Doce Precipício - 1

Um conto erótico de Vítor Astro
Categoria: Homossexual
Contém 931 palavras
Data: 31/10/2014 02:17:28
Última revisão: 31/10/2014 02:30:49

Aquele calor, o suor escorrendo e o movimento de ir e vir, aquilo me deixava maluco. Sim, estou transando. Tenho um colega da faculdade, quase sempre nos encontramos antes de irmos pra aula pra uma "rapidinha". Alto, moreno, olhos verdes e uma boca que é meu atual labirinto. Eu sinto o peso do corpo dele sobre o meu, sinto que estou delirando, enquanto gememos bem baixinho, um no ouvido do outro, pra mãe dele não desconfiar muito, mas o perigo inflama, não é mesmo? Ele me beija enquanto está dentro de mim e continuamos assim, engatados, ele me levanta de uma vez e me faz ficar no colo dele, como um bebê. Eu adoro a força dele, adoro quando me pega assim, gemendo. Ele me pergunta baixinho:

- Aonde você quer que eu goze?

E eu respondo:

- Aonde você quiser.

Ele solta uma risada safada que me arrepia, me tira dos braços e me faz encarar aquele mastro maravilhoso, se masturba um pouco e solta aquele líquido maravilhoso em minha face, me sinto rejuvenescido. É nutritivo. Passo a língua pelo cantinho da boca, é doce. Nós nos levantamos, ele pega a minha mão e guia pro banheiro, mas antes olho a hora e vejo que estamos atrasados pra aula, tomamos um banho rápido, ele me beija muito e isso as vezes me faz sentir que devo dar uma freada nesses encontros, sexo é sexo e dessa vez foi rápida até. Eu saio primeiro, pra parar com aquilo, visto minha cueca e meu jeans, calço os sapatos e me viro de costas pra pegar a minha blusa quando ele me surpreende e me abraça por trás, molhado. Aquilo me deixa desconfortável, mas eu deixo. Não posso perder um parceiro de sexo antes de encontrar outro.

- Você tem que se vestir logo, Ramon. Quer que a sua mãe pergunte pq de tão atrasados? Duvido tanto que ela goste da minha resposta.

- Vira essa boca pra lá, Vítor. Tá louco? Agora não é hora de ela saber da gente.

Aquilo me deixou desconfortável. Como assim a gente? Isso é o novo "nós"?

- Eu vou esperar você na frente, ok?

Vou saindo com meu sorriso amarelo, vestindo a blusa, pego minha bolsa e saio, pensando como fazer. Ele é bacana, mas não sou exatamente o tipo de cara que gosta de estar em um relacionamento, eu já tinha avisado antes de começar isso.

Vejo que a Dona Eva já tinha saído, mas mesmo assim saio da casa, não queria outro ataque romântico tirado sabe Deus de onde.

Passo em frente ao espelho, paro. Meu cabelo estilo militar, meus 1,75, tudo meu. Eu não queria me dividir com ninguém, afinal eu não estava há 20 anos em um relacionamento sério comigo mesmo pra me perder pra um amor de cama. Encaro meus olhos castanhos, eu sabia que ainda ia aprender a deixar alguém me penetrar mais fundo, no coração, mas evitava. Só suporto um tipo de dor, mas ela é seguida do êxtase do prazer.

Abro a porta e a brisa de novembro sai, estava até que fresquinho esses dias, muito bom. Me encosto no carro, pensando em ligar pro Ramon de volta, no mesmo minuto que pego meu celular minha amiga liga, achei que estivesse em sala já:

- Oi, Lana

- Vi, cadê você?

- Aaah, tô indo pra faculdade, sabe o trânsito, né?

- Sei aonde você anda transitando, isso sim, mas só quero te lembrar que hoje é a apresentação do novo reitor, sorte de vocês que ele tá atrasado

- Ok, ok. Estamos a caminho, beleza?

- Ok, te espero. Beijo

- Beijo

As vezes eu detestava esse vício dela em saber o aonde e o pq de tudo, eu não quero dizer que ando transando com o Ramon, mas ela simplesmente pressiona até você soltar. O alarme do carro é desligado

- Bora, príncipe?

- Bora, sapo.

Ele ri, queria que desconfiasse que não queria nada além daquilo. Sem esperanças, oras.

Segui em silêncio no carro, ele colocou uma música, sempre que faz isso é pq tem algo pra dizer, nem sempre bom pra mim. Justo na hora de mudar a música começa a tocar I Wanna Be Yours do Arctic Monkeys. Aquele tom sexy da música seria um sinal do que eu achava que ele queria? Para minha sorte não chegou nem no primeiro refrão, já havíamos entrado no campus, fui sucinto

- Auditório, novo reitor

- Ok

Peguei meu telefone de novo, liguei pra Lana

- Me espera na porta, por favor

- Ok, tô indo

Ele estacionou, eu saí e não esperei. Segui em frente e já abria a porta quando alguém esbarra atrás de mim

- Opa, me desculpe, estou com pressa e atrasado

Eu me viro e o encaro, nunca gostei de olhos claros e os dele eram de um castanho muito escuro, porém havia uma faixa de ouro neles, aquilo me fez perder dois segundos

- Eu também, acho melhor... Acho melhor entrar

- Primeiro você

- Claro, claro

- Prazer, Carlos

- Vítor

Eu segui, Lana estava um pouco mais a frente, agarrei seu pulso e segui para as cadeiras, ela devia me guiar, mas fiquei atordoado, ele parecia ser alguém importante mas tinha certa nobreza.

Viro para trás e o vejo seguindo para o palco, aquilo podia ser bem uma brincadeira divina.

- Boa noite, vejo que já podemos começar. Estamos aqui para apresentar o novo reitor da Universidade, levantem-se, por favor. Olá, Dr. Carlos Benício

A maior parte das turmas da noite estava presente. Ninguém muito interessado naquele homem, mas ele parecia estar fixando o olhar em alguém, esse alguém era eu.

Continua...

Serviço de Atendimento ao Leitor: artpopboy86@gmail.com

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Comentários

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Fantastico! Continue, será uma pena se desistir. :)

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