O Certinho e o Desleixado (Capítulo 29)

Um conto erótico de jsell
Categoria: Homossexual
Contém 1515 palavras
Data: 19/04/2014 17:33:27

- Vamos? - Mariana perguntou.

- Só se for agora - O Duda pegou as chaves do carro na bancada da TV e fomos em direção a garagem, rumo a escola.

Nos acomodamos no carro. A Mari tomava café em um copo de isopor. Eu me sentei no banco do carona, o Duda dirigia o carro e a Mari sentou-se no banco de trás, junto com o joca. O carro do meu pai (que agora parecia ser mais do Duda do que dele) era um captiva, bem espaçoso.

- Tô nervoso, acho que nem sei mais como é assistir aula aqui no Brasil - falei.

- Nossa, que saudade bateu dos EUA agora - Joca falou.

- É, que saudade, hein Alexandre... - Mariana falou com uma voz irônica. Olhei pra cara dela com pronto pra voar em cima dela e matá-la por ter insinuado aquilo, mas algo me impediu: a mão do Duda na minha perna.

- Relaxa, o que passou, passou! - ele me disse, passando a mão no meu rosto enquanto dirigia.

- Será que a gente vai ficar na mesma sala? - Joca perguntou.

- Provavelmente não. - Duda respondeu, agora tirando a mão de minha perna e se concentrando no caminho.

Fomos conversando coisas aleatórias e logo adentramos a escola.

Praticamente todos da escola nos olhavam, mas eu não entendia por quê. Um frio tomou conta da minha barriga. Será que eu estou fedendo? - pensei. Não. Todos olhavam o Duda de mãos dadas comigo, e o Joca de mãos dadas com a Mari. Casais gays eram comuns na escola, mas casais gays que acima de serem namorados eram meio irmãos, não! Logo tratei de soltar a minha mão da dele, mas algumas pessoas ainda observavam: algumas com o olhar de desprezo, outras com olhar de aprovação e outras nem ligaram. Me senti novamente dentro daquele restaurante.

A escola havia mudado um pouco. Apesar de já ter estudado ali antes, parecia tudo novo. Agora as pessoas não se reuniam perto da cantina, ficavam em pé, numa espécie de "praça" recém instalada, próximo da diretoria do colégio. A listagem de turma era agora colocada na parede em frente aos armários dos alunos, para que não haja perda de tempo. Só haviam a duas turmas de terceiro ano: A e B. Senti um frio na barriga e algumas borboletas no estômago só de pensar que aquela seria a última vez que eu buscaria a minha turma no colégio.

Olhei a lista A, mas não vi meu nome lá, mas o nome do Duda estava lá. Olhei a lista B, e logo vi meu nome. Um pouco mais abaixo tinha o nome do Joaquim e, um pouco mais abaixo, o da Mariana. Confesso que fiquei feliz, já que talvez não saberia como reagir se ficasse na mesma sala que meu meio-irmão/namorado novamente. O nome do Alexandre e da Larissa também estavam na minha turma. Procurei não ligar, mas era impossível. Aquele seria só o começo de mais um ano..

Voltei em direção ao pessoal, que não quiseram ver as suas turmas. Olhei pro Duda.

- Você tá no 3A, nós três estamos no 3B. - falei.

- Eu vou mudar pra sua turma então - o Duda respondeu.

- NÃO! - falei, um pouco exaltado.

- Você não quer? - ele me perguntou, estranhando a minha reação.

- Claro que quero, mas é que... todos os seus amigos estão na outra turma, é melhor você ficar lá! Aliás, vamos nos ver nas aulas de natação e no intervalo, não precisa disso! - tentei mentir.

- Hum, vou ver... se eu gostar da turma, fico por lá, caso contrário... - ele disse, me dando um beijo no rosto.

- Aqui não, alguém pode ver - falei, olhando pros lados.

- Foda-se, não foi você quem disse que não queria se envergonhar de quem você era? - ele perguntou, sussurrando em meu ouvido.

- É, mas esqueceu que meu pai não sabe ainda? - perguntei.

- Se você quiser a gente conta na hora do almoço mesmo! - ele falou, rindo.

- As coisas não são tão fáceis assim. Bem que eu queria mesmo chegar pro meu pai e falar "pai, sou gay e to transando com o filho da sua mulher, um abraço". Vamos com calma.

- Eu quero te perguntar uma coisa - ele disse.

- Hum? - perguntei.

Ele se ajoelhou nos meus pés, tirou uma coisa do bolso e perguntou se eu queria namorar com ele. Na hora eu fiquei sem saber o que responder, só sabia olhar pros lados pra ver se alguém, além do Joca e da Mari, viam aquela cena. Alguns segundos depois o sinal bateu e puxei o Joca e a Mari rumo as escadas.

- DEPOIS A GENTE SE FALA! - Gritei, o deixando ali, sozinho.

- KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK - Mariana e Joca riam descontroladamente. Eu queria rir, mas não podia. Mentira, podia sim, ri mais do que eles dois.

- O que foi aquilo? - o Joca perguntou.

- Não sei e nem quis ficar lá pra saber o que ia acontecer depois. O Duda tá agindo muito precipitadamente, as coisas não são assim como ele pensa - falei, entrando na sala de aula.

Algumas pessoas já eram conhecidas por mim ali, pois eram da minha turma ano passado. Outras eram conhecidas por estudarem em outras turmas e claro, os excluídos eram os novatos. Sentei na segunda fileira, o Joca atrás de mim e a Mari do meu lado. Formamos nosso trio e logo começamos a conversar assuntos aleatórios, desde comparações a nossa escola lá em belleville até qual dos novatos era o mais bonito. Algum tempo depois, o professor chega na sala. Ele dava aula de Matemática, era bem jovem, deveria ter uns 29 anos no máximo. Loiro, branquinho dos olhos verdes, mas não fazia meu tipo: tinha os dentes feios e era magrelo.

- Silêncio, turma! - ele pediu.

- Bom, como ordem da direção, o primeiro professor tem que fazer uma dinâmiczZzZzZz - ele imitava o som dos zZzZz - e blá blá blá, então vamos lá crianças, primeiro venhamos novatos pra cá pra frente.

Ele sentou-se na cadeira e uns 12 alunos foram lá pra frente. Eu, o Joca e a Mari ficamos sentados olhando, já que não nos consideravamos novatos.

- Ei, vocês três, pra frente - o professor ordenou.

- Mas nós não somos novatos! - falei.

- Ah é? Mas como eu nunca vi vocês por aqui antes? - ele perguntou.

- Porque a gente saiu da escola um pouco tempo depois de começarem as aulas - a Mari gritou.

- Não, podem vir! - ele ordenou.

Fomos em direção a frente da classe. Todos os novatos começaram a se apresentar, mas não dei atenção. Finalmente chegou minha vez.

- Bom, me chamo Enzo Arcanjo, tenho 17 anos, algumas pessoas daqui já me conhecem porque eu estudei aqui um tempo mas aconteceram alguns problemas que me forçaram a sair. Eu pretendo fazer faculdade de medicina e sou apaixonado por química, física e biologia. Acho que é isso.

- Onde você estudava antes de estudar aqui novamente? - o professor perguntou.

- Estudava nos Estados Unidos junto com eles dois - falei, me referindo ao Joca e a Mari.

- Hum, chique né, sente-se - ele disse.

Me sentei e todos da sala ficaram me olhando, talvez pelo fato de ter dito que já morei nos Estados Unidos. Como a humanidade é ridícula - pensei alto.

- Não se esqueça que você faz parte dela também - uma voz falou do meu lado direito.

- Me deixa viver meu momento emo e gótico, obrigado - falei, olhando pro lado.

- Claro, como quiser! Emos, eles estão por todas as partes, mal posso ver seus movimentos - a voz do meu lado falou, me fazendo rir.

Olhei atentamente pra ele. Era um cara de 176 de altura mais ou menos, cabelo castanho claro, bronzeado, tinha um corpo legal mas não chegava a ser bombado como o Joca e o Duda. Seus olhos me deixaram hipnotizado, era um amarelo forte (mel, no caso).

- Me chamo Henrique, prazer - ele estendeu a mão até mim.

- Enzo - falei.

- Legal. Enzo... - ele disse.

- É novo aqui? - perguntei.

- Sim, fui lá na frente, você não viu? - ele perguntou.

- É, não... me desculpe - rimos.

Logo a Mari e o Joca se sentaram em seus lugares.

- Então, esse aqui é o Henrique - o apresentei pra Mari e pro Joaquim.

- Muito prazer. - ele beijava a mão da Mari.

- Prazer, faxa! - ele apertou a mão do Joca.

- Então alunos, vamos todos prestar atenção na aula! O assunto é revisão lá do Ensino Fundamental, regras de potenciação! - O professor falou, começando a escrever no quadro.

- Amigooooo, depois você me conta mais desse gatinho que você conheceu hein, fiquei interessadíssima - Mariana falou em meu ouvido.

- Tá, pode deixar... - falei.

Sei que o final ficou sem graça, mas é que tô doente e minha garganta não tá colaborando. Enfim, espero que gostem desse novo começo. O Henrique vai ser um personagem marcante na temporada e na vida de todos!

Revenger, sim! Não sou noveleiro mas vejo muita gente falando dessa novela ti-ti-ti.

Wagm13l que isso, longe disso, não me senti ofendido, mas eu tinha que explicar o que aconteceu! Obrigado por gostar do conto e mil desculpas se pareci grosso!

niel1525 Obrigado!

Ribeiro1996 Bom saber. :D

Agatha1986 senhoraaaa me dê a mão q jdkd

¤«Trick»¤ Obrigado!

Gleison Duarte Muito obrigado!!

Alguem93 Acho que o Enzo prefere ser passivo q jddkk um abraço!

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Comentários

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Eita que já começou com tudo hein rs? Melhoras pra você e vamos que vamos.

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sempre surpreendendo né??

Pra um cara como eu super timido e solitário,seu conto é mais uma companhia marcante!!!!!

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tudo bem :D ... e eu quem devia pedir desculpas sou eu então mil Desculpas... e esta como sempre otimo ( a espera pra a Mari da uns pegas no Henrique ) continua logo pls!!!!

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Espero que esse Henrique não venha atrapalhar a relação do Enzo e do Duda !!!

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