Irmandade 2

Um conto erótico de Dinho
Categoria: Homossexual
Contém 3573 palavras
Data: 29/04/2014 22:28:16
Assuntos: Gay, Homossexual

Levi parecia um preso condenado a cadeira elétrica quando veio arrastando os pés até a sala, mas até assim ele parecia um daqueles modelos de capa de revista. Vi quando Max foi descendo o olhar pelos quilômetros de pernas que Levi tem, o que eu fiz? Simples, belisquei ele, um beliscão só com as unhas que dói mais. Apontei para que o mais novo se sentasse em um poof que eu tinha propositalmente posto no meio da sala. Não iriamos brigar com ele por causa da dança, isso nunca, até que eu estava bastante curioso sobre esse tópico. Como ele sabe dançar daquela maneira? Mas resolvi não mostrar minha curiosidade, o nosso objetivo ali era saber o por que ele ter pedido dinheiro para poder dançar. O clima na sala estava superpesado, quando Levi ficava triste parecia que tudo em sua volta entristecia também, sei que parece brega, mas eu não dou a mínima. Ele olhava para um ponto fixo na parede atrás de mim e eu juro que as vezes eu me sentia compelido a olhar naquela direção e ver o que tanto o fascinava, mas não fiz.

Começamos as perguntas e ele respondia umas e outras ele enrolava, enrolava e não dava uma resposta para a pergunta feita. Vi que ele usava apenas uma camisa velha e uma cueca, suas pernas estavam completamente expostas e isso estava causando um efeito hipinótico em Max, Leo, Antenor e Júnior. Cada movimento de perna quarto cabeças viravam-se simultaneamente na mesma direção. Comecei a ficar preocupado e Matheus também, Levi ficava mais sensual quando ele não queria atrair atenção de ninguém. Quando meus beliscões não estavam mais surtindo efeito em Max – e olha que o braço dele estava vermelhíssimo - eu fiz o que deveria ter feito assim que Levi entrou apenas de cueca na sala. Tirei a minha calça e dei um comando rosnado para que ele vestisse aquilo e sem reclamar. Ele vestiu e não disse nadinha, dei um sorriso vitorioso quando vi que um pouco do encanto sensual dele tinha sido desfeito. Insisti na mesma pergunta que ele se recusava a responder.

— Por que aceitou o dinheiro, Levi? — Quase me arrependi por ter dado minha calça para ele, minhas pernas eram tão brancas e sem definição, era uma competição ilegal. Levi era um puto de bonito! — E não venha querer me enrolar, estou cansado e quero comer.

— Eu já disse para vocês – Respondeu – Quero o dinheiro para ajudar os bebes de rato do mato quando eles ficarem órfãos por causa da caça predatória de suas mães e...

— Levi! — A voz grave e rouca de Antenor ecoou por todo o cômodo, até eu fiquei com medo daquele vozeirão – Para de enrolação, não sou seu pai ou seu irmão, mas se continuar assim vai ser necessário eu te dar umas boas palmadas na bunda.

A cara que ele fez foi tão hilária e digna de pena ao mesmo tempo que quase uma parte de mim ria e a outra ia até ele e abraçá-lo fortemente. Então ele nos contou o verdadeiro motivo, fiquei de queixo caído quando ele disse que fez aquilo por que não queria ficar dependendo apenas de seus avós – ele não morava com os pais antes de vir morar no meu apartamento – e de nós, disse que queria ter o próprio dinheiro e que queria ajudar com tudo na casa. Tinha horas que Levi parecia uma criança, mas ele também demostrava um lado adulto, que eu com 17 anos não tinha. Ficamos calados por um tempo muito grande, Levi olhava agora para o chão, remexia nos cabelos pretos deixando-os mais rebeldes do que já eram. Os seis mais velhos – Max, Matheus, Leo, Antenor, Júnior e eu – nos olhamos por um tempo significantemente longo depois que Leo disse para Levi que ele poderia sair para onde quisesse já que as perguntas tinham acabado.

Max, apenas mexendo os lábios, perguntou “Será que deixamos a entender para ele que ele era um peso para nós?”. Estava estático, não sabia o que fazer ou o que dizer, então eu acho que foi por isso que eu apenas dei de ombros, ficamos em silencio por muito mais tempo, cada um presso em perguntas mentais pessoais. Fui o primeiro a sair daquele estagio triste de autoculpa. Andei lentamente até o quarto de Levi e o encontrei sentado na beirada da cama olhando para o nada, suspirei fundo e me sentei ao seu lado, seus braços estavam paralelos ao corpo então foi fácil para eu entrelaçar meus dedos nos seus. Ele não falou nada, não fez nada e eu segui o seu exemplo. Eu comecei a falar lentamente depois de longos minutos, disse para ele que ele não era obrigado a pagar por nada, apesar dos avós dele mandarem uma pequena quantia para mim todo mês, eu disse que como ele tinha seis irmãos mais velhos ele não pagaria por absolutamente nada. Ele riu e não demorou muito para eu ter o Levi brincalhão de toda hora. Acho que os outros estavam escutando escondidos e depois entraram no quarto gritando que pediram pizza e que Antenor ia a uma locadora de vídeos para locar alguns DVDs para assistirmos.

A noite passou rapidamente, o assunto de poucas horas mais cedo já tinha, a muito tempo, sido esquecido. Ri mais do que assistir os filmes, Max toda hora ficava querendo me beijar nas cenas mais picantes e eu como não sou de negar fogo não me fazia de rogado e beijava de volta. Levi também me distraia, mas não com beijos ou coisa do gênero, eu ria de mais das caretas que ele fazia nas cenas mais picantes, era superengraçado. Ao todo assistirmos dois filmes e meio, comemos quatro pizzas e bebemos seis litros de refrigerante (mas foram apenas duas garrafas, já que vendem refrigerante de 3 litros e tal). Max ainda quis dar uma rapidinha antes de dormir, mas eu disse não e permaneci firme na minha decisão, mesmo quando ele tirou a roupa na minha frente e começou a andar de um lado para outro no quarto fingindo colocar objetos no lugar. O que eu fiz? Amaldiçoei esse garoto por ser tão gostoso, mentalmente é claro e me cobri dos pés a cabeça com o edredom. Max ainda ficou um tempão andando pelado pelo quarto. Gritei para ele vir para a cama que o ar-condicionado estava ligado no máximo e se ele não viesse se deitar pegaria uma gripe ou pior, ficar com o pinto encolhido e isso foi o estopim. Não demorou muito para eu senti ele me abraçando e dizendo emburrado como uma criança “Ninguém mexe no meu pinto”. Dormir com um sorriso brincalhão no rosto.

Quando acordei Max já estava completamente vestido e disse que Antenor já estava saindo. Dei um pulo e corri a toda velocidade para o banheiro, se quisesse me assustar não era preciso muito, era só disser que eu teria que ir de ônibus para a faculdade que eu já me cagava todo. Tomei o banho mais rápido do mundo, quando cheguei no quarto Max estava lá, arrumando seus materiais calmamente. Gritei perguntando o por que ele não ter me acordado a resposta foi a mais cretina de todas “Não quis te acordar, você dormia tão tranquilamente que...” não o deixei continuar e joguei um sapato nele. Eu sabia que ele estava com raiva de mim por que eu não tinha transado com ele, eu já estava com raiva fiquei com mais raiva ainda quando tive que vesti a camisa três vezes por que toda hora eu a vestia ao contrário. Extrapolei o nível da raiva quando ele disse “Quer almoçar comigo naquele restaurante perto da facul na hora do almoço?” juro que se ele não fosse meu namorado eu matava aquela peste, me vesti mais rápido ainda e bati a porta do quarto com força na saída.

Levi estava com a maior cara de sono de todos os tempos, ao contrário de mim ele não tomou banho, vestiu a primeira roupa que encontrou e estava quase dormindo em pé apoiado na parede da sala. Constatei, só com um pouquinho de inveja, que mesmo todo desalinhado e bagunçado ele conseguia ser sexy. Matheus perguntou se ele pelo menos tinha escovado os dentes em resposta o mais novo pegou Matheus pelo pescoço e deu uma baforada no rosto do meu amigo. Ri e o resto do pessoal me acompanhou, e ele tinha sim escovado os dentes. No carro Levi apoiou a cabeça no meu ombro e adormeceu, do meu apartamento até a faculdade não era tão longe, mas mesmo a sete da manha na minha cidade já tinha um congestionamento nojento, então era mais ou menos trinta minutos até lá. Odiava ir de ônibus por que uma vez um cara me encochou e só faltou pedir para eu pagar um boquete para ele, fomos conversando o trajeto todo, adorava meus amigos por de mais da conta. Cutuquei Levi e quando ia cutucar de novo ele disse:

— Estou acordado – Mas a sua voz era tão baixa e cheia de sono que eu quase sugeri que ele ficasse dentro do carro que eu pediria para Antenor voltar e deixar ele em casa, mas ele se espreguiçou, bocejou alto e pulou do carro – Bem acordado, vamos Dinho.

Achava engraçado quando ele falava meu nome, já contei que ele é nordestino? Sim, nascido e criado, seu sotaque as vezes é bem complicado de entender, mas na maioria das vezes era gostoso de ouvir, no meu apelido ele acentuava demais o “di”. Também desci do carro e notei que várias cabeças se voltavam na nossa direção, mas não era para menos, sete caras extremamente gatos passeando assim não é todo dia que se pode ver. Então cada um foi para o seu pavilhão, nutrição e gastronomia ficavam praticamente no mesmo pavilhão, então eu e Levi íamos juntos era nessa parte do dia que eu tentava arrancar alguma informação dele, insistia de modo bastante sutil se ele estava gostando de alguém, já que ele tinha um medo de doido quando algum cara chegava junto dele e o cantava. Mas ele não respondia se limitava a sorrir de canto de boca e balançar a cabeça, teve uma hora que eu me irritei, se eu tivesse o corpo que ele tinha (e aquelas pernas!) eu distribuiria senha e organizando uma fila para os meus pretendentes. Foi por isso que perguntei.

— Levi você nem sentiu tesão quando aquele dançarino de ontem de agarrou? — Estava supercurioso, porra! Ele ainda era um adolescente e pelo que eu saiba adolescentes são controlados por hormônios vinte e quarto horas por dia – Me diz, por favor! Vai! Não vou disser para ninguém.

— Não – Respondeu e entrou na sala dele fechando a porta para que eu não pudesse entrar. Bufei irritado e segui o meu caminho.

Adorava a matéria que escolhi para cursar, mas hoje parecia que as aulas estavam tão massantes e sem fim. Minha mente viajava nas mais diversas situações e estranhamente sempre se convergiam em Levi, achei estranho. Não estava apaixonado pelo meu amigo ou algo do gênero, já disse que para mim ele era como um irmão mais novo. Arrastava-me de uma aula para outra sem vontade de estar naquela aula ou na aula seguinte ou na outra depois dessa. Teve uma vez que eu olhei de relance Levi e reparei que ele tentava fugir desesperadamente de um cara que barrava a passagem dele, pelos seus olhos eu conseguia ver claramente a mensagem “Socorro!” que dali avisava. Tive que ir ajudá-lo, não sabia o por que Levi tinha tanto medo de se relacionar com alguém que estivesse interessado nele, cheguei perto e ainda escutei um trecho da conversa.

- … Vai ser bem legal e espero que você vá dessa vez – Disse o rapaz, que eu tinha que admitir, era extremamente atraente, mas Levi parecia que olhava para um monstro. Suas mãos tremiam e quase sorri ao ver a sua cara de alívio quando me viu – Você vai? Não vai?

— Não sei, talvez - Respondeu e olhou para mim – Anderson! Você demorou demais.

E saiu me puxando na direção oposta de onde o cara estava, nem se despediu ao qualquer outra coisa, eu que virei o rosto e dei um tchau minúsculo com a mão. Perguntei o que eles estavam conversando antes de eu chegar ele nada respondeu e continuou a me puxar. Vi Max acenando para mim perto das escadas e disse para Levi que almoçaria com ele, me soltei de seu aperto e senti pontadas de dor quando o sangue voltou a circular pelas pontas de meu dedos, nem me toquei que ele estava apertando tão forte.

— Ok – Ele parecia agitado, mas eu nada disse. Despedi-me dele e quando estava no terceiro degrau ele diz – Dinho, eu estou voltando para casa, não estou com vontade de assistir mais aula alguma.

— Você está bem? — Voltei a subir os três degraus que tinha descido – Tem alguma coisa erada?

— Não.

Ficamos nos olhando bom um bom tempo, estava claro que ele estava me escondendo alguma coisa, mas não iria pressioná-lo em nada. Peguei em seu braço e disse que chamaria Antenor para que ele o levasse até em casa, mas ele não quis. Disse que tinha visto ele com uma garota aos beijos e que não iria atrapalhá-lo só porque ele não queria mais assistir aula, fiquei calado. Então ele disse que poderia pegar um ônibus sem problema algum, continuei calado. Convidei Max para que ele fosse comigo deixar Levi na parada e de lá nós iriamos até o restaurante almoçar. Levi ia andando na frente e Max me cutucou e me perguntou o que estava acontecendo com ele, dei de ombros e isso foi resposta suficiente. Tínhamos que atravessar a avenida para irmos até a parada, já que essa bendita ficava do outro lado. Estava conversando amenidades com Max que eu nem vi quando Levi atravessou a avenida, só ouvi o freio e rapidamente pensei no pior. Mas não, Levi estava parado olhando assustado para o carro que estava parado a centímetros dele, Max e eu saímos correndo na direção dele.

— Carro mata cachorro, idiota! Quer morrer?! — Gritou o motorista do carro que tinha freado bem perto do meu amigo.

Tinha outros carros parados atrás desse e mais outros do lado, Levi ainda estava parado ali. Foi preciso Max carregá-lo até a outra margem, o que diabos estava acontecendo com Levi? Liguei para Antenor pedindo que ele viesse, com o carro, do lado de fora que Levi não estava se sentindo bem, parece que foi eu só disser essa palavra para que Levi desmaiasse nos braços de Max, fiquei ainda mais preocupado. Não demorou muito e Antenor estacionou e veio correndo na nossa direção, Matheus, Leo e Júnior também vieram até onde estávamos. Dei um pequeno resumo do que tinha acontecido e o colocaram dentro do carro enquanto eu relatava o acontecido, ele ainda estava desacordado e isso não estava preocupando somente a mim, todos os outros estavam preocupados também. Vasculhei os bolsos dele até que achei sua carteira, procurei até encontrar o cartão do seu convênio medico. Suspirei aliviado quando olhei o nome do hospital, não era muito longe de onde estávamos. Disse o endereço para Antenor e ele pisou fundo no acelerador.

Quando chegamos no hospital fomos direto para a emergência. Leo saiu na frente para trazer alguém com uma maca, mas Antenor não quis esperar e pegou Levi nos braços e saiu andando apresado na direção do hospital. Chegamos na recepção da emergência e não demorou muito e Leo apareceu com um enfermeiro e uma maca, o tal enfermeiro que não parecia ser mais velho que Antenor perguntou a quanto tempo ele estava desacordado, eu respondi – calculando o tempo que demorou para Antenor chegar e mais o tempo para nós chegarmos até ali – que aproximadamente 40 minutos. Ele perguntou o de praxe como nome, idade – que ficou impressionado quando dissemos que ele tinha 17 anos – se era alérgico a alguma medicação, quem respondeu essa foi Júnior, olhamos para ele e ele respondeu na defensiva:

— Que foi? Julguem-me!

Depois de perguntas feitas o enfermeiro que estava na nossa frente chamou mais um outro e disse que levaria Levi para uma sala privada para descobri o que ele tinha, já que ele estava desacordado e coisa e tal não tinha como perguntar para ele se estava sentindo dor ou alguma outra coisa. Ninguém podia entrar com ele, então ficamos na recepção. Minha bunda já estava doendo, estava morrendo de fome e de cansaço – não era pra menos, já era sete horas da noite! — quando o enfermeiro veio nos avisar que Levi já estava acordado e que ele ficaria um pouco mais ali no hospital até ficar um pouco mais disposto. Perguntei se poderíamos vê-lo e para a minha surpresa ele disse sim. Pedi para saber o que ele tinha e o enfermeiro – que pediu para ser chamado de Thiago - respondeu que era apenas fraqueza associado ao stress da quase batida e uma noite maldormida. Como era apenas permitida a entrada e três pessoas ao menos tempo, primeiro entrou Max, Antenor e eu. A primeira coisa que ele fez quando entramos no quarto foi pedir desculpas.

Me surpreendi com o ato de Antenor, ele gritou muito com Levi e depois deu um beijão na testa dele, nessa hora Antenor pareceu muito mais velho e responsável do que realmente era, parecia um pai de família brigando com o filho que fez besteira. Não adiantava mais ser sutil então eu perguntei na cara dura mesmo o que estava acontecendo com ele, mas não obtive nada como resposta. Quase grunhi de raiva e insatisfação, sai do quarto esbravejando um bocado de palavrões. Que ele ficasse com os segredos dele! Estava andando, com muita raiva, em busca de um bebedouro, quando ficava com raiva eu tinha muita cede. Estava distraído e nem vi quando uma montanha vestido inteiramente de branco se chocou contra mim, cai sentado de bunda no chão e estava com um copo de água na mão – já tinha achado o bebedouro -, a água me molhou e ele também. Já estava prestes a gritar com aquela anta por ter me derrubado quando eu vi a rosto e reconheci a pessoa. Ali na minha frente estava o segundo dançarino, o tal de Emer.

Minha voz ficou presa na garganta então quando eu consegui falar novamente, eu disse estupidamente “Você é medico?” e ele me respondeu que sim, um medico fisioterapeuta. Mesmo eu sendo um cara comprometido e tudo mais eu não estava conseguindo resistir a beleza arrebatadora daquele medico/dançarino. Ele – meu Deus! — era majestoso, quase conseguia ver novamente ele se esfregando em meu amigo ontem. Quase surtei novamente quando ele me reconheceu e me perguntou o que eu estava fazendo ali, estava quase para dar uma resposta sarcástica do tipo “Nada, apenas gosto de andar em hospitais e ser derrubados por médicos extremamente lindos. Mas ao invés disso eu falei estupidamente – de novo - “Meu amigo, aquele que dançou com você, está... tipo, aqui...” ele nem me deixou terminar e foi logo me perguntando onde ele estava, se o que ele tinha era grave e me ordenou que o levasse até Levi. Fiz a única coisa que qualquer pessoa normal faria diante a uma ordem dada por aquele anjo caído.

Quando entrei no quarto, encontrei Matheus, Leo e Júnior no quarto. Nem perguntei como eles conseguiram autorização para entrar ali, Emer nem me deixou anunciá-lo, foi logo me empurrando e perguntando como Levi estava. Todos ali ficaram surpresos com a entrada do medico maravilha. Levi era o mais surpreso de todos, seus olhos estavam arregalados ao máximo e sua boca aberta em um O perfeito de pavor. Até a voz de Emer era linda... mas eu não deveria está reparando nisso! Você namora, Anderson! Foco! Por vias das duvidas levei minha mão até os cantos da minha boca para ver se eu não tinha babado, graças a Deus que não. Anderson – desempenhado seu papel de pai protetor – levantou, estendeu o braço e se apresentou para o Emer que não se intimidou nem um pouco com o ato protetor do Antenor.

Ficamos conversando por bastante tempo, quando o enfermeiro Thiago veio para avisar que Levi já estava liberado e poderia ir para casa, ficou horrorizado ao ver que tinha oito pessoas em um quarto só, tentamos dizer que o paciente não tinha nada muito grave e que poderíamos ficar ali na paz, mas ele gritou bem alto e disse para que nós fossemos embora agora. E fomos, ainda demoramos um pouco por causa de Levi, ele foi na enfermaria tirar a agulha que estava em seu pulso – ele estava tomando vitamina no soro – só ai que fomos embora, quase nove da noite. Emer foi conosco até a recepção, até a entrada da emergência, até o carro. Quando só faltava Levi entrar no carro Emer deu um pequeno puxão nele e o levou até uma parte onde não podíamos escutar o que eles conversavam, só vi quando Emer colocou alguma coisa na mão de Levi e vi quando os lábios do meu amigo se mexeram, ele parecia está dizendo números. Fiquei exultante quando caiu a ficha que Levi estava dando o número do telefone dele para um cara.

Ele voltou com um sorriso mínimo no rosto e eu perguntei o que era aquele papel em sua mão – fazendo a Neyde, é claro – e ele respondeu:

- O numero do telefone do Emerson.

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