Só nós conhecemos (2° temporada) - Parte IX

Um conto erótico de Cesar
Categoria: Homossexual
Contém 5103 palavras
Data: 05/12/2014 22:22:57

Oi caros leitores, como andam vocês ?? Estão preparados para esse magnífico capítulo dessa história deslumbrante e inquietante ? Estão tão ansiosos a ponto de roerem o próprio umbigo ? Estão tão animados que são capazes de viajar até a minha casa para eu terminar de contar essa história em seu ouvidinho? Se não, respirem um pouquinho, tomem um ar e voltem mais tarde... mas caso contrário, se você estiver realmente pronto e não for ter um ataque cardíaco, siga as instruções para esse próximo episódio.KKKKKK

Brincadeiras a parte, vamos ao conto. Não sei se vocês se recordam (espero que sim) mas na primeira temporada (sendo mais específico, no capítulo IX) eu me inspirei em uma música para escrever a porra toda, se lembram??? Acontece que na segunda temporada (mais uma vez sendo específico, no capítulo IX) vai ter MAIS MÚSICA !!!! AEEEEEEEE (se você não gostou, finja que gostou e grite comigo kkkk)

Para aqueles que leram o nome do capítulo, ou ao menos se importam com isso, podem perceber que ele se chama "Um lugar que só nós conhecemos". Passando esse nome para um inglês bem badalado teremos o nome da música "Somewhere Only We Know" cantada pela banda Keane. Eu deixarei o link da música aqui em baixo para vocês escutarem e curtirem essa linda canção. Essa música também tem uma versão GLEE cantada pelo gostoso do Darren Chris, vale a pena também ouvir... Tá ai os links e se der errado é só tacar no google que ele resolve os problemas.

LINK VERSÃO ORIGINAL : http://www.youtube.com/watch?v=3KHJKj9GgsI

LINK VESRSÃO GLEE : http://www.youtube.com/watch?v=DeaAQPIHotQ

Coloque a música para tocar, baixe em seu celular ou feche os olhos e me imagine cantando para você (kkkk não faça isso)... agora,antes do conto, vamos aos comentários dos lindos e gostosos do meu coração:

"SafadinhoGostosoo" - Verdade cara, Cesar foi bem babacão mesmo, Rodrigo foi bem escroto e pode deixar que até o final muitas cabeças vão rolar ainda kkkkkk valeu cara e um beijão para você <3

"Hiou" - Ahhhhhhhh <3 <3 <3 ... eu também vou sentir muita falta de você kkkk mas relaxa que ainda tem bastante coisa pela frente *-* Valeu por tudo e um beijão para ti :DIX - Um lugar que só nós conhecemos

Entrei na sala de aula coma cabeça baixa rezando para ninguém me notar. Infelizmente eu me lembrei que não tinha nenhum poder de invisibilidade.

Meu humor já não estava tão bem naquela segunda-feira e só piorou quando eu estava a caminho da escola. Toda vez que eu passei por um corredor, subi uma escada ou até mesmo na entrada da sala, eu pude ouvir as pessoas rindo nas minhas costas. O que me emputecia era o fato de que seriam essas mesmas pessoas que estariam comemorando caso se nós tivéssemos ganhado o jogo. Comigo o zombaria era até maior pois fui eu que tinha entregado o último ponto.

"Maldito seja", pensei no verdadeiro motivo de eu não ter pego aquela bola.

Sentei na minha carteira encostei a cabeça na parede e fiquei lá esperando até que alguém começasse a falar do jogo.

- Porra Cesar - Igor foi o primeiro - até o Denis teria pego aquela bola, mó mancada sua.

Escutei risos da sala inteira. Não estava bravos com eles, tinha sido uma bela de uma mancada mesmo, mas ficar lembrando não iria ajudar em muita coisa.

Bia e Felipe entraram na sala de aula seguidos pela professora Val-Val. Bia arrastou a sua carteira perto da minha e começou a conversar:

- Rodrigo veio falar comigo. O que aconteceu com vocês ??

Eu tinha passado o domingo inteiro na minha casa sem se falar com ninguém. Rodrigo tinha me mandado algumas mensagens mas nem tive o trabalho de ler, esperava eu que ele não tivesse contado a ninguém sobre a nossa briga.

- Depois eu te conto - falei pois tinha muita gente por perto e eu ainda era o foco dos olhares da metade da sala.

A professora levantou da cadeira, esperou todos se sentarem e começou a falar:

- Bom dia - a animação na sua voz era zero - Primeiramente eu não entendo o que vocês continuam fazendo na minha aula sendo que eu já fechei as notas...

Eu fui o primeiro a me levantar, seguido da metade da sala.

- Calma aí, eu tenho uns recadinhos para dar - a sala se sentou novamente - Eu gostaria de parabenizar o nosso amigo Cesar por ter reprovado na minha matéria para se esforçar nos esportes, mas acabou tendo um desempenho duvidoso no jogo de sábado. Eu me pergunto o que ele fez o ano inteiro quando dizia que "treinava" pois eu não vi nenhum resultado...

- Garanto que ele estava ocupado dando uns beijos no namorado dele - Igor disse rindo.

- Eu vou é dar uns beijos em você se não calar essa boca - eu falei com raiva.

A professora pediu silêncio e continuou com os recados:

- Enfim, na sexta-feira, as 19 horas, vamos ter o nosso comum baile de fim de ano. Peguem os seus convites com os organizadores ou sei lá... não faço ideia.

As meninas da sala soltaram um gritinho de entusiasmos.

- O Igor, você já sabe com qual vestidinho você vai ? - eu falei.

- Vai tomar no seu - ele falou sem resposta.

A professora me chamou até a sua mesa e dispensou o restante da turma. Quando todos saíram da sala ela retirou um pacotinho de dinheiro de dentro da bolsa, arrancou uma nota de dois reais e entregou a mim dizendo:

- Eu apostei com o diretor que vocês iriam perder e ganhei 100 reais fácil. Pega esse dinheiro como uma forma de agradecimento - ela deu um sorrisinho maligno para mim e disse - Você é um bom menino, pega esse dinheiro e compra um doce para você.

Tentei falar alguma coisa mas não consegui pensar em nada. Peguei o dinheiro, agradeci e sai da sala encontrando a Bia que me esperava na porta.

- Tudo bem ? - ela perguntou.

- Eu aposto dois reais que esse dia não tem como ficar pior do que já está.

- Apostado - ela respondeu rindo.

Dito isso sinto alguém me cutucando no ombro. Olho para trás e vejo Rodrigo parado na minha frente com o colar azul em suas mãos. Sem dizer nada ele me devolveu o colar e seguiu andando. Sem falar mais nada.

Bia me fitou embasbacada. Abaixei a cabeça e dei os dois reais para elaQual você prefere, o vermelho ou o preto?? - Bia me perguntou.

Loja de roupa + ajudando ela escolher vestido = PORRE.

- Eu vou saber ?? Vai no mais barato - eu disse emburrado.

Era quinta-feira, Bia tinha me dito que iríamos sair para comer um lanche depois da aula e só iríamos dar uma passadinha em uma loja para comprar um vestido para ir ao baile. Já estávamos a quase duas horas na mesma loja e ela queria passar em mais umas 3.

- Vamos lá, você é meu amigo gay, me da uma força aí. - ela disse.

- Eu gosto de beijar meninos, não me lembro de ter assinado um contrato dizendo que eu teria que gostar dessas bagaças não.

A atendente veio até nós com mais uns 5 vestidos para ela provar.Trocamos de assunto para ela não desconfiar.

- Pra que ficar gastando dinheiro para ir nesse baile idiota? Já combinamos com a sala inteira para sair de lá e ir para a casa do Felipe tomar umas breja.

Ela olhou para atendente como quem diz "meninos..." , procurou mais alguns vestidos e falou:

- Acho que o Felipe vai pedir minha mão em namoro no baile...

"E vai mesmo",pensei, ele até já tinha me contado.

- Sério, que legal. - tentei disfarçar.

- Você sabe alguma coisa né ? Vocês são tão idiotas, não sabem mentir mesmo - ela e a atendente riram - ontem o Felipe ficou o dia inteiro olhando e medindo o diâmetro do meu dedo. Perguntei o que ele estava fazendo e ele me respondeu que nem um bobo " É para uma pesquisa da escola", esse bobão chegou a esquecer que a gente estuda na mesma sala.

Como esse Felipe era um jegue mesmo... Nem contei o resto para ela mas pelo jeito ele já tinha deixado escapar tudo.

- Meu Deus como eu odeio fazer isso - Bia disse se referindo a comprar vestidos. A atendente foi em trazer mais opções e nos deixou a sós novamente.

Cansado de tudo aquilo, levantei do banquinho e fui ajuda-la achar a caralha de um vestido. Fucei por meio segundo e peguei um preto, tomara que caia, com uns detalhes verdes brilhante. Ao meu ver era o mais lindo que tinha.

- Toma - eu disse entregando para ela experimentar - É meio curto mas você não vai ficar parecendo uma piranha e tem umas pedrinhas verdes que vai combinar com os olhos do Felipe. Amanhã eu mando ele comprar alguma coisa castanho-claro para combinar com os seus olhos também. Agora vamos embora logo.

Ela pegou o vestido da minha mão meio desconfiada, levou uns dois minutos para experimentar e depois saiu toda contente:

- Que perfeito - ela disse já levando o vestido para o caixa - Amei de paixão, vai ficar maravilhoso... Sabia que você iria me ajudar, não sabia?

Concordei com ela para não contrariar. Ela pagou e saímos da loja em direção a uma lanchonete pois eu já estava quase desmaiando de fome. Pedi o maior lanche que tinha e nos sentamos para comer.

- Rodrigo falou comigo hoje - Bia disse.

Ouvir o nome dele me deu um aperto no coração. Fiquei aquela semana inteira sem ver ele na escola, não mandei mensagem nem nada e esse orgulho estava me matando.

- Ele me perguntou se você vai ao baile amanhã - Bia continuou.

- E o que ele tem haver com isso ? Pensei que ele tinha terminado comigo. - eu disse já começando a ficar bravo.

- Você sabe que ele não terminou com você né ? Ele só te devolveu o colar pois você o ignorou o fim de semana inteiro, ele só está te fazendo uma pressãozinha... Vocês tem que conversar.

- Por mim ele deixou bem claro que tinha terminado - eu insisti.

- Ah é - ela disse - se vocês terminaram então me explica porque você ainda está usando a pulseirinha vermelha que ele te deu.

Ela tinha me pegado, olhei para aquela pulseirinha e pensei no motivo do porque eu ainda estava com ela em meus braços. Bia sabia muito bem o motivo e disse:

- Você ainda usa porque não desistiu dele, e muito menos ele de você. Vocês dois tem que parar de serem orgulhosos e pedirem desculpa um para o outro.

- O que ele fez foi muita mancada e ... - eu estava falando quando ela voltou a me cortar.

- Cesar, o lazarento do Davi ia contar para todo mundo sobre ele...

- Mas ... - eu tentei mas ela me cortou de novo.

- Você acha que quando todo mundo da escola soubesse eles não iriam ligar os pontinhos e desconfiar das inúmeras vezes que o Rodrigo ia dormir na sua casa, ou das vezes que vocês andavam juntinhos, das vezes que vocês sumiam do nada e ninguém achava... Ele não fez isso só por ele mesmo, ele também fez isso para proteger você.

Bia falou sua última frase alto demais atraindo alguns olhares para a nossa mesa. Peguei a latinha de guaraná e tomei um gole esperando as pessoas pararem de nos olharem um pouco. Bia tinha ficado um pouco vermelha pois ela não gostava dos olhares das pessoas mas mesmo assim, num tom mais baixo, ela continuou falando:

- Vocês dois se amam... essa briga não tem sentido nenhum.

- Verdade - eu disse irônico - ele só entregou o que todo o time vinha batalhando o ano inteiro.

- Não - ela voltou a responder - ele só entregou o jogo para tentar salvar o que vocês dois batalharam para dar certo por um bom tempo, ou você já está pronto para se assumir o seu amor para todo mundo ?

Eu detestava aquilo. Bia era uma boa amiga mas sempre me deixava confuso.Tinha sido ela que tinha me posto junto com o Rodrigo quando eu ainda estava indeciso, foi ela que me fez ir naquele ponto de ônibus para conversar com o Rodrigo.

Lembrei do ponto de ônibus, do nosso primeiro beijo, da forma que eu estava confuso sobre tudo aquilo... "Ainda estou confuso". Talvez Bia estivesse certa, ela sempre estava, respirei fundo e me rendendo a sabedoria da minha melhor amiga eu perguntei:

- E então, o que você acha que eu devo fazer ?

Ela me fitou com se eu tivesse perguntado algo óbvio demais.

- Eu sei o que você "DEVE" fazer, mas agora "COMO" eu não tenho a menor ideia.

Aquele papo já não fazia mais sentido nenhum na minha cabeça. Lutei para deixar apenas uma coisa clara na minha mente.

"Por mais que eu queira dar uns murro na cara dele não da para negar, eu ainda amava o Rodrigo"

...

A sexta-feira tinha chegado. Tinha perdido a hora e nem fiz um esforço para sair da cama. As aulas já tinham acabado mesmo e eu teria mais ano para ser torturado naquele inferno. Fechei os olhos e voltei a dormir sonhando com as minhas próprias besteiras.

Acordei já eram 3 horas da tarde. Levantei da cama e fui arado de fome para a cozinha ver se eu encontrava algo para comer. Para o meu descontentamento eu dei de cara com a Rosemônio e como de praxe eu acabei escutando um sermão sobre vagabundagem. Com umas bolachas e um copo de leite eu voltei para o meu quarto.

O baile iria começar as três e eu nem sabia se eu iria, muito menos a roupa que eu vestiria. Abri meu guarda-roupa e tive que revirar ele por completo para ver se eu achava a roupa que minha mãe tinha me dado para ir no baile do ano passado. Era uma roupa legalzinha até, me deixava parecendo um mauricinho mas até que eu ficava gato com a roupa. Dei uma cheirada nela e percebi que ela estava com cheirinho de perfume, peguei o ferro de passar roupa e desamassei da melhor forma que eu consegui e pronto. Eu tinha arranjado roupa para ir no baile em menos de 10 minutos, anotei isso para tacar na cara de Bia mais tarde.

Tomei um banho bem gostoso (desligando o chuveiro para se esfregar)(fica a dica ai para vocês jovens). Mais tarde eu liguei para o Felipe para decidir aonde nos encontraríamos e já deixei tudo certo. Olhei as mensagens do celular e não tinha mais nada do Rodrigo.

"Ele só está me ignorando", pensei."Essa noite eu peço desculpas, me arrasto no chão ou o que for, mas nós iremos fazer as pazes".

- Não quero saber de você bebendo e voltando para a casa alcoolizado, está me ouvindo - Rosemônia disse quando eu me despedia do meu pai para ir para o baile.

- É festa de escola, não vai ter bebida - eu respondi omitindo que depois todos iriam para a casa do Felipe encher a cara.

Me despedi do meu pai e da Roselerda e fui para o baile de carro com o pai do Felipe.

Não demoramos muito para chegar, o pai do Felipe iria viajar com a firma e levaria sua mãe. A casa ficaria liberda para os mais íntimos comemoram de verdade o fim daquele ano letivo.

O baile acontecia na quadra. Entregamos o convite e entramos no meio daquele monte de gente que fingia estar se divertindo. Dei uma espiada no lugar e percebi que esse ano as coisas estavam até melhores. As mesas do refeitória tinham sido trazidas para os cantos da sala decoradas com uma toalha prateada. Um monte de balões prata e dourado estavam espalhados no teto. Um palco estava montado aonde ficava os gols com umas caixas de som e um microfone. Esse ano eles tinham sido mais sensatos e estavam servindo refrigerante, no ano passo eles tentaram fazer um ponche que parecia água de enxurrada.

O que eu mais tinha gostado era um carrinho que estava estacionado em uma das laterais da quadra. A tia do algodão jazia lá preparando aquelas delícias de açúcar no seu carrinho dos sonhos. Olhei para o Felipe e corremos em direção como dois idiotas, algodão doce era nosso doce preferido desde pequenos (melhor até que paçoca) e eu decidi que ficaríamos naquela festa até o horário que a aquela linda donzela entregadora da perfeição em formato de doce fosse embora.

Como duas crianças eu e Felipe andamos mais um pouco cumprimentando os amigos e alguns professores que a gente encontrava no meio do caminho. Bia, Igor, Denis e mais uma galera da nossa turma foram se agregando perto de nós unindo todo mundo.

Passamos umas duas horas naquele baile assim. Dançamos, comemos, bebemos, pegamos mais algodão doce, eu cantei a dona do algodão doce, dancei com ela, comi mais um algodão doce... e o baile estava mais divertido do que eu pensei que seria a não ser por um simples detalhe.

Eu olhava a cada minuto que se passava para a entrada do baile esperando que o Rodrigo chegasse.Pensei em ligar para ele mas o orgulho falou mais alto e eu acabei desistindo.

- Está esperando alguém ???

Por um momento eu pensei que fosse o Rodrigo mas quando eu me viro me deparo com o Felipe trazendo mais dois algodões doce para a gente.

- Relaxa que ele vai vim - ele tentou me animar.

- Bem, eu estou aqui por causa do algodão doce - tentei dar uma risada mas nem eu conseguia me convencer - quando vamos para a sua casa? preciso tomar umas logo.

- Daqui a pouco - ele respondeu - primeiro eu tenho que fazer uma proposta para uma certa dama.

Ele tirou do bolso umas alianças de prata do bolso todo orgulhoso e disse:

- Pode se dizer que eu comprei alguns votos para eu e ela ser o rei e a rainha do baile. Quando nos coroarem eu vou pedir a mão dela em namoro.

- Vai ser lindo e... - eu parei de falar pois eu olhei para a entrada do baile e fiquei de queixo caído.

Rodrigo estava mil vezes mais lindo do que ele já era. Talvez o fato de eu não te-lo visto a semana inteira fez com que meu coração disparasse quando ele passou pela aquela porta. Um desejo de ir até ele e agarra-lo ali na frente de todo mundo tomou conta de mim até o momento em que eu lembrei que estávamos brigados.

Felipe viu que tinha algo de errado primeiro do que eu e já segurou os meus braços tentando me arrastar para o outro lado da quadra. Fiquei sem entender por pouco tempo até que eu o avistei também ao lado do Rodrigo. Com aquele topete horroroso, com aquela cara de gente mesquinha que tanto me dava raiva. Quando eu vi Davi ao lado do meu Rodrigo o sangue me subiu a cabeça e eu fui em direção deles sem ao menos pensar.

- O que você pensa que está fazendo aqui ?! - eu já disse dando um empurrão nele. - Está afim de ganhar outro olho roxo?!

Rodrigo se assustou com a minha presença e deu um passo para trás assustado. Davi ao contrário continuou me encarando com aquele ar de superioridade e disse:

- Ah qualé Cesar, esse jogo estúpido já passou e eu provei que vocês iriam perder. Seja um bom perdedor e sai da minha frente.

Eu perdi o controle mas o Felipe conseguiu me segurar sem me deixar chegar até aquele lazarento. Isso não me impediu de apontar o dedo naquela cara feia dele e dizer:

- Você é um covarde, um otário que precisa trapacear para poder vencer.

A essa altura metade do baile já tinha chegado para assistir a nossa briga. Davi sorriu confiante como se eu não fosse capaz de socar aquela cara dele e falou:

- Como se eu precisasse trapacear para provar que você é um completo fracassado.

Quando eu vi, nem mesmo três dos meus amigos conseguiram me impedir de chegar até aquele maldito para encher a cara dele de porrado. Quando eu estava a um passo de realizar a minha vontade, Rodrigo apareceu na minha frente e com aqueles olhinhos encantadores e desesperados suplicou:

- Cesar, para com isso - ele disse e esticou as mãos tentando defender o Davi - por favor !!!

Aquilo me deixou mais puto do que eu esperava. Com um empurrão eu mandei o Rodrigo para o lado fazendo ele cair no chão da quadra me deixando cara a cara com o que seria meu saco de pancada.

Mandei o primeiro soco e antes que ele pudesse atingir o alvo, algo barrou o meu braço. Não tive nem tempo de saber o que era pois eu senti uma força no meio da minha cara que me mandou para trás me fazendo cair no chão. Lembrei dos amigos brutamonte do Davi tarde de mais e tinha levado uma na cara por causa disso. Apoiei meus braços no chão e tentei levantar. Escutava apenas a barulheira de gritos e mais gritos como se a briga ainda não tivesse acabado.

Aos poucos eu fui me levantando e minha visão foi voltando a ter foco. Vi Igor atracado com o brutamontes e os dois distribuíam socos por todo o lado. Denis tentou "separar" a briga e segurou o saco de músculos dando a oportunidade do Igor encher a cara dele de porrada. Os professores e guardinhas foram se metendo no meio da rodinha e quando eu percebi, Davi e Rodrigo já não estavam mais por perto.

- Lá fora - Felipe me disse apontando para a entrada do baile onde eu vi aquele topete horroroso saindo da festa.

A multidão conseguiu nos barrar por um momento mas eu consegui passar por aquele mar de gente e encontrei a saída. Felipe não teve a mesma sorte e eu não tinha tempo para espera-lo. Corri atrás deles até o muro atrás da escola aonde um carro aguardava o Davi. Eles olharam para trás e me viram. Davi parou e fez questão de ficar me esperando.

Senti um gosto de sangue na minha boca mas acabei engolindo. Não iria deixar ele me ver ferido daquele jeito. Pensei em alguma coisa para falar mas a única coisa que saiu da minha boca foi:

- Vem cá seu filho da puta, eu vou te encher de porrada daqui até a sua cidade.

E foi o que eu fiz. Dessa vez ele foi mais esperto e protegeu o rosto com as mãos, o impacto foi forte mas não teve o resultado que eu esperava. Agarrei ele pelo pescoço e bati com a cabeça dele no muro. Ele caiu no chão com o nariz sangrando mas mesmo assim ele continuava rindo. Iria dar um chute na sua cara mas o Rodrigo me fez parar.

- PARA DE SER ESTÚPIDO CESAR!!! - Rodrigo disse fazendo minha ira se transferir toda para ele.

Felipe e mais umas duas dúzias de pessoas já tinham chegado para ver o final do barraco. Perdi todas as minhas forças de querer bater naquele moleque, dei mais um olhar mortífero para o Rodrigo e virei as costas para voltar para o baile. Mas quando eu já estava convencido de que não queria mais briga, Davi levanta e com sua voz nojenta berra para todos escutarem.

- VOCÊ É UM FRACASSADO CESAR, NÃO PASSA DISSO E UM DIA VAI PAGAR POR ISSO, ESTÁ ME OUVINDO??? SEU COVARDE DE MERDA !!!

"Não vale a pena", continuei andando de volta para o baile. Já tinha perdido tudo, não queria mais dar o prazer de ver o Davi me atingindo daquele jeito. Virei as costas e voltei para o baile.

Esbarrei com Bia e ela perguntou se eu estava bem. Disse que sim e que iria até o banheiro limpar a boca que ainda sangrava. Fui até a salinha aonde guardávamos o material do treino, tranquei a porta e desabei na cadeira chorando feito um nenê.

"Eu sou um completo inútil, sou um fracassado mesmo e Rodrigo não me merece"... as lágrimas caíam dos meus olhos e eu tentava segura-las, fracassando nisso também.

Lá fora o barulho de música ainda contagiava a escola inteira. Limpei minha boca, tentei tirar uma mancha de sangue que tinha manchado minha camisa e fiquei lá dentro do quartinho esperando que tudo aquilo terminasse de uma vez.

E foi o que aconteceu. De repente toda a música parou e eu só conseguia ouvir algumas reclamações do tipo "Parou porque?". Uns barulhos de microfone mal testado começou a ser escutado por todos.

- PESSOAL, PESSOAL - Uma voz disse - PESSOAL, UM MINUTINHO DA ATENÇÃO DE VOCÊS.

Eu reconhecia aquela voz, era a mesma voz que disse um monte de vezes que me amava, a voz que fazia meus dias melhores e voz que tinha acabado de me chamar de estúpido. Sai do quartinho o mais rápido que eu pude e fui em direção do Rodrigo ver o que ele iria fazer.

Cheguei a tempo quando todas as pessoas do baile tinham parado de fazer o que elas estavam fazendo para dar atenção ao Rodrigo em cima do palco.

- EU SÓ QUERIA DIZER PRIMEIRAMENTE - ele continuou falando - QUE SOU MUITO GRATO A TODOS OS AMIGOS QUE EU TENHO NA ESCOLA E QUE SEM VOCÊS ME APOIANDO EU NUNCA TOMARIA ESSA DECISÃO. HOJE EU VENHO A DIZER A TODOS VOCÊS QUE EU DECIDI FAZER ISSO POIS EU NÃO AGUENTO MAIS ESSE MONTE DE COVARDE - (essa palavra me irritava) - INVENTANDO ESSE MONTE DE MENTIRAS SOBRE MIM. DESDE O MOMENTO DE QUE EU PISEI O PÉ NESSA ESCOLA A MAIORIA VIVI ME ENCHENDO O SACO E FALANDO DE MIM PELAS COSTAS. POIS BEM... SE É ISSO MESMO QUE VOCÊS TANTO QUERIAM OUVIR EU FAÇO QUESTÃO DE ANUNCIAR PARA TODO MUNDO - "ele não ia fazer isso" - EU SOU GAY!!! - "ele tinha feito" - MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO DE TODOS.

Fez-se silêncio, um gigante e infinito silêncio.Eu ainda não tinha processado as palavras que ele tinha dito lá em cima e fiquei tentado a manda-lo repetir para ver se eu tinha escutado direito.

O silêncio se quebrou com uma salva de palmas vindo do fundo da quadra e se tornando unanime no baile inteiro. Eu aplaudiria também se eu conseguisse mexer as mãos. Rodrigo desceu do palco e passou pela multidão recebendo algumas batidinhas no ombro e uns abraços incentivadores das pessoas. Tentei segui-lo mas ele saiu pelo portão muito rápido e pelo jeito não ia adiantar nada ir atrás dele.

Eu tinha falhado mais uma vez. Apesar do meu ódio e raiva, eu tive que concordar com o garoto Davi em pelo menos uma coisa.

Eu era um fracassado e um covarde mesmo.

...

"Eu andei por uma terra vazia

Eu conhecia o caminho como a palma da minha mão

Eu senti a terra sob meus pés

Eu sentei do lado do rio e ele me completou"

Aquela música chegou aos meus ouvidos e me fez querer chorar mais um pouco. Afoguei a cara no meu algodão doce pois ainda não tinham revelado o rei e rainha do baile então eu teria que esperar para poder afogar as magoas numa garrava de vodka.

Bia e Felipe pararam de dançar agarradinhos e vieram até a mim para conversar.

- Você está bem?? - Felipe perguntou roubando um pouco do meu algodão doce.

"Não sei, eu levei murro na boca, meu namorado terminou comigo, sumiu e quando ele mais precisa de mim eu não posso ajuda-lo sem contar que você está roubando meu algodão doce".

- Melhor impossível - respondi forçando um sorriso, até isso doía.

- Liga para ele - Bia disse - e isso não é um conselho ou um pedido, É UMA ORDEM!!! Você deve isso a ele, por sua causa o Davi ia sair contando para todo mundo que o Rodrigo é gay... ele não teve opção a não ser contar para todos de uma vez. Você deve isso a ele como pelo menos amigo.

Peguei meu celular e disquei. Bia tinha razão, era culpa minha, ou pelo menos uns setenta por cento dela. O telefone chamou, chamou, chamou... ele não atendeu. Tentei de novo e a música continuava tocando cada vez mais alto.

"Oh coisa simples, pra onde você foi?

Eu estou ficando velho

E preciso de alguma coisa para confiar

Então me fale quando você vai me deixar entrar

Eu estou ficando cansado

E preciso de algum lugar para começar"

- Alô - escutei a sua voz.

- Aonde você está??? - eu disse mais desesperado do que era necessário.

- Por que você quer saber?

- Nós precisamos conversar - tentei arranjar outro motivo mas decidi ser sincero - fala aonde você está???

- Um lugar que ... - ele vacilou e eu escutei um barulho de carro - só nós conhecemos - Não era um carro e sim um ônibus.

Instantaneamente eu me lembrei do nosso primeiro beijo, das vezes que eu disse que o amava, de todos os nossos momentos felizes... Eu não sabia se ria, se chorava ou os dois de uma vez. Tudo poderia dar certo, ou talvez as coisas só piorassem.

Corri o mais rápido que eu pude. A oportunidade estava lá e eu não iria estraga-la novamente. Sai da escola e fui em direção dele. Atrás, a música veio me acompanhando e eu podia escuta-la até a esquina, ela não parava e quando finalmente sessou, a letra ainda se passava na minha cabeça.

"Então se você tiver um minuto por que nós não vamos

Conversar sobre isso num lugar que só nós conhecemos?

Isso poderia ser o final de tudo

Então por que nós não vamos

Para um lugar que só nós conhecemos?

Para um lugar que só nós conhecemos..."É isso... será que eles vão se entender? Será que eles vão dar um tempo ? Será que eu vou parar de escrever e deixar vocês sem o último capítulo ? Muitas perguntas que serão respondidas apenas no próximo e ÚLTIMO CAPÍTULO. Sim essa temporada está acabando e devido alguns problemas os produtores ainda não sabem se irão renova-la para mais uma temporada. Por hora degustem do último capítulo que promete mais que político em época de eleição.

Agora vem cá, você leu toda essa porrada com centenas de caracteres que eu escrevi e não vai deixar nem um comentário??? Poxa... fiquei triste :( kkk da uma força aí galera, críticas, opiniões, sugestões, perguntas ou só mesmo um "oi"... vocês já estão carecas de saber que eu faço tudo com amor, então não precisa ter medo.

Agora eu me despeço com muita tristeza mas semana que vem é nóis para terminar essa bagaça... Fiquem aí com o título e informações do último capítulo.

X- "Algo novo" - Perder coisas para seguir em frente e fazer o bem para quem ele realmente ama... Será que Cesar está pronto para algo novo ?

Então é isso gente, beijão para vocês e até a próxima... <3

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Comentários

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É por isso que eu gosto de você e do seu conto Cesar, eu amo muito essa musica, e na versão Glee, interpretada pelo Darren é demais (foi mal Gleek assumido), gostei muito desse episodio...

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Que capítulo mais triste. Se você não postar o último capítulo, vou te dar uns socos. Kkkk

Parabéns pelo conto. O/

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