Três Formas de Amar - 11

Um conto erótico de Peu_Lu
Categoria: Homossexual
Contém 1765 palavras
Data: 31/07/2014 23:08:09

Três Formas de Amar – Capítulo 11

- Não entenda isso como ciúme, até porque quem sou eu para te cobrar alguma coisa... mas você estava com a Luiza? – Rodrigo estava atônito.

- Que horas ela te mandou isso? – estava chocado.

- Sei lá, há uns 15 ou 20 minutos...

- Caralho, ela sabia que eu estava em casa – pensei alto.

- Luciano, o que tá acontecendo? Pode me falar, de boa...

Mal escutava Rodrigo. Estava tentando juntar algumas peças na minha mente:

- Ela sabe onde você mora Rodrigo?

- Não, a não ser que você tenha dito. Espera! Pare um pouco, respire e me explique o que está acontecendo – ele começou a ficar apreensivo.

- Não sei concretamente – disse ainda buscando raciocinar – mas tenho uma vaga ideia do que pode ser...

Rodrigo me olhava atento.

- Ontem alguém fez uma brincadeirinha comigo sobre namoro, na cantina da agência, e tive a sensação que Luiza ficou com a pulga atrás da orelha com essa história. Como eu estava dispensando ela seguidamente, ela deve ter acreditado. Acho que ontem fui seguido até aqui, porque hoje ela sabia que eu não tinha dormido em casa...

- Como ela sabia?

- Espera, eu chego lá... Hoje bati um papo com ela na hora do almoço, e inventei que tinha conhecido uma garota, e ela me pareceu um pouco possessa. Depois do trabalho, resolvi ir para o meu prédio antes, despistando se o meu pensamento estivesse correto. Mas porque ela mandaria a mensagem pra você? Será que ela desconfia, ou achava que você me perguntaria algo?

- Ou poderia especular que eu pudesse aparecer no seu prédio, sabendo que você estava lá...

- Mas que merda essa garota está tentando fazer? – cheguei a olhar na janela para tentar reconhecer o carro dela na rua.

- Provavelmente, nos contradizer. Ela poderia esperar eu responder que sabia que você não estava com ela, ou você ir tirar satisfação, sabendo que eu teria falado com você...

- Mas ela sequer sabe que somos amigos. Não faz sentido – disse passando a mão na cabeça – Talvez ela esteja inventando alguma provocação, em retaliação pelo almoço...

- Olha... amiguinha problemática a sua hein?? – Rodrigo se sentou.

- E você respondeu o que? – indaguei.

- Disse que teria que ficar para uma outra vez, porque estava viajando.

- Tudo bem, foi uma boa resposta...

Dei um longo suspiro e disse a Rodrigo que era melhor eu ir pra casa pensar melhor no assunto.

- Ah não, fica pô! Não se abala por essa história maluca não Luciano!

Aquela situação tinha caído com um enorme peso na minha cabeça, mas a vontade de ficar com o Rodrigo falava mais alto. Aceitei. Fizemos um rápido lanche, e naquela noite não transamos. Ainda assim, dormimos abraçados, trocando carinhos. Estava claro para mim que Rodrigo já estava nutrindo um sentimento muito forte. Mas lembrava do que ele tinha me dito, que respeitaria o que quer que “aquilo” significasse para mim.

...

Pela manhã, trocamos uns beijos demorados na cama, os dois de pau duro, mas precisamos nos conter. Era o último dia para terminar a concorrência e muita coisa precisava ser feita. Enquanto a gente tomava um café, novamente reforçado (uma coisa que fazia muita questão), ele me olhava meio pensativo.

- O que foi Murilão?

- Posso te perguntar uma coisa? – ele me olhou meio sério.

- Deixa eu ver... quando é que você não quer me perguntar alguma coisa? – sorri – Fala, o que tá pegando?

- Sinta-se à vontade para não falar nada – ele parecia querer se justificar – Mas o que você acha que nós somos hoje?

- Como assim, o que somos?

- Sim, o que somos... Um rolo? Um escape, um quase namoro?

“Mas que pergunta é essa?”. Fui pego de surpresa. Pensei um pouco no que responder, e tentei ser natural.

- Acho que somos dois amigos se curtindo, e deixando a coisa rolar...

Continuei olhando para ele, tentando sentir a sua reação, e pensei depois que a minha resposta foi um tanto cretina. Ele deu um sorriso sem graça, seguido de um “beleza”, e continuamos a comer. Quando pensei em aprofundar o assunto, meu celular apitou com uma mensagem do Bruno.

- Acho que já estou atrasado – disse comendo rápido.

- Eu também, melhor adiantarmos...

A conversa ficou no ar. Antes de sair, combinamos de manter a versão de que não nos conhecemos, caso Luiza insistisse na paranoia, e resolvemos ficar alertas, se algo estranho estivesse acontecendo. Cheguei a sair do prédio dele olhando para os lados. “A que ponto chegamos...”.

...

Tentei não pensar muito naquela conversa durante o caminho. Não que eu não estivesse afim, mas era algo que eu não tinha amadurecido na mente ainda. Talvez fosse o assunto que eu mais quisesse conversar com Paula, na sexta-feira. Mas parecia que a semana estava levando uma eternidade para acabar.

A partir daquele dia, passei a achar Luiza a pessoa mais cínica do mundo. Mas não daria corda para isso. Foquei em acelerar o ritmo para tentar acabar com aquela campanha o quanto antes. No início da noite já estava prevendo que não conseguiria voltar pra casa. Não recebi nenhuma mensagem do Rodrigo durante o dia, e achei que talvez fosse melhor quebrar o gelo:

- “Aprisionado. Noite de virote na agência, :(“.

Demorou algum tempo para receber uma resposta, e achei-a um tanto fria:

- “Pena. Boa sorte aí!”.

Aquilo não parecia um bom sinal, e foi a deixa para a minha mente começar a imaginar inúmeras situações. Pra quem tinha tanto trabalho para fazer, aquilo era péssimo. A jornada continuou noite adentro. Perto das nove da manhã, da quinta-feira (o dia seguinte), com um monte de copo de café em cima da mesa, fechamos a pasta com o projeto pronto. Luiza partiu para a apresentação decisiva, e a equipe se abraçou, comemorando o desafio e torcendo pela vitória. Claro que dali fomos liberados e teríamos o dia de folga.

Liguei para Rodrigo pensando em chamá-lo para almoçar, e tentar conversar melhor sobre o clima do último papo. Ele não atendeu, mandando uma mensagem posterior, dizendo que passaria o dia em longas reuniões. “Droga!”. Segui para casa e dormi o dia inteiro.

...

Acordei perto do anoitecer, com uma cara péssima, tentando enxergar as horas no celular. Vi um lembrete eletrônico e me lembrei de que era noite do vôlei. “Puta que pariu, esqueci!”. Levantei, ainda bocejando e fui procurar alguma coisa para comer. Pensei em ligar para Rodrigo e oferecer uma carona, mas reli sua mensagem e achei melhor não forçar a barra.

Cheguei ao clube mais cedo e, para a minha surpresa, só ele tinha chegado. Estava lá, dando saques no vazio. Anunciei a minha chegada, e também percebi que ele tinha ficado surpreso:

- Saiu mais cedo do trabalho? – ele puxou o papo.

- Não, a gente virou a noite lá e tiramos o resto do dia de folga... e você?

- Saí mais cedo mesmo. Passei o dia analisando algumas propostas e depois dispensaram a equipe porque teria uma reunião da diretoria...

- Entendi. Rodrigo... a gente pode conversar?

- Agora?

- É, acho que sim. O pessoal costuma chegar mais tarde.

Sentamos numa pequena arquibancada que tinha ao lado da quadra, e tentava pensar em como introduzir o assunto:

- Sabe, sobre a nossa conversa de ontem pela manhã...

- Luciano, a culpa foi minha – ele já me interrompia.

- Como assim?

- Eu não deveria te pressionar, você não é obrigado a sentir nada...

- Mas em nenhum momento eu disse que não estava sentindo nada.

- Olha, eu sei o que eu te falei, e sei o que está estampado na sua cara. Mas também não posso trancafiar o que estou sentindo, esperando chegar o momento em que você sinta o mesmo.

Fiquei em silêncio.

- Eu quero algo sério, lógico que eu quero – ele prosseguiu – Acho que no fundo todo mundo deseja isso, mas não te julgo se você não estiver querendo. A questão é que já estamos num ponto em que talvez dê para sentir o que cada um deseja, e não estou visualizando os nossos caminhos se cruzando.

Aquela conversa estava começando a me fazer mal:

- Poxa, eu não concordo com o que você está dizendo. Só transamos duas vezes...

- Mas isso não se trata apenas de sexo, Luciano – ele me interrompeu novamente.

- Você acha melhor a gente fazer o que então... Deixar de se ver?

Rodrigo deu um longo suspiro.

- Acho que você deveria parar um pouco e pensar no que você quer – ele disse secamente – e a gente dar um tempo nos nossos encontros.

Aquela frase era uma facada no coração. Estava meio confuso sim, admito, mas não era para tanto. Não ia casar com o Rodrigo só porque ele achava que já estávamos apaixonados depois de dormir duas noites juntos. Continuei sem reação, com um silêncio pesaroso, até ouvir alguém se aproximando:

- Fala galera! Chegaram cedo! Pediram demissão foi?

Beto chegou cheio de piadinha e puxando papo. Tentei disfarçar o clima chato que estava ali e fomos treinar enquanto o pessoal não chegava. Mas o que queria mesmo era ir embora o mais rápido possível. Pouco tempo depois o treinador chegou junto com os outros jogadores e pediu uma partida rápida de aquecimento. No meio do jogo, percebi que Rodrigo olhava atônito para a arquibancada, e fui seguindo o seu olhar: era a Luiza, sentada, observando o jogo.

“Mas que porra essa garota está fazendo aqui?”, olhei assustado. Pedi licença para o pessoal e fui em sua direção:

- Oi, aconteceu alguma coisa?

- Não sei... aconteceu? – ela me fuzilava com os olhos.

- Como você sabia que eu estava aqui?

- Liguei para o seu celular para te dar uma informação, mas você não atendia. Perguntei para o pessoal da agência e falaram que você talvez estivesse aqui. Lembrei que você jogava vôlei. Mas vejo que a informação que você está me dando parece ser muito mais importante.

- Como assim Luiza, não viaja. Do que você tá falando?

- Que você e seu amigo me fizeram de idiota, muito além do que eu poderia imaginar.

Olhei para trás e Rodrigo encarava a gente.

- Luiza, deixa eu te falar...

- Bom – ela me interrompeu – vim avisar que a gente ganhou a concorrência. E o pessoal estava querendo sair para comemorar. Mas deixa pra lá.

E saiu andando, me deixando sem fala.

- Ah, outra coisa – parou para complementar – Vai pro inferno!

De repente, o time todo parou para olhar para a minha cara.

...

Oi pessoal! Mais uma vez, obrigado por todos os comentários e votos! Drica Telles, era só o que faltava mesmo! Mas acho que ela não chega a tanto. Anjo apaixonado, obrigado pelo elogio! Irish, quem dera se a gente tivesse percebido algumas coisas no começo de tudo. Stylo, medo mesmo (rs)! Amanhã volto com mais! Espero que continuem curtindo. Abraços!!

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Comentários

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É melhor o Luciano se decidir logo antes que perca o Rodrigo!

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É melhor o Luciano se decidir logo antes que perca o Rodrigo!E quanto a Luiza,que bom que não chega a tanto.Continua que está ótimo.

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Luiza e muito estranha, antes so queria sexo e agora fica com essa atitude.

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Qto drama, eles nem tinham nada. Tomara que dê tudo certo.

Abraço!!!

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