Until The Very End - Cap 17 "Be my friend..."

Um conto erótico de Lipe
Categoria: Homossexual
Contém 1106 palavras
Data: 07/04/2014 18:29:28
Assuntos: Gay, Homossexual

A semana se arrastou lentamente. A pedido do médico, comecei a caminhar para relaxar. Na minha cidade há um local de caminhada próprio. Um belo parque com um lago e local para se fazer pic-nic. Curiosamente, esse local era de frente para o hospital.

Fui de carro até esse local e parei um pouco mais atrás do hospital, por falta de vagas. Segui em direção à entrada do parque, mas, na hora que eu passava em frente o hospital, vi uma cena inusitada.

Fernando com uma criança no colo, que eu julguei ser seu filho, gritava com a enfermeira que precisava de socorro, mas a enfermeira se recusava.

Fui até lá e tive certeza do que eu vira. Fernando nervoso gritava com a enfermeira:

- Meu filho precisa de ajuda! Salva ele porra!

- Não podemos, tem pessoas na frente! – Eles discutiram mais alguns momentos, mas a enfermeira se recusava a socorrer a filha do Fernando. Cheguei até ele e disse:

- Fernando, vamos lá no carro! Eu levo vocês até uma clinica particular – ele me olhou nervoso e disse:

- Eu não preciso da sua ajuda! Saia daqui! – Respirei fundo e disse:

- Seu idiota! Seu filho vai morrer aqui! Larga de ser um orgulhoso de merda e entra na porra do meu carro! – Todos nos olhavam. Mas ele recusou e voltou a gritar com a enfermeira.

Ele colocou seu filho sentado na cadeira de espera e sentou ao lado dele. Fui até ele e falei:

- Seu filho ta morrendo! Por orgulho você vai mesmo deixar ele morrer? – Ele me olhou nervoso.

- Eu já mandei você sair daqui! – Ele se levantou para me peitar, mas antes dele se levantar por completo eu dei um murro nele. Enquanto ele recuperava do baque, peguei seu filho e corri para meu carro. Coloquei-o deitado no banco de traz e abri a porta do passageiro e perguntei para ele, que vinha logo atrás bufando de raiva:

- Você vem ou não? – Ele por fim e sem opções, cedeu e entrou no carro.

Segui correndo para o melhor hospital da cidade. A todo momento ele falava que não tinha dinheiro para pagar, mas eu só o mandava acalmar e se preocupar com seu filho.

Chegamos lá, ele pegou seu filho e entramos no hospital. Imediatamente chegou um médico e uma enfermeira.

- Faça tudo o que tiver que fazer, mas salve a criança.

- Tem seguro senhor? – Essa pergunta, enquanto a criança morria me fez explodir de raiva, então eu gritei:

- Tenho dinheiro, isso é suficiente. Salve o menino! – A enfermeira hesitou um instante e eu disse rápido:

- Sabe de uma coisa, eu tenho dinheiro suficiente para acabar com esse hospital com um processo de negligência caso esse menino morra, então salva ele se você quer seu emprego!

Eles o levaram para uma sala. Fernando estava desesperado na sala de espera. Alguns minutos depois o médico veio falar com a gente:

- Seu filho corre bem – ele disse para Fernando e continuou – mas achamos que ele tem Leucemia. Precisamos de mais exames...

- Faça o que tem que ser feito, não se preocupe com dinheiro – eu disse e Fernando sentou e começou a chorar. Eu sentei do lado dele para consola-lo. Pela primeira vez em anos, ele me abraçou e chorou no meu ombro.

A moça veio falar comigo sobre pagamento, só entreguei meu cartão e paguei. E disse para mandar todas as faturas para o meu endereço. Sentei novamente ao lado do Fernando e ele perguntou:

- Por quê? – Ele me perguntou encarando com aqueles olhos verdes marcados.

- Como assim? – Eu perguntei.

- Durante todo o tempo que nós trabalhamos juntos, você tentou se aproximar e eu sempre te cortei e te joguei pra baixo. Porque você está fazendo isso pra mim? – Ele perguntou chorando.

- Lembra a vez que eu disse que você seria meu amigo para sempre, então, é isso que amigos fazem. Seu filho é a pessoa mais importante para você, e se algo ruim acontecer a ele, você vai se culpar eternamente e ficará triste, eu não quero ver você triste...

- Lipe, se algum dia você precisar de qualquer ajuda, qualquer coisa, me fala, isso que você tá fazendo não tem como eu lhe pagar... – Ele disse me encarando com aqueles olhos verdes vermelhos de choro.

- Só tem uma coisa que eu quero que você faça pra mim... – Vi uma pitada de preocupação no seus olhos e eu disse:

- Volte a ser meu amigo – Nesse momento foi minha vez de chorar no seu ombro. Dei um abraço amigável nele ele sussurrou no meu ouvido:

- Claro... – Depois de longos anos de solidão, pela primeira eu senti que tinha um amigo.

Após nosso abraço amigável fomos a uma lanchonete próxima, pois eu estava com fome e Fer também. Pedimos um lanche, mas Fer não me deixou pagar. Uma vez sentados e comendo, começamos a conversar:

- Sabe Fer, a gente tem que ir lá buscar sua esposa. Onde ela está? – Fer deu um suspiro e disse:

- Depois daquele dia, eu pedi demissão da empresa. Ela ficou super brava e disse que eu fiz a maior burrada da minha vida. E, durante a noite, fugiu. Deixou apenas uma carta dizendo “Você não tinha camisinha naquela noite, cuide do seu filho sozinho! Idiota...” e depois disso nunca tive mais nenhuma notícia dela... – Fiquei pasmo com a história. Era o primeiro caso em que a mãe abandona o filho com o pai que eu conhecia.

- Desculpe... Eu não sabia...

- Sem problemas. Mas Lipe, o que você fez durante esses dois meses?

- Fiquei em casa, olhando pra parede... e você? Arranjou novo emprego? Meu chefe disse que você não quis uma Carta de Recomendação...

- Lembra uma vez que você me disse que se quisesse, eu não conseguiria emprego na cidade? Era verdade... Uma simples menção sua e pude escolher aonde eu trabalharia. Teve uma empresa em que um engenheiro fissurado ofereceu o dobro do salário convencional por eu ter te salvado.

- Nossa.. Me senti importante agora – Demos uma leve risada.

Conversamos mais uns dez minutos sobre nossas vidas. Depois voltamos para o hospital.

No hospital o médico o liberou para visitar seu filho. Ele lhe deu um longo abraço. Eu e o Doutor Paulini, médico responsável por ela, só observamos de longe. Dr. Paulini me explicou sobre a doença e por que ele achava que ele tinha Leucemia. Autorizei qualquer exame, desde que o pai autorizasse. Eu pagaria qualquer coisa.

As horas foram avançando e nada do Fer desgrudar de seu filho. Percebi que ele ficaria ali todo o tempo com ele. Fui para casa, tomei um banho e voltei para o hospital. Ele precisaria de apoio nessa hora, eu queria dar apoio a ele.

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Comentários

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MUITO BOM. PELO MENOS A DOENÇA DO FILHO DO FERNANDO TEVE UM LADO BOM, ELE ACEITOU A AMIZADE DO LIPE DE NOVO.

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Fico feliz que finalmente esse cabeça dura do Fernando aceitou ser amigo do Lipe de novo, tomara que o filho do Fer saia dessa.

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