Sozinho em Nova York - 1

Um conto erótico de Alef
Categoria: Homossexual
Contém 1173 palavras
Data: 09/07/2014 14:30:56

Meu nome é Alef, moro em Nova York, Estados Unidos, há dois anos e quatro meses. Tenho 26 anos e me formei em Literatura aí no Brasil a três anos atrás. Sempre tive uma vontade enorme de morar aqui, desde quando eu era muito pequeno, sempre dizia para os meus pais que eles poderiam se mudar pra cá e me trazer junto, mas é óbvio que a nossa situação financeira na época não permitia nem que viéssemos para visitar.

No ultimo ano da faculdade eu coloquei na minha cabeça que viria pra cá de qualquer jeito. Dei entrada nos papeis e muitos, muitos meses se passaram até eu conseguir o visto. Quando cheguei não conhecia ninguém a não ser a moça que conseguiu o apartamento pra eu morar. Comecei a trabalhar em um café próximo de Manhattan e trabalhei lá uns bons oito meses.

O prédio que eu morava na época era pequeno, havia seis apartamentos, dois por andar. No meu andar tinha o meu e o de outro cara, ele nunca falava comigo, nunca mesmo. Eu só sabia o sobrenome, Tarteliann, por que o interfone que ficava no portão tinha as tarjas com os sobrenomes dos moradores.

Já fazia pouco mais de seis meses que eu estava morando e trabalhando aqui, o vizinho nunca saia de casa, achava que ele não trabalhava. Sempre alguns caras iam visitar ele, mas não se pareciam muito com ele, então sempre deduzia que não faziam parte da família.

Uma vez o encontrei na escada, o cara lindo, típico americano mesmo, olhos bem verdes, um corpão totalmente musculoso e branquinho. Nesse dia que nos encontramos na escada ele não falou comigo, então decidi que não falaria com ele também.

Continuei minha vida normalmente, sempre via ele por ali, mas nunca falávamos um com o outro, ele sempre com uma cara feia, achei que não gostava de mim, sei lá. Tem uns caras aqui que não gostam de estrangeiros, pensava que era o caso dele.

Bom, certo dia, a mais de um ano atrás, cheguei do trabalho e estava um dia frio aqui, escutei uma música vinda do apartamento dele, mas já até tinha me acostumado com o barulho.

Tirei minha camiseta e estava me preparando pra tomar banho quando ouvi uma batida na porta. Duas batidas de leve (eu lembro bem). Como ninguém tinha interfonado já imaginei que fosse alguém do prédio mesmo.

Abri a porta e o vizinho gostoso estava lá.

- Oi. - ele disse, em inglês, claro.

- Oi.

- Então, cara, eu posso tomar um banho aqui?

Fiquei olhando para a cara dele sem entender nada.

- Acho que deu algum problema ali no meu chuveiro. Não tem água quente.

- Ah, sim, tudo bem.

Ele percebeu que eu estava sem camiseta. E me olhou com uma expressão meio sem graça.

- Pode entrar, pode tomar banho aqui, sim.

Ele pediu pra eu esperar um pouco e quando voltou carregava uma mochila e uma toalha.

- Qual seu nome? - ele perguntou.

- Alef.

- Árabe?

- O nome é hebraico, eu sou brasileiro.

Ele sorriu.

- Prazer, meu nome é Peter. - disse dando a mão para mim.

A mão dele cobriu a minha quase toda, ele é enorme.

- Onde fica o banheiro?

Apontei para a porta do banheiro. Peter começou a tirar a roupa na minha frente mesmo, e eu nem sabia o que dizer, fiquei meio que paralisado com a beleza do cara.

Ele entrou, abriu o chuveiro.

Fiquei esperando e pensando no que estava acontecendo ali. Ele demorou bastante no banho, lembro que fiquei esperando um bom tempo por ele ali.

Quando Peter saiu do banheiro foi algo meio que de cinema, parece que é besteira, mas eu me apaixonei por ele naquele momento. O cara saiu com a toalha amarrada na cintura e com um sorrisão enorme no rosto.

- Desculpa a demora, cara. Eu estava mesmo precisando de um banho, mas agora estou limpinho.

E ele deu uma piscadinha pra mim. Fiquei meio que congelado olhando ele e, claro, ele percebeu isso na hora.

- Então você veio do Brasil? - Peter perguntou meio que para me tirar do transe em que eu me encontrava naquele momento.

Eu me ajeitei no sofá, tinha ficado muito excitado vendo aquilo tudo na minha frente.

- Sim, sou brasileiro.

- Essa aí é a bandeira do seu país? - ele perguntou apontando para a bandeira do Brasil que ficava na parede bem em cima do sofá.

Acenei afirmativamente com a cabeça.

Toda aquela conversa e nada dele colocar a roupa. Ele se sentou no sofá, ao meu lado. Fiquei paradinho ali, tremendo igual a um bobo. Ele ainda me causa esse efeito até hoje. Fico meio nervoso e muito excitado perto dele.

- Gostei das cores.

Apenas olhei pra ele com uma carinha meio sem saber o que dizer.

- Você vive sozinho aqui? Quero dizer, aqui em Nova York.

- Sim, - eu disse - moro sozinho aqui.

- Acho que você já deve ter percebido que eu também moro aqui sozinho. Minha família é da Carolina do Norte.

Eu assenti mais uma vez com a cabeça.

- Namora? - ele pergunta, sem rodeios.

Eu lembro que fiquei mega nervoso. Não tinha ficado com ninguém desde que tinha chegado aos EUA naquela época.

- Não. - foi só o que eu disse.

Ele sorriu e se aproximou de mim.

- Você gosta de mulher? - perguntou.

Fiquei com muita, muita vergonha mesmo.

- Não, sou gay. - disse.

Peter sorriu de novo.

- Faz tempo que você mora aqui, né? Não sente falta de nada com outra pessoa?

- Sinto – disse. - Mas esses tempos eu tenho focado mais no trabalho. Não posso ficar sem trabalho em um país que não conheço ninguém, que não tenho nenhum parente.

Ele tocou minha coxa.

- Agora você tem um amigo. - disse.

Fiquei congelado. O toque dele na minha coxa foi algo que me deixou duro na hora.

- Legal - eu disse. - A gente pode sair um dia desses. Quando eu tiver uma folga e tal.

Ele continuou chegando mais perto de mim. E eu já imaginava o que iria acontecer. Óbvio que eu não queria fazer sexo com ele naquele momento, eu nem conhecia ele de verdade. Ele era só o meu vizinho gostoso, não podia simplesmente fazer sexo com ele, do nada.

- Posso? - ele perguntou quando os seus lábios se aproximaram do meu rosto.

Senti o hálito fresco dele tocar meu rosto.

- Sim. - respondi.

E ele me beijou. O nosso primeiro beijo foi bem selvagem, ele me segurou com muita força e mordeu meus lábios e tudo mais. Eu só fiquei ali indo na direção que ele me levava, correspondendo aos beijos com uma passividade enorme.

- Nunca tinha beijado um cara estrangeiro. - ele disse e riu.

Trocamos mais alguns beijos e rolou umas mãos bobas aqui e ali, mas sexo em si não aconteceu.

Ele colocou a roupa e ficou a promessa de que nos veríamos maisQuerem saber como continua daqui pra frente? Posso adiantar para vocês que ainda moro aqui e que eu e o Peter moramos juntos, não no mesmo prédio, nos mudamos pra um lugar maior. Aguardo o retorno de vocês com relação ao conto.

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Comentários

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Continua logo, quero um gringo pra mim <3

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Show de bola!Continue e nos conte tudinho!

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Poxa bacana! Promete. Vou acompanhar! Esse Peter é safado, não dá ponto sem nó.

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