Colecionador de Decepções 01

Um conto erótico de D. Henrique
Categoria: Homossexual
Contém 2666 palavras
Data: 25/06/2014 18:44:48

...

- Muito bem, este corredor é das salas de programações, criações e administrativos, setores quais eu creio que são os mais importantes na empresa, por isso são no ultimo andar, ar de importância, saca? haha – dizia o sr. Bertoli, meu chefe que era bem humorado e fazia eu me sentir em casa. Ele era um velho enxuto, tinha o corpo normal, barba e cabelos loiros e alguns locais eram brancos.

Era segunda-feira e eu estava fazendo o reconhecimento no meu novo local de trabalho. Haviam me demitido do antigo trabalho porque a mulher do meu chefe estava dando em cima de mim, e claro, a culpa era toda minha. Talvez se não fosse tão atraente ela não teria dado em cima de mim. Esse era o pensamento do meu chefe galhudo e gordo. Aliás, eu trabalho como Gerente de TI (Tecnologia de Informação), na parte de desenvolvimento, ideias e integração de sistemas.

Estava eu andando pelos corredores escutando as explicações e vendo quanta gente estava indo de um lado para o outro falando em códigos de informática. Eu estava no meu ambiente, o qual eu aproveitaria e daria o máximo de mim. Entrei em uma sala de porta azul e estavam dois caras em suas mesas com seus computadores.

- Bom... Esta aqui será a sua sala, você trabalhará junto com os meus belos garotos. Eu percebi que duas cabeças pensam melhor do que uma e três melhor do que duas. Então aproveitem para se conhecerem e trabalharem. Cuidem desse rapaz franzino, garotos – falou meu chefe se retirando da sala. Ele estava sendo irônico ao extremo.

- Oi mister mundo, meu nome é Diego. Bem-vindo a trupe dos nerds lindos e ricos – Diego era o típico nerd, usava óculos, barba mal feita, cabelos grandes bagunçados, mas não era gordo e tinha olhos azuis lindos. Ele era bonito.

- Mister mundo é o meu grande objetivo... E salvar as crianças da África – disse sorrindo de volta. Após apertar a sua mão o outro homem começou a falar atrás de mim.

- É Guito para os íntimos hahaha. Meu nome é... – ele pareceu muito surpreso quando eu fiquei de frente para ele – Minha nossa! Daros? – O cara tinha cabelos negros e um pouco grandes penteados para o lado, comportado, olhos castanhos e usava barba mal feita também, tinha um sorriso lindo. Rosto simpático até então. Usava uma camisa social de manga comprida, tinha um corpo bem atlético e a mesa do seu computador era decorada toda verde.

- Sim... Você me conhece de onde? E me chame de Henrique, por favor, é que eu prefiro... – perguntei esperando que a resposta fosse de alguma balada, porque para ele saber o meu primeiro nome eu deveria ter ficado muito bêbado para contar, ou ele me conhecia muito bem, mas eu iria lembrar se o conhecesse.

- Não acredito que depois de tudo tu não me reconheceu! Qual é? É sério? Não mudei tanto assim... – ele disse sorrindo com um sorriso perfeito, mas depois de um tempo ficou sério, tão sério que parecia estar com raiva.

...

Chamo-me Daros Henrique, mas eu odeio Daros, faz com que eu sinta a angustia de ter me tornado quem eu costumava ser, então, é Henrique para todos. Irei relatar aqui a minha história. Nunca fui do tipo que ficava calado quando adolescente, já arrumei várias confusões e brigas, era o fodão da galera, o tal popular. Mas o período ensino médio e faculdade passaram. Hoje estou com 28 anos e vejo quanto fui inútil e imprestável, pelo visto consegui mudar isso atualmente.

Tenho 1.87 centímetros de altura, pele bronzeada por morar em uma cidade praiana, com cabelos castanhos claros, olhos castanhos, uma barba relaxada e corpo de fisiculturista. Sempre que estava puto, triste ou qualquer sentimento que me incomodava eu ia para a academia puxar todos os alteres que eu conseguia. Era uma forma de me “afogar”.

Voltando ao passado, sempre fui cruel, era do tipo que batia nos menores para mostrar aos maiores que eu poderia andar com eles, manipulado e manipulador, sendo o que todos esperavam que eu fosse, um estupido. Porém eu tinha um amigo de infância, ele sempre morou ao lado da minha casa e nossos pais eram amigos, eram, até os meus pais decidirem partir rumo ao exterior em busca de uma vida melhor, eles levaram com eles o meu irmão mais novo, ele se chama Jacob, nós não convivemos juntos, eles mudaram quando ele tinha apenas 3 anos, então não há nada que eu possa falar dele, mas eu o amava e pretendia ser o melhor irmão mais velho para ele. Bom, e eu fui deixado aqui com a minha avó. Sempre soube que era apenas um peso, às vezes, eles faziam questão de jogar isso na minha cara. E eu os culpo por ter sido um otário no meu crescimento, mas eu também não quis mudar e continuei agindo como um imbecil. Hoje não tenho mais noticias deles e nem me importo.

O meu amigo de infância me ajudou muito quando meus pais partiram, ele fazia eu me sentir especial, todos puxavam o meu saco, mas ele não, os elogios dele eram sinceros e confesso que me sinto mal por não lembrar o seu nome agora.

Eu tinha 12 e ele 10 anos nesse período, ele não estudava na mesma escola que eu, mas éramos no mesmo nível no curso de inglês onde eu só conhecia ele, então eu nunca precisei o tratar mal na frente de todos os meus falsos amigos. Ele era bem magro e usava aparelho, além de usar óculos. Era vítima fácil e eu tratava de nunca ser visto com ele, brincávamos sempre na minha casa porque os pais deles não eram muito pacientes conosco.

Com ele eu me sentia ser quem eu realmente de verdade, sem mascaras para conquistar os babacas e ser amigo deles, eu fazia isso para me proteger, era o garoto desprezado e todos do bairro sabiam disso, o assunto dos meus pais terem ido repercutiu por um bom tempo e alguns tinham pena de mim, o que eu odiava. Além que eu guardava a sete chaves um segredo que eu nunca deixaria escapar: eu prestava mais atenção nos meninos do que nas meninas. Mas ninguém nunca soube.

Com o tempo fomos crescendo e ele já tinha 13 anos, ele teve que ir estudar na minha escola porque a sua antiga escola só ia até o 9° ano. Ele era bem adiantado, pulou algumas séries por se sair melhor que os outros. No primeiro ano eu já estava com 15 anos e ele com os 13 anos no ensino médio. Eu sabia que ele iria querer falar comigo na escola e eu não queria trata-lo mal, porém também não poderia falar com ele na frente de todos.

No primeiro dia de aula todos foram para conhecer os novos alunos. Os idiotas com quem eu convivia logo avistaram o meu amigo e decidiram que iriam fazer o inferno na vida dele, ele era o queridinho do professor, sempre sabia tudo, as pessoas o odiavam apenas por isso.

Naquele ano eu o ignorei totalmente, não me lembro como as coisas aconteceram, eu bloqueei esse ano na minha mente e não consigo me lembrar por nada. Mas lembro da partida dele, os seus pais o colocaram em um táxi e eu apenas assisti, sem despedidas ou qualquer outro tipo de comunicação. Já tentei diversas vezes lembrar, mas não consigo. Naquele ano eu perdi o meu único e melhor amigo por ser um imbecil. E neste mesmo ano eu comecei a malhar igual um condenado.

Os anos continuaram passando e eu me tornei um cafajeste, idiota, inútil, um peso. Saía todas as noites, bebia qualquer coisa que contivesse álcool, fumava maconha e transava com qualquer um, tanto homens quanto mulheres, era fácil para mim de conseguir. Por um milagre eu consegui terminar o ensino médio e me formar no inglês, passei mais um ano no cursinho e foi então que eu decidi que estudaria e foquei no vestibular.

Eu percebi como eu era um idiota quando entrei no cursinho e nesse tempo eu sempre encontrava meus amigos idiotas trabalhando em supermercados, padarias e restaurantes, eles ficavam com raiva quando eu dizia que estava na universidade federal, eles diziam que eu merecia estar na mesma situação que eles porque eu os iludi e os manipulei, eu me senti obrigado a carregar mais essa culpa, mesmo sabendo que não tinha nada a ver com isso, foi escolha deles não mudar.

Eu havia passado em Ciência da Computação e terminei antes do tradicional por causa das minhas notas, era ótimo me entender com algo, por mim eu me casaria com a computação, foi quando eu comecei a trabalhar e a estudar administração e marketing simultaneamente, era terrível, eu sempre me atrapalhava e não tinha tempo para nada. E parei de trabalhar para terminar os cursos bem. Vivia da aposentadoria da minha avó, que era bastante alta e eu não sabia como.

A minha avó morreu quando eu tinha 26 anos. Eu fiquei muito triste, eu estava sozinho a partir daquele momento, ela era a pessoa mais importante da minha vida há muito tempo. Ela me entendia e me aconselhava, ela sabia que eu gostava de homens, mas nunca ligou, vivia me dizendo que eu era um bom menino enquanto apertava minhas bochechas. Quem a conhecia se encantava de cara. Essa tragédia aconteceu quando eu estava quase concluindo os cursos e isso me desmoronou. Eu não consegui estudar por meses, vivia do dinheiro que minha avó havia deixado. Finalmente concluí os dois cursos quando já tinha quase 27 anos. Foi quando eu comecei o curso de mídia social e a trabalhar para aquele gordo.

Durante todo esse tempo eu fui muito solitário, tinha alguns colegas de faculdade e ficava com algumas pessoas, mas nenhuma era interessante a ponto de fazer eu me apaixonar. Fiquei apenas levando a vida.

E agora estava ali naquela nova empresa, um local onde eu sempre quis estar, na posição que era o meu sonho. Diante daquele cara de cabelos negros brilhosos que me encarava com uma feição de raiva repentinamente, seus olhos estavam mais escuros agora, eu não entendi porque eu provoquei raiva nele, nem ao menos o conhecia. As pessoas geralmente me acham metido, mas eu não era assim... Quer dizer, não era mais. Já havia batido meu recorde de idiotices, cheguei ao meu limite e parei. Agora eu era um cara melhor, sem muitos amigos, mas eu não precisava, sempre soube me virar muito bem sozinho.

Eu não queria criar inimizades, principalmente no primeiro dia de trabalho, pareceu que o chefe confiava muito naqueles caras e eu teria que me dar bem com eles.

- Não cara, foi mal não te reconhecer... – disse apreensivo.

- Claro que não... Não sei como ainda esperei – ele fez uma pausa e depois me olhou chegando mais perto de mim, seria assustador se ele não fosse poucos centímetros mais baixo que eu. Ele continuou a falar – Afinal, tu ainda é o Daros Henrique, aquele que se elevou, o príncipe poderoso, como tu mesmo costumava dizer...

- Como você sabe disso? – perguntei. Eu costumava dizer isso quando era um idiota, são os significados dos meus nomes. Ele só poderia ser uma das pessoas que eu maltratei na escola ou mais um dos idiotas que andavam comigo.

- Tu continua o mesmo idiota mesmo... Diego eu vou fazer meu trabalho em casa, faz ele trabalhar, não o deixe se aproveitar de ti, apesar desse jeito amigável é bom não confiar – disse e saiu da sala quase quebrando a porta.

Eu fiquei assustado, não estava preparado para uma briga no primeiro dia de trabalho com o cara que eu não fazia ideia de como se chamava, mas ele parecia me conhecer muito bem, aquilo me deixou curioso.

- Woow oque foi isso? Vocês se conhecem? – perguntou o Diego todo agitado.

- Não... Não que eu me lembre... – disse olhando para ele.

- Foi tipo AHHHH bizarro! Hahahaha pensei que vocês iam brigar aqui mesmo! Mas ele é correto demais para brigar... Mas é a primeira vez que eu o vejo tão nervoso... – ele balançava a cabeça meio que concordando consigo mesmo – Café?

Eu ri da sua agitação e da mudança repentina de assunto dele, mas ainda estava pensando naquilo, ele sabia a frase que eu usava quando acabava de surrar os pobres nerds, me arrependo muito agora, mesmo porque eu sou um grande nerd e tenho muito orgulho disso.

Diego me mostrou o computador onde eu iria trabalhar, também mostrou alguns arquivos, as senhas, e fomos programas alguns sites, eu tentava ter ideias, mas não conseguia. Até que finalmente consegui me concentrar e dar algumas ideias, programar algumas coisas e conhecer os sistemas da empresa. O Diego me ajudou muito para me atualizar e ficar no ritmo que eles estavam. Foi um bom começo.

Depois de um dia longo com muitos números e ideias eu tinha que fazer um relatório para comunicar tudo que havia feito e aprendido, o que estava achando, etc.

No outro dia o ... Ele não tinha me falado o seu nome! Ele não se apresentou, eu não fazia ideia de quem ele era por isso. Lógico! Enfim, o surtado não foi trabalhar, o Diego estava como sempre bebendo café em uma caneca do The Bing Bang Theory eu ria desse orgulho nerd que ele tinha e até achava legal. Quando comentei sobre TBBT nós começamos a falar da série porque eu também gostava e os assuntos começaram a aumentar, nós curtíamos algumas séries em comum, mas me lembrei do que queria de fato perguntar a ele.

- Diego, eu quero te perguntar uma coisa...

- Eu não sou gay... – disse ele na mesma hora enquanto bebericava seu café.

- Hahahaha não é isso, eu quero saber o nome do cara que trabalha com você... Com a gente.

- O nome dele é Guilherme, mas como você é tão intimo pode o chamar de Gui quatro – disse sorrindo.

- Gui quatro? – Era familiar, mas ainda não lembrava como conhecia.

- Sim... Quando ele era criança um amigo deu esse apelido para ele porque usava óculos... Quatro de quatro olhos... Eu ficaria ofendido, mas ele disse que o amigo era especial e que essa era a lembrança mais legal que ele tinha desse amigo... Grande amigo essa cara era não é? Hahaha.

- É... Grande amigo ele...

- Mas cara, não é para chamá-lo de Gui quatro não, ele diz que nunca mais queria escutar isso... E como vocês são grandes amigos não é... hahaha acho melhor você o chamar apenas de Guilherme mesmo.

Eu não queria acreditar! Não tinha lógica, nem como acontecer. O mundo não pode ser tão pequeno assim! Era o Guilherme, o meu amigo de infância, o meu melhor amigo!

...

Bom, meus fofos, como havia prometido meu conto fictício. Demorei porque a copa está me fazendo ficar bêbado continuamente, cerveja e futebol me alucinam, juntos então... Já estou de férias desde sexta passada (dãã), mas cheguei com a estória nova. Finalmente.

Para quem não conhece, esse é meu segundo conto. O primeiro é sobre a minha vida real. Está no perfil ainda.

Esse conto tem base em uma história de um amigo hetero, mas não foi bem isso que aconteceu. Foi apenas a base mesmo. Espero que vocês gostem, caso aprovem eu continuarei. Eu ainda não o concluí, mas eu tenho ideia de como terminará. Deem as suas opiniões, tanto na escrita, como na estória, tamanho, etc. O que acharem que devem criticar, que seja uma critica construtiva.

Vou deixar a sequencia de fotos como eu imaginei os personagens. Acho que ajuda um pouco.

São pessoas que eu imaginei parecidos, modelos, atores, pessoas normais. Eu não os conheço e nem são eles, que fique bem claro, por favor.

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D. Henrique: http://imgur.com/M2U7raf

Guilherme: http://imgur.com/dtXmBkd

Diego: http://imgur.com/jmzPcpl

Sr. Bertoli: http://imgur.com/hZValxi

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No mais, é isto. Obrigado a todos que leram, que irão acompanhar, ou não. Desculpem-me os erros. Até a próxima.

Abraços a todos.

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Comentários

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Bom demais cara, nossa nem tinha me tocado que tu tinha voltado a postar.

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Agradeço pelo conto..como ja vinha acompanhando a sua historia ler seu conto focticio sera uma honra..fofo...

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Simplesmente PERFEITO!!! Eu gostei logo de cara,do título. Me xamou atenção. O conteúdo então... Tá tudo certinho. Tudo perfeito. Continue. LOGO!!!

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O que tenho pra dizer é que começou arrepiando, conto fantástico, continua.

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