Meu primeiro amor é um garoto? (IV)

Um conto erótico de Caio/Lucas
Categoria: Homossexual
Contém 2076 palavras
Data: 21/07/2014 22:01:57

Capitulo quatro: Born this way (Lady GaGa)

CAIO

Algumas pessoas gostam de cantar, outras de escrever, algumas de ir ao shopping... Eu amo dançar! Quando eu estou dançando, sinto como se eu fosse livre e de repente nada mais no mundo fosse capaz de me atingir. Só que dançar não era uma coisa que eu gostasse que as pessoas me vissem fazendo por que eu tinha um medo horrível de me chamarem de gay. Não sei por que, mas essa palavra me assusta da mesma forma que o bicho-papão assusta uma criança de cinco anos sozinha num quarto escuro.

Eu adorava as duas horas que tinha entre o momento que chegava da escola e o momento que Daniel voltava do curso de inglês que ele ia logo depois da escola. Era um momento mágico em que eu podia tirar minha fantasia de cara descolado e ser quem eu realmente era. Tirei meu celular do bolso e coloquei um compilado de músicas que eu mantinha oculta em meu celular e que só era vizivel digitando uma senha. Eram músicas que eu adorava, mas tinha vergonha de admitir publicamente, então só as escutava nessas duas horas que eu tinha por dia.

Quando Lady GaGa começou a cantar Born this way, eu simplesmente perdi toda a minha inibição como se eu estivesse bêbado. Eu tirei minha camisa e comecei a dançar e a cantar a música como se fosse a própria GaGa e eu amava isso. Me sentia como minha diva, lindo e poderoso como se eu governasse.

— Que porra é essa? — Daniel estava rindo em meio ao espanto.

Meu corpo inteiro endureceu e senti meu rosto queimar de vergonha enquanto meu coração se acelerava de medo.

— Eu só estava... — tentei explicar tentando calar a boca da Lady GaGa no celular, mas minhas mãos tremiam tanto que algo simples se tornou incrivelmente difícil.

— Soltando a franga bonito ai — ele estalou os dedos três vezes ao redor do corpo para insinuar que eu era gay.

— Eu não estava "soltando a franga"! — disse pegando a minha camisa no chão e vestindo-a.

— Malhando que você não estava! — debochou — Não acredito que meu irmãozinho é viado!

— Viado é meu pau Daniel! — disse furioso — Eu sou homem!

— Me desculpa Lady GaGa — gargalhou — Eu não queria atiçar a ira da bixa má.

— Bixa má é o caralho! — eu avancei para batê-lo, mas Daniel ainda era maior e mais forte do que eu e por isso conseguiu me imobilizar rapidamente me derribando de barriga para baixo no chão, segurando meus braços e apoiando seu joelho esquerdo em mim.

— Fica tranquilo maninho — ele ne disse — Eu não vou contar nada a ninguém.

— Promete? — indaguei sem confiar nele.

— E eu já menti para você? — indagou e rapidamente me surgiram umas cem lembranças dele me contando mentiras.

— Muitas vezes! — falei.

Ele sorriu e me largou no chão.

— Mas desta vez eu não estou.

E realmente não contou para ninguém, mas não seria meu irmão se não me zoasse.

— Lady GaGa, me passa a Coca — Daniel pediu enquanto jantavamos aquela noite.

Meu pai me olhou de um um jeito estranho e depois olhou para Daniel.

— Do que você chamou seu irmão? — meu pai indagou incomodado.

— Não liga não pai — Daniel pegou a garrafa de coca da minha mão — É coisa nossa — então ele me lançou um sorisinho sarcástico.

— Pois pode parando que eu não gostei nada disso.

— Você ia gostar menos se visse o que eu ví — murmurou.

— Cala a boca Daniel! — gritei.

— Desculpa Lady GaGa — ele se divertia com minha raiva — Eu não queria te irritar.

— Eu já disse para não chamar seu irmão de Lady GaGa! — meu pai bateu na mesa — Para o quarto os dois!

— Mas eu não fiz nada — argumentei.

— Para o quarto! — ele gritou.

E obedecemos. Eu estava com ódio enquanto que Daniel sorria satisfeito. Ele adorava me envergonhar na frente dos outros, mas ele gostava muito mais de ver meu pai irritado. As vezes eu só queria dar um soco na cara do meu irmão para fazer ele deixar de ser idiota.

— Boa noite Lady GaGa — Daniel sorriu assim que chegou ao seu quarto.

— Já disse para não me chamar assim! — gritei.

— Calem a boca os dois antes que eu vá ai em cima e de uma surra em vocês! — meu pai gritou e isso só fez com que Daniel desse mais risada.

Fechei a porta do meu quarto e me deitei na cama me sentindo irado. Daniel havia me exposto daquela forma. Será que meu pai achava que eu era gay? E por que isso me assutava tanto se eu não era gay? Então Lucas veio em minha mente e junto com ele o que senti quando ele entrou na sala de aula aquela manhã. Por que eu senti aquilo? Era uma espécie de atração que eu nunca havia sentido em toda a minha vida. Eu já conhecia esse tipo de coisa, mas somente em livros e em filmes.

Não sei quando aconteceu, mas eu dormi. No sonho eu estava caminhando em um jardim ao por do sol. O vento quente acariciava meus cabelos e o sol poente aquecia meu rosto, mas era em minha mão que eu sentia o calor de verdade. Olhei para minha mão esquerda e ví que alguém a segurava. Era uma mão pequena e macia e que fazia minha pele formigar. Era a Lucas que a mão pertencia. Olhei para seus lindos olhos azuis e me senti bem.

— Eu te amo — ele disse.

Aquelas palavras tinha o poder de me fazer perder completamente os sentidos. Nada mais existia a não ser ele e eu.

Ele sorriu para mim e aproximou os lábios doa meus.

...

— Caio? — minha mãe me chamou durante a noite.

— Mãe? O que foi?

Ela sentou-se na beira da minha cama e acariciou meus cabelos castanhos.

— Achei que estaria com fome, afinal de contas você nem conseguiu começar a comer — ela apontou para um prato com um misto quente e um copo de nescau em cima da mesa de cabeceira.

Eu sorri para ela e peguei o prato, pois afinal de contas ela estava certa e eu estava morto de fome. Dei uma mordida no sanduíche que ainda estava quente e senti o queijo derretido se espalhar por minha boca.

— Obrigado mãe — agradeci.

Ela acariciou meu rosto e sorriu mais uma vez para mim.

— Não fica chateado com o seu pai não — ela pediu — Ele tem medo de você ser diferente.

— Ele tem medo de eu ser gay — disse estremecendo ao som daquela palavra.

— Eu sei que você só tem treze anos Caio, mas eu já pesquisei muito sobre isso e a maioria dos homossexuais já sabiam sua orientação ainda quando crianças e eu...

— Mãe, eu não sou gay! — disse categóricamete — Droga mãe, eu to namorando uma garota por que você acha que eu sou gay?

— Eu não sei Caio — ela disse — Você sempre foi um pouco diferente do seu irmão. Um pouco mais doce e delicado...

— Eu não sou gay! — disse tentando parecer verdadeiro, mas por algum motivo quelas palavras soavam como mentiras para mim.

— Tudo bem meu filho — ela beijou minha testa — Se quiser conversar com alguém, Eu vou estar sempre aqui.

— Não temos nada para conversar — respondi.

— Tudo bem então — ela sorriu — Come tudo e boa noite. A mamãe te ama.

— Eu também te amo mãeLUCAS

No dia seguinte na escola eu só conseguia pensar em como eu havia recusado o convite dos meus pais para morar com eles. Claro que eu sentia falta deles e falta da minha casa, mas por mais que eles tentassem, eu nunca seria realmente aceito naquele lugar. Tia Wanda não se importou em permitir que eu continuasse a morar com ela, ao contrário, ela ficou até aliviada. Assim como eu, ela era a favor de eu perdoa-los, mas voltar a morar com eles seria impossível.

— Oi Lucas — Victória se sentou ao meu lado no pátio da escola na hora do intervalo.

— Oi Victória — disse tirando o meu par de fones de ouvido — Tudo bem?

— Tudo — ela disse sorrindo — Eu assisti Game of Thrones como disse que faria — disse excitada.

Ontem quando ela veio falar comigo na aula de educação física, eu estava lendo ao livro O festim dos corvos que era o quarto livro das Crônicas de gelo e fogo que dava origem ao seriado Game of Thrones. Ela me perguntou sobre o livro e eu comecei a lhe explicar a história.

— E gostou? — indaguei tentando puxar assunto.

— Sei lá... Achei um pouco violento e pornográfico. E aquela história de lordes e reis... Achei confusa!

— É um pouco confusa mesmo, mas se você prestar atenção, Você consegue entender bem. Parou em qual episódio?

— Assisti até metade do terceiro — respondeu — depois não consegui entender mais nada — e então se aproximou mais de mim — Talvez a gente possa assistir juntos e você possa me explicar melhor.

Era óbvio que Victória estava me dando mole e era óbvio que eu queria gritar para ela que eu era gay. Mas apesar de eu estar seguro da minha orientação sexual, não estava pronto para dizer que era gay para todos.

— Não vai dar não Victória — eu disse me levantando — Eu estou cheio de dever de casa para fazer.

— Mas as aulas começaram ontem...

— Mas eu gosto de adiantar as atividades do livro — a interrompi — Eu tenho que ir no banheiro. Depois a gente se fala!

E comecei a me afastar o mais depressa possível. Victória era uma menina linda com seu cabelo castanho escuro e encaracolado, pele morena e olhos negros como duas pedras de ônix, mas o que eu gostava mesmo ela não tinha entre as pernas.

Eu entrei na escola e me dirigi até uma parte da escola onde quase ninguém ia e me joguei no chão.

— Oi — uma voz chamou minha atenção. Era uma voz que eu reconheceria entre milhares. Era uma voz que mexia com meu intimo e inflamava meu coração.

Caio sentou-se ao meu lado como se eu e ele fossemos grandes amigos.

— Oi — respondi tentando demonstrar indiferença, apesar do suspiro que eu dei — Se escondendo de todo mundo?

— É... Me escondendo — concordou embora a mentira estivesse óbvia — E você?

— O mesmo — respondi. Apesar de não ser nem um pouco estimulante, aquela era até hoje a nossa maior conversa.

— Eu assisto Game of Thrones — ele disse.

— Você estava prestando atenção em minha conversa com Victória? — perguntei me lembrando que ele estava com Ramon e Diego a alguns passos de mim.

— Não! — ele logo ficou assustado — Eu ví a capa do seu livro quando votamos para a sala ontem depois da educação física.

— Ah! — respondi.

Logo começamos a falar sobre a série cada um de nós destacando nossos personagens favoritos. Os meus eram Bran Stark e Tyrion Lannister enquanto os dele eram Cercei Lannister e Arya Stark. Não sei quanto tempo perdemos bantendo papo sobre o seriado, só sei que ambos riamos cada vez que um de nós fazia uma piada a respeito dos personagens. Eu nunca me senti tão próximo de Caio em toda a minha vida. Era como se de repente eu percebesse que ele também era um ser humano assim como eu.

— Percebi que Victória está a fim de você — ele disse mudando completamente de assunto.

— É! — disse achando aquilo estranho — Ela é legal e bonita, mas eu não penso nela daquele jeito.

— E nem deve pensar — ele disse com autoridade.

— E desde quando você me manda? — eu disse irritado com todo aquele autoritarismo — Eu mal te conheço.

— Eu só não quero que você pense em ninguém assim — ele disse parecendo meio confuso com o que estava dizendo.

— Tá brincando comigo? — disse mais irritado ainda — Eu mal te conheço e você quer me mandar?

— Eu só não quero... — ele parecia entrar em um conflito interno — Quer saber? Faz o que você quiser.

— E vou mesmo! — disse me levantando ao mesmo tempo em que o sinal tocou indicando o fim do intervalo.

Caminhei furioso e feliz ao mesmo tempo. Furioso pela forma possessiva com que ele falou comigo. Como ele ousava me tratar daquela forma? Será que ele ainda achava que eu era o mesmo Lucas que ele bateu naquele sitio? Se ele achava isso, ele estava muito enganado.

Mas além da raiva, eu estava feliz, pois pela primeira vez ele demostrou algum interesse em mim e estava na hora de brincar com eleEspero que tenham gostado de mais esse capitulo e obrigado a todos que comentaram ou apenas votaram em meu ultimo capitulo.

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Comentários

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"mas o que eu gostava mesmo ela não tinha entre as pernas" racheu AIYÁPSASUIAUS Então o Lucas era zoado, virou fodão e agr vai ser um Félix da vida? ADOROOOOOOOO

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Começei a ler hoje e já estou adorando, ansioso pelas próximas partes...

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Odeio quando meu comentário não aparece inteiro. Caio querido quem é você na fila do pão pra mandar no Lucas hein? sei não viu #CaioMandao #CaioPossessivo . Capítulo show como sempre é até a próxima seu lindo.

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vlw por ele não voltar pra casa... Pais assim são dispensáveis sério,quero ver o que vai ser dessa historia,você que mostra-los só durante o tempo escolar?

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