Um amor duplamente proibido II (parte 6)

Um conto erótico de H. C.
Categoria: Homossexual
Contém 1186 palavras
Data: 19/04/2014 06:32:11

Para quem me acompanhou dês de o começo sabe que eu gosto de detalhes. Como tenho uma péssima memoria, estava lendo a primeira temporada, aqueles que se esqueceram do primeiro dialogo entre o Lucas e o Rafael, como eles se conheceram e se apaixonaram, sugiro que relembrem, pois os acontecimentos deste capítulo estão relacionados (de certa forma). Enfim, ao conto!

Parte 6

... Rafael continua a narrar...

Acordei com o primeiro raio do sol. Uma pessoa normal estaria, ao menos, muito curiosa para conhecer sua nova casa, mas eu não queria explorá-la mais ainda, a pequena vistoria de ontem me bastava. Desci até a cozinha, aparentemente alguém encheu a despensa e as geladeiras. Tomei um café com pão básico e fui até a estufa para pesquisar um pouco a região pelo meu computador.

Descobri que a floresta era assombrada, segundo a lenda das cidades vizinhas. Havia três cidades próximas a esta floresta. A mais próxima era a qual tinha uma escola que daria para frequentar, eram apenas uns vinte minutos de viagem daqui até lá. A cidade não pareia ter nada especial. Depois verifiquei minhas contas, falei com meu contador, meu advogado e a diretora da escola.

O plano era ir para a escola concluir o ensino médio, fazer o vestibular para direitos, passar (sem sombra de duvidas) e concluir o curso, iria ser numa faculdade de outra cidade que também não ficava tão longe daqui, depois de formado, faria mestrado, doutorado e PHD. Depois disso tudo eu... Bem, espero não viver até lá, ou que eu descubra o que fazer depois, porque sinceramente não faço ideia de como viver minha vida.

Antes de começar na escola, minha rotina era simples. Acordar com o sol, tomar café, academia (eu tinha uma sala com todos os equipamentos de uma), estudar, lanche, caminhada básica, estudar, Preparar o almoço (testar novas receitas), almoço, estudar, lanche, cuidar das plantas na estufa, ler, jantar, ler mais um pouquinho, dormir. Assim era minha vida, fazia tudo automaticamente, não tinha vontade de comer ou necessidade de estudar tanto.

Os dias foram passando e as aulas começaram. O primeiro dia foi normal, cheguei, não me apresentei, sentei em uma cadeira lá no fundo e passava a maior parte do meu tempo tentando lembrar alguma coisa que fizesse sentido em minha vida. Percebi que algumas pessoas me olhavam, talvez por eu estar de óculos escuro ou com uma camisa de mangas cumpridas e capuz (estava com frio quando acordei). Minha roupa era bem... Aconchegante... E eu não me preocupava com os olhares.

No horário do intervalo vi os meninos maiores implicando com um baixinho, com ar de CDF, normal. Ninguém teve coragem de falar comigo, quando alguém parecia estar disposto a arriscar um dialogo eu ia embora do lugar antes que ela tentasse. Não queria abrir minha boca.

Minhas notas eram excelentes, eu vivia para estudar, basicamente. Os professores tentava falar comigo, para ver o meu problema, pois os trabalhos em grupo eu insistia em fazer sozinho, eu sempre convencia os professores que desse jeito era melhor. Meso sendo um aluno com o nível de conhecimento impecável, eles demonstravam preocupação pelo meu isolamento.

Passou a primeira semana e todos perceberam que eu não gostava de companhia. O fato de as aulas estarem iniciando ajudou a manter as atenções voltadas para outros detalhes mais importantes. Alunos mais esquisitos que eu e com mais tendência a alvo de valentões também influenciaram para que eu fosse “esquecido”.

Ser invisível era exatamente o que eu queria, uma vez que eu não tinha vontade de nada. Esse vazio que estava dentro de mim me causava dor e me fez ficar varias noites sem dormir. Na quarta semana de aula foi o começo de muitos eventos estranhos.

Fiquei sabendo que dois garotos morreram no subúrbio da cidade, perto da floresta. A policia estava investigando o caso, os corpos não foram liberados ainda, mas o Delegado fez o reconhecimento dos corpos pelos documentos que estavam nos bolsos. Alguns dizem que ele mesmo conhecia uma das vitimas. Esse era o comentário na escola inteira e era difícil não ouvir uma conversinha aqui e outra ali. Embora esse assunto fosse preocupante para todos, não me causava nenhum pingo de interesse.

Os dias foram passando e eu ia só de camisa de manga cumprida e capuz com óculos escuros também, acho que eu preferia esconder meus olhos atrás das lentes, pois eram de cores diferentes e eu não queria chamar a atenção. Tudo parecia estar bem até que aconteceu...

O dia parecia como outro qualquer, já era a quinta semana de aulas. Eu estacionei meu carro cedo e estava indo para a sala (eu era sempre o primeiro) no caminho um tal de Bernardo e seus amigos, Tiago e Diogo, que já me encaravam a algum tempo, ficaram em meu caminho. Não havia mais ninguém naquele momento.

Bernardo – hei garoto, por que não mostra o rosto?

Tiago – ele deve ser vesgo e careca no topo da cabeça, como aqueles monges de filmes.

Diogo – vamos deixar ele em paz gente – disse o menos malvado dos três.

Tiago – deixar ele em paz? Você é muito frouxo.

Eu não olhei para seus rostos, ouvi um pouco e depois tentei sair por um lado, porém o Bernardo foi rápido e ficou novamente em meu caminho.

Bernardo – hei! A conversa ainda não acabou.

Tiago – você pensa que é melhor que nós? É por isso que não fala com ninguém?

Bernardo – é confidencial, mas descobri que eles têm uma pista do suspeito. Há uma gravação que mostra um adolescente saindo de capuz da área do assassinato. Eu vi a fita e acho que é você – ele disse isso mais para me atingir, todavia falava de tal forma que parecia bem convincente.

Novamente tentei passar por eles, mas o Bernardo me empurrou com muita força, eu tropecei na pequena inclinação que dava para o gramado e cai. Isso acordou alguma coisa em mim. Não sei dizer se era raiva, mas me dava um pouco de medo. Então ele me levantou pela borda da minha camisa e falou bem perto de mim.

Bernardo – se você tentar fugir de novo eu arrebento sua cara – não havia mais ninguém por perto, pois era bem cedo.

Esse garoto tinha alguma cisma comigo. Dentro de mim eu sentia a coisa ficando mais revolta e ameaçando manifestar-se. Então me desprendi do Bernardo e tentei ir embora. Ele, então puxou a borda de minha camisa, me virando de frente para ele e me deu um soco na cara. Isso era a gota d’água e a coisa, que havia acordado dentro de mim, assumiu o controle.

A primeira coisa que senti foi o peso da depressão que eu me encontrava sair de mim. Não sentia o mesmo sofrimento dos últimos dias, eu sentia meu corpo retomando o controle emocional, eu estava vivo novamente. A segunda coisa que senti foi o desejo de tortura e matar qualquer um que se pusesse em meu caminho. Nesse momento o Bernardo estava em serio perigo...

Continua...

Bem, estou meio balançado pelos eventos que estão acontecendo e minha vida então... É isso... Até a próxima.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive H. C. a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários