Cap. 17
Voltando a noite do baile.
...
Após a narrativa Caius explicou-me o porquê da sua intervenção;
Nunca houve um “fruto” do sexo masculino. Aparentemente, somente mulheres poderiam ser escolhidas, e tais garotas nasciam com seus destinos Já traçados. Ao descobrir isso, eu temia que me obrigassem a ter que seguir o mesmo caminho. “Casar aos dezessete anos, e passar a vida como um pássaro em uma gaiola.” Só isso já era motivo suficiente para que eu fosse “Observado” mais de perto. Mas para piorar minha situação, eu demonstrei dons. Ou seja, eu tinha poderes. Oque também era inédito. “Já não basta ser uma aberração, tenho que bater recordes de estranheza.”
A capacidade de ter dons era somente dos sobrenaturais, até então pelo menos. E para piorar um pouco mais, o “Fruto” Atraia as forças das trevas. Ele explicou que eu era como um farol em uma noite escura, e que as sombras e os pequenos seres que eu vi a minha vida toda não eram nada além de “darcos”.
Admito que escutar aquilo foi um alivio, passei minha vida toda achando que eu era louco, que eu era um erro, que o universo só deixou-me sobreviver até agora para se divertir as minhas custas.
Darcos eram Criaturas feitas de energia maligna. Em grande parte do tempo não apresentavam ameaça aos seres vivos, mas alguns acumularam tanta energia negra que podiam interagir com as pessoas “normais” Também, havia os sobrenaturais que se corromperam e se entregaram as trevas. Ao que eu entendi se por acaso eles conseguissem me matar, A terra cairia em desespero; à barreira que impedia os seres humanos de veriam as criaturas, e o caos reinaria pela terra.
O peso de todas essas revelações pesou sobre mim. Todos os sobrenaturais e os seres humanos dependiam de mim, e se algo acontece comigo eles teriam problemas.
“Tenho medo de não poder corresponder a toda essa expectativa” Falei a Caius em uma confissão assustada. Ele me abraçou e falou que faria tudo para me ajudar, mas no fim de penderia de mim, claro que eu ainda tentava criar uma explicação lógica pra toda essa história.
Caius até demonstrou seus dons, e pediu que alguns outros também o fizessem. Admito que até esse momento eu não esteva muito crédulo, mas ver uma pessoa transformar-se em um lobo em minha frente mudou minha opinião rapidamente. Caius explicou que mesmo sua finada esposa, que era foi o “fruto” que me tinha antecedido. Que ela era bem poderosa, mas mesmo assim não chegava aos meus pés. E que eu tinha potencial para ser muito maior que qualquer um deles.
Claro que não aceitei isso, tudo oque eu queria era uma vida normal. Uma família comum e só ter que passar pelos dramas de uma adolescente normal, não perceber que um mundo todo de possibilidades me era empurrado garganta a baixo, sem falar de toda uma sociedade que dependia de mim, muito menos um casamento forçado.
Caius lançou-me um sorriso triste e falou uma coisa que me fez aceitar entrar naquela loucura.
- Seus pais também queriam que você tivesse uma vida normal meu jovem, até deram suas vidas para mantê-lo a salvo – Falou e contou-me como me tornei o garoto órfão que sou.
- uma vida como fruto é melhor do que não ter nada. Mas se o destino quis que você carregasse esse fardo, Le deve ter tido seus motivos. - Confesso que nessa hora eu quase o soquei.
- Você é o guardião desse poder todo. – falou e se aproximou de mim – Eu só posso pedir desculpas a você. Desculpas por ter que me envolver em sua vida. Por tirá-lo de sua antiga vida, mas eu temo que você não possa mudar isso... –
Eu ainda estava balançado com a historia de meus pais.
- Me...Meus pais? – Falei com os olhos cheios de lagrimas – Eu nunca os conheci... – Foi tudo oque consegui falar. – Lágrimas vieram e minha garganta fechou-se.
Minha tia sempre me contou sobre como meus pais se amavam, de como eles estavam ansiosos pelo meu nascimento e não pude deixar de sentir-me culpado pela morte deles. Se eles tivessem tido outra criança, eles estariam vivos e felizes em algum lugar no mundo...
- Meu jovem, Eles te amavam. Tenho certeza de que se sua mãe pudesse escolher, ela não mudaria nada. Ela o amou... Pena que por pouco tempo. - Caius abraçou-me e simplesmente me deixou chorar... Chorei até que adormeci em seus ombros.
...
Acordei já em minha nova casa lá pelas duas da manhã, de sobressalto com um milhão de coisas na cabeça; meus amigos, meu chalé, a escola, meus tios, minha vida...
Caius estava sentado em uma cadeira ao meu lado. Como se lesse meus pensamentos ele falou;
Caius - Calma meu filho, tudo ficará bem. –
Eu - Mas eu tenho que avisar meus tios, meus amigos e tenho que ir buscar minhas coisas, já que vou morar aqui. – Falei tudo de uma vez, atropelando as palavras.
Caius - Suas coisas já estão aqui, você só precisa arrumá-las amanhã. Ligue para seus tios, eles querem saber se você chegou bem...
- Mas como? Eles sabem que eu estou aqui? – Falei em tom de descrença.
Caius – Claro que sabem! Nós não o sequestramos jovem mestre, só estamos fazendo isso para seu bem – Falou apertando meus ombros – Seus amigos também foram informados sobre sua nova localização. Mas para todos os efeitos, eu sou o seu avô, e decidi que você deveria morar com sua família, pois é isso que somos. Uma família.
Eu – Desculpe, é que tudo muito louco para mim – Lágrimas surgiram em minha visão – Eu preciso de tempo para assimilar melhor isso tudo. –
Caius levantou e foi até a parede do lado de uma porta, abaixou e pegou meu celular. Veio em minha direção, entregando-me o aparelho.
- ligue para seus tios, e depois disso vá dormir, hoje foi um dia de cão para você meu jovem. Amanhã conversaremos mais sobre seus deveres. – Falou isso e saiu do quarto me deixando com o aparelho em minhas mãos.
...
Minha tia parecia satisfeita e alegre, ao que parece ela também achava que Caius era meu avô e que me criaria. Claro que antes ela fez uma palestra sobre como eu deveria me comportar e se houvesse qualquer problema que a avisasse que ela viria me buscar. Pensei em contar para ela minha nova realidade
“Oh tia, tou com vários problemas na verdade. Acabei de descobrir que sou a galinha dos ovos de ouro de uma sociedade secreta de pessoas com superpoderes, e que forças das trevas querem meu sangue para dominar o mundo Sem falar que eles querem que eu escolha alguém para casar. Além é claro da possibilidade de não sobreviver a meu aniversario de dezessete anos.”
Tudo que falei na verdade foi;
- Tudo bem tia, eu te amo e tchau. -
Dormi com a cabeça cheia de ideias e suposições.
...
Pisquei atordoado, todos na mesa me encaravam, provavelmente eu devo ter apagado por um bom tempo. Caius me observava com preocupação.
- Eu estou bem, só estava tentando decidir qual dos males o menor - Falei tomando um gole de café com leite.
Continua...
Desculpem pela demora. Eu sei que está cheto esses pedidos de desculpa e essa demora.
Só posso pedir um pouco mais de paciência.
Prometo não abandonar o conto.
Já estou terminado de revisar os capítulos restantes u-u e pensando já na criação de dois contos novos.
