O caminho das borboletas. 4

Um conto erótico de MMah
Categoria: Homossexual
Contém 1120 palavras
Data: 29/10/2014 23:27:35

Gente, tô de volta. Pior que eu tava pensando mesmo na música do Jorge Vercillo: "Não se prenda a sentimentos antigos, tudo que se foi vivido, me preparou pra você". Vida, eu te amoooo.

Vou precisar correr um pouco com a história, porque quanto mais eu enrolar, pior minha situação fica. Quem tem namorada ciumenta entende, rs.. Quero tentar terminar essa parte ainda hoje. Então vamos lá.

Depois do primeiro beijo ela percebeu que teria acesso fácil a mim. Sim, eu era trouxa. A D... Passou a freqüentar minha casa, tinha acesso a minha família, as minhas coisas... Eu continuava confusa e tentava encontrar solução com orações pedindo perdão pelos meus pecados e voltando a cair sempre que ela aparecia. O namoro dela também existia paralelamente. 4 meses depois que nos conhecemos nós ja tínhamos quase que um relacionamento estável. O carnaval estava próximo e com ele um retiro. Quando chegamos no local, logo de cara um rapaz se aproximou de mim. Ele se chamava Maurício. Típico menino evangélico, nerd e bom de papo. Conversavamos horas a fio e a D... odiava aquilo. Eu nada falava a ela sobre ele. Tentava dar um jeito meu na situação. Afinal, se eu voltasse a namorar um cara, estaria curada da minha "doença". Chegado o fim do carnaval, Maurício e eu marcamos um cinema. Nada rolou. Eu não sentia nenhum tipo de desejo por ele. Ele por sua vez fazia tudo para me agradar. A coisa ficava cada dia mais confusa, e quando decidi contar a ela que seria melhor terminarmos, tivemos uma briga tenebrosa. Infelizmente nós havíamos ido longe demais, eu estava distante de tudo e de todos, já não me restava mais um amigo, pois ela ocupava todos os lugares com o seu ciúme. Me vi só e sem saber a quem recorrer, então voltei atrás com os planos de namorar um cara e decidi levar meu envolvimento com ela mais a sério.

Em junho já nem lembrava de Maurício. As coisas na igreja iam de mal a pior, me sentia hipócrita levando uma vida dupla, pra piorar os comentários sobre nossa amizade estranha só aumentavam. Foi quando criei coragem e larguei os 8 anos de igreja para viver aquela aventura. Com muito sacrifício contei para minha mãe, pois ela vivia me perguntando a razão de não ir mais aos cultos. Foi um choque, uma das razões foi que minha mãe se sentiu enganada, pois tudo acontecia debaixo do nariz dela. Desse dia em diante, toda minha liberdade foi por água abaixo. Passei a ser monitorada por minha mãe, que me ligava aos prantos querendo que eu voltasse para casa logo, mesmo que eu tivesse ido apenas ao mercado da esquina. Engoli tudo e bati de frente com todos por causa dela. No entanto, algo no fundo não me permitia ver nosso relacionamento no futuro, e aquilo me incomodava.

Numa tarde de novembro, eu voltava da aula de violino quando comecei a ouvir uma música gospel, e cai no choro. Era uma briga diária interna. Afinal, eram 9 anos ouvindo que aquilo era errado, e agora estava eu ali, naquela situação. Decidi voltar para a igreja. Chegando em casa fui direto pra lá. Ela me disse que entendia e que nossa amizade iria continuar. Mas a verdade é que cada vez que ficávamos a sós, o desejo renascia e o ciclo voltava a se repetir.

Em meados de abril de 2012, eu estava tentando a todo custo recuperar minha vida na igreja. Passei a não ir mais lá, ligava pouco, a via vez ou outra. Ela já não namorava fazia meses, o vini havia terminado o namoro impulsionado pelos comentários do nosso caso. Na igreja eu continuava a tentar e passei a ficar cada dia mais próxima de um rapaz de lá. Nos dávamos bem, ele era agradável e eu adorava a companhia dele. Certa noite ele me chamou para conversar e nessa conversa me confessou que sentia algo especial por mim. Eu já não podia negar que também sentia algo por ele. Só havia uma questão nisso tudo: ele se chamava Vini. Liguei para a D... para conversamos. Eu não tinha mais nada com ela, ele tampouco. Éramos livres! Ela chegou em minha casa, e eu abri o jogo sobre tudo. A D... fez um escândalo. Entrou em meu quarto, quebrou minhas coisas. Pra piorar disse que contaria tudo a ele, inclusive que enquanto ela namorava com ele, ele foi traído por nós duas. Eu me antecipei em contar, não queria começar um relacionemto com mentiras. Ele me disse apenas que não se importava, bastava o que vivíamos no presente. Não satisfeita com a postura dele, ele apelou para a dose mais forte: A igreja. Em frente ao pastor e a sua esposa, a D... contou tudo, e eu perdi o chão. Os dias que se seguiram foram difíceis. Eu me tranquei no quarto por dias, sem comer, beber ou dormir, só chorando. Difícil foi admitir para eu mesma que eu havia permitido que aquilo pudesse ir tão longe quanto foi.

Perdi 12kg, entrei num processo de depressão e precisei ser acompanhada por um psicólogo por 1 ano e meio. Eu e o vini continuamos juntos por cerca de 10 meses, mas nosso relacionamento terminou sem muita explicação. Eu continuei a esperá-lo por mais 1 ano. Nesse período não me envolvi com mais ninguém na esperança que ele acordasse e voltasse atrás na decisão de terminar.

Por diversas vezes fui atrás dele. Nesse período a D... ainda aterrorizava minha vida. As vezes com mensagens de saudade, outras com mensagens pornográficas. Mas quando acabamos eu passei a sentir aversão até de olhar para ela.

Quando completou 13 meses de espera pelo vini, decidi que era hora de tocar minha vida sem ele. E por coincidência reencontrei Maurício em outro acampamento. Longe da D... talvez agora eu pudesse dar uma chance para nós dois. E assim eu fiz.

Gente, desculpem os pulos rápidos de ano, mas quero chegar logo na parte que conheci CI. Infelizmente as vezes precisamos passar por algumas coisas para amadurecer. E por mais dolorido que foi passar por isso tudo, sei que até as coisas ruins cooperaram para eu ser e viver o que sou hoje. Se eu pude tirar algo de precioso nessa experiência é que tudo passa. A dor não dura ora sempre, tampouco as alegrias. Felicidade é encontar o equilíbrio e aprender a estar em paz na chuva ou no sol.

"... Você vai rir sem perceber, felicidade é só questão de ser. Quando chover, deixa molhar ota receber i sol quando voltar..." (Marcelo Jeneci - Felicidade)

Gente, obrigada por lerem minha história e no próximo eu vou começar a contar para onde as borboletas me levaram.

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Comentários

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Continue logo...e a D. foi muito chata que bom que pulou ela kkkrs's

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meninas novo grupo no wats kerem entrar me chamem la 079 91092421

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Fantástico! A D. Foi uma bisca contigo. Mais ainda bem que você deu a volta por cima. Bjs Laura *-*

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Ah, perdoem os erros de português. Estou escrevendo pelo celular

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