Tinha que ser logo ele? P.3/S.T

Um conto erótico de Sarin
Categoria: Homossexual
Contém 2494 palavras
Data: 27/04/2014 23:26:50

Oi baixinhos!!!! Gente eu disse que iria desistir, não foi?

Pois bem, hoje recebi uma ligação muito especial de alguém que vocês conhecem muito bem, Fernando.

E ele me encorajou a não desistir, pois era a nossa história(história que até hoje ele me enrola e nunca leu) e que eu não devia desistir, pois sei que muitos de vocês se identificaram com o que passamos(parte do que passamos) e muitos gostam do conto. Por isso, pelos seus comentários e por que sei que apesar de não terem tantos deles, muita gente que não possui conta acompanham desde o começo. E se já sabem como eu sou, não vou desistir assim. Ainda tem muita lenha pra queimar e vocês ainda vão rir e chorar muito com essa turma aqui. Bjão e boa leitura.

Aliás, chorei rios escrevendo esse capítulo, foi extremamente difícil pra mim, da primeira vez e agora também.

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- Ah... Kayo, Kayo... Eu te amo, mas você passou dos limites!- Então senti meu rosto queimar.- Isso é pra você aprender!- Meu rosto ficou virado e eu arregalei os olhos de raiva.

- Nunca, mais, encoste essas suas mãos sujas em mim!!!- Então reuni todas as minhas forças e lhe lancei um tapa com a direita. Ele recuou e me olhou assustado. Então desferi outro com a esquerda.

- De onde... Você tirou tanta força..?- Então dei outro, que o fez cair no chão. Andei em sua direção e ele começou a engatinhar ao encontro da parece. Foi então que me abaixei e o segurei pela gola da camisa, o empurrando contra a parede.

Ele me encarava como se eu fosse um monstro. E de tal forma, eu queria realmente que ele achasse isso.

- Não sou mais um garotinho chorão, Rafael!- Disse me aproximando de seu ouvido.- Brinque com fogo, e sairá queimado!!!- O empurrei contra a parede novamente.

- Eu não tenho medo de você...- Ele tentou parecer irônico, mas seu medo era evidente. Gente, nem eu me reconhecia. Babado!

- É mesmo?- Segurei em seu topede, empurrando sua cabeça na parede.- Então escuta só... Eu posso não te assustar, mas tem alguém que vai adorar saber de tudo que você apontou. Fernando...- Ele arregalou os olhos e me empurrou, subindo em cima de mim.

- Por favor, não conta...- Ele fez cara de cachorrinho, e ei a ignorei.

- Não adianta fazer esse biquinho, eu estou blindado contra esse truque! E ele vai saber de absolutamente tudo!!!

- Não se eu der um jeito em você antes!!!- Ele pôs as mãos no meu pescoço e apertou.

Eu tentava abrir seus dedos, mas ele era muito mais forte, não tinha a menor chance. Sentia o ar faltar e olhei em seus olhos. Percebi uma lágrima escorrer pelo rosto dele e cair no meu peito. Sua expressão era de dor e então seus dedos foram abrindo. Ele tirou as mãos de mim e se debruçou sobre meu corpo.

Suguei o máximo de ar possível e então comecei a tossir.

Ele chorava muito com a testa encostado no chão. Podia ouvir perfeitamente, pois, sua cabeça estava ao lado da minha.

Ao recuperar o ritmo da respiração, me deitei e fiquei encarando o teto.

Como ele pode? Eu sei, eu não deveria me fazer essa pergunta, já que sabia do que ele era capaz. Mas, a mim? Então todas as palavras que ele me disse um dia, foram todas mentira? Todas palavras vazias? Sem o mínimo valor?

O amor as vezes nos prega peças bem esquisitas. Nos faz acreditar cegamente na pessoa, e quando menos esperamos, ela se revela um dos piores inimigos. Não vou mentir. Na verdade nem sei se é possível... Mas eu também o amava. Parece infantil, egoísta... Mas eu queria os dois pra mim. Eu não seria capaz de viver apenas com um. Era como se um completasse o outro, e juntos formavam o par perfeito pra mim.

O que em um faltava, eu encontrava no outro. A inocência e a meiguisse, as vezes burra do Fernando, supriam a capacidade manipuladora e agressiva do Rafa. E assim por diante.

Eu merecia aquilo. Eu merecia ser pisado e humilhado por brincar com os dois. Enquanto um me dizia "eu te amo", pelas costas eu dizia "sou todo seu", para o outro. Seria tão errado assim querer ser a Louis Lane e ter meu próprio super-homem? Eu sei, de todas as bobagens que eu acabei de dizer, só uma faz sentido. Eu não fazia a mínima idéia do que estava fazendo...

- Por favor... Vai embora...- Disse ele entre soluços.

- Você ia me matar... Você ia mesmo me matar...- Disse sem ânimo algum. Minha vista estava embaçada e o branco do teto me dava enjoo. Era como as tudo fosse desabar sobre mim à qualquer momento.

- Sim... Mas eu não consigo! Eu não consigo, porque sou fraco... Fraco por te amar tanto... Fraco por não ter te conhecido antes dele... Fraco por não conseguir te fazer me amar... Eu sempre estrago tudo... Sempre...

Se fez um longo silêncio ali. O único ruído ouvido era de seu choro. Ele chorava como uma criança, aquela que vê seus amigos, todos brincando alegres na caixa de areia, enquanto ele fica solitário, a espera de um resgate, e ninguém o vê. Ninguém o nota.

- Porque fez aquilo? Porque o deixou passar por aquela dor?- Perguntei virando levemente meu rosto ao encontro do dele.

- Por que... Não sei... Eu simplesmente fiz. E não me arrependo.

- Você é um monstro...- Ele me olhou e sorriu.

- Você é igual a mim e sabe disso.

- É...- Disse voltando novamente meus olhos ao teto.- Somos idênticos. Mas... Ao menos eu não machuco quem amo... Já você...

- Eu te amo! Foi por isso que eu não te machuquei.

- Então prova. Prova que eu não preciso perder a esperança em você, prova que tudo que você disse, e o que eu sinto aqui dentro não é apenas uma mentira...

- Como?- Perguntou ele encarando o chão.

- Contando tudo à ele você mesmo... Só assim você poderá provar que me ama de verdade.

- Eu não consigo...

- Para de mentir. Para de dizer que não consegue fazer as coisas, para de dizer que me ama e depois se comportar como um covarde!- Disse já com a voz alterada.- Que você sempre teve inveja do Fernando disso eu sei, eu só não entendia o por quê. Você é lindo, sem dúvidas. É gostoso, e um dos caras mais inteligentes que eu conheço... Mas você realmente tem que ter inveja dele. Sabe por quê..?- Ele me olhou de canto do olho.- Porque ao contrário de você, ele é homem de verdade! Ele arca com as consequências de seus atos, tanto que pagou pelo que você fez... Você deve isso, não só à mim, mas principalmente a ele. Me prove que você é melhor que esse lixo, que está em cima de mim...

Novamente o silêncio tomou conta do lugar, e depois de vários segundos ele se mexeu e levantou. Ao meu lado havia uma possa de lágrimas que ele havia deixado. Eu continuei imóvel, não tinha forças e nem ânimo pra levantar.

- Tudo bem... Eu aceito. Vou mostrar que sou digno de você... Eu juro.- Disse ele na entrada do corredor.

Ele sumiu e eu fiquei ali, estirado no chão como um trapo velho.

Eu sempre disse que estava loucamente apaixonado pelo Fernando, e sempre fiz pouco da cara do Rafa. Talvez, não. A maior parte da culpa por aquilo estar acontecendo era minha. Eu os aticei, eu os coloquei um contra o outro. Os instiguei e me vangloriei como se fosse um prêmio, posto no centro do mundo. Eu é que não sou digno de nenhum dos dois. Talvez eu devesse me contentar em ficar sozinho, assim ninguém mais se machucaria por minha causa.

Por volta de cinco minutos, fiquei jogado ali. O Rafa não fazia um único ruído, se ele se matou? Não sei. Na verdade não sabia nem o que ainda estava fazendo ali.

Então me levante devagar e meus dedos rasparam nas lágrimas dele.

Fiquei as observando por um bom tempo, e então ouço um carro chegar.

Nem me dei ao trabalho de olhar, nem me mexi. Fiquei do mesmo jeito. Foi quando o Fernando entrou acompanhado da Julia.

Quando me viu ele correu até mim e começou a fazer milhares de perguntas. Se eu estava bem, se estava machucado, o que aconteceu, e etc...

Ele me examinava como um cão farejador à procura de ferimentos.

- Eu estou bem...- Disse tentando me levantar.

- Tem certeza?! Amor, o que aconteceu?!!- Então vi o Rafa surgir na sala.

- Fui eu.

- O que? O que você fez com ele?!!- disse ele ameaçando partir pra cima do Rafa, mas eu segurei suas mãos.

- Fê, me escuta...- Disse ele me olhando. Era perfeitamente visível seu olhar de medo. Ambos sabíamos que ele iria apanhar. E não seria pouco. Mas, acho que o que doia mais era ter que contar ao próprio irmão que ele estragou, totalmente sua vida. Que a pessoa do seu mesmo sangue, também foi aquela que lhe causou maior sofrimento.

- Julia, você pode nos dar licença, por favor?- Disse a olhando. Ela apenas balançou a cabeça compreensíva e saiu. Eu olhei pro Rafa e fiz o mesmo.

Então ele prosseguiu.

- Fê... Eu... Fui eu que...

- Espera.- Disse indo em direção a ele tirando o celular do bolso.- Toma...- Entreguei em suas mãos.

Ele olhou apreensivo para o aparelho e devagar pôs pra rodar a gravação.

Enquanto o Fernando ouvia aquilo eu me sentia o pior ser humano da face da terra. Lágrimas e lágrimas escorriam dos meus olhos e do Rafa.

O Fernando ouvia cada segundo de olhos esbugalhados. Aos poucos seu semblante foi ficando rígido e o ódio já havia tomado conta de seu corpo.

Senti seus músculos saltarem, e os punhos se fecharem. Então ele voou em cima do Rafa. Eu estava agarrado no braço direito dele, e quase fui levado junto.

Fernando logo derrubou o Rafa no chão e desferiu vários socos contínuos no rosto dele. Eu tinha vontade de morrer. Nunca pensei que me sentiria tão mal em toda a minha vida.

Podia ouvir o som dos punhos do Fê, se chocando contra o rosto do Rafa.

O pobre nem revidava. Na verdade ele nem se mexia. Foi aí então que eu me meti. Corri até eles e tentei de todo modo tirar o Fê de cima dele, mas não adiantava. Ele nem se mexia. Foi então que o impulso tomou conta de mim. Se eu não fizesse aquilo, ele iria matar o irmão. Aí nada do que eu fiz valeria à pena.

Então me joguei em cima do Rafa.

Adeus rosto... Foi bom te conhecer.

Fiquei de olhos fechados, e então percebi que ainda estava inteiro.

Abri os olhos devagar e vi o meu amor com o rosto deformado pelo ódio. Nem parecia ele. Seu punho direito estava a menos de dez centímetros do meu rosto. E ele parecia fazer força para não continuar o ataque.

Seu rosto estava banhado em lágrimas e muito vermelho.

- Fê..? Fê!!!- Então o abracei com força. Ele não retribuiu e foi amolecendo aos poucos. Ele se sentou e ficou olhando para o nada. Parecia estar sobe algum tipo de transe, sei lá...

Então segurei em seu rosto e tentei chamar sua atenção. Eu também estava me afogando em lágrimas. Por um segundo, só por um segundo, pensei que seria melhor nunca ter dito nada. Ter deixado do jeito que estava, tentar amenizar a situação o máximo possível. Ao menos, causaria menos sofrimento à todos nós.- Ei, ei!! Fê olha pra mim...- Ele não reagia.- Fernando!!!- Então dei um tapa no rosto dele. Ele pareceu ter voltado à realidade.

- Porque você fez isso..?- Perguntou ele chorando.

- Você... Você não respondia...- Então ele me abraçou forte e chorou ainda mais. Eu queria passar segurança à ele. Queria que ele se sentisse amparado e amado, assim como ele me fazia sentir.

Eu queria passar o resto da minha vida ali com ele. Mas o Rafael estava desacordado, e tinha que chamar uma ambulância, pois, o pobre estava com o rosto coberto de sangue.

Chamei a Julia e a mandei abraçar o Fernando. Ele nem ligou, à essa altura ele não ligava mas pra nada. Fui em direção ao meu celular, o peguei e liguei pro hospital.

Enquanto falava com eles chequei os batimentos do Rafa e como a tia lá disse, tentei manter a boca dele aberta o suficiente para que conseguisse respirar, pois, o nariz dele havia quebrado e deveria estar entupído de sangue.

Ficamos lá até a bendita ambulância chegar. E mandei a Julia ir com o Rafa que logo depois eu iria, assim ela fez. Ajudei o Fê a levantar e quando ia leva-lo para o quarto dele ele ficou imóvel.

- Eu não quero... Não quero ficar um segundo à mais nesse inferno... Me tira daqui...

Então o levei para minha casa. Minha mãe até achou que ele estivesse bêbado. Pra vocês verem o estado em que ele ficou.

Disse a minha mãe que explicava o que aconteceu depois e o levei pro meu quarto.

Tirei a roupa dele e dei um banho pra esfriar mais a cabeça e em seguida nos deitamos.

Ele com a cabeça no meu peito e as mãos ao meu redor. Ele ainda chorava muito, seus olhos estavam inchados e sem brilho.

- Amor...- Disse ele.

-Sim?

- Canta pra mim... Preciso ouvir sua voz, só assim vou conseguir dormir, sabendo que você está aqui...

- Claro...- Disse acariciando seus cabelos negros.

Safe and sound - Taylor swift.

[Sãos e Salvos]

Eu me lembro das lágrimas escorrendo pelo seu rosto

Quando eu disse "nunca te deixarei ir embora"

Quando todas as sombras quase acabaram com a sua luz

Eu me lembro que você disse "não me deixe aqui sozinho"

Mas nesta noite tudo está morto, acabado e já passou

Somente feche seus olhos

O sol está se pondo

Você ficará bem

Ninguém pode te machucar agora

Ao chegar a luz da manhã

Nós ficaremos sãos e salvos

Não se atreva a olhar pela janela

Querido, tudo está em chamas

A guerra do lado de fora da nossa porta continua devastando

Agarre-se a essa canção de ninar

Mesmo quando a música tiver acabado

Acabado

Somente feche seus olhos

O sol está se pondo

Você ficará bem

Ninguém pode te machucar agora

Ao chegar a luz da manhã

Nós ficaremos sãos e salvos

Somente feche seus olhos

Você ficará bem

Ao chegar a luz da manhã

Nós ficaremos sãos e salvos...

*********************************

Bom, é isso pessoal. Desculpem se ficou pequeno mas é que ainda não estou 100%.

Abraços, beijos e até mais. Vou tentar escrever o mais rápido possível, espero que tenham gostado.

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Comentários

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Que barra :/ não sei se fico feliz pelo Rafa ter assumido o que fez ou se triste ao saber que nada vai ser mais a mesma coisa... fato é que, vocês estando juntos hoje em dia, ja ameniza um pouco o espanto e.e'

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Ai meu Deus!!! Eu chorei com esse capitulo, e até deu vontade de cuidar do Rafa depois disso, foi uma atitude nobre dele admitir os próprios erros! *----*

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MUITO BOM. QUE BOM QUE VOLTASSE A POSTAR LOGO.

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