Elementary - P.8

Um conto erótico de Konan_B
Categoria: Homossexual
Contém 2496 palavras
Data: 08/08/2014 16:52:05

CAPÍTULO 8: O INÍCIO DE UMA LONGA JORNADA.

Quando acordei, tomei um susto ao ver que Bloondie e Christopher dormiam de conchinha. Eu estava jogado quase para fora da cama e os dois, lindos ,bem no meio dela! Vê se pode, safadesa bem nos meus aposentos!

Levantei devagar e sai do quarto sem acorda-los. Fui até a cozinha e peguei uma pêra. Fiquei encostado em um balcão e comecei a come-la, quando de repente, alguém atravessa a porta me fazendo assustar e derrubar a fruta. Enzo me olhou sério. Ele estava apenas de bermuda, por ser muito cedo, ainda não havia ninguém de pé. Seu corpo definido e perfeito era uma tentação, maior até que o próprio Ian. Ele não disse nada e veio em minha direção, olhei em seus olhos e ele se aproximou rapidamente. Quando dei por mim, seu corpo já me pressionava contra o balcão. Nossos rostos estavam praticamente colados, podia sentir sua respiração pesada junto à minha e do nada, ele se afastou, pondo uma maçã entre os dentes e dando uma mordida vigorosa. Antes de passar pela porta, ele deu um sorriso safado e sumiu escada àcima.

Eu sorri bobo pelo que havia acabado de acontecer. Aquele garoto sabia me deixar maluco...

[...]

Estávamos no campo de treinamento, já havíamos tentado várias combinações, água com ar, terra com fogo, ar com terra, e etc... Algumas deram certo, já outras... Eu quase fiz Erin morrer atolada em uma poça de areia movediça quado tentamos uma combinação. Realmente, o ódio que sentiamos um pelo outro não poderia dar em nada de bom.

- Muito bem. Já tentamos quase todas as combinações, agora, chegou a vez de tentar uma com alguém que não possua nenhum elemento... O coração.- Disse Ian.- Tomem.- Ele entregou um enorme saco com bolas de madeira para todos presentes, menos à mim e Bloondie.

- E eu?- Perguntei estendendo as mãos.

- Você fará a combinação com Bloondie. É o mais rápido, então, para o exercício que estou preparando você é o mais indicado.

- Ok...- Bufei já itediado. Eu tinha passado a manhã inteira treinando com Arya, e já tinha feito duas combinações. Não tem outro?

- Vamos lá. Será um exercício onde precisarão de mais que apenas sintonia entre os dois. Vocês precisaram ser um os olhos do outro. Hizel, você precisa proteger Bloondie de qualquer forma. Se ela for atingida, o exercício acaba e vocês terão fracassado. E em uma missão real, nós não temos esse luxo.- Disse ele nos olhando sério. Então se virou para os outros e continuou:- Em uma missão de verdade, suas vidas e de seus companheiros corre perigo. Vocês não terão o privilégio de tentar outra vez, porquê, estarão mortos antes que pisquem os olhos.- Ele se direcionou novamente para nós dois.- Dessa vez vocês mesmo terão de encontrar a resposta para a sobrevivência. Confie um no outro, e tudo sairá bem. Christopher, Erin...- Eles acentiram com a cabeça, como se já soubessem o que fazer e se juntaram. Erin fez com que a terra se agitasse e Christopher trouxe uma ventania que espalhou areia para todos os lados, nos cobrindo por uma cortina de poeira.

- Não consigo ver nada!!!- Gritou ela segurando em minha mão.

- Eu também não... O que vamos fazer?

- Mão sei. Pense no que Ian falou "Vocês precisaram ser um os olhos do outro".- Ela pôs um dos braços à frente do rosto, protegendo os olhos da areia.

- Prontos? Ai vai!- Ouvi a voz de Ian más não conseguia identificar de onde vinha.

- Bloondie, você é um gênio!- Disse entendendo o que ela queria dizer.- Fique aqui, você será meus olhos, e eu a sua proteção.- Ela acentiu com a cabeça e uma bola me atingiu de raspão o braço.- Rápido!- Pûs as luvas e me posicionei à sua frente. Ambos fechamos os olhos e ela segurou em minha camisa.

- Vou usar partes do meu corpo para indicar de onde as bolas estão vindo!- Gritou próximo ao meu ouvido.

- Entendi!- Respondi me preparando.

- Agora! Em minha perna direita!!!- Rapidamente me abaixei e chutei sentindo a bola voar para longe.- No meu ouvido esquerdo!- Saltei chutando próximo a sua cabeça e novamente acertei a bola, a mandando para longe.- Na minha barriga!- Dei um soco no ar e logo senti o impacto na bola, a fazendo despedaçar.

Quanto mais o tempo passava, mais rápido e de todos os lados as bolas vinham. Me dobrava e desdobrava, saltava, abaixava, rodava, rodopiava, socava, chutava, desviei e destrui de todas as formas possíveis as irritante bolas de madeira que vinham em nossa direção. Com os segundos correndo rápido, minha ligação com Bloondie já era tão intensa que mesmo antes dela falar o local, eu já estava lá.

- Já chega!- Ian gritou em meio a visibilidade zero. O vento começou a cessar e com ele, a areia foi caindo de volta ao chão.

Me ajoelhei e apoiei com as mãos no chão, estava exausto. Nunca me senti tão esgotado como nesse dois últimos dias desde que meu intenso treinamento com Arya havia começado. Meus braços e pernas tremiam, parecia que eu ia desmontar à qualquer momento. Eu só queria dormir durante uma semana inteira, eu queria a minha cama... Era só nisso que pensava.

- Tudo bem?- Ian estendeu uma das mãos para me ajudar a levantar, más eu a empurrei e levantei sozinho, mesmo quase desmaiando.

- Vocês dois foram incríveis!- Disse Arya vindo em nossa direção.

- Realmente. Sua agilidade e flexibilidade são impressionantes, Hizel. E é claro, Bloondie, você também foi muito inteligente usando o próprio corpo como referência aos ataques. Os dois mostraram um nível de confiança que eu nunca havia visto antes. Meus sinceros parabéns.- Disse a deusa Mantha, jogando seus longos cabelos para trás. Ela era uma mulher linda, assim como Arya. Apenas não gostava muito de falar, era raro as ocasiões em que ela dava palpite em algo que não fosse relacionado à Christopher ou Ar.

Bloondie e eu sorrimos e ela me abraçou.

- Bom, agora nós vamos...- Antes que Ian terminasse a frase, o som de uma trombeta soou acima do enorme portão de aço, que se abrira ao centro da muralha.- Más o que...?- Disse ele andando em direção ao portão.

Quando o portal se abriu, havia uns cinco soldados parados do outro lado dele, cada um montado em um cavalo negro. Ian foi até eles e após alguns minutos argumentando algo que não conseguiamos ouvir, ele voltou apreensivo com um embrulho nas mãos.

- Sacerdotes...- Ele fez sinal para que eles o seguissem alguns metros à frente e então pararam. Ian disse algo em um sussurro e logo pudemos ouvir Arya reclamar.

- Más como assim? Eles não estão prontos, nem faz um mês que começaram o treinamento!

- Eu sei e concordo. Más são ordens da rainha. Além do mais, eles são a única esperança que temos.- Ian tentou argumentar.

- Eles irão morrer!!!- Gritou em alto e bom som.

- O que?!- Erin perguntou indignada.- Que história é essa de morrer?- Disse se enfiando no meio deles e nós a seguimos. Por que mesmo?

- Erin, por favor, mão é hora para discutir.- Ian tentava manter a calma, enquanto todos começamos a balbusear juntos.- Já chega!!!- Gritou ele nos fazendo calar a boca.- A rainha nos mandou um recado dizendo que a princesa, Azulla, das montanhas de gelo foi raptada, e nós somos a única esperança deles. Todos os soldados deles já foram mandados à procura dela, más nenhum sequer voltou. Não sabemos onde ela está, e nem se ainda está viva. Más precisamos achá-la.

- E porquê nós devemos nos arriscar atrás de uma qualquer que nem conhecemos?- Perguntou Erin cruzando os braços e batendo os pés.

- Erin, não se trata apenas da vida dela. Várias outras, milhares, serão perdidas caso ela não seja encontrada.- Eu me meti na frente dela.- Há uma razão à mais do que apenas ela ser a princesa. Eles estão desesperados porquê a princesa é a única que possui o poder do inverno eterno. As montanhas de gelo tem esse nome porque seu povo tem tolerância ao calor, eles só conseguem sobreviver em temperaturas abaixo de zero. E há um cristal que dá o poder sobre o gelo aos usuários, ele é passado de geração em geração aos membros da realeza. Ele é quem vem mantendo as montanhas congeladas desde os primórdios.- Ela bufou e desviou o olhar.

- Sim, Hizel. O cristal está com ela, e caso não a encontremos, em alguns meses as montanhas derreterão e todos que moram lá irão morrer.- Ian completou.

- Mesmo assim. Eles ainda são crianças, só sabem o básico. Vão morrer na primeira batalha que tiverem de enfrentar!- Prosseguiu Arya.

- Eu acho que devemos dar um voto de confiança à eles. Afinal, alguns já nos mostraram que estão mais do que preparados para enfrentar qualquer coisa...- Disse Denon sorrindo para mim.

- Eu concordo com Denon. Eles não são apenas crianças. São guardiões. E eu creio que se sairão muito bem.- Falou, Árquio, dando um leve aperto no ombro de Ian.

- Sim. Nós iremos conseguir. Eu prometo liderar meus companheiros com sabedoria e cautela. Eu confio neles, afinal, somos um só.- Enzo se pronunciou pisando forte e inflando o peito. Ele é lindoooo!!!

- Ok... Então está decidido. Vocês cinco, vão até seus aposentos e preparem suas bagagens e me encontrem aqui em dez minutos. Partiremos agora mesmo.- Disse Ian sério.

Segui rápido até meu quarto e joguei o essencial em uma mochila de pele, e empacotei alguns cobertores. Troquei as botas que usava por outras mais acolchoadas que Arya me arrumara, enrolei as luvas em um pedaço de pano e as coloquei no bolso. Desci as escadas e encontrei com Bloondie e Christopher que já me esperavam na enorme porta de madeira.

- Eu estou com medo...- Admitiu a garota esfregando as mãos e em seguida se agarrou em meu braço esquerdo.

- Eu também.- Christopher se agarrou no outro e os três saímos andando pela varanda.

Quando chegamos ao centro do campo, Enzo e Erin já estavam lá.

- As donzelas estavam fazendo as unhas?- Falou irônica, com aquele sorriso de deboche estampado no rosto.

- Vai para o inferno, Erin!- Respondi sem paciência. Já não bastava a aflição do momento, ainda tinha a vaca para piorar tudo, piorar mais ainda...

- Eu sei que treinamos pouco com elas, más escolham suas armas. Elas serão de grande ajuda.- Ian abriu uma enorme caixa com várias armas penduradas em suas paredes e jogadas ao fundo.

Erin escolheu o arco e fecha. Enzo, uma espada comprida com vários desenhos de serpente em torno da lâmina. Christopher, duas adagas de três pontas. Bloondie pegou um bastão um pouco maior que ela, e por fim, chegou minha vez. Eu olhei todas aquelas armas e não fazia a menor idéia do que fazer com nenhuma delas. Eu só sabia socar as coisas, foi o que Arya me ensinou a fazer. Sem pensar muito, estiquei o braço esquerdo e segurei uma adaga simples, de mais ou menos uns 30Cm com um dragão talhado em sua extensão, um buraco na ponta do cabo e uma linha que dividia a lâmina ao meio e parava antes de chegar na ponta. Foi o que escolhi.

- Muito bem. Todas essas armas foram feitas pelos duendes de San Antardho especialmente para os guardiões. Cada uma delas possui uma habilidade especial. O arco e flecha que nunca erra. A espada invisível, cujo permite que o usuário lance lâminas invisíveis em qualquer alvo e a qualquer distância em uma área ampla. As adagas triplas do deus trovão, que lançam descargas elétricas no alvo atingido, mesmo que não o perfurem. O bastão de Gaia, que muda de tamanho dependendo da vontade de quem o manuseia, e a adaga que tudo corta, essa lâmina é praticamente indestrutível, corta qualquer coisa e dá ao usuário a habilidade de enxergar o oculto se olhar pelo espaço entre sua lâmina. Bom, é melhor descubrirem como usa-las na prática.- Ele fechou a caixa e nos olhou sério.- Essa talvez possa ser a última vez que nos vejamos. Após saírmos por aquele portão, saibam que tudo e qualquer coisa viva lá fora irá tentar nos matar. As criaturas mágicas mentem, elas aprenderam a se proteger desse jeito, então, não acreditem em tudo que ouvem. Na floresta, algumas pessoas acabam enlouquecendo. Não estranhem se um de vocês tentar atacar os outros. Se isso acontecer e não conseguimos o parar, é melhor que quatro fiquem de pé do que apenas um.

- O que?!- Disse dando um passo à frente.- Isso é horrível! Que espécie de pessoa mataria seu próprio amigo?

- Em uma missão, o objetivo a ser cumprido é a única coisa que importa, mesmo que signifique a morte de um ente querido.

- O que?!- Protestei novamente, só que aumentei ainda mais o tom.- Você ficou maluco? Eu não vou matar meus amigos, isso é...

- Isso é a vida!!!- Gritou me fazendo assustar.- As vezes você precisa sacrificar uma vida por milhares. Isso é ser um guardião... É proteger um bem maior, proteger o seu povo, mesmo que você tenha que enfiar uma espada na cabeça do seu melhor amigo!- Senti meus olhos marejarem.

- Isso é ser um guardião? Tem certeza disso?- Uma lágrima caiu molhando meu rosto.- Porquê se for... Eu não quero ser um. Eu não vou ser hipócrita como todos vocês. Eu vou proteger todos os meus amigos, e se alguma vida for tirada aqui... Que seja a minha. Porque a deles, eu não abro mão e nunca abrirei!!! Passamos todas as nossas vidas ouvindo que ser um guardião é uma benção, um privilégio que poucos, mínimos, conseguem. Más na verdade, é a pior de todas as maldições! Vocês vivem dizendo que devemos fazer isso, que não devemos fazer aquilo... E quanto ao que nós queremos fazer? Nós não pedimos para nascer assim, não pedimos para que pusessem uma coleira em nossos pescoços, que nos prendessem em uma gaiola... Nós só queremos ser livres... Sermos normais, como qualquer outro adolescente... Viver, amar... Más até isso vocês nos tiram...- Limpei os olhos que já eram rios de lágrimas.- E você vem querer me ensinar sobre o valor de uma vida? Você nem sabe o que é isso...- Passei por ele indo em direção ao portão. Subi em um cavalo negro com longos pelos nas patas, crina e calda. Era um lindo cavalo. Praticamente outro que não teve escolha e estava ali "para servir um bem maior". Virei o cavalo de frente para fora do castelo e limpei o rosto novamente retirando os últimos vestígios de lágrimas que caiam.

Continua...

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