O Casarão - Parte 3

Um conto erótico de Whirled
Categoria: Homossexual
Contém 3109 palavras
Data: 07/08/2014 12:25:12
Assuntos: Amor, Gay, Homossexual, Sexo

- Como?

- O Igor. Você não disse que não consegue vender? Então, Igor fará isso por você.

- Mas pai, eu e o Igor...

- Será uma boa oportunidade para vocês fazerem amizade.

- Duvido muito!

- Por que você não dá uma chance para ele?

- Porque a amizade dele não me interessa.

- Mas ele vai!

- Ah é, e ele já sabe disso?

- Ainda não. Mas te incomoda que eu o envie junto com você para vender no seu lugar?

- Olha, quer saber? Se ele conseguir convencer ao homem, ótimo. Será Ótimo!

- Isso, será ótimo!

Enquanto pai e filho conversavam de um lado, outros pai e filho discutiam do outro.

- Igor, da próxima vez que você fizer uma gracinha como essa, eu gostaria de ser consultado antes.

- Mas... no fim não deu tudo certo?

- E se não tivesse dado?

- Mas deu.

- Não gosto disso, Igor. Você não tem capacidade para comandar ninguém.

- Mas eu não deveria ter? Não é por isso que eu estou aqui? Não é pelo fato de me achar um molenga que o senhor quer que eu aprenda na prática? Pois então, estou aqui e estou aprendendo. O que mais o senhor quer de mim?

- Que me consulte antes!

- Certo, então espero que o senhor nunca morra, porque se tudo o que eu for fazer nesse hotel, mesmo quando eu estiver com idade suficiente pra mandar na minha vida, eu precisarei do seu consentimento, então vou estar ferrado!

- Olha, Igor, eu... Cale a boca! O Silveira está vindo para cá.

Eram raríssimas as vezes em que Igor respondia ao pai, mas pela primeira vez o garoto não soube o que fazer ou onde errou. Ele desceu do latão crente que sua atitude finalmente havia conquistado ao pai, mas nada parecia suficiente para Breno. Na verdade, ele queria que o filho se transformasse em um macho de um segundo para outro, mas mesmo que Igor estivesse tentando aprender esse ofício árduo, Breno tinha medo que ele tropeçasse no meio do caminho e se expusesse. E uma exposição como essa não só prejudicaria ao filho, mas também ao pai por ter falhado na criação de um homem genuinamente masculino.

- Atrapalho?

- Não, Silveira, pode falar.

- Igor você já foi para João Pessoa?

- Bem, tio, não que eu me lembre.

- Que história é essa, Silveira?

- Vocês topam?

- O que, tio? Fala logo, está me deixando preocupado.

- Gostaria de conhecer João Pessoa?

- E o Pedro, Silveira?

- Ele também vai, Breno, mas estou propondo a ida do Igor também.

- E quem cuidará do casarão?

- Eu posso fazer isso. Sei que você não pode por causa da pousada. Além do mais, são só alguns dias.

- Bom, sendo assim, o Igor vai. Ande, suba e arrume sua mala. Uma mala pequena, por favor!

Igor olhou para o pai como a um carrasco que o enviava para a guilhotina e para o tio como um traidor. Sem entender nada, baixou a cabeça e entrou no casarão. Breno e Silveira continuaram a conversa sobre a novidade da viagem e Pedro assistia aos pedreiros que, silenciosamente, retiravam suas quentinhas da van. Foi quando, após muito refletir, Pedro chegou a conclusão de que seria bom que Igor o acompanhasse. Realmente Pedro tinha pavor em se relacionar com as pessoas, em cumprimentá-las, falar com elas e qualquer outro tipo de contato humano possível com pessoas estranhas. Embora Igor fosse naquele momento a pessoa mais tediosa, Pedro gostou da ideia do pai e, em sua mente, a viagem se tornou tranqüila. Isso não significaria que entre eles surgiria a tão esperada amizade, pois estava claro para os dois que só estavam nessa loucura toda para agradar aos pais e, os dias que passaram dormindo no mesmo quarto demonstravam que nem Pedro, nem Igor faziam questão da amizade um do outro.

Para Igor, que já se encontrava no quarto, foi fácil arrumar mala, até porque ele nem a tinha desfeito direito desde que havia chegado ao casarão e, como a bagagem deveria ser pouca, teve somente o trabalho de retirar o que realmente não fosse precisar. Pôs a mala em cima da cama e sentou logo em seguida. Ficou de frente para a porta aberta da varanda e olhou os pássaros que cochichavam sobre a fiação elétrica da rua e desejou ser um deles. Um dia, quem sabe, poderia viajar a João Pessoa, mas só levaria aves amigas consigo na viagem. Foi quando Silveira entrou no quarto.

- Posso me sentar com você?

Igor não disse sim, mas não disse não. Olhou para o tio, que estava de pé e tirou a mala do seu lado para que ele pudesse sentar.

- Está chateado comigo?

- Chateado? Não. Na verdade não entendi muito bem essa mudança. Não é novidade que Pedro e eu não nos damos bem e eu não sou má pessoa, mas se essa é a hora de dizer, então que seja: a culpa disso tudo é dele. Já fiz de tudo para que ele ao menos me desse um “oi” e nada. Então me diz, Silveira, por que você está me mandando junto com ele?

- Eu sei, Grande, eu sei que vocês não se dão bem e sei que a culpa é dele...

- É dele!

- É, eu sei, mas é que você é a melhor escolha para vender os pisos. O Pedro não vai conseguir apresentar as peças com confiança, com carisma.

- Mas há quanto tempo vocês têm esse negócio de pisos?

- Bem, há alguns anos.

- E ele ainda não aprendeu? Talvez se ele tivesse o pai que eu tive... se bem que, se ele fosse o filho do meu pai, seria mais fechado e rude. Olha, tio, se você está me pedindo, eu vou.

- Se você não quiser ir realmente, eu vou entender...

- Eu não quero ir, não quero mesmo, mas não há como voltar atrás.

- Claro que há. Basta dizer que não quer.

- Não, o senhor não entende... Eu vou!

- Não me chame de senhor. Somos amigos, lembra?

Se não fosse pelo Breno, Igor teria desistido da viagem assim que Silveira o deixou livre para escolher. Afinal, o que ele diria ao pai? Era uma tarefa de equilibrista, ele não poderia pender para o lado de Pedro, mas cair no lado oposto bem em frente ao pai seria pior. Levantar seria pior. Silveira se sentiu culpado pela ideia, mas não poderia fazer nada. Ele entendia um pouco o que Igor queria dizer com “o senhor não entende” e já havia percebido que o problema do garoto girava em torno de seus desejos mais íntimos. Para Silveira era sempre delicado se relacionar com Igor, pois apesar de entender a situação, não sabia como lidar com ela e chegou até algumas vezes a se perguntar se fosse ele o pai de Igor, se faria diferente de Breno.

- Eu vou tomar banho, então.

- Antes que você vá, saiba que pode me ligar onde estiver, certo? Mesmo a cobrar, ligue se precisar.

- Não se preocupe, eu vou me comportar como homem!

Devido a mudança repentina de planos, a viagem que deveria começar as quatorze horas, começaria um pouco mais tarde. Não havia muito para se fazer, só duas coisas ainda faltavam por na van: uma mala e um garoto. Mas antes que essa pequena Odisséia fosse iniciada, ainda haveriam mais duas conversas curtas entre pais e filhos. Igor, que acabara de tomar banho, comia um macarrão instantâneo na cozinha quando seu pai chegou.

- Igor, o Pedro já está esperando no carro!

- Que bom para ele...

- Ande logo, Igor, coma mais depressa, você está atrasando a viagem toda.

- O que o senhor quer? Desde que vocês decidiram me mandar para João Pessoa já se passaram mais ou menos quinze minutos. Então o senhor quer que eu me arrume, arrume a mala, coma e parta em menos de quinze minutos?

- Eu só quero que você vá logo!

Igor ainda não tinha comido metade do macarrão; levantou-se da mesa com o prato, atirou-o na pia e abriu a torneira.

- E eu só quero que o senhor pare de encher o meu saco!

No jardim, a conversa poderia até ser tão agressiva quanto a ocorrida entre Igor e Breno, mas Silveira não conseguia ser tão grosseiro. Pedro já sentava atrás do volante quando seu pai apareceu na janela do banco do passageiro.

- Eu já disse que o Igor é sua responsabilidade hoje?

- Demorou, hein?

- É, então me deixe repetir: o Igor é sua responsabilidade!

- Mesmo que ele se perca em João Pessoa e eu tenha pressa em voltar para casa?

- Ai quando você chegar, você volta para lá e só me aparece aqui com ele sentado nesse carro.

- Acho que você mima o Igor como uma menina.

- E você o subestima.

- Já o conhece tão bem?

- Não é difícil conhecê-lo e gostar dele. Talvez se você o desse uma chance...

Igor apareceu logo em seguida carregando a mala, desceu os degraus da entrada e se dirigiu para a traseira da van, onde jogou a bagagem. Deu a volta e seguiu para a porta do carro, onde Silveira apoiava os braços.

- Tudo certo para a viagem?

- Tudo!

- Não vai se despedir do seu pai?

- Já me despedi. Nós temos uma forma muito particular de dizer “adeus”.

- Então se cuide. Aliás, – agora em voz alta – cuidem um do outro.

Pedro e Igor, nesse momento, se olharam dos pés a cabeça e depois olharam para Silveira. Na mente dos dois, tudo o que eles queriam dizer em resposta para Silveira, se pudessem, seria “Odeio você!”.

Igor tinha muita experiência em viagens de carro, pois passou sua infância e pré-adolescência toda fazendo isso. Daí então sua paciência em olhar o mundo passar, modificar, se transformar e ele continuar no mesmo lugar, parado, assistindo a tudo. Por isso, em nome do conforto, ele vestia uma camisa de botão com mangas longas dobradas na altura do cotovelo – pois nunca se sabe quando virá o frio – mas em contrapartida, usava um short folgado e curto – na altura do meio das coxas - de algodão. Calçava sandálias, mas bastou Pedro dar a partida no carro e Igor se apressou em vestir meias que escondia nos bolsos. Pronto, estava preparado para o mais longo tormento de sua vida. Prendeu-se na poltrona com o cinto de segurança, encolheu as pernas e encostou a cabeça na janela para começar a ver o mundo que ficava para trás.

- Pedro, antes de pegarmos a estrada de verdade, você poderia parar em um supermercado ou posto de gasolina? Ainda não almocei.

Pedro não respondeu, mas há muito que Igor não esperava por uma palavra dele. As mãos do motorista guiavam o volante com muita leveza, com a sapiência de quem já tinha dirigido automóveis desde muito antes de poder ganhar a carteira de habilitação. Mas era também um pouco por desprezo pelo companheiro de viagem, era como se ele não se importasse muito para onde estava levando o carro e tudo o que havia dentro dele. Algumas ruas depois e Pedro estacionou em um posto de gasolina para encher o tanque e Igor demorou a perceber que ele também tinha parado por sua causa. Ajeitou-se na cadeira, tirou o cinto e, de meias, seguiu para a loja de conveniências. Comprou salgadinhos, iogurte e biscoitos. No caminho de volta para a van, andou pensando “ofereço ou não?”, mas quando entrou no carro, Pedro o falou pela segunda vez desde que passaram a conviver.

- Se quiser ir ao banheiro, vá agora, pois não posso mais parar.

- Não...

- Ótimo!

Com isso, Igor não teve coragem de oferecer nada do que tinha comprado. E começou o almoço pelos salgadinhos e iogurte. Eles tinham cerca de 390 quilômetros pela frente, mas era um destino para onde eles nunca tinham ido e muito menos sozinhos, afinal, não adiantava muito a companhia de um para o outro. E a situação se agravava se considerar o fato de que Pedro nunca havia dirigido para aquela cidade antes. Por isso, com muito sacrifício, ele teve que falar com Igor mais uma vez.

- Abra o porta-luvas!

- Abrir?

- Pegue o mapa!

- Deixa eu ver... É isso aqui, não é?

- Quando chegarmos nesse ponto, você começará a me guiar, então acho bom você prestar muita atenção!

Com a paciência quase inexistente em Pedro, começaram a planejar os próximos passos da viagem. Igor ouvia a tudo atentamente e, enquanto ouvia, olhava para Pedro, que desviava daqueles olhares voltando-se apenas para o mapa.

- Espera, deixa-me marcar isso com uma caneta...

- Não temos tempo para isso!

- Bom, é melhor nós gastarmos esse tempo agora, enquanto estamos em Maceió, ao invés de nos perdermos no meio do caminho, você não acha?

Restou para Pedro a difícil missão de concordar e como quem cala, consente, restou-lhe o silêncio.

- Agora sim. Me diz de novo, a partir de que ponto?

Não havia nada mais estressante para aquele motorista que ouvir a voz de seu co-piloto. Aliás, mais chato que isso, era ter que respondê-lo, falar com ele. Após todas as marcações, Igor dobrou todo o mapa e o guardou de volta no porta-luvas; prendeu-se ao cinto de segurança e voltou a encostar sua cabeça a janela. Pedro assistiu a tudo isso com estranhamento; na verdade ele tinha achado engraçado como Igor conseguia simplesmente ignorar o mundo, mas não conseguiria rir e ter prazer com aquela presença. Restou-lhe se focar na estrada e dar partida na van. Quando Igor percebeu que estavam próximos a sair de sua cidade, pegou o mapa de volta do porta-luvas para olhá-lo.

- Não precisa olhar agora. Daqui até Recife eu sei guiar, já fiz isso antes.

- Eu sei, eu só quero marcar o ponto que já passamos.

Igor analisou mais um pouco aquelas linhas tortas e começou a desconfiar de algo.

- Pedro, nós só chegaremos em João Pessoa a noite, certo? Você conseguirá dirigir tantas horas assim?

- Dormiremos no caminho.

Naquele momento, Pedro já havia se arrependido de ter deixado o mapa nas mãos daquele garoto. Igor lhe perguntaria qualquer coisa que tivesse dúvidas sobre o trajeto, sobre a estrada, sobre os atalhos... E pensou se não poderia dirigir e consultar o mapa ao mesmo tempo, sem aquela voz absurdamente irritante soando em seus ouvidos.

Duas horas depois e Igor já tinha feito mais duas marcações no mapa, como um personagem de contos de fada que deixa migalhas de pão no meio do caminho. Nesse quesito, Igor era cauteloso e não queria que a sua chance de ser útil fosse desperdiçada. Ele só não fazia ideia de que nada do que fizesse deixaria Pedro mais animado. Duas horas se passaram, mas Pedro chegou a pensar mais de vinte vezes em abrir a porta da van e empurrar Igor estrada a fora.

- Bom chegamos a Recife, você sabe ao menos sair de Pernambuco sem que eu consulte o mapa?

- Igor, por que você não cala a boca, hein? Eu já dirigi por aqui mais vezes do que você sentou essa bunda em um carro!

Igor ficou tão surpreso com a resposta do motorista, que lhe faltou criatividade para respondê-lo a altura. Olhou então para o mapa, fez a última marcação na cidade de Recife e o dobrou em seguida.

- Você consegue dirigir e consultar o mapa ao mesmo tempo?

- Consigo muito bem!

- Ótimo, então está aqui no porta-luvas. Me acorde quando chegarmos.

Igor se esticou para pegar a mala, tirou de lá um travesseiro pequeno e o encostou na janela, colocando a cabeça em cima logo depois. Ergueu os pés para cima do banco e fechou os olhos. Não era muito, mas já era um pouco de paz para Pedro, que olhou para Igor com uma cara entediada. Dali em diante, Pedro estaria sozinho com a estrada. Ao fim de Recife, abriu o porta-luvas para pegar o mapa e seguir para o fim de Pernambuco. Estacionou em um pequeno povoado e acendeu a lâmpada do carro, mas ele não conseguia ver a última marcação de Igor. Seguiu dirigindo até encontrar um posto de gasolina para pedir informações.

- Amigo, como eu faço para chegar ao fim de Pernambuco?

- Ao fim de Pernambuco?

- Sim, quero chegar ao fim.

- O senhor quer dizer do outro lado do estado?

- Como assim?

- O senhor quer sair do estado, não é isso?

- Sim.

- Mas quer sair pela outra ponta?

- Você está me confundindo todo. Aqui já é quase o fim de Pernambuco, certo? Recife ficou para trás, agora eu quero seguir para o outro lado do estado.

- Olhe, o outro lado do estado fica para aquela direção, ou seja...

- Não, só me diga que estrada eu devo pegar.

- O senhor tem que voltar e pegar a segunda a direita.

- Ok, de lá eu me viro.

Cada segundo que Pedro tinha que falar com um estranho causava-lhe um desespero e tanto ele como o frentista não entendiam muito de geografia, mas ao menos o frentista conhecia bem o seu estado e Pedro não. O que o frentista havia informado era como chegar ao fim de Pernambuco de leste a oeste, mas o que Pedro queria era atravessar o estado de sul para norte. Porém a pressa de Pedro em fechar o vidro da janela e distanciar-se daquele homem era o desejo mais absurdo possível. Pronto, Pedro havia metido a si e a Igor no sertão pernambucano sem saber muito bem como voltar.

Pedro guiava o carro e quanto mais se distanciava de Recife, mais percebia que João Pessoa estava muito mais longe do que imaginava. E era estranho para ele. Seria o cansaço? Mas seguiu, enfim. Pegou o mapa mais uma vez e o achou mais confuso ainda. Parou num pequeno povoado e decidiu perguntar para um nativo.

- Moço, com licença, onde eu estou?

- Não sabe?

- Eu estou perto da Paraíba?

Era um homem estranho, em um lugar estranho, numa hora estranha. Quando ele e Pedro começaram a dialogar – com muita dificuldade, de fato – Igor não acordou por pouco, pois a janela aberta era a do seu lado. O tal homem quase não dava atenção para Pedro e olhava sem piscar para Igor. Pedro começou a desconfiar das intenções do homem em relação ao seu companheiro de viagem, mas ainda assim precisava de informações.

- E então, moço, estou perto da Paraíba?

- E esse menino bonito aqui? Você “ta” carregando ele pra onde?

Quando o tal homem esticou um pouco a mão para acariciar os cabelos de Igor, Pedro não pensou duas vezes e pisou no acelerador, assustando aquele vulto estranho e o derrubando na estrada de barro. Incrivelmente, Igor não acordou com todo aquele momento e continuou persistente em seu sono. Não tinha mais como negar, pelo menos não para si mesmo: Pedro havia se perdido e não fazia ideia de como voltar para onde estava. Ele só não admitiria isso para Igor, pelo menos não enquanto pudesse esconder.

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