Olá, seres humanos! Está aqui mais um capítulo. No próximo vou ficar no Charlie. Alguém gosta do Charlie, apesar de ter dado pouca atenção ao coitado? Enfim, vamos?
Capítulo 08
(Nos hospital municipal de Oak Hills)
Aleksandr corria desesperadamente pelos corredores do hospital, sozinho. Chegou perto do balcão e se dirigiu à atendente:
-Em qual quarto está Cassius James O'Brien? Sou o filho dele!- Disse desesperado.
-Só um minuto, senhor.-Voltou o rosto para o computador e teclou alguma coisa e depois voltou a olhar para Aleksandr.-Quarto I-003.
Aleksandr saiu correndo e foi direto ao quarto designado. Ao chegar perto da porta, um homem sai, era Licaón.
-Licaón? O que o senhor faz aqui?
-É Lorde! Eu sou o médico que atendeu o seu pai.
-O que aconteceu com ele? Qual a cobra, aranha ou escorpião que o mordeu?
-Cobra? Aranha? Escorpião? Ele não te contou nada?
-Não sei do que o senhor fala. O que ele deveria me contar?
-Conversemos mais tarde. Entre, seu pai está em coma. Mas tenha certeza, foi uma cobra.
Aleksandr entrou devagar, com receio de ver seu pai naquele estado. Ao entrar viu seu pai numa situação no qual não era acostumado, de olhos fechados. Chegou ao lado de seu pai e segurou a sua mão.
-Pai! Será que o senhor me ouve? Bom, se estiver, eu te odeio! Você nunca me falou nada sobre eu ter um irmão, ainda mais, gêmeo. Você guarda segredos demais, pai. Você nunca me disse o motivo de a minha mãe ter tentado me matar. Nunca me disse, também, o por quê de ela nunca ter sido presa por isso. Não me fala nada sobre sua antiga vida. E nem o por que a gente foi morar naquela maldita floresta logo depois do incidente.
Depois do que disse, Aleksandr ficou calado, por muito tempo; a tarde toda. Depois das quatro da tarde, Charlie chegou e entrou no quarto.
-Alek?- Chamou-o.-Alek? Como seu pai está?- E continuou em silêncio.-Eu soube pelos professores. Seu irmão...- Aleksandr o interrompeu.
-ELE...NÃO...É...MEU...IRMÃO!-Disse com uma raiva inexplicável e ao mesmo tempo natural, como se fosse um vulcão que explode e queima tudo a sua volta.
-Entendo! Desculpe.
-Vou pra casa. Preciso treinar. Minha pontaria ainda não está perfeita. Se eu fosse você Charlie, eu voltaria a treinar esgrima. Ajuda!
-Ajuda em quê?-Aleksandr se dirigiu à porta e a abriu, virou para o seu amigo e disse:
-O Bradock gosta de esgrima, pelo jeito ele quer que alguém o ensine.
Charlie ficou boquiaberto e com os olhos arregalados. "Como?" Se perguntava. "Como ele sabia? Eu nunca disse nada a ele." E ficou lá, parado em frente a porta, sem reação alguma. E ficou lá por cerca de vinte minutos, parado!
Aleksandr foi em direção à saída do hospital quando Licaón o chama:
-Aleksandrovich! Espere!- Aleksandr revirou os olhos e bufou.
-Olá, Senhor Licaón.
-É Lorde!- Afirmou.- Podemos nos encontrar às dez da noite. Preciso contar algo muito sério de sua família. Algo que era para ser contado pelo seu pai.
-Pode ser. Eu estou indo para casa pra treinar arco e flecha. Às dez da noite a gente se vê.- E foi embora pra sua casa.
Aleksandr chegou em casa, como sempre, vazia. Subiu ao seu quarto, tirou sua roupa e tomou um bom e demorado banho. Botou uma calça comprida, uma regata e por cima sua boa e velha camisa manga longa. Pegou seu arco e sua aljava e desceu. Foi à cozinha, abriu a geladeira e bebeu um copo d'água. E foi ao seu campo de treinamento improvisado. E começou a praticar.
(No hospital municipal)
Uma mulher de quase meia idade mas com um rosto e pele de menina, cabelos compridos, até a metade das panturrilhas, morenos claros, pele morena e olhos acinzentados. Usava calça comprida e sapato salto alto 15cm, mais um espartilho de couro e um mini casaco por cima, ela andava pelos corredores e chegou perto da recepção:
-Com licença, minha querida. Onde encontro Cassius James O'Brien? Sou a mu...ex-mulher dele.
-Seu nome?
-Sofia Abraham.
-Bom deixa eu chegar...no quarto I-003.
-Obrigada.- E dirigiu-se ao quarto mencionado. Chegando lá, ela abre a porta devagar e entra. Olha para Cassius.- Que deprimente esse seu estado, Cassius. Deveria cravar uma adaga em seu coração. Mas não vou fazer isso. Tenho coisas mais importantes pra fazer. Ou será que eu deveria?
-Se eu fosse você, não faria isso!- Sophia virou-se e encarou Licaón, que apareceu sem que ela percebesse.
-O Rei Lobo. Quanto tempo, Lorde Licaón Ceaser?! Como você está?
-Em pé!- E deu uma risada sem graça.- Estou bem, não graças a você. Gostaria que você se retirasse do quarto do meu paciente.
-É claro. Só vim para vê-lo. Sabe, saudade.- Disse em um tom sarcástico. Quando ia sair, foi parada por Licaón, que a segurou pelo braço.
-Não chegue perto do Aleksandr!- Disse em um tom ameaçador.-Muito menos, perto do Cassius.
-Estou pouco interessada por simples berserkers. Estou caçando algo bem maior. Não se preocupe, não vou mais atrás desse fraco, que é o Cassius.-Licaón rosnou de raiva. E ela saiu .
Licaón chegou perto de Cassius e olhou o seu rosto. Tocou-o.
-Não se preocupe Cas. Protegerei você e seu filho. Dou-lhe a minha palavra.
(Na floresta)
Aleksandr, com certeza, estava de péssimo humor. O que aconteceu hoje foi demais para ele, superou até mesmo sua calma. Tudo começou a se complicar naquela noite, aquela maldita noite! Estava tão preocupado com seu pai que não conseguia se concentrar direito, estava errando a maioria dos alvos.
-Vamos, Aleksandr! Você jamais errou. Então porque está errando? -Disse a si mesmo como uma de encorajar-se. Não adiantava de nada.
De repente um uivo alto e forte.
Aleksandr sabia quem, aliás, o que era.
-Os lobos.-Disse em português.- Dessa vez eu não vou perdoar. A minha raiva está somada!
Do nada, o maldito lobo, que o mordeu, avançou pra cima de Aleksandr. Mas ele não se moveu. Ficou imóvel e de cabeça baixa. Quando o lobo chegou perto dele e abriu a boca para devorá-lo, Aleksandr viu uma abertura em sua guarda. Soltou o arco e o pegou pelo pescoço e o levantou.
-Você não sabe a raiva que eu estou sentindo agora. Raiva não, -E levantou a cabeça e olhou nos olhos vermelhos do lobo.- ódio!
E começou a apertar o pescoço do grande lobo, que foi rapidamente tomado pelo desespero. Começou a se rebater e tentar se soltar de alguma forma. Quando quase todas as suas forças se esgotaram, reuniu o resto que tinha e deu um uivo desesperado.
Auuuuuuuuuuuuuuuuuhhhh!
Quando Aleksandr escutou esse grito de desespero, soltou rapidamente o pescoço do lobo e colocou as mãos na cabeça, estava sentindo uma dor de cabeça muito forte. Forte o suficiente para se encolher no chão, mas Aleksandr não fez isso. Permaneceu de pé, mas com o corpo recurvado e com as mãos na cabeça. O lobo pareceu não entender a situação que estava ocorrendo com o garoto e logo pôs a correr o mais rápido que pôde. Mas Aleksandr nao ia deixar barato. Correu atrás, mesmo com aquela insuportável dor. E ele estava correndo muito rápido, mais rápido que o lobo. Atravessou-o e chutou bem na cara do lobo, que caiu pro lado e quando se levantou, seus olhos mostravam algo vergonhoso a um lobisomem, medo! Aleksandr partiu pra cima com os olhos irreconhecíveis, vermelhos-sangue. O medo é algo muito poderoso! O lobo não conseguiu controlar sua transformação e voltou a sua forma humana quando o descontrolado Aleksandr iria dar o golpe final. Um homem! Aleksandr parou na mesma hora em que viu os olhos humanos e disse, perplexo e com a voz muito cansada:
-Você?!
E desmaiou.
O homem voltou a sua forma lupina e correu para muito longe. Longe mesmo, mas no dia seguinte estaria perto dele novamente. Assim como todos os dias, como sempre foi.
Beleza e até mais...
