O caminho das borboletas. 49

Um conto erótico de MMah
Categoria: Heterossexual
Contém 835 palavras
Data: 22/11/2014 20:54:15

Oi gente. De volta! Desculpem minha ausência e conto com a compreensão de vocês. Minha vida tá uma loucura. Estágio, problemas familiares, universidade, artigos pra apresentar, namorada... e olha que pra ela eu mal tenho tido tempo. Vamos tentar passar uns dias juntas essa semana que vai entrar. Tô contando com isso. Mas sem delongas, vamos ao conto?

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Criei forças de onde não tinha e entrei pra casa. Tomei um banho longo, embora já tivesse atrasada. Coloquei uma camiseta branca, uma calça preta, All Star, tentei melhorar um pouco a cara, mas sem muito sucesso. Eu tava destruída, mas sabia que não podia parar minha vida. Sempre fui assim. Por pior que seja as coisas, eu me abato sim. Mas sou consciente que aquilo vai passar. Então imagino o futuro, logo crio esperanças e forças pra continuar. Sai de casa, peguei um táxi e fui até a cidade vizinha. Iria fiscalizar o Enem lá. Tivemos uma reunião básica, instruções de segurança, regras, ble ble ble. Eu não prestava atenção em nada. Pra piorar, celular nem pensar. O dia se arrastou infinitamente. Sorte que eu era aplicadora, porque eu não tinha um pingo de condições de preencher ata de sala. Cumpri minha obrigação, mas Deus sabe que apenas meu corpo estava ali. Minha alma estava triste, e meu coração eu já não tinha. 3min para o tempo limite, os 3 últimos participantes deixaram a sala. Eu quase cai de joelhos agradecendo. Não aguentava mais ficar 4h em pé. Peguei o celular às pressas.

Ci: Oi amor - voz eufórica.

Eu: Amor, você tá bem? Tá com uma voz agoniada.

Ela: Estou arrumando as coisas. Resolvendo os últimos preparativos da viagem.

Eu: Ah... tudo bem. Depois nos falamos então.

Ela: Tá bem. Te amooo.

Eu: Tbm.

Ouvi-la eufórica me fez pensar mil coisas. Ela estava feliz com a volta pra casa? Putz, será que eu estava sofrendo à toa? Meu orgulho falou mais alto e passei a tratar a viagem com frieza. Vim a volta inteira em silêncio, enquanto meus amigos contavam as peripécias dos participantes. Tudo estava bagunçado na minha cabeça. Apesar de tentar mudar de atitude, meu coração não parava de doer. Não era uma dor física, é difícil explicar. Talvez seja como perder um pedaço de si mesma. Ou como ter reflexos, quando se perde um membro do corpo. As vezes eu olhava pro lado rindo, mas ela não estava ali. O vazio era assombroso, e se multiplicava em mim como chuva no inverno. Depois de chegar em casa, tomei um banho e não jantei. O vazio me enchia e me corroía. Deitei no quarto, e liguei o aparelho de som. Queria ouvir Chico César, e optei pela versão da À primeira vista, na voz da Daniela Mercury.

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Quando não tinha nada

Eu quis

Quando tudo era ausência

Esperei

Quando tive frio

Tremi

Quando tive coragem

Liguei

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Quando chegou carta

Abri

Quando ouvi Prince

Dancei

Quando o olho brilhou

Entendi

Quando criei asas

Voei

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Quando me chamou

Eu vim

Quando dei por mim

Tava aqui

Quando lhe achei

Me perdi

Quando vi você

Me apaixonei

...

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Preciso dizer que chorei? Sim, eu chorei. Eu chorei muito. Meu travesseiro literalmente ficou molhado. Eu a amava tanto, que viver longe dela era um castigo insuportável. Lembrava da nossa viagem, dos nossos beijos, das nossas juras e promessas, da primeira vez que a vi, dos sussurros e gemidos abafados... Era um misto de dor e loucura. Por volta das 20h, ela me ligou.

Eu: Oi.

Ela: Que voz é essa? Estava chorando?

Eu: O que você acha?

Gente, eu tenho um problema sério de ficar na ofensiva quando estou triste.

Ela: Amor, não faz assim.

Eu: Vou ficar bem. Não se preocupa.

Ela: Você promete?

Eu: Não esquente comigo.

Ela: Dá pra você parar? Acha que está sendo fácil pra mim? - começou a chorar. Você não faz idéia do quanto me doeu deixar você ali. Deus sabe que eu queria ficar, mas não posso. Lhe suplico que tente me entender.

Eu já estava chorando outra vez.

Eu: Tá doendo, Ci. Tá doendo tanto. Eu amo você como nunca amei ninguém na vida. Não quero ser Piegas, Deus conhece meu coração.

Ela: Eu sei, meu amor. Eu sei. Você sabe que eu vou voltar. Confia em mim.

Chorávamos juntas. Mas já não tinha o que fazer.

Ela: Mah, agora eu preciso desligar. Dependendo da hora que eu chegar no aeroporto, te ligo. sei que vc vai trabalhar amanhã, outra vez. Te amooo. Bjoo.

Eu mal consegui responder: Tbm amooo vc.

Desligamos e eu chorei descontroladamente. Fui tomar um banho para tentar me acalmar, mas enquanto a água molhava meu rosto, eu esmurrava as paredes. Nem me sequei. Me enrolei numa toalha, e fui para o quarto. Cai assim mesmo na cama, e deixei o celular no vibra. Eu não queria ouvir ela dizer que iria entrar naquele avião. Então tomei 2 comprimidos, e apaguei.

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Gente, mais tarde eu posto outro. Tomar um banho e jantar agora. Tô super cansada! Bjoooo

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Comentários

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Naum Aii Comeco Ler Oh Conto Ontem Chego Nesse Capitulo , Fico Sabendo Que Vs Escuta Minha Rainha

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Caramba, essa sensação é tão ruim, dói tanto. Já passei por isso, é agonizante essa dor :(

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Tomara que Vc esteja bem

E que resolva tudo

Continua tá muito bom

Bjoos

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Saudades, despedidas fazem parte do relacionamento a distância. Que bom que vc partilhou sua história aqui, ler seu conto me dá esperanças de que no futuro será bem melhor! Muito obrigada e beijos pra vcs duas!

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Ei sumida senti falta de vcs. Espero q a correria passe logo e vc tenha tempo pra ela. Adoro vcs duas juntas.bjo

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