Que Porra é essa?! Não sou viado, mas...a verdade vem a tona (5)

Um conto erótico de Biel Sabatini
Categoria: Homossexual
Contém 2224 palavras
Data: 06/07/2014 00:51:02
Última revisão: 06/07/2014 01:18:22

Eu olhei pra ele um pouco assustado. Na verdade não imaginava que a gente teria essa conversa ainda mais depois de tudo que aconteceu nas ultimas horas. Ele me olhava serio, esperando que eu falasse alguma coisa, mas eu estava travado. Não sei se estava pronto pra abrir a caixa de Pandora do meu passado, remexer naqueles acontecimentos que estavam tão vivos agora com a volta do Bernardo. Além disso, era a vida dele também e não era certo eu falar assim sem a permissão dele.

- Olha Kadu, eu não posso falar. Não diz respeito só a mim e eu não quero mexer nessas feridas.

- Eu entendo Biel, mas eu não sou qualquer um. Sou um cara que você conhece desde moleque. Eu conheço o Bernardo também e tudo que você falar aqui, vai morrer aqui. Até porque também estou disposto a me abrir.

- Mas Kadu, não é tão simples...

- Vamos fazer o seguinte: Eu começo. Assim você vai se sentir mais seguro a se abrir e depois vai se sentir bem mais leve. Eu também quero romper essa barreira contigo.

Eu olhei pra ele, mas nada disse. Não nego que sentia curiosidade em saber mais da vida dele, mas ao preço de revelar a minha me estremecia. Ele tomou um gole demorado na cerveja e começou:

- Eu vou ser direto e não vou ficar de mimimi. Eu sou bissexual desde que me entendo por gente. Gosto de mulher, da sua delicadeza, dos seios macios e gostosos de pegar e chupar, dos cabelos longos perfumados, de meter gostoso nelas. Eu também gosto de homens, da pegada forte, do jeito másculo e firme, de não ter frescura e de sentir eles dentro de mim.

- Então quer dizer que mulher você come e homem você dá?

- Hahahaha, resumindo é isso, sim. Eu aproveito o melhor dos dois. Gosto de sentir essa diferença de sensações e desfrutar do prazer ao extremo. Eu alterno de acordo com a minha necessidade. Às vezes to mais afim de mulher, outras de homens e assim eu me sinto feliz.

- Nossa...Confesso que eu desconfiava, mas você falando assim de maneira tão direta é um pouco chocante. Você parece lidar com isso com tanta naturalidade...

- Porque pra mim é natural mesmo. Eu não fico me culpando por me sentir atraído pelos dois sexos e também não sinto necessidade de gritar isso ao mundo. É uma coisa minha, particular e eu lido numa boa.

- Eu te entendo e te admiro por isso.

- Valeu Biel. Confesso que eu senti um pouco de medo de revelar isso a você e não ter uma boa aceitação, mas confiança gera confiança e sei que posso confiar em você.

- Muito obrigado por isso.

- Você também pode confiar em mim. O que aconteceu entre você e o Bernardo?

Olhei bem nos olhos dele e depois abaixei a cabeça. Tinha chegado o momento de me abrir, mas eu não me sentia pronto. Por onde começar? Era tão difícil falar disso. Respirei fundo e comecei a falar devagar de como tudo aconteceu. Os olhares estranhos, os toques velados e aparentemente despropositais até chegar naquela noite fatídica que nos entregamos à paixão. Ele ouvia tudo atentamente, me incentivando a continuar quando a minha voz insistia em sumir. Era paciente com a minha narração emocionada, que muitas era parada por me faltar as palavras. Terminei o meu relato falando dos motivos que me levaram a dar aquela bolada no Bernardo e tudo que eu senti depois que ele ficou desacordado no chão.

- Porra...se não fosse você me contando tudo isso, eu nunca acreditaria. Mesmo me relacionando com homens, nunca vi nenhum indicio em vocês dois que pudesse haver esse tipo de atração. Doidera.

- Pois é, foi algo muito inusitado e intenso. Eu também nunca olhei o Bernardo ou qualquer outro homem com esses olhos, mas confesso que a atração existia embora negada por nós dois.

- Biel, e depois daquela noite? Ficou a mágoa pela amizade que foi desfeita ou a dor também por ter surgido um outro sentimento?

- O que você quer saber exatamente?

- Você se apaixonou pelo Bernardo?

Era dessa pergunta que eu tinha medo. Olhei pra ele, mas não consegui responder. Era uma coisa que eu negava a mim mesmo com tanta veemência que eu simplesmente não conseguia admitir. Ele me olhou atentamente, estudando a minha reação e por fim falou:

- Ta na cara que você não somente se apaixonou, como continua apaixonado por ele. Eu não te culpo por isso. Depois desse relato tão emocionado, é fácil entender como isso foi acontecer, mas e agora? O que você vai fazer?

- Eu não vou fazer nada ué. Tá louco, Kadu? Isso dai é passado. Eu tenho uma namorada linda, recomecei a minha vida e ele não tem direito nenhum de querer mudar tudo agora. Eu não tenho esse desprendimento que você tem, não sei se saberia lidar tão naturalmente com isso. Além disso, eu ainda to muito magoado.

- Eu entendo, mas fala sinceramente pra mim, você gostou daquela noite né? Tipo, o sexo e tudo mais.

Ele perguntou de maneira marota. Eu ri e senti meu rosto corar. Eu não estava nem um pouco acostumado a falar desse assunto.

- Foi surreal. Eu nunca senti nada parecido e intenso. A gente não tinha experiência nenhuma com homem, mas nossos corpos simplesmente se correspondiam sozinhos, sem que controlássemos.

- Que foda. Quando o tesão fala mais alto, já era. Ainda mais quando tem sentimento, aí fica tudo mais gostoso. Vocês dois são bonitos, gostosos e deve ter sido uma visão e tanto. Só de imaginar..

- Aff, Kadu. Para com essa merda, hahaha.

Eu dei um soquinho no braço dele de leve, rindo envergonhado. Ele riu também, dando mais gole de cerveja.

- Sabe, você sempre foi uma fonte de inspiração.

- Inspiração? Como assim?

- É Biel, tu sabe..

Ele falou rindo, movimentando a mão num vai e vem simulando uma punheta. Arregalei o olho e engasguei com a cerveja, cuspindo uma boa quantidade do liquido gelado.

- Hahahahaha, sabia que você ia reagir assim, mas já que a gente está na hora da verdade, tinha que te falar. Desde moleque eu fantasio com você. Já era gatinho naquela época e agora se transformou num garotão muito gato e gostoso. Tem um rosto lindo e um corpo que é uma tentação. Só que nunca imaginei que tu pudesses curtir algo assim.

- Cala boca, Kadu! Quer me matar de vergonha?!

Eu disse rindo sem graça.

- Só disse a verdade.

- E eu não curto, aconteceu. Só.

- Aconteceu, mas você gostou. Deixa as coisas rolarem naturalmente, Biel. Não se cobre tanto. Em relação ao Bernardo, deixe sim que o tempo faça o trabalho dele, mas se abra a essa reconciliação. Ter uma mágoa assim dentro de si faz muito mal. Além disso, você podem ser amigos.

- É, você ta certo. Ta na hora eu de superar o que aconteceu. Valeu Kadu, realmente eu me sinto muito mais leve de ter compartilhado isso com você. Durante tanto tempo eu carreguei esse peso sozinho e bom poder dividir com você. Só te peço que nunca fale isso com ninguém, pois não é algo só meu. Ele ta envolvido nisso também e merece discrição.

- Claro Biel, isso nunca vai sair daqui. Gosto de ser discreto e entendo perfeitamente. O segredo de vocês está seguro comigo.

- Valeu irmão.

Eu abracei com força, selando a nossa amizade.

Passaram-se algumas semanas sem grandes novidades. Tinha noticias do Bernardo pela minha mãe e sabia que ele estava se recuperando bem. Evitava vê-lo e foquei na minha rotina diária. Tinha horas que eu até esquecia que ele estava ali, mas esses momentos duravam pouco. De uma certa maneira ele povoava meus pensamentos mais do que eu gostaria, mas eu tratava de espantar tais pensamentos.

No fim de semana era o aniversario da Julia e agradeci mentalmente pela Jackie ter se encarregado do presente. Odiava shopping e ainda tinha duas aulas de personal pra dar. Fui em casa tomar um banho rápido, peguei a Jackie e fomos pra lá. A casa já estava com bastante gente espalhada pelo quintal, piscina e em mesas próximas a churrasqueira. Cumprimentamos a todos e sentamos com um grupo, onde o Kadu estava. Ele por sinal estava com uma menina que se derretia claramente por ele, mas o mesmo estava com aquele ar maroto de quem só quer se divertir. Estava sem camisa, com uma bermuda floral branca e azul. Os cabelos encaracolados caiam desalinhados pela testa, lhe dando um ar juvenil. Os olhos castanhos estavam sempre acompanhados de um sorriso de quem está constantemente de bem com a vida. Estávamos nos divertindo até eu ver o Bernardo chegar. Confesso que eu não imaginava que ele fosse, embora soubesse que ele conhecia a Julia e isso era uma chance. Vi ele cumprimentando as pessoas, sorridente enquanto todos perguntavam sobre o seu estado. Ele parecia estar completamente recuperado e saudável. Cumprimentou-me de longe com um aceno de cabeça e eu retribui de maneira tímida. Tentei me distrair ao máximo, não prestando atenção na sua presença, mas era difícil. Levantei pra pegar mais cerveja e um pratinho com carne, mas ele estava na frente esperando para pegar uma porção de comida. Quando estava saindo, não me viu parado atrás dele e derrubou todo o conteúdo do prato na minha blusa.

- Porra, que merda Biel. Desculpa, eu não te vi.

- Caralho..tudo bem, sem problema.

Eu disse tentando limpar em vão as manchas de carne na camisa.

- Putz, não ta tudo bem, não... eu acabei com a sua blusa. Foi sem querer, de verdade.

- Eu sei, Bernardo. Deixa pra lá, churrasco é assim mesmo.

Fui até o banheiro para tentar tirar as manchas com agua e sabão. Tirei a camisa e estava lavando as partes manchadas quando ouvi a porta sendo fechada. Me sobressaltei quando vi o Kadu fechar a porta apressado, se posicionar na frente do vaso e começar a desabotoar a bermuda.

- Foi mal Biel, to me mijando. Cerveja é uma merda.

Ele disse tirando a rola pra fora e urinando fartamente.

- Não dava pra esperar eu sair, mano?

- Foi mal, mas não dava não. Tava muito apertado. Ahh, nossa que delcia.

Ele gemeu aliviado, enquanto dava os últimos jatos de urina. Olhei de canto de olho, curioso, mas ao mesmo tempo com receio de olhar. Tentei me concentrar na blusa, enquanto ele terminava. Olhei pelo espelho e vi que parte da bunda dele estava pra fora. Branca, sem pelos e um tanto arrebitada, coisa que eu nunca tinha reparado. Ele guardou o pau e se virou pra mim, ainda com a bermuda aberta, exibindo a sunga branca que estava por baixo. Fingi estar com a atenção total na lavagem, quando ele se aproximou. Meu pau estava querendo dar sinais de vida, pressionei ao máximo contra a pia pra que ele não visse.

- Dá pra eu lavar a mão?

- Ah claro, Kadu. Eu já terminei. Não saiu tudo, vai ficar manchada.

Eu disse desanimado, olhando pro estrago no tecido. Disfarçadamente coloquei na frente da minha rola, que graças a Deus já estava voltando ao seu normal.

- Ah fica sem camisa, melhor. Garanto que ninguém vai reclamar.

Ele riu, dando uma piscada marota com o olho.

Dei um leve empurrão, rindo e quando ele destrancou a porta, demos de cara com o Bernardo que provavelmente estava esperando pra usar o banheiro. Ele olhou surpreso pra gente, primeiro pra mim e depois pro Kadu, nos encarando sério. Meu sorriso morreu nos lábios, sem graça diante daquela situação, mas podia apostar que o Kadu estava se divertindo, pois sustentava um sorriso provocador. Era possível fatiar a tensão no ar, enquanto nenhum dos três falava qualquer coisa.

- Que porra é essa?!

O Bernardo perguntou autoritário.

...Continua

XXXXXXXXXXX

Fala meus amigos,

Mais uma vez fiquei surpreso com o imenso carinho que vocês estão tendo com a minha historia. Toda vez que sento pra escrever, o faço por causa dos comentários tão legais de vocês. Muito obrigado mesmo. Quero agradecer também aos e-mails que venho recebendo. É muito bom ter esse contato a mais com vocês e quem sabe até ver nascer uma amizade a partir daqui. Respondo a todos com muito prazer.

Me divirto com o palpite de vocês e sei que vocês sabem que é uma historia real e só estou relatando o que aconteceu, sem poder seguir muitas vezes os conselhos dados aqui. E volto a afirmar que escrevo sempre o mesmo numero de páginas. To me esforçando ao máximo pra postar todo dia e se fosse aumentar muito o texto, não daria pra fazer isso. Não sei se vai dar pra postar amanhã, mas vou tentar devido ao maravilhoso combustível que vocês têm sido pra mim.

CrisBR1: Já li algumas coisas suas e admiro seu trabalho. Muito obrigado pelos elogios.

Melk Serra: Vi que você comentou em todos anteriores e suas palavras tão carinhosas me deixaram lisonjeado. Valeu mesmo.

Agradecimento especial aos queridos: (Tozzi, Neguinha_evangélica*, Vick Tinho, Melk Serra, DeBemComAVida, L.P, Nizan, Jhoen Jhol, diiegoh, gatinho07, CrisBR1, NPdotado, indeciso, Cassio_Du, Puzzle, Mosnter, Gael, Petricky, Vi(C)tor, Kiss_syndy, love31, nunocapixaba, dieguinho31, Marcos Roger, M(a)rcelo, geomateus, Hogu, IceWolf1994, Ru/Ruanito, menino_timido_18, Sori, Rafaah, Iky, “G.M”, THI_RJ, $Léo$;), layla55, DW-SEX, Patrick G., Gilk, P3dr0r!ck, trager, Babado Novo, Gabee, vini...)

Meu e-mail pra quem quiser trocar uma ideia: biel.sabatini@yahoo.com.br

Abs,

Biel

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Comentários

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Esse conto não foi muito instigante para mim, a entrado do Kadu na história me deixou desanimado. Pois no começo era só você e o Bernardo, e nessa parte do conto pude perceber que você realmente sente algo por ele. E esse sentimento é seus e não deve ser compartilhado. Ótima história.

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Se nao fosse o sono lia até o último capítulo... História boa de mais Biel!!!

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Nossa.... já li 2 vezes... amando de verdade... o circo ta pegando fogo

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eita q o babado vai esquentar... amando como sempre e obrigado pelo carinho para comigo... abraço. e continua logo

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Me responde uma coisa, vc torce pro flamengo?

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Como assim vc e uma fonte de inspiraçao?Heuheuheuheu rachei nessa parte...Cara,cada dia melhor, do jeito que o kadu te elogiou ate eu fiquei com vontade!!Sqn...Ta otimo cara continua logo, essa historia ta muito american pie me fazendo rir alto!!Biel te aguardo ansioso!!Loading...

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Cara tipo será que essa história ainda ta hoje em dia, fica no suspense né... Você escreve muito bem, a história sendo real melhora muito e deixa cada vez melhor.

Ansioso pro próximo conto, você não precisa postar todo dia só uma vez na semana ou 2 ou 3 que já está maravilhoso, mas se você quiser postar todo dia super apoio.

Continue assim você está escrevendo muito bem.

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