O FRUTO Cap. 12
E agora?
“Puta que pariu” Eu pensei. Meu plano era confrontar os três, agora eu estava numa sinuca de bico. Math foi mais rápido e tomou à dianteira – Com licença – Falou indo em direção a uma bandeja de brigadeiros e segurando minha cintura, tinha certeza de que aquilo foi proposital. Eu o xinguei em silencio. Senti que o olhar dos três me seguia, como faróis. Matheo ia falar algo, mas eu fui mais rápido. Respirei fundo e falei;
- Math. Vamos lá fora? Queria conversar com você.
-claro meu amor! – Falou com um sorriso de vitoria estampado no rosto.
Senti o peso do olhar de Matheo. Mas ele se quisesse que esperasse. Pedi licença aos gêmeos e fui rumo à saída. Percebi que Marcus segurava o ombro do irmão, que me olhava com fúria. Andei cerca de uns três metros quando olhei para trás mais uma vez vi a vagabunda da Alice agarrada a ele, Marcus me observava a todo tempo. Andamos até as arquibancadas e sentamos lado a lado. O silêncio instalou-se e pesou sobre nós. Matheus percebeu que eu precisava de um tempo e não me pressionou.
-Math... Eu preciso esclarecer umas coisas, tudo bem? - Falei olhando para seu rosto. Como ele estava lindo, eu sempre o achei lindo, mas depois do banho de loja, ele realmente havia melhorado e muito.
Math – claro! Eu sei que voc...
- Por Favor, math. Deixe-me falar, depois você fala. – O cortei
Precisava ser rápido, arrastar aquilo só pioraria a situação. Ele assentiu e eu continuei.
- Você é meu melhor amigo, e vamos continuar assim, por favor. Eu sei que estou pedindo de mais para você, mas eu não posso te enganar... Eu já gostei muito de você. Só que... – suspirei alto- “Droga! Parecia tão mais fácil na minha cabeça” Eu não posso ficar com você. Não como você quer, não seria certo. Eu te amo, mas é como um amigo, um irmão. -
O silencio reinou e tomei consciência de que fazer isso com ele, com eles me deixaria exausto. “Por que eu não sou como os outros garotos? Por que tenho três lindos problemas enquanto os outros garotos da minha idade só se preocupam com espinhas e futebol?”
Tomei um fôlego e continuei;
- Você, é lindo e eu sei que vai arranjar alguém rápido. Só que eu não posso corresponder a esse sentimento. E você me conhece, não posso ficar com você sem te amar... Seria te enganar. Quando eu te amei, você parece que gostava de mostrar que éramos só amigos e eu acabei acreditando nisso, e sufoquei o que eu sentia por você... Não podia amar sozinho, você entende? Não te culpo. Juro que se pudesse simplesmente escolher, eu seria seu namorado, e estaríamos aqui nos agarrando. Mas não foi assim... Não queria fazer isso, mas te amo de mais para fazer isso contigo.
De longe escutei alguns versos de uma musica;
“Cause you're amazing
Just the way you are
And when you smile,
The whole world stops and stares for a while
'Cause girl you're amazing
Just the way you are”
Estava com o coração aflito, e se ele me odiasse? Se não quisesse ser mais meu amigo?
Math: - David, claro que eu te entendo. Porra! Sou teu melhor amigo. Mas é que... – Ele respirou, eu sabia que ele na verdade, tentava por as idéias em ordem – Se eu não tivesse sido tão covarde naquela época eu não fingisse que não percebia o que você sentia por mim... Eu não sei...
Eu não sabia o que fazer, minha visão ficou turva e as lagrimas brotavam e se multiplicaram.
Quando percebi, já estava chorando. Matheus passou a ponta dos seus dedos em minha bochecha limpando as lagrimas que teimosamente continuavam a descer sobre minha face.
Math: Ei, não chora. Você esta certo. O errado aqui sou eu. Se eu não fosse tão babaca, hoje você seria meu namo... –percebi que ele também chorava – Eu sempre vou te amar, mas como meu amigo, tudo bem? Eu só te peço que você entenda que eu precise de um tempo, que eu vou me afastar um pouco, eu preciso entender isso... Preciso diminuir essa necessidade que eu tenho de ti.
- Math. Por favor, não me deixa eu não consgu... – Não consegui terminar de falar, minha garganta se fechou e tudo em mim era tristeza. “Eu perdi meu amigo, mais que merda” Pensei enquanto chorava.
Math – Para de chorar bobo! Eu nunca vou te deixar, só preciso de um tempinho pra me acertar – Falou abraçando-me – Agora fala, pra quem foi que eu perdi? – Ele falou ainda abraçado em mim.
Eu estava rindo e chorando ao mesmo tempo. Eu sabia que Matheus estava certo, ele precisava de um tempo, ele sabia que eu não forçaria uma coisa com ele sem realmente amá-lo. Não era da minha natureza. Mas eu ainda não tinha decidido, era verdade.
-não escolhi, pelo menos ainda não – Falei
Math: - Vamos voltar. Marcelle deve estar deixando o Guto louco. –
- Vai na frente- Falei, ainda precisava de um tempo para me reestruturar.
Math – Tudo bem! Mas não demora. – Notei que ele estava triste, mas ele estava se esforçando para não demonstrar.
Fiquei ali um pouco, tentando reunir forças. “Um já foi, falta dois” Pensei.
Senti novamente um vento frio. Como se alguém me observasse.
- Preciso parar com essa paranóia – Falei
Fui surpreendido por uma voz grave, que surgiu atrás de mim.
- Precisa mesmo –
Marcus estava em pé, mais acima nas arquibancadas.
“Como ele chegou ali?”
Levantei-me enquanto ele se aproximava.
Marcus – Posso sentar? – falou já se sentando
- Claro – Fique a vontade
Senti ao seu lado e observamos o vazio até ele quebrar o silencio.
Uma voz sussurrava em minha mente “Tem algo errado” A ignorei, Marcus jamais me faria nada de errado.
Marcus: - Tem certeza de que ele não te faria feliz?- Falou olhando direto para mim
“Como ele sabia disso?” Automaticamente luzes de alerta piscaram em minha mente.
- Co..como Você Sade disso? Falei nervoso.
Marcus: - Como não importa – Falou de maneira brusca. – Você tem noção do que se passa ao seu redor, falou levantando e empurrando para trás. Foi um movimento tão rápido que, quando vim perceber já estava no chão, com ele por cima de mim
-Marc us, para com isso, por favor – Falei um pouco nervoso.
Tentei soar calmo, mas dentro de mim um pânico já era enorme e crescia.
- Para de brincadeira - Forcei um sorriso. Mas na verdade eu estava apavorado. Marcus era sem duvidas mais forte que eu e não teria a mínima chance de ganhá-lo em uma luta.
- O que você está fazendo? Para de brincadeira – Falei tentando me soltar dele
Marcus parecia nem notar que eu fazia uma extrema força para me libertar dele. Ele pressionava meus pulsos para contra o chão me prendendo de baixo do seu corpo, seu olhar não transmitia nada, eram somente duas orbitas azuis e vazias.
-SOCORRO! – Gritei em vão, o som do ginásio impedia qualquer um de me escutar gritando.
Senti nossos corpos se chorarem e ele falar em meu ouvido.
- Acho bom você ficar calado – Sua voz não expressava nenhum sentimento. Era como se aquele cara me que subjugava no chão, fosse completamente diferente do rapaz que conversava sobre livros comigo.
-Por favor! Me solta! – Falei já quase chorando
Foi quando o vi
Matheo
Imediatamente fui tomado por uma sensação de alivio, ele me protegeria, não é mesmo? Errado!
Ele estava lá no mesmo lugar onde Marcus me surpreendeu. Ele me olhava sem nenhuma emoção e seus olhos eram castanhos. Marcus percorria meu pescoço com sua língua. Mordendo e chupando de maneira agressiva. De repente Matheo estava ao nosso lado e segurando minhas pernas, obrigando-me a abri-las. Foi ai que entendi a intenção deles.
Violentar-me.
Comecei a me debater de maneira frenética. Preferiria a morte a deixá-los fazer isso comigo. Senti minha cueca sendo rasgada e Marcus abrir a sua calça. O desespero tomou conta de mim
Por favor, não – implorei a eles. Mas foi em vão. Senti o pênis do Marcus na minha entrada, ele pressionava a cabeça com força e sem lubrificação alguma. Senti uma dor enorme e ele forçava cada vez mais me arrancando mais e mais gritos de dor. O que mais me magoava, o que mais me destruía por dentro era ele Matheo. Como ele podia fazer isso comigo? Deixar Marcus fazer isso?
A dor era enorme e senti minhas forças esvaírem-se de mim. Como aquilo era errado, Nunca imaginei que minha primeira voz fosse assim...
Fui tirado desses pensamentos quando senti Marcus forçar mais ainda fundo de mim. Senti que ele esporrava dentro de mim.
Pensei que tinha acabado. Errado
Marcus cuspiu em mim e levantou-se, dando lugar a agora a Matheo. Meu ânus já estava completamente destruído, mas ainda pude sentir a dor de ser penetrada a força mais uma vez...
Fechei os olhos e me entreguei ao desespero.
Continua.
