O Filho do Meu Padrasto

Um conto erótico de Beedle the Bard
Categoria: Homossexual
Contém 3969 palavras
Data: 25/11/2014 23:53:16
Última revisão: 26/06/2017 17:34:57
Assuntos: Gay, Homossexual

Parte I: Sobre o Começo:

Minha mãe começou a namorar com o Alberto mais ou menos na mesma época em que o meu namoro estava acabando. Eu tinha namorado com o Tiago por um ano e ele tinha sido somente meu segundo namorado. Minha mãe foi apresentada ao Alberto pelo meu pai, que o conhecia do trabalho. Alberto era negro, alto e forte, com um corpo muito bem cuidado, cabelo bem curto e um sorriso lindo. Eu era uma mistura dos meus pais, alto como ele, branco como ela; tinha os cabelos loiros da minha mãe e olhos verdes do meu pai. Apesar de terem se separado depois de viverem juntos por quinze anos, meus pais continuaram sendo o que sempre foram: melhores amigos.

Com o fim do meu namoro e a notícia de que havia passado no vestibular, resolvi viajar, já que minhas aulas só começariam em agosto. Seria perfeito: eu poderia me recuperar de todo o sofrimento de um fim conturbado de relacionamento longe de tudo e daria a minha mãe toda a privacidade e liberdade necessárias para aquele começo de namoro, já que morávamos eu e ela. Assim, aproveitei dois meses com minha madrinha viajando pelo litoral nordestino e outros três meses com minha tia (irmã do meu pai) no Canadá estudando inglês.

Na minha volta pra casa, minha mãe, meu pai e Alberto esperavam por mim no aeroporto. Minha mãe agia como se eu tivesse passado anos fora, ao invés de apenas cinco meses. Depois de ouvir repetidas vezes "senti tanta saudade" e "como você está magro", recebi a notícia, que nao fora me contada anteriormente: Alberto estava agora morando conosco. Fiquei feliz, já que minha mãe estava feliz. Meu pai também parecia satisfeito com aquilo; ele dizia que queria que minha mãe encontrasse um homem bom e que se preocupava com isso. O fato de ter sido ele quem fez as vezes de cupido parecia o deixar um pouco orgulhoso.

No domingo seguinte, minha mãe fez um almoço especial em comemoração ao meu retorno e para me apresentar os filhos do Alberto, que eu ainda não conhecia. Meu pai também estava vindo. Eu pouco ouvira falar dos filhos do Alberto, sabia apenas que eram dois rapazes, mas não lembrava os nomes, tampouco suas idades. Imaginei que se eles fossem parecidos com o Alberto deveriam ser muito bonitos. Estava no meu quarto, terminando de me arrumar, quando eles chegaram. Ouvi vozes grossas, além de uma voz feminina.

— O Bruno tá no quarto se aprontando, daqui a pouco ele aparece — ouvi o Alberto dizer. Não sei o porquê, mas nesse momento senti um frio na barriga, uma sensação estranha. Pela primeira vez me senti envergonhado, nervoso por ser apresentado a alguém.

Minha mãe bateu a minha porta.

— Bruno, o pessoal já chegou!

— Tô indo mãe — respondi rapidamente.

Ao abrir a porta, cinco minutos depois, dei de cara com uma versão mais jovem e mais bonita do Alberto. Ele estava de frente para a porta do meu quarto, com a mão estendida, como se estivesse prestes a segurar a maçaneta para abrir a porta.

— Desculpa, estou procurando o banheiro — ele disse com uma voz firme e forte.

— Tudo bem — minha voz saiu estranha. — O banheiro fica ali — apontei para a porta atrás dele. Ele olhava diretamente dentro dos meus olhos.

— André — falou estendendo a mão pra mim.

— Bruno — respondi apertando sua mão. De repente, eu parecia pequeno, frágil e delicado.

— Muito prazer e desculpa de novo.

— Não precisa se desculpar, sem problemas.

Ele deu um sorriso lindo de canto de boca e foi dando passos para trás lentamente, se aproximando do banheiro, sem se virar, olhando para mim. Quando a porta do banheiro se fechou a minha frente eu suspirei fundo. Ao chegar a sala conheci o irmão mais velho do André, o Diogo, e a sua noiva, Gabriela. Meu pai chegou dez minutos depois. André e Diogo já o conheciam, pelo que entendi eles jogavam futebol juntos.

— Meu pai falou que você vai começar engenharia agora, Bruno — disse o Diogo, durante o almoço.

— Sim, começo em três semanas — sorri.

— O Diogo é engenheiro civil, Bruno — falou Alberto. Nesse momento iniciamos uma conversa sobre engenharias e profissões. Percebia os olhos do André em cima de mim o tempo todo; ele sentara-se de frente pra mim. As vezes nossos olhares se encontravam, nesses momento meu coração acelerava à velocidade máxima. Acho que ele percebia. Não sei se mais alguém percebeu.

Após o jantar continuei conversando com o Diogo, ele me falava da universidade, da experiência dele, entre outras coisas. O André conversava com meu pai e Alberto, mas seu olhar ainda estava em mim.

Diogo e Gabriela foram os primeiros a irem embora, com meu pai indo logo em seguida. Nessa hora o André sentou ao meu lado.

— Meu irmão adora falar e quando o assunto é a profissão dele, pior ainda — disse abrindo um sorriso absolutamente lindo.

— Mas é bom, pelo menos pra mim — sorri.

Começamos a conversar. Descobri que ele tinha 22 anos e estava perto de se formar em Medicina Veterinária. Falamos sobre várias coisas, de filmes a política. Descobrimos inúmeras afinidades. Rimos muito. Ele acabou ficando para o jantar e assim pudemos continuar a animada conversa. Percebi minha mãe e Alberto felizes por termos nos dado bem. Eram quase onze da noite quando ele se despediu. Fui dormir com o sorrisinho bobo no rosto.

André e eu começamos a conversar diariamente pelo Facebook nas semanas seguintes; ele foi jantar em casa várias vezes e passou o fim de semana que antecedeu o início de minhas aulas conosco na praia. Exigia muita força de mim mesmo para conter uma ereção sempre que ele aparecia de sunga. Meu coração disparava quando saíamos da casa de praia e André colocava, por poucos segundos, a mão na minha cintura ou quando ele se oferecia para passar protetor em mim, já que a minha pele extremamente branca exigia um cuidado redobrado para não me queimar.

— Você sempre esquece de passar nas costas — dizia, e lá ia ele massagear as minhas costas com suas mãos fortes, me fazendo fechar os olhos e respirar fundo. Podia ser apenas impressão minha, e eu torcia muito para que não fosse, mas as mãos dele pareciam cada vez mais se aproximarem da minha bunda enquanto passava o protetor nas minhas costas.

As primeiras semanas de aulas já foram bem cheias, mas eu estava muito animado. Me surpreendi quando, numa sexta feira, ao fim das minhas aulas, encontrei o André na frente do prédio de engenharia da universidade dizendo que tinha ido me buscar, me convidando pra sair.

Fomos ao cinema e depois jantamos juntos. Fora uma noite agradabilíssima. Não conseguia parar de sorrir.

— Está entregue — falou ele ao parar o carro na frente da minha casa.

— Obrigado, a noite foi maravilhosa — disse sem conter minha felicidade.

— Eu que agradeço, a noite foi realmente incrível, mas ainda pode ficar melhor — aquele seu sorriso de canto de boca me matava. Olhava diretamente nos meus olhos. Minha respiração saía descompassada. Fechei os olhos uma fração de segundos antes de nossos lábios se encostarem. Me beijou como eu nunca antes havia sido beijado, diferente de todos os outros, me pondo nas mais altas nuvens.

***

Meu celular apitou e uma mensagem dizendo "Já cheguei" apareceu na tela. Pulei da cama e tentei pegar tudo o mais rápido possível. Dei uma última olhada no espelho. Saí do quarto apressado e quando já estava quase chegando a porta, ouço minha mãe:

— Aonde está indo, mocinho?

— Ao show do Jeneci, senhorinha — falei tentando mostrar pressa.

— Sozinho?

— Não mãe, com o André. Aliás, ele já está lá embaixo, não quero fazer ele me esperar muito. Tchau — disse já saindo.

— Divirtam-se — ouvi ao fechar a porta.

André me esperava parado encostado em seu carro. Abriu seu sorriso arrebatador quando me viu; retribui com o melhor dos meus sorrisos. Fomos o caminho inteiro de mãos dadas dentro do carro e eu não conseguia conter o sorriso que estampava meu rosto. Durante o show, André me abraçou por trás e ficamos assim o tempo todo; beijava meu cangote de tempos em tempos, cantava no meu ouvido e eu torcia o pescoço para beijá-lo. Foi depois de cantar “Para Sonhar” inteira no meu ouvido, que André, quase que displicentemente, me pediu em namoro.

***

Eu estava na cozinha, tomando café da manhã, quando a campainha tocou e saí correndo para o meu quarto. Ouvi de lá o André cumprimentando minha mãe na cozinha e ela gritando por mim. Eu mal tinha acordado, ainda estava de pijamas e e meu cabelo estava todo desgrenhado, ainda não tinha tomado banho nem nada. Além disso, o meu quarto estava uma bagunca só. O André havia chegado cedo demais, ainda eram nove horas.

— Ele estava na cozinha agorinha mesmo — falou minha mãe —, deve ter ido para o quarto.

— Deixa que eu vou lá, dona Ana — falou o André.

Eu já estava tentando arrumar o que podia no meu quarto quando ouvi ele falar isso e me apressei a trancar a porta. Juntei toda a roupa espalhada pelo chão e os livros jogados na mesa. Alguns segundos depois ele bate a porta:

— Bruno, voce tá ai?

— Tô indo tomar banho — gritei.

— Tá, tudo bem. Só pra avisar que cheguei.

Meia hora depois, de banho tomado e quarto arrumado, encontrei o André na cozinha conversando com seu pai e minha mãe. Ele estava lindo de regata azul marinho, bermuda branca, chinelos e um relógio dourado reluzindo em seu pulso.

— Finalmente hein — André falou, me dando um selinho logo em seguida. Eu só sorri.

— Tem a quem puxar! Né, Ana? — disse Alberto sorrindo. Minha mãe fez uma cara de brava e sorriu em seguida.

— Voces vão sair que horas? — falei sentando ao lado do André.

— Tá com pressa de se ver livre da gente é? — perguntou minha mãe fingindo indignação.

— Mas é claro né, Aninha? Os dois tão doidos pra...

— Amor!

— Pai! — protestaram juntos minha mãe e André. Eu tentei nao rir

— E eu tô falando alguma mentira? — indagou Alberto.

— Vamos sair daqui uma meia hora, pronto — falou minha mãe, cortando o marido.

Uma hora depois, o Alberto ainda estava esperando por ela. Já eram quase onze horas quando eles finalmente foram embora. Passariam o carnaval na praia, queriam ficar distantes de toda a folia. André ficaria lá em casa durante esse tempo. Minha mãe e Alberto foram sensíveis o suficiente pra nos dar esse momento de privacidade; nem sequer perguntaram se queríamos acompanhá-los. Alberto foi quem presumiu primeiro que iríamos querer "curtir" o carnaval na cidade, no que minha mãe concordou, embora ela soubesse que eu nunca gostei de carnaval. Foi meu pai quem sugeriu do André dormir lá em casa, já que ele também viajaria e dizia ficar preocupado em me deixar sozinho, apesar de eu já ter 18 anos.

Foi só o carro virar a esquina que o André já passou seus braços pela minha cintura, me puxando de encontro a ele.

— Vem cá, neguinho — falou ele, apertando meu corpo no dele e tomando minha boca na sua.

Eu estava entregue e já podia sentir sua ereção. Suas mãos começavam a percorrer o meu corpo lentamente, tomando posse de mim. Devorou o meu pescoço me fazendo gemer. Levantei sua camisa, ele a tirou com rapidez, voltando a me beijar. Explorei seu corpo musculoso enquanto ele apertava minha bunda. Foi a sua vez então de retirar a minha camisa. Vi seus olhos brilharem quando viram meus mamilos rosados. Apertou-os carinhosamente, para logo em seguida chupar-lhes me deixando completamente sem ar.

— Você é muito gostoso — disse ele voltando a me beijar.

— Vamos para o meu quarto — consegui dizer. Ele me levantou, pondo minhas pernas em volta da sua cintura e me levou ao meu quarto enquanto mordiscava os meus mamilos que já estavam vermelhos. Me pôs cuidadosamente em minha cama e, deitado em cima de mim, olhou em meus olhos de um jeito que nada precisou dizer. O beijei com todo a paixão que poderia existir.

André tirou minha bermuda devagar, me deixando completamente pelado, beijando todo o meu corpo no processo. Levantou e se despiu também, revelando uma rola grande e grossa, reta, com veias salientes e uma cabeça proeminente.

— Vem cá, me chupa vai — disse ele de um jeito másculo e safado, ao que eu só pude obedecer. Lambi devagar da base até a cabeça, antes de envolver toda a glande com minha boca e chupá-la com vontade. Seus gemidos eram guturais, e faziam com que eu me empenhasse ainda mais naquela chupada. Tentava engolir todo o seu cacete, o que era uma tarefa muito difícil. Ele acariciava minha cabeça, me incentivando; eu olhava pra ele e ele retribuía meu olhar me mostrando o prazer enorme que sentia. Massageei suas enormes bolas e suguei novamente a glande, fazendo movimentos com a língua que o alucinavam.

Me puxou de repente para um beijo e logo depois me jogou na cama de bruços. Senti os seus beijos em minha bunda, ora delicados, ora urgentes. Suas mãos alisavam minhas coxas. Gemi alto quando ele me mordeu, e gemi ainda mais quando sua língua tocou o meu cuzinho. Os meus gemidos pareciam ser combustível pra ele, seu único objetivo era me enlouquecer. Mordeu mais uma vez minha bunda. Com a minha indicação, pegou na gaveta do criado-mudo a camisinha e o lubrificante. Beijava e mordia meu pescoço enquanto pincelava a rola no meu rêgo e tomou a minha boca quando forcou a entrada no meu ânus. Seus beijos abafaram meus gemidos, senti cada centímetro daquele cacete me penetrando devagar, a dor e o prazer caminhando juntos.

André comecou a bombar devagarinho, dizendo coisinhas ora safadas, ora românticas no meu ouvido. Logo o ritmo foi ficando mais intenso, me arrancando gemidos cada vez mais altos e incontroláveis.

— Isso, geme pra mim vai, delícia — André dizia. Me virou de frente, deixando minhas pernas arreganhadas e me penetrou novamente, de uma vez. O meu grito veio ao mesmo tempo que minhas mãos se cravaram em suas costas. Nos beijávamos intensamente enquanto eu continuava a arranhar suas costas e ele continuava a aumentar o ritmo de suas estocadas. Tirava todo o pau e voltava a meter, me fazendo gritar todas as vezes.

— Tá gostando, tá? — perguntou ele segurando meu rosto.

— Tô sim, tô adorando — disse eu, meio que gemendo. Sabia que ele adorava isso.

— Eu sei que voce tá gostando, seu safado, essa sua cara nao nega — falou retirando sua pica de mim — Vem sentar no meu colo, vem, neguinho — pediu ele, depois de vários minutos naquela posição.

André sentou na cama, encostando-se na cabeceira. Eu desci naquele cacete devagarzinho, me apoiando no peito musculoso do meu homem. Enquanto eu pulava e rebolava em sua rola, André não tirava um segundo sequer os seus olhos dos meus. Conseguia ver todo o prazer que sentia e fiquei orgulhosíssimo de estar proporcionando aquilo. André começou a erguer o quadril, voltando a meter me mim, num ritmo cadenciado, sincronizado com o que eu o cavalgava. E foi assim, sentado nele, olhando um nos olhos do outro, que nós dois gozamos juntos, um universo inteiro de prazer.

Parte II: Sobre o Fim

Cheguei em casa super cansado após mais um dia de trabalho. Tudo o que eu mais queria era um bom banho e uma noite de sono. De preferência uma noite que durasse pelo menos umas vinte horas. Precisava urgentemente dormir. Mal saí do banho minha mãe bateu a porta.

— Bruno, você chegou? — perguntou ela de fora.

— Cheguei, mãe, pode entrar.

— Bruno, o André esteve aqui hoje — falou me abraçando — ficou te esperando um tempão, tava todo arrumado, com um presente na mão. Foi embora que nem vi. Estranho né? Ele nunca saiu sem se despedir...

Nesse momento eu botei as mãos no rosto: eu tinha esquecido. Era nosso aniversário de seis anos de namoro. O trabalho estava me consumindo ultimamente e desde que me formara eu pouco tempo tinha pro André.

— Boa noite — disse minha mãe me beijando e saindo do quarto.

No meu celular tinham várias ligações perdidas do André, a última às 9h30 da noite, provavelmente o horário que ele desistiu de me esperar. Liguei pra ele, mas estava desligado. Peguei o carro e fui até seu apartamento.

Entrei e as luzes estavam apagadas, o silêncio tomava conta do ambiente. Em seu quarto o encontrei dormindo. Tirei minha roupa e deitei ao seu lado, o abraçando. Não demorou muito pra que eu também pegasse no sono.

Quando acordei André já nao estava mais na cama. Contemplava o mar de sua varanda, mesmo de costas conseguia percebê-lo triste, e eu odiava ser o motivo disso. Fui até ele e o abracei.

— Desculpa, amor — eu disse, mas ele nada respondeu nem se mexeu, apenas suspirou. Ficamos daquele jeito alguns minutos, quando ele enfim falou:

— Bruno, acho melhor a gente terminar — sua voz transmitia toda a tristeza que sentia naquele momento — Não tem mais sentido o nosso namoro, não somos mais um casal. A gente não se vê mais; quando a gente se vê, a gente briga por que a gente não se vê. Não consigo nem lembrar a última vez que estivemos juntos.

— André, eu...

— Não estou dizendo que é culpa sua, a culpa é nossa, deixamos muita coisa mudar. Temos interesses, prioridades e desejos diferentes agora. Eu sei que você precisa se dedicar ao seu trabalho, e não te julgo por isso, é a sua necessidade, sua prioridade. — Ele virou-se, olhando pra mim, deu um demorado beijo na minha testa, com os olhos fechados. Também fechei os meus e rezei para que quando o abrisse nada daquilo estivesse acontecendo. Seu beijo me dizia "eu ainda te amo", ambos chorávamos. André estava certo, nossos caminhos se separaram, a vida estava nos afastando, mesmo continuando tão perto um do outro. Nós precisávamos daquele tempo.

Nas semanas seguintes o vazio e a falta do André eram enormes, como nunca tinham sido. Percebi o quanto estivemos longe um do outro no último ano, e só agora que o tinha perdido me dava conta do quão importante ele era. Me doía imaginar ele com outro homem, ou pior, com uma mulher. Queria vê-lo, tê-lo de volta, dizer que não poderia viver sem ele, que eu era dele. Imaginava que ele também se sentisse assim, mas sabia que nem eu nem ele iríamos voltar atrás. Eramos turrões demais, orgulhosos demais. E isso fazia mal.

Já havia se passado mais de seis meses desde que tínhamos acabado nosso namoro quando reencontrei o André. Nesses meses só o tinha visto de longe, esbarrado com ele em algum lugar, ou algo do tipo. Dessa vez era aniversário de casamento de minha mãe e Alberto. André chegou acompanhado de uma moça loira absurdamente linda. Eu quis morrer quando ele veio me cumprimentar com a surpresa:

— Essa é a Larissa, minha namorada — disse ele, pra mim e pro meu pai.

A moça sorriu pra mim, esfregando na minha cara o quão feliz aquela frase a fazia. Eu tinha perdido o André pra sempre.

Parte III: Sobre o Começo de Novo (Ou Sobre um Novo Começo)

O quintal de casa estava cheio de crianças correndo de um lado para o outro, o barulho era ensurdecedor. Era a festa de três anos do meu afilhado, Julinho, filho do Diogo e da Gabriela. Por sugestão da minha mãe, a festa estava sendo lá em casa.

— Tito, me levanta — falou o Julinho pra mim. Era assim que ele chamava tanto eu quanto André, seus padrinhos. Tentamos ensiná-lo a dizer "Titio Bruno" e "Titio André" e foi "Tito" tudo que ele conseguiu dizer no início, e assim ficou. Peguei o pequeno no colo.

— Vamos tirar foto com os padrinhos — disse a fotógrafa, uma amiga minha.

Posicionamos-nos eu e André com o Julinho, quando a Larissa, de cara amarrada, se pôs ao lado do André.

— Essa foto é só com os padrinhos, querida, depois você sai em outra — apressou-se em falar a Gabriela com acidez. Nem ela nem o Diogo gostavam da moça. Eu nem gostava nem desgostava, mas achava injusto eles não gostarem dela, pois sabia que era por minha causa. A Larissa se afastou contrariada. Ela estava de cara feia desde que chegara, parece que havia se desentendido com o André (pela milésima vez, pelo que me disseram).

Depois das fotos, continuei com o Julinho no colo, brincando. Ele não queria ir com mais ninguém. Certo momento, o pequeno achou por bem derramar todo o copo de refrigerante, que havíamos acabado de dar a ele, em cima de mim. Já estava quase na porta do meu quarto, para trocar de roupa, quando o André me chamou:

— Bruno, posso ir no seu banheiro? Tô apertado, tem alguém no banheiro social faz um tempão.

— Claro, entra aí.

— Julinho é foda né... — disse já entrando no meu banheiro.

— É, me molhou todo — respondi um pouco acanhado.

Era a primeira vez que ficávamos sozinhos depois do fim. Comecei a tirar minha roupa ouvindo o barulho dele urinando. Ter o André no meu banheiro novamente despertou algo em mim. Não podíamos continuar daquele jeito, ficaríamos longe um do outro para sempre, simplesmente porque nenhum dos dois tomaria uma iniciativa. Tirei rapidamente a cueca que estava usando e coloquei uma jockstrap que o André adorava que eu vestisse, queria surpeendê-lo quando saísse do banheiro. Qual seria sua reação ao me ver daquele jeito?

Fingi que procurava uma roupa, estava de costas pra porta do banheiro.

— Bruno, eu acho que... — a frase que ele começara se perdeu. Não me virei, apenas me inclinei um pouco, arrebitando a bunda. Podia sentir os olhos dele percorrendo meu corpo. Esperei alguns segundos e só então me virei. André me lançava um olhar de profundo desejo, seus olhos chegavam a faiscar. Olhei pra ele de um jeito safado, mordendo o lábio inferior.

— André... — Eu comecei a falar, mas ele foi rápido que eu e quando percebi já nos beijávamos e ele estava com as mãos na minha bunda.

Abri sua calça e baixei-a junto com a cueca. André estava duríssimo. Me virou, me encostando na parede, se abaixou e mordeu minha bunda, dando um tapa em seguida. Me controlei pra não gemer alto; minha vontade era gritar pra que toda a minha rua ouvisse. André cuspiu no meu cu e enfiou seu pau em mim de uma vez; perdi o ar e o chão. André metia furiosamente, estávamos há tempo demais longe um do outro. Ambos podíamos sentir a urgência um do outro, precisávamos daquilo. Ele me jogou na cama, com as pernas abertas, de frente pra ele, e voltou a me comer vorazmente, agora me beijando. Eu tentava rebolar sempre que aquele cacete estava todo dentro de mim.

— Puta que pariu, Bruno, voce é perfeito — disse jogando a cabeça pra trás. Puxei-o pra mim e o beijei novamente.

— Eu te amo, André — e foi ao ouvir isso de mim que André gozou fartamente, me fazendo tambem chegar ao ápice.

***

Meu celular apitou e uma mensagem dizendo "tô aqui já" apareceu na tela. Pulei da cama e tentei pegar tudo o mais rápido possível. Dei uma última olhada no espelho. Saí do quarto apressado e quando já estava quase chegando a porta, ouço minha mãe:

— Vai sair?

— Vou sair pra jantar com o André — falei sorrindo.

— Divirtam-se — disse me dando um beijo.

André me esperava parado encostado em seu carro. Abriu seu sorriso arrebatador quando me viu; retribui com o melhor dos meus sorrisos. Nos beijamos. Fomos o caminho inteiro de mãos dadas dentro do carro, como de costume, e eu não conseguia conter o sorriso que estampava meu rosto. O jantar foi maravilhoso, boa comida, boa música e a companhia do amor. Foi depois da sobremesa, quando ia pagar a conta, que André, quase que displicentemente, pôs uma caixinha com uma aliança em cima da mesa.

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Comentários

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Adorei, vcs superam as dificuldades e às vezes precisamos perder alguma coisa para entender o seu devido valor

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UAU. AS VEZES O ORGULHO DEIXA A GENTE MEIO CEGOS. MUITO BABACAS ESSES DOIS SE TERMINAREM POR UM MOTIVO BESTA DESSES. AS DIFICULDADES TÊM QUE SER SUPERADAS PELOS DOIS. UM PRECISA COMPREENDER E AJUDAR O OUTRO. E ASSIM SE CONSTRÓI UMA RELAÇÃO DURADOURA.

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Somente hoje tive a oportunidade de ler este belo relato. Porem sempre será tempo para um comentário sincero e elogioso. Muito bem narrado e sem apelar para termos chulos, nos envolve em sentimentos reais e um clima tesudo, que nos faz sentir participantes do enredo. Nota DEZ com louvor. Tbem tenho um relato entitulado MENAGE SURPREZA com Navegante como autor. Em tempo, ja o adicionei aos meus favoritos.

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Quer casar comigo? Adorei os seus contos

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