A Metamorfose (Capítulo XVI)

Um conto erótico de jsell
Categoria: Homossexual
Contém 1515 palavras
Data: 07/05/2014 18:45:34
Assuntos: Gay, Homossexual

No dia seguinte acordei ainda com muita dor na mão. Fui até o banheiro, fiz minha higiene e voltei pro quarto. Quando voltei, o Kauã já estava no quarto.

- Ale, tu tem visita! - ele disse.

- Manda entrar! - falei.

Me virei pra buscar meu anestésico e, quando olho em direção a porta, vejo alguém que não esperava ver ali.

- O que você faz aqui? - perguntei, incrédulo.

- Saber se tu tá melhor - ele respondeu.

- Vaza daqui seu filho da puta! - exclamei.

- Calma, Ale, vamo conversar... - lágrimas caiam de seus olhos.

- Eu não tenho nada pra falar contigo, Renan! Eu digo que eu to apaixonado por ti e o que tu faz? Pega a primeira biscate que tu vê pela frente e ainda me deixa abandonado, sangrando no chão de um banheiro! Eu tenho nojo de ti e do que tu se tornou - meus olhos eram tomados por lágrimas e ódio.

- Mas como eu ia saber que tu gostava de mim, caralho? - ele segurou meu braço com força.

Eu fiquei calado pois realmente não sabia o que responder.

- Eu sei que você tá com raiva de mim e eu não tiro a sua razão, mas me escuta primeiro, por favor! - ele encostou sua cabeça sobre meus ombros.

- Caralho, pra que tu veio aqui? - perguntei, ainda chorando.

- Por que eu te amo, moleque! Só por isso. Não aguento mais passar um dia sem te ligar, sem vir aqui pra jogar videogame, sem te ver dormir com a cabeça no meu peito... porra, tu acha que é fácil assim vir aqui depois de tudo que aconteceu nesse ultimo mês? - ele chorava.

- Você devia ter pensado nisso antes de dizer que tinha vergonha de andar comigo porque teus amigos tavam te chamando de "bixinha". Você acha que pra mim foi fácil demais, né? Eu sofri, eu chorei, fiquei com raiva, fiquei com saudades, mas agora isso não me convence mais, Renan. Você não pode me dar o amor que eu quero que você me dê, então é melhor deixar tudo como tá. - falei, secando minhas lágrimas.

- Mas... - ele falou.

- Sem mais. Não chega perto de mim, não fala comigo, não me olha, finge que eu não existo. - E pega a porra desse vinil e enfia no teu cu se tu quiser - joguei o Vinil do Oasis que ele tinha me dado em cima dele.

- Beleza, Alexandre, só te digo uma coisa: tu vai se arrepender e vai vir atrás de mim como um cachorrinho. - ele bateu a porta do quarto, me deixando sozinho ali.

Eu estava completamente dividido. Metade de mim dizia que eu tinha feito o certo, e a outra metade me condenava. Eu queria correr atrás dele e dizer que o amava e que também não conseguia mais ficar sem vê-lo, mas eu não conseguia... meu orgulho era muito maior.

- CARALHOOOOOOOO - Gritei com todas as forças que eu tinha.

O Kauã foi até meu quarto e me viu naquele estado deplorável.

- Meu deus, Alexandre, me desculpa... eu sabia que não devia ter deixado ele entrar, mas eles insistiram tanto que... - eu o interrompi.

- Eles? Eles quem? - perguntei.

- A gangue. - ele respondeu.

- Me explica isso direito!

- Eles armaram isso tudo, Ale, eles queriam que tu e o Renan se resolvessem... eu juro que não queria, mas eles acabaram me convencendo. Se tu quiser pode me bater, ficar sem falar comigo, eu vou entender - O Kauã quase chorava.

- Só me deixa só um pouco! - falei.

Ele me deixou sozinho e então fiquei pensando em tudo que acontecera comigo naqueles últimos meses. Em meio aos meus pensamentos, acabei dormindo.

Acordei por volta de meio dia com o Fábio, a Alexandra e a Larissa lá em casa.

- Migo, me desculpa - A Larissa passava a mão no meu rosto.

- PUTA QUE PARIU, QUAL A PARTE DO "EU QUERO FICAR SOZINHO" VOCÊS NÃO ENTENDERAM? - gritei.

- Alexandre, deixa de ser estúpido, a gente só queria te ajudar! Morre então satanás - Alexandra disse, saindo do quarto, junto com os outros dois.

Recebi também várias ligações mas não atendi nenhuma. Não desci pra almoçar, nem sai do meu quarto naquele dia. Eu não estava com raiva deles, e sim do Renan por ter aparecido quando tudo estava tão bem.

Por volta das 5 da tarde escuto alguém bater na porta.

- Filho? - era a Dolores.

Abri a porta pra ela entrar, que já foi logo me dando um abraço.

- Achava que você tava morto aqui dentro meu filho! - ela disse.

- Não, mas quase... - respondi.

- Vem, seu pai pediu pra você me ajudar com umas compras - ela saiu me arrastando pelo braço.

- Calma, deixa só eu tomar um banho e já vamos - falei.

Tomei um banho e escovei os dentes, vesti uma roupa qualquer - não muito feia e nem muito arrumada - e fomos. Estranhei o caminho que ela tomou pra ir, mas permaneci calado. De repente, paramos na frente da casa da Paula.

- Ué, essa aqui é a casa da Paula - falei.

- Seu pai pediu pra eu pegar uma lista de compras com ela rapidinho, to com dor nas pernas, você se importaria de ir lá pegar pra mim meu amor? - ela pediu.

Fui contra livre e espontânea pressão e toquei o interfone...

- Alô? - uma mulher com uma voz atenuada havia atendido.

- Oi, sou o Alexandre, vim buscar uma lista que deixaram pra dona Dolores - falei.

- Pode entrar - ela abriu o portão.

Entrei e sentei em uma das poltronas. De repente, algo me assusta: coisas são jogadas em mim. Desde carne até ovo e melancia. PUTA QUE PARIU.

Me levantei da cadeira e logo vi a gangue toda reunida. Confesso que fiquei feliz por ver que todos ainda se importavam comigo, mesmo eu tendo agido como um estúpido mais cedo com alguns deles.

- Caralho, vocês são foda! - falei, rindo e tirando alguns caroços de melancia que tinham entrado no meu nariz (sim).

- Foda é tu mlk, deu maior susto na gente hoje! - Fabio respondeu.

- A gente queria pedir desculpas pelo o que a gente planejou, saiba que a gente não quis te magoar, a gente só queria te ver bem... - A Larissa falou.

- Tudo bem gente. Também quero pedir desculpa, principalmente a vocês três - disse me referindo a Larissa, Alexandra e ao Fábio. - Agora deixa eu ir que eu tenho que ir pra casa porque a Dolores ainda vai no supermercado - falei.

Todos riram da minha cara e eu fiquei sem entender aquilo.

- Que foi? - perguntei.

- A Dona Dolores não vai em supermercado coisa nenhuma, ela só deu essa desculpa porque se ela dissesse que era pra vir pra cá, tu não viria - A Ana falou.

- Caralho, vocês são tratantes hein! - falei, rindo.

Logo começaram a assar carne enquanto improvisávamos um karaokê. Claro que eu já estava devidamente limpo.

- Bora, eu vou cantar primeiro - Fábio pegou o microfone.

Ele começou a cantar "mistletoe" do Justin Bieber. Todos achavam que era pra Larissa, pois a mesma era fã louca do Justin Bieber, mas confesso que percebia alguns olhares estranhos dele pra mim.

"kiss me underneath the mistletoe, show me baby that you love me so" - seu olhar veio de encontro a mim. Confesso que fiquei com vergonha e pensei que era coisa da minha cabeça, até porque o Fábio namorava com uma menina do primeiro ano até um tempo atrás e então pensei "dever ser aquelas brincadeiras de hétero".

Logo voltamos a conversar e eu não conseguia parar de pensar no Kauã.

- Gente, vocês não chamaram o Kauã? - perguntei.

- Chamamos... - todos se olharam.

- E ele não veio? - perguntei.

- Veio. Tá lá dentro, no meu quarto, brincando com meu irmão - disse a Paula.

- E por que vocês não me falaram? - perguntei.

- Porque ele chegou aqui mal, tivemos que mentir pra ele poder vir, ele te considera muito, Ale! - disse a Larissa.

- Eu sei, fui um estúpido... vou lá! - sai em direção ao quarto da Paula.

Quando entrei em seu quarto ele estava dormindo com as mãos atrás da cabeça. Sua camisa polo realçava seus músculos. O acordei com um selinho.

- Ale... - ele disse.

- Não fala nada - continuei beijando-o enquanto subia em cima dele e posicionava minha bunda em cima do seu membro que já começava a ficar duro.

- Ale, eu... - eu não o deixava falar.

- Presta atenção - ele me segurou. Eu quero namorar contigo! - ele disse.

Continua...

niel1525, obrigado, querido!

Ru/Ruanito, é...

Mix832, eu escrevo tudo pelo celular, então não tenho noção de tamanho, infelizmente. Obrigado pelo comentário.

Revenger, eu também adoro! Da um clima diferente pro conto.

SafadinhoGostosoo, não descordo e nem concordo. Acho que o Kauã terá um papel importantíssimo na vida do Alexandre, mas muitas águas ainda irão rolar.. aguarde! Ah, e o nome da música é "I Gotta a Feeling", do Black Eyed Peas, não "Good Feeling" do Flo Rida. Um abraço e obrigado pelo comentário.

Agatha1986, haahha, eu acho que também prefiro o Kauã.

Hick e Vinni, eu entendo o lado do Renan. Não é fácil sair do armário, principalmente quando você descobre que, alem de ser gay, o seu melhor amigo está apaixonado por você.

Nicole Almeida, Ele sente, mas está confuso... só espero que ele saiba o que quer antes que seja tarde demais...

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Comentários

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Bem Feito pro Renan! Ai seu "é..." foi bem frio :( num vo mais comentar

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Eu tenho certeza agora que o Renan sente algo mas talvez se sinta confuso... estou amando as reviravoltas q está acontecendo e sem contar q ele tem os melhores amigos do mundo

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Tipo eu até entendo o lado dele também sabe, mais sei lah pra gente que já é "formado" fica difícil de compreender, na minha vida já foram tantas desilusões... rsr mais falando do conto ele está perfeito como sempre, e espero que o que o Renan disse sobre o Ale voltar correndo pra ele feito um cachorrinho não aconteça de verdade!!! Kkk

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Owt Muito Bom, Seus Contos Vem Caa Vez Melhor bjss.

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Aê!! Até que enfim o Alexandre tomou uma atitude e despachou esse Renan pro Inferno. Pena que não seja permanentemente... - Parei.

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