O desenhista Cap-2

Um conto erótico de Caio Evans Sobral
Categoria: Homossexual
Contém 1763 palavras
Data: 19/07/2014 21:39:42

Acordei cedo, mesmo sendo domingo eu mantinha o habito. Em pensar que aquela criatura parece não ter se tocado do fato... ou não. Aproveitei pra estudar um pouco, arrumei a kit net e fui preparar o almoço, mesmo sem fome sabia que logo mais teria visita. Meu mano, David Ariel tá sempre por aqui aos domingos, diz ele que a comida preparada por nosso pai é boa, mais não é a mesma coisa que a minha kkkk. Mesmo depois que sai de casa, voltei lá algumas vezes, sempre nos horários que sabia que nem meu pai nem Vitório estavam. Não gosto daquele clima pesado que se instala.

Vou lá ver meu maninho, fazer um pouco suas vontades, que na maioria das vezes é comer uma coisa estrambólica de diferente, quem nem a Iaiá dá conta, coitada... Então nessas horas só o bom e velho Google pra ajudar rsrsrss. Ah, a Iaiá, é uma mulher muito amável que vai lá na casa deles arrumar a bagunça e preparar a comida pelo menos duas vezes na semana, ela é diarista e tem um filhinho lindo chamado Caily, ele é autista e ela se dedica a ele na maior parte do tempo... então nos domingos é um deles que cozinha rs na maioria das vezes é o meu pai...

Já era quase meio dia quando acabei de preparar o rango. Como sempre o David entrou igual um furacão na minha casa, aproximou-se sorrindo da bancada onde eu estava preparando um suco.

David: _ Baião de dois! Hoje eu tiro a barriga da miséria.

Eu: _Oi pra você também. E não fala assim, a comida da Iaiá é bem gostosa.

David:_ É sim, no primeiro dia, depois que congela perde a graça. Papai não sabe o que tá perdendo, se fosse ele te prendia em casa Caio.

Eu: _ Hahaha engraçadinho. Vai lavar as mãos, vai.

Depois do almoço, me sentei no tapete e ele deitou no sofá, peguei meu violão no canto da parede e comecei a tocar O Gosto de Ser do cantor Daniel Chaudon (ele é incrível, tem até uma musica que fala do amor entre pessoas do mesmo sexo), cantava baixinho e meu irmão me acompanhava tímido e calmo ao mesmo tempo...

“Hoje o mundo me pediu mais alma pra ti perceber

Seus em mim, meu amor, são a alegria dessa vida

Eu provei no tempo o gosto da dor

Quem eu sou?”...

David: _Verdade que tu vai cantar na festa de casamento da Mirela e do Flávio? --Mirela é afilhada do meu pai, um amor de pessoa. O casamento tava marcado para o próximo sábado.

Eu: _ Vou sim, confesso que tô meio tenso, nunca cantei pra tanta gente.

David_ Gosto de ouvir você cantar... papai também gosta... ele sente sua falta, só é turrão. Vocês deviam conversar... já passou muito tempo.

O meu celular começou a tocar em cima do raque, o peguei tinha um numero desconhecido, então atendi:

Eu:_ Alô.

Pessoa:_Esperei você, por que não veio na hora marcada? Falta de profissionalismo isso viu?! Imaginei que fosse um amador mesmo.

Eu:_ Ah, o rapaz que pensa que sou burro de carga e trabalho até aos domingos. Não, não fui. Você marcou sozinho e não me esperou responder, ainda desligou na minha cara. Minha agenda tá lotada essa semana. Procure outro profissional com mais tempo e capacitação então. Abraços.

E desliguei...

David:_ Que foi isso?

Eu: _Um babaca. Queria que eu fosse hoje cedo a casa dele pintar algo, foi rude comigo ao telefone, bateu na minha cara sem esperar resposta, agora vem falar que sou amador... tenha dó.

David:_ *__* kkkkkkkkkkkkkkkkkk E tu não atende aos domingos pela manha?

Eu:_ Besta. Atendia, não atendo mais. Preciso de grana mais não vou me matar pra isso.

David:_ Tu é tão delicado, delicado como um coice de mula com cólica.

Adiantando... nossa tarde foi ótima, assistimos filmes, discutimos sobre séries, jogamos videogame e falamos sobre mulheres... sim, mulheres meu irmão é hétero e tá gostando de uma menina da faculdade que ele estuda, veio me pedir conselhos gente... hehehhe e ele acabou dormindo por aqui.

Acordei cedo na segunda-feira, trabalharia na livraria aquele dia. Tem dia que aquilo lá é um tédio só. Pra piorar a mulher do dono de lá dá em cima de mim na cara dura mesmo... já falei pra ela que não curto, ela finge que nem ouvi. Acho que seu Raul já desconfia, mais ele sabe a esposa que tem.

Quando tava quase saindo pro almoço chegou um cliente querendo ver biografias, tive que atende-lo, confesso que era bem gato rs. Eu tinha que ser profissional então... pela forma que se expressava mostrava-se ser um cara confiante, lembro que era alto e corpo de quem malha bastante... normal, hoje em dia quase todo mundo vai a academia, menos eu, não gosto muito, prefiro minhas caminhadas. Não mencionei no capitulo anterior que tenho um cachorrinho chamado Marvin (sim, é um nome de uma musica da banda Titãs), o levo pra passear durante a caminhada. Depois que ele achou a tal biografia que tanto queria, o deixei no caixa, mais antes ele deu uma piscadinha discreta pra mim enquanto pegava o cartão de crédito, não achei estranho afinal isso é normal, nãm? Peguei minhas coisas e fui pra casa, tinha que fazer um resumo pra faculdade que eu tinha esquecido, tudo isso em apenas duas horas.

O resto do dia passou lento, se arrastando. Finalmente o fim de semana chegou, mais precisamente o sábado, dia do casamento. Assim como a noiva eu tava bem nervoso, afinal iria cantar lá a pedido da Mirela, só de pensar em minha família toda lá, ai ai...

No casamento, tudo lindo, a noiva maravilhosa em seu vestido, o noivo também. Muitas fotos com os noivos e família na saída da igreja. A festa seria num clube, ele tem um salão de festas bem amplo. Fui um dos primeiros a chegar, os noivos estavam a caminho ainda. Teve um momento que fiquei meio deslocado, não queria ir pra onde tava minha família, umas tias que são uns projetos de bruxas estavam lá. Alguém se aproximou de mim por trás, no primeiro momento não vi quem era, só quando a pessoa parou na minha frente fui notar... o carinha da livraria. Nossa, não sou de ficar olhando, mais ele tava muito bonito.

Carinha:_ Oi, você é o rapaz que trabalha naquela livraria né?

Eu:_ Sim, Caio Evans, prazer.

Carinha_ Huum ... Jhonatas, prazer cara.

Conversamos amenidades por mais uns dez minutos antes de os noivos chegarem, descobri que ele era filho de um casal de amigos dos pais do Flávio, trocamos telefone. Então eles chegaram e eu subi ao palco... Algumas pessoas pareceram ficar surpresas, pois nem todo mundo sabe que eu canto rs, é mais em casa pra alguns amigos, nada demais. meu repertório incluía desde MPB, Pop e algumas baladas de rock românticas dos anos 80 e 90 aos atuais.

Enquanto cantava observei o Jhonatas dançando com uma moça muito bonita, os noivos em clima de romance, assim como a maioria dos casais ali. percebi meu pai em um canto me olhando com os olhos marejados, dei um sorriso tímido pra ele. Reparei que em uma mesa não muito distante, na verdade era uma próxima a mesa dos noivos onde algumas pessoas da empresa onde Flávio trabalha estavam, um homem de traços marcantes me encarava, ao notar que eu o vi, levantou a taça em minha direção e voltou a bebericar seu champanhe ainda me olhando. Após terminar minha apresentação, fui muito aplaudido, até pelo meu pai e meu irmão Vitório... Fiquei feliz por isso. O DJ começou a tocar, a moçada foi pra pista. Algumas pessoas me convidaram a me juntar a elas em suas mesas, fui cumprimentá-las por alguns minutos, pois a Mirela exigiu que eu ficasse com ela e a família na mesa.

Enquanto me dirigia a mesa da Mirela e do Flávio, o homem da mesa se aproximou com um drink na mão esquerda e com a outra me cumprimentou.

Homem:_Então, você é o famoso Caio Evans?! _Soou mais como uma constatação que pergunta._Me falaram dos seus dons artísticos, confesso que duvidei, mais conseguiu me surpreender pelo menos nisso.

Eu: _Sim, sou eu. Mais não consigo entender o que alguém que não conheço exige mais de mim...

Homem:_ Me chamo Augusto, e não é bem uma exigência, só imaginei que seus talentos se resumiam a pintar muros e telas._Notei uma certa arrogância na voz dele como se tivesse zombando de mim, sei lá.

Eu:_Hum, ainda assim obrigada pela parte que me toca, Augusto né? Agora me dê licença pois o único talento que vou demostrar agora é como devorar os docinhos da festa.

O deixei lá me olhando e segui pra mesa. Me diverti muito com o pessoal, notei o carinha, o tal Augusto olhando pra mesa hora ou outra, acho que olhava a prima da Mirela ao meu lado. Festa acabou, as pessoas foram indo embora, fui também, os noivos já tinham ido momentos antes, iriam viajar pra Argentina pela manhã. Em quanto voltava pra casa andando devagarinho pela calçada, notei um carro se aproximando devagar, não sabia quem era, o vidro foi baixado e pude ver que era o Jhonatas quem dirigia.

Jhonatas:_Quer carona?

Eu:_Agradeço, mas moro em outra direção de onde você mora.

Jhonatas:_Tudo bem, já está tarde pra você voltar sozinho embecado desse jeito rs e também não é tão longe assim pelo que você me falou mais cedo.

Aceitei, fomos conversando, perguntei da moça que estava com ele, me explicou que ficaram, mais que ela era meio chatinha, que não passariam disso. Perguntou por que eu não fiquei com ninguém na festa, preferi não me abrir tão já pra ele, afinal era a segunda vez que nos víamos, então disse que tava bem lá com meus amigos me divertindo. Percebi que o Jhonatas me olhava com uma certa curiosidade digamos assim, mais era um olhar meigo, nada demais. Me deixou na frente de casa com a promessa de voltar pra gente ir a um barzinho qualquer dia. Só tomei um banho, vesti uma samba canção e fui dormi.

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Gente, obrigada pela recepção calorosa que tive aqui na casa. Me desculpem, hoje não ficou como queria, não tive um dia legal. Ah, respondendo a um comentário de um leitor, sim é verídico. Prometo melhorar nos próximos. E agradecerei a cada um também individualmente, hoje não deu. Beijão.

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