Assim a semana foi passando e na sexta eu ia encontrar Maurício para dar uma resposta. Só de imaginar isso eu queria me trancar no quarto e dormir até o natal. Na sexta também era o primeiro dia de trabalho de Ci. Na quinta a tarde eu estava lendo alguns textos pra próxima aula e o telefone toca. Era ela *-* Dei um sorriso torto! Ela me faria esquecer qualquer coisa.
Eu: Oiii!
Ela: Oi, tudo bom?
Eu: Tudo sim. E vc?
Ela: Menina, estou aqui comprando os últimos detalhes do restaurante. Vou usar um Kimono lindo.
Eu: Ai sim, hein?
Ela: Posso te ligar amanhã pra vc me desejar sorte?
Eu: Eu vou estar numa visita da universidade a tarde, e no fim do dia eu tenho que resolver uma coisa.
Ela: Tá tudo bem? Senti vc meio preocupada.
Eu: Está sim. Eu vou começar a namorar amanhã. Marquei de vê-lo no fim da tarde.
Ela calou.
Ela: Hummm. Legal. Estou terminando de resolver as coisas do restaurante. Depois conversamos.
Eu: Tá bom! Bjoo. Tchau.
Ela: Tchau!
Senti uma certa frieza, ela sempre se despedia com beijo tbm. Enfim... vai ver tava ocupada. Apesar que ela ficou tão seca do nada. Hey Mah, para de pensar besteira. Pode parar! - Gente, até hoje tenho essas discussões internas.
Mais tarde Maurício ligou para combinarmos onde nos veríamos. Ele estava eufórico. Eu bocejava e indicava que iria dormir. Nos despedimos e mandei uma mensagem pra ela.
Hey, indo dormir. Boa noite, tá? Bjoo
Ela não costumava demorar pra responder, mas essa noite demorou. Até que eu dormi.
Quando acordei, ela não havia respondido. Confesso que fiquei triste! Ela sempre me escrevia para desejar boa noite. Levantei, tomei um banho, comi algo e fui pra universidade. O ônibus sairia às 11h em direção a capital, tínhamos uma visita técnica às 13h. Chegamos cedo e ficamos numa sorveteria fazendo hora. A professora chegou, fizemos a visita e quando deu 15h estávamos dispensados. Meus amigos estavam combinando de estender a tarde e só voltar pra nossa cidade no início da noite. Eu falei que tinha um compromisso, me despedi deles e peguei um ônibus. Chegando no local, ele já estava lá. Nas mãos tinha uma rosa vermelha e um sorriso de um canto a outro. Me aproximei, ele se levantou e me abraçou. Nossos corpos não se encaixavam. Me senti desconfortável e logo fiz questão de sair dos seus braços.
Ele: Você está linda!
Eu: Obrigada. Desculpe a demora, o trânsito tava meio punk no sentido centro.
Ele: Sem problemas, eu esperei 3 anos, alguns minutos não foram nada.
Dei um riso sem graça!
Subimos para o primeiro piso e havia um ambiente que dava visão perfeita do pôr-do-sol. Sentamos num banco e ele colocou a mão por trás de mim.
Ele: Mah, quer namorar comigo?
Eu: Conversei com meu pastor essa semana, ele me disse que não devemos nos levar pelo que sentimos, pois nosso coração pode nos enganar. Você é um cara legal, crente, somos amigos e nos damos bem. Então estou lhe dizendo sim.
Ele me olhava encantado. Eu fugia dos seus olhares. Até que ele segurou meu queixo e olhou dentro dos meus olhos. O beijo foi casto. Nossos lábios se tocaram de maneira respeitosa. Eu não sentia uma única borboleta. Ele me soltou e disse:
Ele: Vamos mudar nossos status do Facebook?
Eu: Vamos!
Pegamos os celulares, ele fez questão de tirar uma foto nossa. Em poucos minutos já haviam várias curtidas e comentários desejando felicidades.
Ele: Quando irei conhecer sua família?
Eu: Logo!
A hora passava e ele me deixou na parada de ônibus. Me deu mais um beijo do mesmo jeito do outro, um abraço super apertado e eu entrei no ônibus. Sentei na última poltrona, coloquei os fones e chorei.
Eu ouvia OTM, Nas margens de mim: "De qualquer maneira parte em mim, diz valer a pena ser assim. Que no fundo é simples ser feliz, difícil é ser tão simples. Difícil é ser tão simples. Difícil mesmo é ser!
Cheguei na minha cidade com a rosa nas mãos. Minha cara era mais de quem tinha vindo de um velório, e não de um encontro com o namorado. Entrei em casa e minha mãe viu a flor.
Ela: Ganhou?
Eu: Sim. Ganhei do Maurício. Estamos namorando.
Ela ficou em silêncio e eu fui para meu quarto. Peguei o roupão e entrei no banheiro, passei quase 1h no chuveiro. Quando voltei para o quarto, peguei o celular. Já eram quase 21h. Mandei uma mensagem pra Ci.
Eu: Espero que tenha dado tudo certo. Que Deus abençoe vc nessa nova fase da sua vida. Bjoo
Ela respondeu agradecendo. Parecia apenas que por educação. Fui dormir!
No dia seguinte todo mundo só comentava do meu namoro na igreja. Me abraçavam, desejavam felicidades, e que Deus nos abençoasse. Eu agradecia com um riso sem graça. A noite após o culto cheguei em casa e entrei no Facebook. Fui descendo o Feed de notícias e uma publicação me chamou atenção. Era um pequeno texto que dizia:
Entradas de cinema do filme do bruxinho escaneadas. Cartas e cartões. Músicas. Um terreno com mato crescendo, pois não tenho planos para me dar ânimo de construir algo. Mas é isso aí. Hoje queimei tudo. Eu perdi, sim eu fui idiota. Preciso aceitar isso agora. Esperar é caminhar e caminhar é esperar.
Achei estranho e fechei a página. Deitei a cabeça no travesseiro e:
Pera! Entradas de cinema para o filme do bruxinho = Harry Potter e as relíquias da morte, parte II. Cartas e cartões eu escrevia sempre. Nossas músicas. O terreno que nós íamos planejar a casa. Não. Não pode ser! Agora se intitula como idiota? Aceitar que perdeu?
É. O texto era sobre eu mesmo, e se vcs pensaram que era no Face do Vini, pensaram correto.
Gente, muuuuuuito obrigada pelas leituras. Tem sido uma experiência incrível dividir minha história com vcs.
Bjoos e queijos
S2 vida, amoooo vc.
