrafa quase vazia de vodka. Me aproximei e ele percebeu a minha presença.

- O que aconteceu cara ? Cadê todo mundo ? - eu perguntei.

Como resposta ele ergueu as mãos em minha direção. As lágrimas enchiam seus olhos e suas mãos tremiam segurando na ponta dos dedos as duas alianças que ele tinham comprado.

"Bia não aceitou", a resposta veio na minha cabeça e como impulso eu sentei ao seu lado e o envolvi em um abraço. Seu corpo inteiro tremia e eu tentei acalma-lo, nunca tinha visto meu amigo naquele estado. As lágrimas agora vinham junto com um choro de sofrimento e eu dizia "vai ficar tudo bem", "relaxa", "vai passar"...

Ele ficou uns 5 minutos chorando como um bebê em meus braços, e como uma criança que precisa de uma mamadeira, eu coloquei em suas mãos a garrafa de vodka. Ele terminou de vira-la em um único gole e só depois a choradeira sessou.

- Como ? Porque? - eu não sabia nem como perguntar para ele o que tinha acontecido.

- Ela descobriu - ele respondeu limpando as lágrimas dos olhos - ela descobriu que eu tinha ficado com aquela Giovana... e ... - mais choro.

- Mas como ela descobriu ? - eu tentava acalma-lo mas não estava dando muito certo.

- Eu não sei... eu não tinha contado para ninguém... talvez ela viu em meu celular... ou não sei... - ele tentou virar a garrafa de vodka mas percebeu que ela já estava vazia.

- Mas você estava trocando mensagem com a Giovana? - minha vontade foi de dar umas na cara dele, mas as coisas já estavam o ruim suficiente.

- Não - ele respondeu atrapalhado - Quer dizer, sim... mas não esse tipo de mensagem... Foi alguém que contou a ela... Quando estavam chamando o rei e a rainha do baile, a Bia disse que precisava ir embora. Eu falei para ela ficar mais um pouco mas ela apenas virou as costas e foi embora. Corri atrás dela e mostrei a aliança... Daí ela disse que eu era um galinha e que eu só estava fazendo ela de trouxa... Eu não fiz ela de trouxa... Fala isso para ela por favor Cesinha... Você tem que falar...

- Tá bom - eu disse se afastando um pouco do Felipe e seu bafo de bebida - mais tarde eu falo... mas cadê a turma?

- Então - ele disse - Depois que ela foi embora me chamaram lá dentro falando que nós dois tínhamos ganhado como rei e rainha... eu não aguentei e fui embora... Igor me ligou e eu falei que estava mal... daí foi todo mundo para a casa dele mesmo... Eu sou um trouxa mesmo né Cesinha ? Sou muito trouxa, você me avisou e eu fui trouxa... eu sabia que você estava certo Cesinha... mas eu fui trouxa.

Me permiti rir daquilo tudo, se não fosse tão triste eu até filmaria para guardar de lembranças, mas ele era meu melhor amigo e eu precisava ajuda-lo. Peguei um copo de água e dei para ele tomar.

- E o Rodrigo ? - ele me perguntou.

- É cara eu já te conto tudo - eu respondi abrindo uma latinha de cerveja que eu tinha pego junto com a água - mas primeiro vamos encher a cara.

Felipe virou metade do copo de água pensando que era vodka e ficou todo orgulhoso. Também bebi minha cerveja e senti o gosto amargo descendo pela minha garganta.

E então comecei a contar tudo o que tinha acontecido.

...

A rua estava deserta. Não tinha carros estacionados, não tinha pessoas na rua, as luzes do poste clareavam totalmente o quarteirão junto com as luzes das vitrines e dos outdoors do comércio. O ponto de ônibus era igual a todos da cidade. Seis bancos um ao lado do outro e uma cobertura circular para proteger as pessoas da chuva.

Rodrigo estava de pé embaixo da cobertura e fingia ler um cartaz colado no ponto de ônibus. Ele continuava lindo, apesar do cabelo estar menos arrumado do que o comum e a roupa um pouco suja e amassada. Eu não podia reclamar pois foi culpa minha ele ter caído, ou do Davi, sei lá.

Ele só foi reparar na minha presença quando eu entrei embaixo da cobertura. Me olhou e fingiu novamente que não reparou que eu tinha chegado. Ficamos por pouco tempo em silêncio até eu pensar em algo para falar:

- Porque você veio parar justo no ponto de ônibus? Seu pai já está vindo te buscar?

Ele se sentou em um dos bancos e respondeu:

- Você se esqueceu que tinha me ensinado como pegar um ônibus ?

Eu sorri. Pensei em dizer que não tinha esquecido nem um minuto sequer de tudo o que eu já tinha vivido com ele e depois já pedir desculpas, me arrastar aos seus pés e beijar a sua boca ali mesmo. Mas pelo contrário eu me limitei a sorrir e responder:

- Acho que eu fui um mau professor então, já são mais de meia noite e aqui não passa ônibus depois desse horário.

- Verdade, você é um péssimo professor mesmo - ele respondeu com um sorriso - e péssimo em várias outras coisas também...

- Sou um péssimo namorado ? - perguntei já indo direto ao assunto.

- Não, eu ia dizer que você é um péssimo lutador mesmo - ele disse apontando para o hematoma que eu tinha levado na cara - aonde já se viu ? Lutar contra três de uma vez ? Você estava cego ou não viu que ele estava acompanhado por mais dois garotos com o dobro da sua altura ?

Rodrigo parecia se divertir com aquilo e isso não me deixou nem um pouco bravo. Adorava ver aquele sorriso.

- Na verdade a culpa foi sua - eu respondi - pois na hora eu só tinha olhos para você.

Eu fitei seus lindos olhos verdes. Não eram os olhos verdes que brilhavam como uma esmeralda igual os do Felipe e sim um verde mais claro, mais dócil, mais gostoso de se ver. Ele permaneceu em silêncio e se aproximou mais de mim mas eu não deixaria tão fácil assim para ele:

- Pelo jeito eu sou um péssimo professor, um péssimo lutador e um péssimo namorado que também tem péssimas cantadas... Tem mais uma coisa para por na lista?

- Não comece, pois eu vou me empolgar e vamos ficar aqui até o dia clarear falando de todos os seus defeitos. - ele disse rindo.

Eu ri junto, mas minha bochecha não me permitiu dar boas gargalhadas e só me fez lembrar da briga e do murro que eu tinha levado.

- Isso foi culpa foi sua mesmo - eu disse voltando a ficar sério - Porque diabos você levou o Davi para o baile ? Tanta gente para me fazer ciúmes e você foi levar justo ele ?

- Lá vai você de novo tirando conclusões precipitadas das coisas - ele respondeu - a última coisa que eu queria era te fazer ciúmes.

- Então porque o Davi estava lá com você ?? - disse tentando entender...

Rodrigo respirou e começou a se explicar:

- Depois que nós perdemos o jogo eu pensei que ele iria parar de me chantagear mas não foi o que aconteceu. Ele me ameaçou a semana inteira, descobriu sobre o baile e insistiu que eu fosse com ele pois caso o contrário ele iria me tirar do armário a força... mas eu já dei um ponto final nisso tudo então eu queria te pedir desculpas, tudo foi tão estranho, eu estava com tanto medo e...

- Você não precisa pedir desculpas - eu disse - a culpa foi minha por ser tão idiota e não ter feito alguma coisa a respeito disso. Eu fui um péssimo namorado e deveria ter enfrentado isso junto com você... Não devia... - meus olhos começaram a se imundar de água - Me desculpa, eu sou um covarde mesmo, sou um péssimo namorado, sou péssimo em tudo o que eu faço e o pior de tudo sou péssimo para você!!!

Rodrigo levou as mãos até o meu rosto e limpou uma das lágrimas que caía dos meus olhos. Depois disso ele aproximou e seus lábios se encostaram no meu. Devagar a minha boca foi se abrindo e nossas línguas encontraram-se. Enquanto meu corpo se arrepiava com aquela maravilhosa sensação, minha mão foi direto em sua nuca para impedir que nossos rostos se separassem. Seu toque, sua voz, sua beleza, seu cheiro, seu sabor... tudo nele era tão perfeito e me fazia se sentir tão vulnerável.

O beijo infelizmente acabou, mas não nos separamos. Sua cabeça encostou perfeitamente em meu peito e ele fechou os olhos escutando as batidas do meu coração.

- Sabe - Rodrigo disse - você pode ser péssimo no que quiser, esqueça isso, pois seu beijo é de longe a melhor coisa que existe nesse universo.

- Pois então aproveite - eu disse.

E nossas bocas voltaram a se unir novamenteCARA VOCÊS VOLTARAM ??? - Felipe disse enquanto eu o carregava até o banheiro - ISSO É DEMAIS, QUE BOM CARA...

Terminei de beber a minha latinha de cerveja e o tempo deu uma esfriada. Entramos para dentro e eu decidi por ele embaixo do chuveiro.

- Seus pais voltam quando? - Eu perguntei.

- Domingo, acho - ele arrotou e riu que nem um retardado.

- Eu tenho que ir para casa, você vai ficar bem aí ? - eu já sabia a resposta mas não custava perguntar.

- Por favor Cesinha, você não vai ir embora não - ele disse - olha as horas, já tá escuro e pode ter bandido lá fora eu vi ontem lá um bandido, bandido... E a gente vai tomar mais vodka, tem mais uma garrafa lá na cozinha, eu comprei e ...

Ele tentou ir até a cozinha e deu de cara com a parede do corredor.

- Vai tomar um banho primeiro que depois a gente bebe - eu disse o levando para o seu quarto que era suíte.

O quarto do Felipe era duas vezes maior do que o meu. Uma cama de casal no centro, um enorme guarda-roupa que cobria a parede inteira, computador, criado-mudo, video-game e uma TV de cinquenta polegadas na frente da cama. Pôsters decoravam as paredes azuis do quarto. Felipe tentou se jogar na cama mas eu o impedi levando ele até o banheiro.

- Toma - eu taquei uma toalha que estava pendurada atrás da porta para ele - Entra aqui ...

Liguei o chuveiro no gelado e fiz ele entrar lá de roupa e tudo. Pendurei a toalha no boxer e disse:

- Tira a roupa e se lava um pouco aí, depois você se seca com a toalha que eu vou te esperar lá fora. Só tenta não se matar aí embaixo entendeu?

- Você não vai me ajudar a tirar essa roupa? - ele perguntou.

Tirei o seu tênis e sua meia e ajudei a tirar a sua camisa. A calça ficou por conta dele e quando ele iria tirar a cueca eu o taquei de surpresa embaixo da água gelada.

- SEU ARROMBADO DO CARAIO QUE ME PARTA!!! ESSA PORRA TÁ GELADA - ele gritou.

Saí do banheiro e voltei para o quarto. Chequei se não tinha nenhuma mensagem no meu celular e me deitei na cama de casal. Felipe cantava "Boate Azul" embaixo do chuveiro e eu fiquei sossegado pelo fato dele não querer se afogar no banheiro.

Depois de uns dez minutos eu paro de escutar a cantoria e o barulho do chuveiro. Me levanto da cama e procuro no imenso guarda-roupa alguma roupa para o Felipe vestir. Procurei na primeira porta mas não achei nada além de perfumes e sapatos, na segunda tentativa eu abri uma porta cheia de cobertores e travesseiros, tento pela terceira vez e encontro algo curioso.

A parte de baixo e do meio daquela porta tinha lençóis e toalhas de banho mas o que tinha encima foi que me surpreendeu. Uma caixa de papelão normal e bem grande ocupa o espaço superior do guarda-roupa, na frente da caixa estava escrito em uma tinta de canetão a palavra "LEMBRANÇAS". Sem fazer muito esforço eu puxo aquela caixa e a coloco em cima da cama do Felipe para poder ver o que tinha guardado lá.

Brinquedos, álbuns de fotos, cadernos da escolinha... revirei a caixa dando risada de cada coisa que eu via lá dentro. Escutei o barulho da porta se abrindo e vejo o Felipe saindo enrolado do banheiro enrolado na toalha. Nesse exato momento eu vejo uns seis bonequinhos Power Rangers na caixa e tiro todos de lá de dentro.

Enquanto o Felipe pegava as roupas do seu guarda-roupa sem dar o mínimo de atenção para mim eu fiquei observando aqueles brinquedos coloridos de todas as cores que tinha sido a minha paixão na infância.

Fiquei me recordando de quando eu e ele éramos pequenos e brigávamos muito na escola por causa dessas porcarias de Power Ranger. Até que um dia, depois de uma briga feia, nossos pais foram chamados na escola e decidiram comprar um brinquedo, igual os 6 que tinham na caixa, e nos feito dividir. Desde então ele passou a ser meu melhor amigo...

- Porra Felipe - eu disse - que merda é essa aqui ?

Ele olhou os brinquedos em minhas mãos sem entender nada.

- Desde pequeno eu tinha que dividir com você meu brinquedo preferido enquanto você tinha uma penca deles aqui na sua casa, seu cuzão do caralho. - falei tacando um dos brinquedos no peito dele.

- É que... - ele disse - quando eu era pequeno, eu sempre quis ser seu amiguinho e tal... mas você nunca foi de conversar comigo então eu resolvi pegar no seu pé por causa do Power Ranger e se você não dividisse o brinquedo comigo eu não poderia ser mais seu amiguinho. Então eu nunca te contei sobre eles...

Caí na gargalhada com aquela história inteira e novamente a minha bochecha ardeu. Felipe terminou de vestir um pijama e se jogou na cama.

- Você é meu melhor amigo Cesinha - Felipe falou, ele ainda estava sobre o efeito do álcool e eu fui buscar mais água para ele.

Ele virou o copo inteiro num gole só, pensando que ainda era "Vodka" e voltou para a cama.

- Deita aí cara, eu não vou fazer nada que o Rodrigo vai brigar mais tarde não - ele falou.

Pensei em Rodrigo e peguei meu celular para ver se tinha alguma mensagem...

- Você está estranho cara - Felipe perguntou - O que houve ???

Ele se sentou ao meu lado da cama e eu terminei de contar o que tinha acontecido para eleE agora ? O que vamos fazer ?

Rodrigo me perguntou se sentando normalmente no banco. No fundo a sua pergunta dizia " E agora ? Eu me assumi para todo mundo e possivelmente você vai ter que fazer o mesmo... O que vamos fazer ?

Pensei um pouco a respeito. A escola inteira nessa altura já sabia que o Rodrigo era gay e não tinha muito o que se fazer sobre isso. "Vamos Cesar, você tem que pensar em algo, vamos pensa!!!"" Batalhei com o meu cérebro com toda minha força e no fim tive a ideia perfeita.

- JÁ SEI - eu falei animado - UMA APOSTA !!!

Rodrigo me olhou com cara de quem não entendeu nada e eu comecei a explicar:

- Eu posso falar para todo mundo que eu tinha apostado com você de ir lá em cima e falar que você era gay, as pessoas conhecem esse meu jeito idiota de fazer apostas e vão cair direitinho. Eu falo que te dei cinquenta reais para ir lá em cima e fingir que era gay. Vai ser perfeito...

Era para ser perfeito pelo menos se o Rodrigo não tivesse me olhado com aquela cara sem entusiasmo.

- O que foi ? - eu perguntei - se quiser eu te dou os cinquenta reais também, não se preocupa.

Ele forçou seus lindos lábios a sorrirem e perguntou:

- Não seria mais fácil a gente se assumir e acabar com tudo isso de uma vez ?

De repente o chão da calçada ficou tão interessante para mim que eu nem conseguia desgrudar os olhos de lá. Pensei um pouco no que eu ia falar, já sabendo que as próximas palavras iriam definir o meu relacionamento. Por fim eu tomei coragem e disse:

- Eu... eu não estou pronto - me limitei a dizer somente isso.

- E quando você vai estar pronto ? - Rodrigo perguntou.

"Nunca" eu pensei mas eu me contive e respondi:

- Não sei, isso é muito complicado para mim você sabe né.

Me lembrei do Otávio e de seus problemas pois tinha sido expulso de casa. Lembrei da minha terrível madrasta e do prazer que ela teria em arranjar alguém para tirar o capeta de mim, lembrei do meu pai e do olhar de orgulho que ele tinha quando me via fazendo qualquer coisa. "Será que ele vai continuar me olhando assim?", eu já sabia a resposta e por isso exitava tanto sobre esse assunto.

- Eu te entendo - Rodrigo disse - mas você tem que me entender também. Eu não consigo viver escondendo quem realmente eu sou, já tentei por diversas vezes fazer isso e não deu certo, eu não quero mais viver desse jeito, eu não quero mais viver essa mentira.

Pensei em dizer " Eu te amo", "Vamos passar por tudo isso", mas ele já estava cansado de viver em mentiras:

- Eu não estou pronto para isso, eu realmente sinto muito... mas ... não dá.

Felipe assentiu com a cabeça e voltou para a sua primeira pergunta:

- E agora ? O que vamos fazer ?

Ele já sabia o que iríamos fazer. Seus olhos, seus lindos olhos verdes já se preparava para as lágrimas que logo iriam vir.

- Eu fui um covarde, sempre fui... minha vida é uma completa mentira - eu disse com os olhos ardendo novamente - mas eu te amo, por favor ...

- É melhor a gente terminar...

Meu corpo inteiro parou de funcionar, parei de respirar e negava ouvir aquilo tudo. Meu mundo parecia ter acabado, estava sem chão, sem foco, sem nada.

Tudo o que tínhamos vivido, tudo pelo que batalhamos, tudo acabado ali mesmo e eu não podia fazer nada por ser um completo babaca.

- Escuta - Felipe disse se segurando para não chorar, "estava sendo mais difícil para ele" - eu te amo também, mas a gente não pode se deixar enganar. Aonde vamos estar daqui um dia? Daqui um mês ? Daqui um ano? Você não vai se assumir e eu também não vou voltar atrás na minha decisão, então é melhor a gente por um ponto final aqui, como amigos.

Me levantei e fui até a beirada da calçada. Eu não fazia ideia de como lidar com aquilo tudo. Limpei as lágrimas rapidamente enquanto eu pensava no que fazer. Rodrigo se levantou também e disse:

- Mandei mensagem para o meu pai, ele está vindo me buscar, se você quiser uma carona eu...

Puxei ele pela cintura e o beijei. Ele se assustou um pouco mas retribui o beijo... Eu não poderia viver sem aquilo tudo. Por um momento eu me desliguei de tudo e me imaginei em um mundo aonde eu e Rodrigo viveríamos felizes. Sem preconceito, sem piadinhas, sem problemas... Eu estava disposto a lutar contra aquilo tudo, iria beija-lo até o seu pai chegar com o carro e iria encara-lo e dizer "eu amo seu filho". Mais tarde eu contaria para a minha família inteira e iria ligar o foda-se para tudo o que eles iriam falar ou pensar, eu iria fazer de tudo, de tudo para te-lo junto a mim.

E meus planos foram por água a baixo quando um carro virou a esquina e eu me afastei de Rodrigo o mais rápido que eu pude. Ele apenas me olhou como quem diz "eu sabia" e ficamos nós dois parados sem saber o que fazer.

Minha mão foi até o meu bolso e senti algo lá dentro. Tomei coragem..."Eu tenho que deixar de ser covarde pelo menos por isso". Tirei o colar azul que o Rodrigo tinha me devolvido e coloquei em seu pescoço.

- Isso é para te proteger e te dar forças... e para você lembrar que tem um bom amigo para quando você precisar, está entendendo - eu disse - eu sou um completo marica mas eu tenho meus jeitinhos de conseguir contornar os meus problemas, você precisa disso bem mais do que eu. Agora... - aquilo era muito difícil - agora eu tenho que ir.

Sabe quando você sonha que está correndo e suas pernas não conseguem sair do lugar?? Era essa a sensação que eu tinha naquele momento. Virei as costas e tentei andar mas minhas pernas não obedeciam. Olhei para trás e vi uma última vez o rosto do Rodrigo. Seu cabelo castanho, seus olhos verdes ainda cheios de lágrimas, seus lindos lábios... "Uma última vez", pensei.

- Eu te amo - eu disse.

- Eu também te amo - ele respondeu

Infelizmente, dessa vez as minhas pernas funcionaram e eu fui embora, deixando para trás a pessoa que eu mais amavaPorra cara - Felipe disse - Não acredito nisso.

Terminei de contar tudo para o Felipe e ele ainda me olhava como se fosse mais uma das minhas mentiras.

- É cara, estamos solteiros novamente - eu disse tentando parecer animado, mas não foi uma boa tentativa.

Felipe pensou um pouco, ele ainda estava um pouco sobre o efeito da bebida, mas o banho e a quantidade de água no organismo amenizaram um pouco. Depois disso ele pegou mais um copo com "Vodka", me serviu e propôs um brinde.

- A nossa amizade !!! - ele disse

Bebemos a água e ele insistiu em fazer cara feia pensando que era Vodka

- Você sabe que eu estou te dando água desde que eu cheguei né?

Ele ficou envergonhado e disse:

- Esquece aquela história de melhores amigos.

Fui guardar as coisas da caixa para podermos deitar e encontrei mais uma coisa. O DVD cheio de episódios de Power Rangers estava guardado no fundo da caixa.

- Cara olha só isso - eu mostrei o DVD para ele - voc~e lembra a primeira vez que eu dormi em sua casa?

Ele se lembrava:

- Sim, a gente varou a noite assistindo todos os episódios.

- Topa mais uma vez ?? - perguntei para ele.

- Talvez se você trouxer a garrafa de Vodka mais uns energéticos... - ele respondeu já pegando o DVD e colocando no aparelho.

Não trouxe a Vodka, mas trouxe uns energéticos e umas garrafinha de ICE que tinha na geladeira. Felipe deu Play e o primeiro episódio começou. Rimos muito dos efeitos idiotas, das frases sem noção, de como nós éramos crianças retardadas...

E então assistimos mais um episódio.

Pensei em tudo o que tinha perdido.Rodrigo jamais iria voltar a ser meu namorado, um vazio no meu peito tomou conta de mim mas eu tinha meu melhor amigo para poder preenche-lo. Decidi deixar tudo o que tinha dado errado no passado e ir atrás do "Algo Novo", revivendo tudo isso ao lado do Felipe. Enquanto eu pensava nisso tudo, mais um capítulo idiota de Power Rangers chegava ao fim.

E então assistimos mais um episódio.

- Olha, sério... Você é o melhor amigo que eu já pude querer ter na minha vida - Felipe disse - Ser rejeitados assim, não é para qualquer um não... Mas agora essa cidade que se prepare pois vamos pegar todas as gatinhas e gatinhos que estiverem afim, topa?

- Topo sim, essa amizade é só nossa, só nós sofremos desse jeito e por isso só nós a conhecemos. - eu disse com um terrível Dejavu (não abanda, e sim o sentimento) de que eu já havia dito aquelas palavras antes.

Mas não me importei, muito menos o Felipe:

- É assim que se fala, agora da play no próximo episódio aí cara!!

E então assistimos mais um episódio.

Felipe me fitou com aqueles olhos verdes. Eu tinha certeza que aquele brilho de alegria iria se acabar a qualquer momento se eu falasse o nome da Bia. Mas não foi o que aconteceu, conversamos sobre a Bia, sobre o Rodrigo, e aos poucos fomos nos esquecendo de tudo aquilo. Senti que "Algo Novo" estava nascendo entre nós dois, mais forte que o sentimento de amizade, como se fossemos irmãos ou algo do tipo.

E então assistimos mais um episódio.

Dessa vez fui eu que olhei para o Felipe. Sentados na cama, riamos de qualquer coisa idiota daquela porcaria idiota. Talvez porque éramos dois idiotas mesmo assim. Mas não importava pois no fundo ele era o meu amigo idiota.

E então assistimos mais um episódio.

Num momento estávamos rindo, em outro ficamos completamente em silêncio. Depois nossos olhos se encontraram e não demorou muito para as nossas bocas também seguirem o exemplo. Eu e ele se beijamos como se estivéssemos desesperados por alguém, por uma boca, por um amor.

- Você é meu melhor amigo - eu o lembrei daquele simples detalhe

- Eu sei - ele disse e me puxou para mais um beijo.

E depois disso paramos de assistir.

[FIM DA SEGUNDA TEMPORADA]E é isso gente, agora só resta vocês me xingarem, me mandar tomar no cu ou até mesmo enviar uma bomba pelo correio... não teve jeito. Se você não entendeu as referências e tudo mais é só dar mais uma lida no conto novamente e você vai pegar algumas coisas que eu mencionei nesse final.

Mas calma lá galera (abaixa essa pedra que está na sua mão), comemorem comigo pois VAI TER TERCEIRA TEMPORADA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Sim meu povo, essa série tem muito o que render ainda e eu já adianto (pois eu já pensei em todos os novos capítulos) que de longe, mas bem de longe mesmo, vai ser a melhor temporada da série. Vocês vão rir, vão chorar, vão surtar e vão aplaudir de pé esse nova temporada ( exageros) mas é verdade que vocês vão encarar muitas surpresas por aí ainda.

Então para os corajosos que vão continuar me seguindo nessa jornada, o conto vai começar a ser postado em 2015 (ou antes, se eu conseguir acaba-lo), mas vocês não vão sofrer de abstinência pois eu posso conversar com vocês através de e-mail, então anota aí gatos e gatas

... "cesar.neto2@outlook.com"

Semana que vem eu volto com um capítulo especial, não da história, mas sim uma retrospectiva de tudo o que aconteceu, com algumas partes "deletas" e um finalzinho alternativo que "quase" foi postado. Também já vou deixar as primeiras informações (títulos e sinopses) dos cinco primeiros capítulos da terceira temporada, junto com alguns trechos que eu já andei escrevendo. E é lógico... também vou responder todos os seus comentários, por isso caprichem aí deixando todas as suas impressões, críticas, opiniões e etc... Não se esqueçam de responder a pergunta " Qual foi o melhor momento que só nós (os leitores) conhecemos ??

E se mesmo assim você continua puto da vida comigo por causa desse final... amigo a solução está no link abaixo:

http://macumbaonline.com/Fortalecer-e44fe162061babf47b2418af47efd0d8

Agora me despeço de todos vocês, agradecendo mais uma vez por tudo, amo todos <3 Beijão e abraços

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Comentários

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Eu já temia essa separação e estava até com medo (me envolvo demais na história)...

Quase que choro (mentira), toda separação é dificil, mas espero que esse "algo novo" do Cesar dê certo, ou errado, ou talvez nada - sei lá...

Bom conto Cesinha, saiba que aqui terá sempre um fiel leitor...

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Corre, por que os socos que prometi, irei dá-los. Que final foi esse? Tu acabou com o meu casal preferido. Vou te bater muito. Kkkkk

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Já comentei no Romance Gay e agora vou comentar aqui. Eu sabia que os dois iam ficar 😍😍. Será que a 3ª temporada vai ser sobre os dois ou o Rodrigo vai voltar pro César ? Ai, ansioso demais 😍💖

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