Until The Very End - Cap 10 "Home, Sweet Home..."

Um conto erótico de Lipe
Categoria: Homossexual
Contém 1234 palavras
Data: 28/03/2014 11:26:58
Assuntos: Gay, Homossexual

Leitores, obrigado mais uma vez por acompanharem meu conto, mesmo depois de um grande período sem postar! Continuem acompanhando =) Beijão!

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Cheguei ao Brasil exausto da viagem. Dessa vez minhas malas não foram extraviadas. Fiz um relatório sobre minha viagem, a pedido do meu chefe. Preparei uma apresentação de slides propondo mudanças, com custos, melhorias, vantagens e desvantagens.

Encontrei com Gabi para contar todos os detalhes do meu encontro com Alex. Ela ficou boba com a nossa relação de “Amigos com benefícios”, de mesmo modo que era com ela. Rodrigo, seu namorado, sabia que eu era gay, mas ele tinha um certo receio toda vez que eu saia com ela.

Na empresa meu chefe deu um leve sorriso para a apresentação que eu fiz. Acredite, vindo daquele velho gagá isso é quase um Nobel. Ele levaria o projeto à sessão de engenharia da empresa para de fato aprova-la.

No fim de semana após a minha volta, fui para minha cidade natal rever alguns conhecidos, tirar a saudade de alguns pontos que eu gostava na cidade, visitar alguns parentes e torcer, mas torcer muito para cruzar com Fer na rua.

Mas isso não aconteceu... Meus tios estavam viajando...

Cheguei na cidade na sexta a noite. Revi alguns colegas de mais intimidade, conversamos sobre nossas vidas. Alguns deles haviam se tornado pais, outros casados. O único solteiro, mas, curiosamente, o mais rico deles era eu. Fui a um pub para me divertir. Fiquei com uma ex-colega minha, a mesma que levou Fer ao bar da primeira vez que eu o vi.

Mas o melhor sem duvidas ocorreu no sábado. Sai do hotel onde estava hospedado e fui à lanchonete de uma antiga amiga da família, que eu tratava carinhosamente de Tia Eunice. Era uma lanchonete famosa na cidade, devido à qualidade dos salgados. Quando eu entrei na lanchonete, percebi duas coisas. A primeira foi o sorriso da Tia Eunice a me ver. A segunda foi o perfume mais perfeito que existe na face da terra.

Abracei Tia Eunice e sentei no balcão para conversamos um pouco. Não muito longe, sentado em uma mesa próxima, estava Fernando. Ele estava mais lindo do que nunca. O mesmo cabelo preto, bagunçado, o mesmo olho verde marcante. O mesmo perfume que exalava e enchia o ar. Seu corpo estava mais musculoso, mas nada exagerado. Estava perfeito.

Tentei ignorar ao máximo. Mas a cada respirada eu sentia o seu perfume e sentia minhas pernas bambearem. Todo aquele amor que eu havia enterrado estava voltando à tona. Quis sentar naquela mesa, conversar com ele, saber como ele estava. Queria ouvir sua voz. Mas é claro que não. Ele nunca mais queria falar comigo. Se é que ele se lembrasse de mim.

Conversei com Tia Eunice um tempão. O melhor de tudo era o seu ótimo humor, independente do que estava ocorrendo. Sempre muito engraçada, me fazia rir sob qualquer situação. Ela se recusou cobrar o meu salgado, mas eu paguei com uma nota de 100 e não quis ouvir falar de troco.

Na hora de sair, observei Fer ao longe, andando. Reparei em suas roupas. Não eram aquelas roupas de marca que ele andava quando era adolescente. Era uma roupa estilosa, mas estava gasta. Coisa que o Fer de antes jamais aceitaria.

Fui embora nesse sábado mesmo. Em casa, fiz algo para eu comer e fui dormir, agradecido e triste pela simples vista do Fer. Foi a melhor coisa que me aconteceu desde a ultima vez que o vi.

Mas o destino era incerto. Às vezes ele muda para melhor, às vezes para melhor. Às vezes você descobre isso logo, mas outras você demora para descobrir. Às vezes você nem descobre.

Na segunda cedo, assim que cheguei na empresa e meu chefe já estava me aguardando. Fui agraciado com a ótima noticia que as mudanças propostas seriam feitas. Em questão disso, fui promovido para um cargo elevado na área de projetos.

Mas eu seria remanejado. O local de destino: minha cidade natal. Dei uma risadinha quando recebi a noticia. Por conta dessa promoção, meu salário quase triplicaria. E eu teria mais chances de ver o Fer andando por ai.

Mas ainda demoraria um mês para eu me mudar. Gabi não gostou de eu ir morar longe dela. Rodrigo soltou foguetes quando soube da noticia. Eu quase não tinha amigos nessa cidade, mas havia algumas pessoas que eu gostaria de me despedir.

Durante esse mês fiz algumas coisas que eu queria muito fazer. Troquei meu carro por um bem melhor. Vi uma casa boa para morar na minha cidade natal. Como a casa que eu morava nessa cidade era alugada, durante esse mês foi para cumprir as exigências de devolução da imobiliária. Como esse novo emprego me daria estabilidade nesse local, comprei essa casa no meu local dos sonhos.

Um mês se passou e eu me mudei.

Gabi me ajudou com algumas coisas das mudanças. Eu tinha poucos móveis. Mas ela me ajudou a arrumar e me fez comprar tudo o que faltava. Pelo visto ela não se contentava em gastar o dinheiro do seu namorado apenas.

Como resultado final minha casa ficou linda. Faltava uma coisa. Um certo par de olhos verdes para dividir a cama comigo. Mas como isso eu não podia ter, comprei um gato chamado Goethe. Não era um gato qualquer, era um Persa puro. Fiz questão de pagar uma boa quantia em dinheiro por isso. Eu adorava gatos. Entenda como quiser.

No meu primeiro dia de serviço o meu chefe, que agora era um rapaz mais extrovertido, fez questão de me mostrar toda a extensão da empresa na minha cidade natal. Eu sabia que havia uma filial nessa cidade, mas não que essa filial era tão importante quanto a sede...

Eu trabalharia junto com outros engenheiros para desenvolver novos produtos e melhorar os produtos antigos. Por conta disso, eu trabalhava em um laboratório muito bem equipado. Era o meu emprego dos sonhos.

Comecei a trabalhar e descobri que esse emprego era o melhor que eu poderia querer. Não somente em questão do emprego, salário, benefícios e a função que eu exercia. Mas era por causa dos meus colegas engenheiros, meu chefe e é claro, a cidade onde eu morava.

Em um mês de serviço nessa cidade eu vi Fernando na rua mais umas duas vezes e cruzei com ele uma vez em um show que teve na cidade. Em todas as vezes ele me ignorou e fingiu que eu não existia.

Toda aquela tristeza que eu sentia quando era adolescente estava voltando aos poucos. Cada vez que eu o via na rua, sentia seu cheiro ou simplesmente lembrava dele, parecia que um buraco se abria cada vez maior em meu peito.

Aos poucos toda a minha felicidade se esvaiu. Eu chorava todas as noites que passava em frente a casa onde meus pais moravam, que agora era alugada para uma família qualquer. Também chorava quando passava em frente a casa de Fernando.

Bom, eu fazia de tudo para não transparecer minha tristeza, o que fez com que as pessoas não percebessem isso. Aliás, eu era tão bom ator que todos que me descreviam para as outras pessoas sempre falavam “É uma pessoa alegre independente do tempo, faz piadas, é simpático e divertido”.

Dessa maneira, a depressão foi se instalando em mim, sem que ninguém percebesse. Alguns fatores contribuíram muito para isso ocorrer. Vou contar-lhes esses fatores nos próximos capítulos.

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Comentários

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Ai, que vontade de abrir sua cabeça e tirar esse troço dela!

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Perfeito, acredito ainda que o Fe vai se arrepender bastante.

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NOSSA MUITO BOM. ANSIOSO PELO PRÓXIMO.

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