O cowboy dos sonhos - 2

Um conto erótico de Beto Torres
Categoria: Homossexual
Contém 1582 palavras
Data: 02/05/2014 00:28:42

Galera, estou de volta! Muito obrigado pelos comentários e fico feliz em saber que vocês estão curtindo o meu relato sobre o amor da minha vida. Peço desculpas pela demora em postar. Estava com o tempo superocupado com as provas da faculdade, mas agora posso respirar um pouco mais aliviado e continuar.

Onde foi que eu parei mesmo? Ah, sim!

Bem, ver o Oliver gostosão abrindo a porta do meu quarto me despertou um monte de pensamentos em frações de segundo. Imaginei que ele tivesse de alguma forma percebido que minha rejeição a ele nada mais era do que interesse e tivesse vindo tirar satisfações. Ou mesmo que tivesse aberto a porta do meu quarto para dizer que também estava louco por mim. O imaginei se jogando em cima de mim e me beijando...

Viajei total. O máximo que ele falou foi:

– Achei que aqui fosse o banheiro.

– Na próxima porta, cara – falei, colocando uma almofado sobre meu colo para que ele não percebesse que eu estava começando a ficar de pau duro.

O infeliz saiu pelo mesmo lugar por onde entrou e nem agradeceu ou sequer pediu desculpas por ter invadido o meu quarto, mesmo que por engano.

Odeio gente metida! Detesto! Mas ele me despertava tantos sentimentos confusos que, quando dei por mim, estava pondo uma bermuda e indo para a porta do banheiro para esperar ele sair.

Caralho! O que é que eu estou fazendo? Estou mesmo tentando descaradamente me aproximar de um cara que não me dá a mínima?

– É o Barão que está aí? – a voz entusiasmada da minha irmã me assustou. Todos na cidade o conheciam como Barão e se acostumaram a chamá-lo assim. Um apelido bem adequado a um filho da puta que acha que tem o rei na barriga.

– É sim – respondi, sussurrando para que ele não ouvisse. – Posso saber o porquê de toda essa empolgação?

– Não seja ingênuo, Beto. Nem combina com você.

– Não me diga que vc está interessada nele?

– Melhor que isso: estou ficando com ele. Só fala baixo que eu não quero que a mamãe ouça.

Foi difícil disfarçar. Engoli seco ao ouvir aquela revelação. Minha irmã de 19 anos me passando uma bela de uma rasteira. Não sei o que foi pior: se foi saber que minha irmã está saindo com um cara de quase 30 anos ou saber que esse cara é hétero convicto. O destino prega umas peças meio toscas na gente. Parece que, quanto mais eu tento colocar as coisas nos eixos, mais a vida me diz: "Tá fácil demais pra ele. Vamos foder um pouco mais o Beto!"

A porta do banheiro se abre e a Isaura se joga no pescoço dele. Definitivamente, ver aquele cowboy gostoso beijando a minha irmã mexeu comigo mais do que eu imaginava.

– Calma, minha pequena! – diz ele, um pouco surpreso após o beijo inesperado – O seu irmão...

O seu irmão... Aquele desgraçado é amigo do meu irmão, anda pegando a minha irmã e nem sequer se refere a mim pelo nome.

– Fica tranquilo – afirma ela. – Ele já sabe de tudo e vai segurar as pontas pra gente.

Com um sorriso malicioso, ela tira o chapéu dele e o beija, enquanto ele, agora mais tranquilo, fecha a porta do banheiro. Espera aí! "Segurar as pontas pra gente" significa vigiar na porta do banheiro enquanto ela dentro dá nele os amassos que eu queria dar? Foda-se! Uma folgada o outro exibido. Eles se merecem, mas não vão ter a minha ajuda. Espero que meus pais os peguem no flagra ali.

Voltei pro quarto e fui invadido por uma terrível sensação de perda. Se eu já tinha poucas esperanças de laçar aquele touro, agora elas se foram com a mesma velocidade com a qual vieram.

Não demorou muito até eles assumirem namoro. Ou seja: passei a ver o Oliver enfiado dentro da minha casa quase que diariamente. Uma tortura. Uma aflição que só crescia a cada dia e com a qual eu não estava conseguindo lidar. Ele, por sua vez, nem me dava bola, mal falava comigo, parecia até aqueles caras que não suportam gays fazendo de tudo para manter-se afastado de mim por saber dos meus desejos.

Com o tempo acabei me conformando com a ideia de que ele jamais seria meu, mas a atração física que eu sentia por ele ainda era grande. Minha pele arrepiava a cada vez que o via. Tremia cada vez que ele beijava minha irmã. Mas agora já era. Mas parecia que a ordem era me deixar cada vez mais maluco.

Certa vez, na academia, fui surpreendido por ele indo malhar. Até então nunca o tinha visto por ali, mas a ideia não é me deixar doido? Então! O desgraçado ficava fazendo séries na minha frente, deixando evidente aqueles músculos que vocês iriam adorar ver. Tinha uma tatuagem enorme nas costas que eu nunca tinha visto. Duas asas. Fiquei tão hipnotizado olhando pra ele que ele percebeu. E dessa vez sorriu. Eu, completamente sem graça diante da bandeira que eu tinha acabado de dar, segui para o banheiro da academia. Tomei um banho para esfriar a cabeça. Em vão. Furioso, soquei a porta. Idiota! Me troquei rapidamente para sair dali o mais rápido possível e, pisando firme, abri a porta do banheiro. Só que esta foi direto na cara do Júnior, um cara do colégio que me odeia. Dizem que ele é apaixonado pela minha namorada, o que justificaria essa raiva que ele nutre por mim. Mas o fato é que, normalmente numa situação dessas, nós pedimos desculpas. Entretanto, ao ver que tinha sido eu, ele partiu pra cima de mim, me empurrando.

Resultado: a raiva acumulada que eu estava sentindo pelo Oliver, acabou sendo despejada toda em cima do Júnior. Arrastei-o pra dentro do banheiro e bati tanto nele, que só parei porque fui segurado. Um amiguinho do Júnior o arrastou pra casa sob ameaças de vingança contra mim e eu pude finalmente me ver livre dos braços que me seguravam, já que, nervoso, ainda não tinha parado pra prestar atenção. Era o Oliver. Não sei o que me deu, mas eu só consegui dizer:

– Você deveria ter me deixado quebrar a cara dele!

– Ainda mais? – pergunta ele, ajeitando o chapéu.

– Você não tinha nada que ter me segurado.

– Você que não tinha nada que sair brigando por aí. Calma! O pai desse cara é policial. Você sabe que isso não vai terminar por aqui, não sabe?

– Não estou nem aí. Se for o caso, bato nele de novo. E, além disso, não é você que vai ficar dando lição de moral em mim.

Peguei minha mochila para ir embora, mas ele me segurou pelo braço. Se eu parar pra pensar, aqueles foram nossos primeiros contatos físicos. Bem diferente do que eu tinha imaginado. Ver aqueles olhos azuis a centímetros de mim me acalmou. Imaginei que eu fosse um Beto com mais coragem, capaz de agarrá-lo ali mesmo e dar-lhe um belo de um beijo na boca, sentindo aquela barba gostosa me arranhar, pegar naquele pau dentro daquela bermuda que vestia e dar uma chupada pela primeira vez na vida. Mas, de volta à realidade, eu não sou tão garantido assim.

Quando ele sorriu (que sorriso bonito do caralho!) diante de minha baixa de guarda, eu pude ver o quanto eu seria idiota (mais do que eu já estou sendo) se continuasse dando moral pra ele. Mas a minha vontade era continuar ali, o mais próximo dele possível.

– Me larga se não sobra pra você também – falei, tentando me soltar.

– Tenta bater em mim, marrento, pra você ver.

A banca dele me deixou puto! Esqueci os olhos azuis e o empurrei e ele, por ser mais forte do que eu, não teve nenhuma dificuldade em me imobilizar contra uma parede. Colocou-se atrás de mim, me fazendo sentir seu corpo me esmagando. Com seu chapéu preto de couro me roçando, falou em meu ouvido:

– Estou tentando te ajudar, moleque, mas já vi que você é burro demais pra perceber isso. Só não tiro essa tua marra agora porque você é irmão da minha namorada. Mas não tenta se meter comigo, não, que eu esqueço até disso.

Aquela voz rouca ao meu ouvido aliado ao peso daquele corpo me segurando fizeram meu pau subir na mesma hora. Ele finalmente me soltou e se foi. Entrei numa daquelas cabines e bati uma punheta que me fez gozar como nunca. Me recompus e voltei pra casa. Fiquei surpreso com a sensatez e equilíbrio dele. Apesar de saber que provavelmente depois daquilo nossa relação iria azedar de vez (se é que alguma vez havíamos tido algum tipo de relação), gostei do modo como ele se posicionou. Porém, nunca irei dizer isso a ele para não fazê-lo crer que ele tem algum tipo de influência sobre mim.

Mas acho que ele gosta da minha irmã de verdade. E o melhor que eu faço é tentar ser o mais cordial com ele possível, mantendo certa distância pra não dar vazão nem fazer crescer ao que eu realmente sinto por ele. Até então é uma atração forte, mas se eu vacilar, a coisa foge do controle de vez.

Dormi aquele dia após um sermão interminável dos meus pais sobre a surra que eu tinha dado no Júnior e eles me fizeram prometer que eu iria me retratar pedindo desculpas a toda a família dele, mas dormi tranquilo.

Mal sabia eu que as coisas iriam mudar drasticamente em menos de uma semana.

CONTINUA...

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive explorador_do_amor a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Hahah que engraçadinho ne!? Quero maaais... não demora!

0 0