Conserto de Corações - Parte 06

Um conto erótico de Puzzle
Categoria: Homossexual
Contém 3118 palavras
Data: 15/09/2014 21:58:38
Última revisão: 19/09/2014 16:16:48

Ainda no corredor, um brutamontes de quase dois metros de altura me empurrou contra os armários e eu caí no chão enquanto ele saiu correndo e a Leona apareceu em pé bem do meu lado.

– Só para não perder a prática - Ela falou olhando pra baixo e saiu andando.

– Qual é o seu problema garota? -Vociferei me levantando do chão - O que foi que eu te fiz?

– Nasceu - Leona respondeu mandando um beijo no ar antes de entrar na sala. Fui até o banheiro masculino, me tranquei numa das cabines, abaixei a tampa do vaso e me sentei chorando baixinho por alguns minutos até que escutei uma voz conhecida:

– Vincent? - Jordan bateu duas vezes na porta da cabine.

– Tá ocupado - Murmurei.

– Eu só queria saber se você está bem - Alegou.

– Por que eu não estaria? - Perguntei.

– Eu vi o que aquele babaca fez com você lá no corredor.

– Se já viu, então pode ir embora. Eu não quero conversar!

– Como quiser - Ouvi o bater da porta do banheiro e saí da cabine para lavar o rosto na pia. Depois que sequei meu rosto, olhei para o meu reflexo no espelho. Nele, eu pude ver quem tinha acabado de surgir atrás de mim - Alguém precisa de um ombro pra chorar?

– Não, obrigado. Eu sou daqueles que chora em silêncio para não incomodar ninguém.

– Rindo ou chorando, você nunca vai me incomodar. Acho que eu só me incomodaria com a sua ausência - Jordan chegou mais perto de mim e me levantou me colocando sentado em cima da pia (OI?) - Ou vendo alguém te maltratando como agora. Mas pode deixar que a partir de hoje eu não vou deixar que ninguém encoste em um fio de cabelo seu.

– Desculpa, mas eu não quero e nem preciso de um guarda costas - Garanti a ele.

– E de um amigo que te proteja, você precisa? - Indagou.

– Depende. É só a minha amizade que você quer ou é algo mais do que isso? -Aquilo saiu sem pensar. No mesmo minuto, eu me arrependi da pergunta que eu tinha acabado de fazer. Ele continuou olhando para minha boca, mas não respondeu o que eu realmente queria saber.

Somente aproximou os seus lábios dos meus e os selou, em um beijo calmo e intenso na mesma medida. Sua língua invadiu a minha boca, se entrelaçando a minha enquanto ele acariciava meu cabelo com a mão esquerda e com a direita apertava minha coxa. Joguei meus braços enlaçando seu pescoço e pude vivenciar pela primeira vez na vida a sensação de ter borboletas no estômago e a famosa corrente elétrica que adorava passar pelo corpo daqueles que são beijados por alguém que ama. O beijo foi parando com curtos selinhos, e eu permaneci de olhos fechados apreciando o gosto refrescante de bala de hortelã na sua boca.

– Isso responde a sua pergunta? - Ele perguntou erguendo as sobrancelhas.

– Acho que quase todas elas -Suspirei ainda sem ar.

– É claro que eu não quero só a sua amizade, Vincent. Eu quero muito mais do que isso.

– O quê, por exemplo? - Desci da pia e fiquei de frente para ele.

– Você é tudo o que eu mais quero, desde que a gente se conheceu.

– Pois é. Tanto que você beijou a Leona no dia seguinte - Falei.

– Aquilo não significou nada pra mim, muito menos pra ela - Ele esclareceu.

– Só estou dizendo que se você é amigo dela, eu não posso confiar em você.

– Claro que você pode confiar em mim. Eu já até briguei com ela diversas vezes por sua causa.

– Obrigado, mas você não precisava ter feito isso.

– Precisava sim, porque eu sempre defendo quem eu gosto. E eu estou muito afim de você. Se eu não estivesse, eu não teria mentido para você no sábado falando que ninguém pôde vir na minha casa por motivos de ressaca, febre, castigo e ficantes querendo atenção.

– Você inventou tudo isso? - Fiquei um pouco bravo por ele ter mentido para mim. E era desse jeito que o sujeito queria a minha confiança?

– Na verdade eu não chamei ninguém. Mas tinha gente com febre... E eu falei isso porque eu queria ter um momento a sós com você, mas o meu pai chegou bem na hora que eu pretendia te dar uns pegas e acabou estragando tudo. Desculpa - Ele me deu mais um beijo e vendo que nós dois já estávamos mais do que atrasados pra aula, eu fui pra sala e me sentei ao lado do Charlie que estava conversando com a Bianca e a Thais.

O professor me deu uma bronca por ter demorado tanto no banheiro e logo depois o Jordan entrou na sala e também levou uma bronca pela demora. Ele foi se juntar ao seu grupinho de populares e me deu uma piscadela discreta (Nem tão discreta) quando se sentou.

– Minha nossa senhora dos encalhados, o que foi isso que eu acabei de ver? - Thais percebeu que ele tinha piscado para mim e até assustou a Bianca com o seu espanto. Ela se virou para minha direção e sussurrou - Foi para você que ele piscou?

– Sim - Respondi olhando para os lados para ter certeza que nenhum individuo formado em leitura labial prestaria atenção na conversa. Leona estava concentrada se vendo pela tela do celular e passando o santo rímel de cada dia, normal. Sabrina, aquele moedor de carne masculina que ela tinha como melhor amiga não parava de encarar o Charlie, anormal - E não foi só uma piscadinha que ele me deu, mas um beijo também.

– E como é que foi? Ele beija bem? -Bianca se intrometeu no papo.

– Muito bem - Eu disse e a Thais me encarou com uma cara de "Quero detalhes" - Ele me beijava como se tivesse tentando pegar com a língua uma azeitona no fundo do copo, e eu retribuía como se tivesse tomando danone de morango sem poder usar o dedo no final da embalagem.

– Sua comparação foi bem estranha -Bianca opinou - Mas isso é ótimo! Finalmente você vai arrumar um namorado, desencalhar e botar o agasalho no croquete.

– Gata, eu não consigo arrumar nem a minha mochila direito, que dirá um namorado.

– Ah, para de reclamar e aproveita para curtir o momento porque bofe não dá em árvore. E se desse, não teriam desmatado a mata atlântica - Afirmou a Thais quando o professor se retirou de sala e a Leona aproveitou a deixa para fazer um comunicado:

– Galera, como todo mundo já sabe, o meu aniversário de dezoito anos será nessa sexta feira. E como todos os outros, esse não vai passar em branco! A festa será ás oito horas da noite num salão babadeiro que tem perto da minha casa, espero vocês lá - Ela falou isso distribuindo os convites para todos os alunos.

– Vocês vão? - Perguntei para os três, e Charlie que estava ao meu lado prestando atenção na aula e sem pronunciar uma palavra aquele tempo todo balançou a cabeça negativamente.

– Lógico que eu vou, a escola inteira tá sendo convidada - Disse a Bianca.

– Eu não vou não. Prefiro ficar em casa me entupindo de pipoca e brigadeiro assistindo novela do que comparecer em qualquer evento dessa sirigaita - Falei.

– Não tiro a sua razão - Bianca concordou - Depois daquele dia que ela e os colegas dela jogaram refrigerante em você, no seu lugar eu faria de tudo para não entrar no caminho dela outra vez. Porque eu tenho certeza que ela ainda não esqueceu do tapa que você deu nela.

– É só falar no diabo que ele mostra o rabo - Thais falou quando a Leona veio até nós entregar os nossos convite. Ela deu um para cada um de nós quatro e ao chegar na minha vez ela me lançou um sorriso cínico e disse:

– Quero meu presente hein? Senão não vai ganhar brinde.

– Devora o seu convite e com vodka para acompanhar - Rasquei o papel em cinco pedaços e joguei eles no seu rosto -Não vou comparecer no seu niver, sorry.

– Não acredito! Você vai me fazer essa desfeita?

– Estou fazendo.

– Que malcriação! Tô magoada viu?

– E já que eu sei que você nunca vem pra escola no dia do seu aniversário, e provavelmente não deve vir nesse de dezoito anos, meus parabéns adiantado. Eu só não te desejo muito saúde, paz e prosperidade porque eu não sou menstruação de travesti para ser tão falso desse jeito. Porque no fundo eu te desejo muita espinha na virilha e gordura localizada.

– Desejo em dobro para você. Te desejo também vida longa para que você possa assistir a minha vitória de camarote a cada dia que passa - E com essa alfinetada ela voltou para seu lugar assim que o professor adentrou a sala e retomou a sua aula.

– Isso aí Vincent, continua batendo palma para maluca dançar que você tá no caminho certo - Bianca reprovou a minha atitude - Eu não falo mais nada.

– Não precisa falar mesmo não. Eu sei me cuidar muito bem.

– Thais, você vai com que roupa na festa dela? Já decidiu?

– Ainda não. Eu tava pensando em passar no shopping hoje depois da escola para comprar uma roupa nova, se você quiser ir comigo...

* * *

Quando cheguei em casa, minha mãe e minha irmã estavam novamente discutindo por causa do namorado da Pamela. Como sempre, ignorei a discussão das duas e fui para o meu quarto. Tomei um banho, troquei de roupa e fiquei um pouco na internet até que a minha mãe entrou no meu quarto e começou a reclamar que eu tinha deixado a toalha molhada em cima da cama e a tampa da pasta de dente fora do lugar.

– Vê se desce logo que o almoço já tá quase pronto - Ela avisou.

– Aham. Já estou indo - E eu permanecia concentrado no meu Facebook.

Bianca tinha postado uma foto dela numa loja usando o vestido novo que ela tinha comprado junto com a Thais depois da escola. A foto estava com a descrição "Tô feia, mas tá valendo". Não consegui resistir a tentação a comentei um "Está acabada mesmo, ainda bem que você sabe disso!" sendo xingado por ela em seguida.

– Garoto, por que você passa tanto tempo sentado na frente desse computador?

– Porque se eu ficar sentado atrás dele eu não consigo acessar.

– Olha o deboche hein? Respeito é bom e conserva os dentes! - Ela esbravejou saindo do quarto e descendo a escada - E trate de descer agora senão eu vou pegar minha rasteirinha.

– Tá bom velha! - Desliguei o Notebook e fui para cozinha - Chegou mais cedo hoje, Pamela? - Perguntei a ela pegando um prato, os talheres e me sentando na mesa.

– Eu não tive trabalho hoje, estava sem luz na clínica - Minha irmã fazia faculdade de nutricionismo e estagiava numa clínica no centro da cidade.

– Eu fiz risoto de frango, espero que gostem - Minha mãe colocou a panela na mesa.

– Humm... Finalmente a gente vai comer alguma coisa diferente no almoço -Pamela comemorou - Não estava mais aguentando comer carne moída todo santo dia. Será que baixou uma nuvem branca na senhora que agora tá com disposição para cozinhar?

– Que cozinhar o que! Ela deve ter comprado isso pronto no mercado e só esquentou - Deduzi.

– Tem salsicha enlatada no armário. Vocês vão continuar de gracinha? - Genitora nos ameaçou e a campainha tocou - Vai lá ver quem é Pamela!

– Eu não. Não é pra mim - Ela recusou fazendo o seu prato.

– Então vai você Vincent! Aproveita e passa na casa do Rodrigo e chama ele e o filho dele para almoçarem aqui com a gente - Minha mãe pediu e eu fui atender a porta.

Era a Thais vestida com uma bermuda preta customizada e uma camisa do Metallica.

– Migo, eu só vim te lembrar que é hoje que a gente vai começar o período de treinamento na livraria do Shopping Via Brasil. E não demora muito pra se arrumar, porque eu vou passar aqui ás três horas da tarde e se você não estiver pronto eu vou te botar para ajoelhar no milho.

– Whatsapp pra que né querida? Se você pode atravessar a rua e vir até a minha casa toda vez que tiver um recado para me dar mesmo que eu já saiba?

– Que cheiro bom é esse?

– Risoto de frango. Quer almoçar com a gente?

– Claro que eu quero, deixa só eu chamar a minha mãe - Ela gritou chamando pela mãe dela e a Dona Tereza saiu de casa com um avental e uma sacola plástica da farmácia na cabeça - Mãe, pode desligar o fogão que meu plano deu certo, ele caiu!

– Ai que bom! Me esperem aí, eu vou trocar de roupa e já volto...

– Deixa eu te mostrar o vestido que eu comprei para usar na festa da quenga -Ela pegou o seu celular do bolso e me mostrou uma foto sua usando um vestido preto de renda, uma bolsa de couro e uma bota de cano baixo e salto fino - Gostou?

– É lindo, mas deve ter custado uma grana preta.

– E custou mesmo. Mas aí eu peguei alguns trocados que eu tinha guardado comigo e juntei com o dinheiro que minha mãe me deu para pagar a conta de luz.

– Caralho vampira! E se cortarem?

– Não vão cortar, eles só fazem isso quando tem duas contas em atraso.

– E você tem certeza que era só essa que tinha pra pagar?

– Bom, eu acho que sim.

– Por acaso, você é uma doida diagnosticada?

– Relaxa, quando eu receber meu primeiro salário no final do mês eu pago.

– Não era bem mais fácil você pedir o dinheiro emprestado pra sua mãe?

– A coroa também tá mais dura que pau de preso, só quis me dar oitenta reais, não era o suficiente - Ela argumentou até que a Tereza chegou e nós encerramos o assunto.

A mãe da Thais me deu um beijo na bochecha e foi pra cozinha com a filha.

– Vem logo ô bundinha de chuchu, a comida tá esfriando - Genitora me apressava ainda sem se levantar da mesa da copa - Ahhh, o Vincent convidou vocês também, que amor...

– Pois é Antônia, eu nem queria vir, mas ele insistiu tanto - Mentiu a Dona Tereza enquanto eu saía de casa e ia até a janela do quarto do Charlie.

– Charlie! Charlie! Charlie! - Eu berrei até ele aparecer.

– Oi Vincent, de boa na lagoa?

– Minha mãe tá chamando você e o seu pai para almoçarem conosco.

– Okay. Eu vou chamar ele, só um instante - Ele saiu da janela e eu entrei em casa. Voltei para mesa e ficamos Eu, a Pamela, minha mãe, Thais e a Dona Tereza esperando pelos dois que não demoraram muito para tocar a campainha.

Fiz questão de abrir a porta e quando eu atendi, o Charlie continuou tocando a campainha eletrônica incansavelmente e só parou quando o seu pai deu um tapa na sua mão.

– Foi mal, é que ela faz um barulho tão maneiro - Ele explicou.

Levei eles até a mesa e começamos a conversar amenidades enquanto a Thais comia numa rapidez que chegava a me assustar e envergonhar a sua mãe. E não era só o risoto que ela devorava, mas com os olhos comia o filho do Rodrigo também, admirando cada músculo do seu corpo. Pobrezinha, ela ainda tinha esperanças de que ele gostasse das duas frutas. Terminando de almoçar, Charlie pediu que eu o levasse ele até o portão, já que ele queria ir pra casa e pelo andar da carruagem o seu pai não sairia da minha casa nem tão cedo. Muito menos depois da minha mãe ter feito pudim e mousse de maracujá.

– Como é que ficou seu quarto? -Perguntei já no portão.

– Ficou bonito, eu e meu pai pintamos ele no domingo.

– De que cor?

– Vermelho. Quer ver como é que ficou? - Ele indagou e eu assenti - Bora lá, eu aproveito e te mostro uma parada que você vai gostar - Ele falou com um sorriso malicioso que me fez rir na mesma hora e me puxou pelo braço em direção a sua casa - Brincadeira.

Quando entramos na casa dele, o seu cachorro veio correndo babando e abanando o rabo em minha direção. Charlie não conseguiu segurá-lo a tempo e o Júlio Almeida me derrubou com tudo no chão e ficou roçando o pinto na minha perna. Para mim, aquela cena podia estar sendo extremamente constrangedora, mas para o Charlie, estava sendo hilária. Ele simplesmente não conseguia parar de rir daquilo, tanto que até deitou no chão de tanto gargalhar.

– Socorro! Socorro! - Eu suplicava -Tira ele de cima de mim! Eu não mereço ser estuprado! Você poderia fazer o favor de parar de rir da minha cara e tentar me ajudar?

– Desculpa - Ele tirou o cachorro de cima de mim e colocou-o no coleira. Senti as minhas bochechas queimarem. Devia estar vermelho de vergonha. Charlie amarrou o Julio Almeida no pé da mesa da cozinha e voltou para a sala tentando conter a risada.

– Pode rir, eu sei que foi engraçado -Me sentei no sofá.

– É que meu pai sempre esquece de levar ele pro castrador - Ele justificou.

– Tá tudo bem, não precisa se desculpar. Eu teria feito o mesmo se fosse ele. Eu sou tão sexy que eu passei na frente do espelho hoje de manhã e o reflexo também tentou me agarrar.

– Hahaha. Você é uma figura, Vincent! - Subimos para seu quarto que agora estava bem mais organizado que da última vez. As paredes tinham sido pintadas com um lindo tom de vermelho. Na estante, estavam os seus bonecos em miniatura do mesmo jeito que eu tinha arrumado, uma porção de livros e alguns cadernos. E na escrivaninha, estavam os seus filmes, CD's e um bat bag preto.

– Não creio que você ainda tem isso! -Exclamei avistando o brinquedo.

– Eu consigo bater durante cinco minutos sem parar, duvida?

– Mas é do bat bag que você tá falando ou é de outra coisa?

– É claro que é dele, criatura - Ele pegou o quebra dedo na escrivaninha -Pode começar a contar os minutos - Liguei o cronômetro do meu celular e ele começou a bater o brinquedo sem interrupções durante um minuto. Quando estava próximo de chegar em dois minutos, uma das bolas bateu fortemente na minha testa.

– Ai...! - Gritei de dor.

– Agora eu sei porque proibiram isso na década de oitenta - Ele disse examinando a minha testa - Eita, já apareceu um galo enorme aqui.

– Tá sangrando?

– Só um pouquinho, vai no espelho dar uma olhada - Sugeriu.

Fui no banheiro do seu quarto e realmente, já tinha se formado um galo enorme na minha testa, mas o lado bom é que dava para tampa-lo com a minha franja. Lavei o machucado com água e sabonete, e quando me enxuguei com a toalha de mão, reparei em alguns remédios em cima do mármore da pia. Dez embalagens de antidepressivos, para ser mais exato. E duas cartelas já abertas.

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Comentários

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Aí está você! Achei que havia sumido! Enfim, conto maravilhoso. Continue logo!

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