Um amor duplamente proibido II (parte 24)

Um conto erótico de H. C.
Categoria: Homossexual
Contém 1332 palavras
Data: 10/07/2014 05:24:23
Última revisão: 10/07/2014 05:25:42

Aqui estou eu, mais uma vez... é tão triste algumas histórias, mas as coisas são como tem que ser...

Parte 24

Meu mundinho parou de rodar, não podia ser verdade... ou podia?

Eu – onde? – eu falei já atônito demais para derramar mais lágrimas.

João – na cabeça.

Eu – da para fazer alguma coisa não é?

João – segundo o laudo está numa região inoperável, vai ser feito mais exames, mas seu médico disse que não tem muita esperança, na verdade ele disse que pelos exames... Bem... Você pode fazer quimioterapia, mas mesmo com isso talvez você tenha mais dois anos de vida.

Eu – dois anos?

João – ele disse que a uma possibilidade de o câncer regredir e você conseguir ficar... Bem... De toda forma vamos tentar...

Eu levantei e fui para o meu quarto, era demais para mim. Primeiro o descubro que o Rafael é um ‘bad boy’, depois descubro que vou morrer. O restante do dia eu chorei, a noite tive pesadelos e gritei, de manhã estava completamente indisposto para ir para a escola. Meu pai teve que ir trabalhar e minha mãe avisou que eu teria uma consulta com o especialista na quinta a tarde. Ela disse para mim que ia dar tudo certo, todo pai diz isso, quantos filhos realmente acreditam? Bem eu queria acreditar, mas não conseguia.

Eu não estava com medo de morrer, na verdade eu até cogitei a hipótese de suicídio nos meses que antecederam o acampamento, afinal quanto pior poderia ficar se eu morresse? O problema é que o Rafael aconteceu. Ele me fez feliz, me fez querer viver, só para acordar e ver ele. Agora com meus pensamentos organizados eu vejo que sabia que o amava dês de que nossos olhos se cruzaram, minha mente só não queria admitir o que meu coração já sabia.

Rafael... Agora não importava se ele fosse me matar depois de ficar satisfeito já que eu vou morrer, claro que eu não acredito que ele seja capas de fazer algo assim comigo. Ele me ama, eu pude ver, mas será que ainda vai me querer quando souber que eu estou doente? Essa é a duvida que me consumia, que estava rasgando minha alma. Eu nem sequer tinha coragem de encará-lo.

Almoçamos mais cedo, meu pai não voltaria ainda, mas minha mãe tirou uma folga para cuidar de mim. Eram por volta das uma hora quando eu ouvi alguém tocando a campainha inúmeras vezes. A empregada deve ter atendido. Eu ouvi passos corridos e o protesto da escada sob a preção de alguém correndo por ela. Minha porta abriu apressada e o Rafael apareceu, com o semblante preocupado. Ele fechou a porta, caminhou até a beira da minha cama e sentou. Cobri-me com o lençol para ele não ver minha cara horrível.

Eu – vai embora Rafael.

Rafael – por quê? O que está acontecendo?

Eu – eu... Eu... Não quero que você me veja assim.

Rafael – já tomamos banho juntos, eu já ti vi pelado – não pude deixar de sorrir um pouco. Droga! Como ele consegue me deixar feliz?

Eu – não é isso... é que – as emoções me vieram novamente e eu não pude conter o choro.

Rafael – Lucas...

Rafael era bem carinhoso comigo. Ele deu a volta na cama e entro debaixo da coberta comigo, me abraçando. Eu não resisti e afundei minha cabeça no peito dele. Era confortável e acolhedor os braços dele, eu chorei bastante e antes que me desse conta dormi.

Quando acordei já era noite. Eu ainda estava sobre o peito dele. Não mexi, era confortável estar ali, era quente, me deixava bem. O Rafael estava fazendo carinho na minha cabeça.

João – ele ainda esta dormindo?

Rafael – acho que sim, ele é lindo dormindo.

Maria – eu não pensei que veria meu filho nos braços de outro homem, mas fazer o quê? – acho que eles sentara no sofá que tinha no meu quarto.

João – o Lucas esteve muito doente por um bom tempo, ele acordava gritado e tinha pesadelos. Quando ele começou tomar os remédios melhorou um pouco, mas algumas noites ainda era possível ouvir os gritos dele.

Maria – como pais ficamos muito preocupados do porque estava acontecendo isso com nosso filho. Talvez a mudança de cidade, mas não tínhamos certeza.

João – você sabe, sou psicólogo. Embora eu não trabalhe com crianças abri uma exceção para o Lucas porque ele é meu filho e eu não queria que ele precisasse procurar outro terapeuta se seu pai poderia ajudar. Durante nossas consultas percebi que meu filho estava entrado num estagio de depressão muito avançado, como eu nunca tinha visto em meus 22 anos de profissão.

Maria – veio o passeio e insistimos para ele ir. Poderia ser perigoso, mas era melhor do que ficar aqui. Desde que chegamos aqui o sistema imunitário dele estava ficando fraco. Mandei fazer alguns exames de tempo em tempo e verifiquei que o sistema imunológico dele estava caindo, não era AIDS, mas parecia. Era simples, o organismo dele não queria viver.

João – ai percebi que já tinha ido longe demais, íamos interná-lo, nosso último trunfo foi o passeio da escola, uma despedida para ele, se assim posso dizer, já tinha escolhido a clínica e estava tudo pronto para assim que ele chegasse seria internado.

Maria – o que, obviamente, nunca aconteceu. O Lucas voltou muito feliz do passeio. Pensávamos que ele tinha superado. Dias depois, porém, ele teve uma recaída, os pesadelos.

João – depois da última sessão, eu descobri que você é o que faz ele sair da depressão. Claro, ele parecia não notar que você estava ajudando ele. A prova está nos dias que ele passou sem te ver. É duro para um pai admitir que seu filho gostar de outro cara e é mais difícil aceitar isso já que eu venho de uma família ultraconservadora e fui educado com o homossexualismo sendo crime e pecado. Mas como médico devo admitir que você faz mais bem ao meu paciente do que os remédios.

Maria – dada as circunstancias nós aprovamos o relacionamento de vocês. Só queria que você tivesse acontecido ates, ai talvez o Lucas tivesse tido mais tempo.

João – mesmo assim, eu quero saber suas intenções para o meu filho?

Rafael – todos os meus relacionamentos até eu conhecer o Lucas foram rápidos, às vezes algumas horas se é que me entendem. Eu costumava ter uma mulher quase todos os dias na minha cama. Quando eu conheci o Lucas eu parei com isso, não tinha mais vontade de ficar com ninguém além dele. Eu dormia pensando nele e acordava pensando nele. Essa recaída dele foi porque eu percebi como eu gostava dele e resolvi me afastar. Eu não consegui dormir nem um dia, também quase não comi nem bebi nada. Ai eu percebi que era tarde demais. Eu havia me apaixonado. Na verdade eu amo o Lucas. Ele foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu faria o que ele quisesse.

Maria – é bom saber que você tem boas intenções.

Rafael – eu vou pedir ele em namoro. Na verdade eu queria pedir ele em casamento, mas eu posso esperar ele ficar pronto.

Casamento? Eu estava me contendo para não demonstrar que estava acordado. Meus pais suspiraram com um ar de tristeza, sabendo que é provável que eu não dure tanto tempo para me casar. Mas eles não comentariam com o Rafael, deixariam que eu fizesse isso, se quisesse. Ouvi o ‘clique’ da porta quando eles saíram. Agora não tinha jeito voltei a chorar, soluçar. O Deus, porque isso tinha que acontecer, porque eu tinha que ficar doente. O Rafael provavelmente iria inventar uma desculpa e sumir quando meus cabelos começassem a cair por causa da quimioterapia.

Rafael – hei! O que foi?

Eu – Rafael, eu te amo, mas tenho que te contar uma coisa.

Rafael – me ama – eu vi uma lagrima escorrer de seus olhos e isso só fazia ser mais difícil de falar o que eu tinha que falar.

Eu – Rafael... eu to doente... eu... eu tenho câncer.

Continua...

Espero que tenham apreciado a leitura. Até a próxima!

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Comentários

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Bom meu querido gostaria de lhe dizer que estou muito feliz por você ter postado hoje, realmente você já fez meu dia valer a pena ainda mais com um capitulo tão lindo como esse foi, como eu disse em meu comentário anterior eu não irei dar palpite a respeito da doença de Lucas pelo simples fato de que sua historia é completamente imprevisível, é claro que meu desejo é que de tudo certo o mais rápido possível, mais a historia é sua e eu sei que em sua cabeça este maravilhoso romance é apenas parte de um universo grandioso e elaborado intrincado cheio de outras historias, pois assim como você eu sou capaz do mesmo, eu consigo me perder em minha mente viajando através dos mais variados universos cada um com suas características, assim como o seu e é por isso que digo que não posso dar uma opinião sobre suas decisões pois sei que não se trata mais de apenas um simples conto pois ele deixou de ser isso a muito tempo, agora trata-se de uma verdeira historia que esta viva ela assumiu seu próprio caminho deixando de ser controlada mesmo por você, e isso é o sonho de qualquer autor, conseguir criar uma historia com vida própria uma historia que deixa de seguir os padrões é algo lindo e magnifico e você conseguiu este maravilhoso feito isso eu posso afirmar com toda a minha certeza, não sei se você entendeu o que eu quero dizer com tudo isso pois eu sei que as vezes eu tenho uma certa tendencia de me expressar de maneira complexa, porem eu acho que você entendeu o que eu quero dizer, mais pra deixar tudo bem claro irei descrever sua obra em apenas uma palavra que define exatamente o que ela é DIVINA sem trocadilhos pois isso é o que exatamente sua obra se tornou UMA OBRA DIVINA, bom estarei aguardando muito ansioso pelo seu retorno que espero que ocorra o mais breve possível, bom então por hora é isso um grande beijo e xau.

Atenciosamente Neto.

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O Rafael Vai curar o Lucas. Deixa o Rafael meio bem e mal mesmo

Que bom que você está postando no meio da semana . Aquela introduçãozinha la em cima é pra colocar medo na gente? #10

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Bom demais, será se o Rafael vai abandonar o Lucas ou vai ficar do lado dele?

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