O FRUTO Cap. 24 Declaração (Reta final)

Um conto erótico de Diogenny
Categoria: Homossexual
Contém 2071 palavras
Data: 01/11/2014 15:48:34

O FRUTO Cap. 24

- Bem... – Suspirou. – Acho que te devo desculpas. – Falou com um sorriso bobo no rosto.

Olhei para ele e respirei fundo. – Você acha? – Minha voz saiu como um guincho.

Estávamos sentados em arpoador, meus pés estavam mergulhados até os tornozelos na agua gelada, Matheo estava sentado com as pernas cruzadas em posição de lótus. Fazia um clima agradável e um vento morno soprava bagunçando meus cabelos, Ele sorriu e empurrou meu cabelo para trás. “Pare de ser fofo” Pensei. Senti-me um pouco desconfortável, estávamos sozinhos ali e por segundo lembrei-me da lembrança do baile. Matheo me forçando, puxando minhas roupas e seu olhar frio enquanto tomava meu corpo à força. “Pare com isso! Isso foi só um sonho, ele não vai te fazer mal. Isso foi só uma visão boba.” Pelo menos eu esperava que fosse só uma visão, mas eu ainda não conseguia entender como eu pude imaginar tudo aquilo, era tudo tão realista que chegava a assustar, e conhecendo cada vez mais cada membro da minha família eu tinha quase certeza de que a visão fora obra de algum sobrenatural.

Eu ainda tentava processar esse dia. Repassei a cena toda em minha mente; Após derrubar Klaus com uma bola de fogo “Uma bola de fogo? De onde ele tira essas coisas?!” Matheo simplesmente segurou minha mão e me tirou dali, deixando nosso querido diretor desmaiado. - Não se preocupe. Ele não está morto, eu só o derrubei - Matheo me assegurou quando perguntei sobre Klaus. Após passarmos pela minha sala e avisarmos aos meninos oque aconteceu na sala do diretor, claro que ocultando alguns detalhes e contrariando um Igor indignado que queria que eu fosse escoltado por todo um batalhão de volta para a mansão. Mas graças a Matheo que lhe assegurou que me levaria, afirmando que eles precisariam esperar alguém para apurar oque havia acontecido, eu pude ser poupado da humilhação de sair do colégio com uma guarda completa me protegendo.

Após toda essa confusão eu oscilava entre a raiva e a expectativa, uma parte de mim esperava que Matheo me deixasse na mansão, e a outra metade queria saber o que de tão importante ele queria me falar. Algo me dizia que isso que ele me falaria seria importante, mesmo que uma grande parte de mim esperava que essa bondade toda dele fosse mais um plano dele para me humilhar. “Será?” pensei.

Seguimos rumo à mansão e minha decepção era palpável. Olhei para Matheo quando ele desviou indo sentido a floresta. Claro que ele tinha outros planos. E lá estava eu, sentado ao lado de um cara que REALMENTE ME BALANÇAVA, sozinhos, no lago.

-Ei!- Ele bagunçou meu cabelo, me trazendo para atualidade.

– Desculpa. Perdi-me em meus pensamentos. – Falei tímido.

Matheo ainda sorria e sua mão ainda estava estacionada nos meus cabelos. Obviamente meu rosto corou. Matheo ainda me encarava, seus olhos desta vez tão verdes quanto à aguas do lago, ele ainda mantinha sua mão em mim como se esperasse que eu fizesse ou falasse algo. Ignorando a parte logica do meu cérebro que insistia que eu deveria por alguma distancia entre nós, eu me aproximei mais dele. Eu estava tão perto dele que pude notar algumas coisas que nunca havia reparado antes, como um pequeno sinal marrom claro que ele possua no pescoço, exatamente abaixo da orelha direita. Seu perfume fez cocegas em meu nariz, um cheiro doce e amadeirado “Combina com ele” Pensei.

Matheo afastou-se um pouco, mas sem tirar o olhar de mim. Suspirando ele começou;

- Preciso esclarecer algumas coisas, tudo bem? – Falou e assim que eu assenti ele continuou.

- Na verdade, eu nunca quis isso, sabe?- Gesticulou entre mim e ele – Eu sempre soube que um dia, eu teria de... De casar com um cara e que pior! Que eu assumiria o lugar do vô Caius, eu nunca fui muito bom esse negocio de ser responsável e comandar tanta gente... Meio que me assusta. Muito – Falou e esperou. – Eu nunca fui muito de seguir ordens- Sorriu- E ser responsável por você... Nossa! Na verdade quando fiz quinze anos, meu pai nos levou para conhecê-lo. Você estava na escola e parecia tão triste... Nenhum dos garotos estava perto de ti e me perguntei se era isso que aconteceria se um dia eu fosse o escolhido, se tudo e todos me afastariam de mim por estar com você. – Essa ultima parte saiu como um sussurro. – Foi nesse dia que eu me decidi! Que acontecesse o que acontecesse eu não deixaria você se aproximar de mim... Eu até fui para longe, para mim quanto mais longe de você eu estivesse melhor... – Falou e esperou que eu falasse algo.

Claro que não falei nada. Na verdade eu queria sim falar, perguntar o porquê disso tudo, dele me trazer aqui, de estar sendo tão legal comigo hoje, logo depois de ser um completo babaca, por tanto tempo. Sem falar é claro da decepção que eu sentia naquele momento, mas eu não confiava na minha voz, o medo dela não sair e chorar na frente dele... Isso que era o pior, continuar mostrando fraqueza diante dele.

Matheo esperou mais alguns momentos e continuou.

- No começo, assim que voltei foi fácil te machucar, eu queria te manter longe, queria que você me odiasse, sabe? Que no dia do equinócio você me odiasse tanto que escolhesse qualquer outro do que a mim – Uma lagrima desceu por sua bochecha. - Aí eu conheci a Alice, e eu sabia que vocês se odiavam então eu fiquei com ela... Eu queria que você sofresse. Que me odiasse... Só que aconteceu... Eu me apaixonei por você. – Ele pegou minha mão e segurou forte. – Eu comecei a reparar mais em você, no teu sorriso, no jeito que você fica vermelho como um tomate com qualquer coisa – um sorriso estava estampado em sua face. – Tá vendo?! Você está vermelho agora! – Apontou para mim.

Era impossível não corar com oque ele falou.

- Eu comecei a olhar para você com mais atenção, como naquele dia que fui até o seu chalé, e você estava só de cuecas. Foi hilário ver o teu rosto. Mas você estava tão lindo de cara amassada, que eu cheguei a me perguntar como seria acordar todo o dia te olhar essa carinha linda... Teve também no baile, naquele dia tive que me segurar para não te agarrar ali mesmo. – Segurou a minha mão com mais firmeza – Eu sei que fui o maior filho da puta com você... E que você tem todo o direito de não querer nunca mais me ver. E eu não te culpo. Juro que não! Eu só vim perceber o quanto eu fui um babaca com você, depois do vô me mostrar à babaquice que eu estava fazendo. E eu tenho que agradecer o vô Caius, ele me mostrou isso, me mostrou o quão egoísta eu estava sendo. Eu só pensei em mim, Em como eu ficaria se tivesse que casar com você, e não vi o tamanho do peso que você carrega, de quão difícil deve ser pra você passar por tudo isso, sozinho. Ele me mostrou que não era uma obrigação ficar contigo, e sim uma dadiva. E se um dia, der nessa tua cabeça linda que eu posso te fazer feliz eu... Eu prometo que vou me esforçar para te ajudar e te fazer feliz. Por que eu te amo. –. Soltou a respiração e percebi que eu também prendia o ar.

- Nossa! – Falei

- Eu sei... Eu não sou muito bom com esse negocio de ser emotivo e me declarar. Mas acho que você me entendeu né? Desculpe-me-por-ser-um-babaca-que-não compreendia-o-quão-importante-você- é-até-se-apaixonar-por-você- e-prometo-que-se-você-quiser-vou-te-fazer-feliz. – Despejou tudo de uma vez só.

Foi impossível não rir.

-Bom saber que você está se divertindo. – Matheo mexeu-se descontável.

- Desculpe. – Falei entre uma risada e outra.

Ele sorriu também e me sentou do meu lado, pondo os pés na agua também. Ficamos ali em silencio por um tempo apenas observando o efeito que o vento causava nas aguas do lagoEstava deitado na minha cama, o brilho laranja do sol escorregava pelas janelas do meu quarto e eu ainda suspirava como um bobo apaixonado. “Deus! Por que ele rinha que ser assim tão lindo?” Reclamei. Eu ainda tentava processar o meu dia, primeiro ser quase atacado por um diretor psicótico, depois... “Eu estou apaixonado por você...” A voz dele ecoava em minha mente.

Claro que não eu não tinha me esquecido de tudo oque tinha sofrido, do tanto que ele me machucara, mas eu também não podia ignorar a atração que sentia por ele.

“E agora?”

Eu ainda teria problemas.

Matheo estava ao meu lado. Algumas horas haviam se passado e minha barriga roncou como um animal furioso. Rimos e Matheo levantou pegando minha bolsa. – Vamos?- Falou. Mas antes ele virou e ficou de frente para mim;

- Olha... Eu e os meninos fizemos um acordo. Nós meio que fizemos um acordo, e cada um deles meio que vai... Conversar contigo, sabe? – Seu olhar focava em qualquer menos em mim.

- Você está dizendo que os rapazes, se reuniram e decidiram que eu teria que aceitar ser “Cortejado” Por vocês, é isso? – Eu estava incrédulo.

Matheo estava vermelho. Acho que foi a primeira vez que o vi assim tão desconcertado.

- É... mais ou menos isso. – gaguejou. Seu olhar focava em qualquer lugar, menos em meu rosto.

- Só me leve pra casa, por favor. Creio que já tive fortes emoções por hoje. – Falei.

Ele se aproximou de mim “mais ainda” e falou olhando para dentro dos meus olhos

- Desculpa por isso. Mas tem que ser assim, não seria justo com eles e nem com você. Claro que não quero nenhum deles perto de ti, principalmente o Daniel... Mas não posso proibi-los. E me odeio por ter deixado chegar e esse ponto... – Falou enquanto segurava minha mão e me puxava trilha.

...

Ele me encarava e eu não sabia oque fazer, eu estava dentro meu quarto e Matheo estava na porta, seu rosto mostrava duvida e eu resolvi encerrar logo aquilo.

- Obrigado por me salvar, “de novo” E por me levar ao lago. Foi incrível. – Falei, ignorando a vontade de puxá-lo para dentro e beijá-lo.

Ele não foi embora, não sem antes entrar no quarto e me pressionar contra a parede e finalmente me beijar. Foi um beijo com pegada, seus lábios pressionando os meus e nossas línguas disputando o domínio do beijo. Era engraçado como os lábios dele era macios e doces, como se ele tivesse acabado de comer algo bem adocicado, Seu corpo colou ao meu fazendo com que eu suspirasse, e enquanto uma mão sua segurava a minha nuca com firmeza a outra descia perigosamente pela barra da minha calça, mais precisamente na minha bunda, eu por outro lado o segurava pela cintura o puxando para mim, até que não houvesse nada entre nós. Minha mente trabalhava nas opções e no momento só pensava e como seria se estivéssemos na cama e sem roupas. Pude sentir seu volume aumentava. Percorri seu corpo com minhas mãos enquanto os nossos lábios não se afastavam por nada. Senti a firmeza da sua pele, seu cheiro e a maciez da pele, seus músculos que se flexionavam à medida que ele me aproximava mais e mais para dentro do seu abraço. E quando não pude mais ouvir a parte logica do meu cérebro, e tudo oque eu conseguia imaginar eram cenas de sexo entre nós... Ele se foi, afastou-se de mim e foi inevitável segurar o som de frustração que escapou de mim.

- Uau! Isso foi quente. – Ele falou com um sorriso de canalha.

Desviei do seu olhar e senti o calor subir a minha face. “Droga! Devo estar vermelho como um tomate” Praguejei.

- Queria muito terminar isso, mas não posso, pelo menos ainda – Seu sorriso se alargou perigosamente. – Vou tomar um banho para esfriar as cabeças. – Falou olhando para o grande volume que ainda se formava em suas calças.

Olhei espantado para o volume, arrancando uma gargalhada dele.

- E NÃO ESQUEÇA! – seu tom foi firme e forte. – Os outros meninos também virão, mas se algum deles ousar tocar em você... – Deixou a frase no ar e saiu porta a fora.

- Mais que merda!- Falei.

Continua...

Gente, precisei de um tempo para terminar o conto. Agora vou postar pelo menos duas vezes por semana. Estamos na reta final desta historia e já tenho mais três contos em processo de termino para postar aqui.

Tudo bem?

Obrigado e desculpas.

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Comentários

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muito bom, mais desconfiei de Matheos depois de tudo e com esse acordo com os outros, ficou meio estranho.

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