O amor é um jogo cruel (Parte 7)

Um conto erótico de Carlinhos
Categoria:
Contém 1622 palavras
Data: 26/11/2014 04:03:02

Ola amigos, tudo bem? Obrigado pelos comentários. Vamos prosseguir?

No outro dia trabalhei normal no período da manhã, ou quase normal, pois contava as horas e os minutos para ve-lo.

Era meio dia, eu estava polvoroso, pois o turno dele já estava entrando, então, fui direto para o deposito para ve-lo entrar, mais quando cheguei no topo da escada, dei de cara com ele, levando um susto,ele parecia estar bravo, parecia que alguma coisa havia acontecido, e nem me olhou na cara, então, apenas falei para ele passar na minha seção quando saísse para almoçar. Ele apenas me olhou e fez que sim com a cabeça.

Sai para o almoço, e voltei 2 horas depois, entrei e fui direto para o meu corredor, pois daqui a 15 minutos ele sairia para o almoço dele, e havíamos combinado de que ele iria passar lá. Esperei esses 15 minutos, que mais pareciam horas para mim, imaginando na minha cabeça tudo o que eu falaria pra ele, eu iria lhe dizer que, eu sabia que eu estava sendo precipitado, mais, eu o estava amando de uma forma que eu mesmo não sabia explicar, porque nos conhecemos a 12 dias, ficamos apenas duas vezes, o que se for contado nas vezes que saimos, daria 1 dia.

Bem, eu sei que vocês podem estar me achando um adolescente apaixonado, uma pessoa que em muitos aspectos, se assemelha a historias de príncipes encantados, mais era isso que eu achava, era nisso que eu queria viver. Era a hora de ele sair para o almoço, era a manhã do meu primeiro dia sentindo o que era exatamente o amor, e eu achava que seria por todos os próximos anos assim, por que eu esperava que alguem me notasse em algum lugar antes de eu conhecer ele, e me falasse:

"Nunca te vi por aqui antes"

Porque eu tinha 16 anos, e para mim, na minha cabeça, ele me amava, e eu acreditava, e com 16 anos eu achava que não havia mais nada no mundo para descobrir. Ele atravessou o corredor, eu fiquei ali, esperando, ele saiu pela porta da frente, sabia que ele iria no vestiário trocar de roupa e já voltava, demorou uns 10 minutos, eu o avistei, através dos vidros da frente do mercado, ele estava indo pegar a sua bicicleta, subiu em cima e, sem olhar para trás, foi embora.

Eu apenas fiquei ali, parado, no imenso corredor, falando baixo o seu nome, com o choro entalado na garganta, engoli em seco, ele havia esquecido, ele tinha um porque, ele não era alguem que ficaria comigo um dia antes, e no outro nem me olharia na cara.

Trabalhei o resto do dia com um aperto no coração, apenas relembrando os bons momentos da noite anterior, estava tudo bem, ele só não pode ir lá me ver, era o que eu me respondia.

A noite, ao invés de ficar esperando por ele no MSN, resolvi ir lá no mercado, na hora que ele saísse, para conversarmos. Já havia esquecido a tritesa de ve-lo esquecer de ir me visitar na minha seção, só de saber que eu falaria novamente com ele, estaria novamente na frente dele, já me deixavam mais alegre.

21:45, ele foi um dos últimos a sair do mercado, e eu estava lá na frente, esperando por ele, que agora vinha em direção ao estacionamento buscar sua bicicleta. Veio em minha direção, eu me levantei, e antes que eu falasse algo, ele passou devagar com a sua bicicleta pela minha frente e disse:

_ Não posso demorar pra ir para a casa, mais entre no MSN que nos conversamos.

E ele foi embora, senti nesse momento como se tudo em minha volta perdesse, de alguma maneira o sentido. Fui para casa, liguei o computador, entrei no MSN, ele já estava online.

_ Olá. Falei

_ Ola!

_ Tudo bem?

_ Sim, e você?

_ Estou bem hauaus

_...

_Estou te achando estranho.

_ To normal.

_ E porque não foi lá na minha seção hoje na hora do teu almoço?

_Por que eu tava sem dimdim, ai só entro lá quando tenho dinheiro.

Bom, nas semanas anteriores ele ia todos os dias lá, e porque justamente hoje ele não pode ir?

_ Porque esta mentindo pra mim?

_ Não estou mentindo.

_Esta sim.

_ Ta OK Carlos, eu vou te falar a verdade. Eu achei que você iria mudar o seu jeito de me tratar depois que a gente ficasse, mais não, você continuou o mesmo, eu passo por você e você nem me olha na cara!

_ Desculpe, mais não te olhei por que você tava com uma cara de chateado hoje, então, não quis incomodar.

_Olha Carlos, você é uma pessoa legal, gente boa, mais eu também vi que você acha que a gente vai ter mais alem do que aconteceu ontem, mais não vamos, cada um vai seguir o seu caminho, você vai achar alguem legal.

Nesse momento era como se uma faca me atravessasse ao meio, era a mistura de amor com paixão, era um fogo queimando dentro de mim, enquanto as primeiras lagrimas rolavam, eram lagrimas retas, misturadas a soluços, que eu não sabia disfarçar de mim mesmo, eu não queria disfarçar.

Com as maos entre os cabelos, relendo aquilo, o sentimento de desmoronamento havia me batido em cheio, e na minha cabeça se passava um filme do nosso beijo.

Eu nunca pensei que aquele seria o primeiro e ultimo beijo, eu nunca imaginei que acabaríamos assim, e entre todas as minhas lagrimas, no meio dos meus soluços desesperados, eu chamava o nome dele, o nome para sempre nos meus lábio.

*Vinicius,Vinicius! Porque? Porque Vinicius, porque?*

Eu me recordava da sua mão estendida na minha frente, apos 12 dias, eu revirei os meus olhos na escuridão, e ele me puxou pela mão.

_ Por que você fe isso comigo?

_Isso o que?

_ Me enganou?

_Eu não te enganei! Mais acho que você é muito novo, tem muito o que aprender ainda com a vida, você só tem 16 anos.

_Me fale a verdade,você ficou comigo pensando em outra pessoa? Querendo estar com outra pessoa?

_Desculpe, mais Sim!

Lagrimas aumentavam, eu já não tinha forcas para ficar mais ali, apenas mandei.

_ Você é um idiota, filho da puta, vagabundo, não podia ter feito isso comigo.

* Vinicius esta Off-line*

Foram as palavras que eu li, ele havia ne bloqueado, mandei mais umas mensagens xingando ele, mais ele não me respondeu, pelas duas horas que fiquei sentado na frente do computador, olhando para a foto dele.

Arrastando-me, fui para a cama, eu sentia um misto de coisas ruins, uma vontade enorme de morrer, uma vontade maior ainda de morrer chorando. Me ajoelhei na frente da cama, puxei meus cabelos fortemente, engolia as lagrimas que inundavam o meu rosto, mordendo fortemente meus dedos das mãos, numa tentativa de abafar os meus gritos desesperados.

Era como se, ele tivesse posto sua mão dentro do meu peito, e estivesse rasgando na forma mais cruel o meu coração. Procurei meu celular, eu precisava sentir, eu precisava de uma dose de Vinicius, e eu sabia que poderia ter, era só ir na play list e colocar Try para tocar. Assim o fiz, deitando no chão frio e duro, enquanto cantava, chorava, soluçava. Precisava ver a tradução novamente daquela música, que agora, me parecia uma marcha fúnebre.

"Tudo o que sei é que nada é como é vendido

Mas quanto mais eu cresço, menos eu sei..."

Aquela letra me chamou a atenção.

" E quanto mais eu vejo, menos eu cresço

Quanto menos sementes, mais eu semeio

Então, vejo você parado aí

Querendo mais de mim

E tudo o que posso fazer é tentar

Então, vejo você parado aí

Querendo mais de mim

E tudo o que posso fazer é tentar, tentar

Eu queria que eu não tivesse visto

Toda a realidade

E todas as pessoas reais

Na verdade, não são tão reais

Quanto mais eu aprendo, quanto mais eu aprendo

Mais eu choro, mais eu choro

Enquanto digo adeus ao estilo de vida

Que pensei que tinha projetado pra mim.

Todos os momentos que já passaram

Tentar voltar e fazê-los durar

E todas as coisas que queremos que o outro seja

Nós nunca seremos, nós nunca seremos tão maravilhosos

Essa é a vida..."

Deitei na minha cama, abri a foto dele novamente, e ela estava lá sorrindo, enquanto eu estava conversando com ele, mais não demorou muito, e comecei a chorar novamente. Agora, com mais atenção, desde o inicio a nossa música nos dava pistas de que aqueilo iria ser uma tragedia. As lagrimas, nunca me escorreram tanto como estavam escorrendo agora.

_ O que esta acontecendo?

Minha mãe entrou no quarto, me assustando.

_ Não esta acontecendo nada! Só quero ficar sozinho.

_ Como não ? Estava dormindo, e mesmo assim, do meu quarto escutei você chorando desesperado!

_ Já ta tudo bem mãe, estou melhor já, agora, me deixe sozinho.

_ Ta bom, não quer falar, não fale. Mais vê se para de chororo ai!

Nem respondi, simplesmente levantei, peguei uma toalha, e fui para o banheiro. Liguei o chuveiro, tirei a roupa, e sentei em baixo da água, ali, eu poderia chorar tranquilo, pois o barulho da agua abafava. E foi o que eu fiz, chorei, chorei, chorei. Imlorei por ele, chamei seu nome por diversas vezes, sentia o perfume dele na minha pele, e esfregava com muita força, mais quanto mais eu esfregava, mais o perfume cheirava, e mais eu chorava, e mais eu esfregava, e cheirava, e eu chorava, esfregava,cheirava e chorava. O trem havia saido dos trilhos, eu chorava pela vida que eu nunca mais poderia recuperar.

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Comentários

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Lindo qe capítulo em, chorei junto nossa qe raiva desse corno do Vinicius cara mané ne saber o qe eu acho engraçado a gente tem tantas decepções na vida qe fica até difícil acredita qe um dia vai aparece alguém legal ne bjs amor♡♥♡♥

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Era isso que eu tava falando Carlos de como ele meio que te deixou uma ferida sabe, não era um crítica ao conto. Sinto muito que ele tenha feito isso contigo, realmente nunca passei por nada igual mas o jeito magnífico que você escreve me faz sentir como se eu estivesse lá. Mas a vida segue, foi difícil ?! Foi Max cabeça para cima e continua a nadar rs

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Nossa! O tempo fechou literalmente... acredite, eu sei como você se sentiu porque vivi algo parecido com isso um dia antes do meu aniversário! Mas ainda bem que a vida segue aos trancos e barrancos, ensinando pra gente que o futuro é tão imprevisível quanto pedagogica.

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