Um amor duplamente proibido II (parte 7)

Um conto erótico de H. C.
Categoria: Homossexual
Contém 1014 palavras
Data: 26/04/2014 07:15:06

Bem gente, faço como poço e aqui está mais um pedacinho de minha história. Eu sei que esses últimos capítulos estão pobres em diálogos, mas o destino quis assim, quer dizer, se eu colocasse apenas os diálogos, vocês, provavelmente, se perderiam ao longo das partes. Ao conto!

Parte

...Bernardo assume a narrativa...

Quem esse idiota pensa que é, ignorando a todos. Eu não seria tratado como nada, eu era... Bem eu. Ele tentou se livrar de mim e fugir, ai eu dei um soco nele que já deveria ter dado há muito tempo. Ele cambaleou um pouco para trás, escorria um pouco de sangue do seu nariz, mas ele parecia não se incomodar.

O capuz do Rafael foi tirado com o sopro do vento. Apenas a enfermeira Luisa e uma outra garota que haviam acabado de chegar observavam, fora elas só estavam nós. Os óculos daquele estranho garoto se partiu com a força do soco, mas não era isso que mais incomodava, o que chamava a atenção era a expressão de ódio em seu rosto. Não tive tempo de pensar se deveria dar mais um soco para derrubá-lo no chão, correr para salvar minha vida ou admirar a beleza dele.

Eu senti a corrente de ódio vir em minha direção. Senti medo como jamais senti na vida, senti vontade de correr e gritar por socorro, tive vontade de pegar uma arma e atirar em minha cabeça, talvez algo mais. Isso tudo aconteceu em questão de segundos, logo depois ele já havia agarrado a gola da minha camisa e me empurrado contra a parede. Ouvi o barulho da parede se partindo em minhas costas e senti o comichão dos ossos quebrando, eu estava sentindo muito dor.... Não sei explicar... a dor mais forte vinha de dentro... Não tenho certeza, só sei que eu queria morrer.

Parecia que meu coração estava sendo cozinhado no óleo enquanto era espetado por agulhas de tricô. Queria gritar de dor, mas simplesmente não conseguia. A dor era tamanha que eu sentia que não conseguia mais viver... Era isso... Eu queria morrer... Queria desesperadoramente morrer.

Não podia ver os olhos do Rafael por trás dos óculos, mas podia sentir eles me encarando, machucando minha alma. Ele era inegavelmente lindo, sua pele era branca, seus cabelos loiros, suas formas faciais perfeitas, mas não importava, os olhos, mesmo trás daquelas lentes, me transmitiam dor e medo.

Eu nunca fui religioso. Nunca acreditei em Deus, nem em anjos ou demônios, sempre gostei de ficar com os pés no chão. Agora eu comecei a rezar, fazia isso do melhor jeito que eu sabia, eu tentava me libertar de seu apertão da parede e pedia veemente a Deus que me ajudasse, que um raio caísse e me matasse. Meu corpo respondia com dificuldade a meus comandos...

...Enfermeira Luíza assume a narrativa...

Eu havia acabado de deixar minha filha na escola. Logo que entrei no colégio onde trabalho de enfermeira, vi uma cena que me marcaria para sempre. O novo aluno, Rafael, levou um soco do sobrinho da diretora, o Bernardo. Os outros dois garotos, Tiago e Diogo, ficaram apenas olhando. Foi ai que o ar ficou mais rarefeito, o frio era esquisito, não sei ao certo explicar, mas o frio era diferente daquele habitual, era um frio quase psicológico, como se estivéssemos morrendo...

Olhei para o Rafael e já estava indo em direção a ele para parar a briga e limpar provável ferimento que um soco daqueles deve ter deixado, porém soprou uma brisa que tirou o capuz daquele garoto esquisito e, em instantes, o Rafael empurrou o Bernardo contra uma parede. Ouvi o estrondo e podia jurar que a parede havia rachado. Andei o mais rápido que pude para evitar uma briga. Não pude gritar, pois minha voz não saia. Não consegui correr, porque meus membros não queriam me obedecer, meu corpo queria correr para o outro lado.

Quanto mais eu chegava perto, mais frio sentia. Até colocar a mão sobre o ombro do Rafael. Por um centésimo de segundos foi horrível, mas as coisas foram acalmando, o frio diminuiu pouco a pouco. Finalmente consegui dizer, com voz tremula...

Eu – calma garoto – parei por um segundo e ele pareceu ficar mais calmo – solta ele...

Não pude dizer nada mais, estava com... medo? Os amigos do Bernardo pareciam estar sofrendo o mesmo problema, não se mexeram nem um músculo para ajudar o amigo. Por fim, o Rafael soltou o Bernardo, olhou para suas mãos, tirou o óculos rachado e o jogou fora, em seu rosto surgiu um sorriso diabólico. Ele saiu tão rápido que não consegui ver seu rosto direito, se estava machucado.

Com a ajuda dos garotos e da garota que havia chegado junto comigo, levamos o Bernardo para a enfermaria, depois disse a eles que fossem para suas classes. Vesti meu “uniforme” e fui checar o estado do Bernardo. Ele estava acordado, em estado de choque e com os olhos vidrados em algo no horizonte, mas acordado.

Eu – então, o que está sentindo? – eu esperei, mas ele não respondeu.

Fiz alguns testes básicos, o fiz ficar sentado para olhar as costas, mas tudo parecia estar estranhamente bem. Sim estranho, pois vi que ficou um amassado na parede e os ossos dele deveriam estar quebrados, mas só tinha alguns machucados superficiais.

Eu nem poderia imaginar o que aconteceu para o Rafael perder o controle. Meu conhecimento sobre os alunos não era grande, mas sabia, por muita fofoca dos que vinham aqui, que o Rafael era um garoto extremamente tímido e isolado, calado e genial. O que poderia ter levado ele a cometer uma brutalidade daquelas, mais importante, por que estava tão frio se quando eu desci do carro podia jurar que seria o dia mais quente do ano? A única coisa que eu posso fazer e esperar que não se repita...

Continua...

Agora vamos voltar a narrar a história do lado do Lucas. Desculpem eventuais erros. Duvidas, perguntem; Questionamentos, digam; Visões do futuro, compartilhem. Comentem e votem. Até a próxima... quer dizer... se houver próxima, não sabemos o que nos espera no dia de amanhã...

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Comentários

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Sabe q amo sua narrativa... acho q só está lenta demais é como se revisse td de novo sobre outro ponto de vista e os fatos em si parassem

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MUITO BOM, UM LADO OBSCURO DO RAFA, LEGAL. ANSIOSO PELO PRÓXIMO.

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Que pessimismo é esse, vamos parar com isso, a vida ta ai, e so viver, percalços todos temos, mas a vida so temos uma só, então mesmo com tantas diversidade erga a cabeça e vamos enfrente que a tras vem gente

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