Amor entre Irmãos- 10

Um conto erótico de Thiago
Categoria: Homossexual
Contém 2420 palavras
Data: 26/03/2014 18:33:16

Mais que amigos e irmãos-10

No amor, a todo ideal corresponde algum erro real de exercício. Por isso, quem ama vive a misturar pedaços de verdades pela impossibilidade de viver a totalidade. Aqui residem o suplicio e o enigma de viver: o amor é total, pleno, mas a vida de quem ama é feita de pedaços, de renuncias ou arrependimentos, de impossibilidades ou carências. Aceitar o enigma sem o deslindar é aprender a viver; é amadurecer; exige trabalho interior e penoso, grandeza, equilíbrio e autoconhecimento.

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Eu fiquei trocando mensagens com ele e pude perceber o quanto ele é adorável de pessoa e se preocupa muito comigo. Naquela noite eu não desci pra comer, fiquei no meu quarto trocando mensagens com ele, meu pai foi até o quarto e eu senti sua presença ali, me olhando, não um olhar de preocupação e sim de vitoria, com certeza ele estaria feliz por saber que eu estou bem e que me mostrei forte, isso é típico em meu pai, mais seja como ele for eu o amo. Ele se aproximou de mim e sentou na cama onde eu estava deitado e mandando mensagem. Sua voz ecoou dentro de minha mente.

-Falando com sua namorada? –Aquilo foi estranho, eu e ele nunca tivemos uma conversa direito e ser tão direto assim mostrava que ele não preocupava comigo e sim com quem eu amo.

-Não, ninguém de interessante. –Eu olhei dentro daqueles olhos, os meus olhos, aquele azul lindo e brilhante que era o meu.

-Filho... –Ele deu uma pausa, pensando no que diria. –Eu peço desculpas por não ter ido te ver, é que...

-Estava trabalhando. –Completei sua frase e fui rude consigo.

-Mais... –O interrompi.

-Pai eu entendo. –Soltei uma longa respiração. –Sempre foi assim e sempre será. O trabalho é mais importante e eu entendo isso. Agora se terminou pode se retira. –Eu queria abraça-lo, eu fui seco, e agi totalmente errado, e lembro a ultima vez que eu o abracei, eu tinha oito anos de idade, e foi porque minha mãe havia mandado, ele nunca demonstrou amor algum pra mim, sempre em minhas festas ele nunca me deu um abraço, sempre apertando meu ombro e seu lado machista sempre dizia “está se tornando um grande homem” aquilo doía, aquelas palavras eram ditas secamente e ele cuspia em mim, eu cresci assim, com a criação dele. Mais apesar de tudo eu o amo, não porque ele é meu pai e sim pelo jeito dele de ser.

-Filho... –Pela primeira vez eu vir algo em seus olhos. Estavam ardentes e enchendo de águas ali. Uma magoa passou por mim. Eu lembrei o fato dele ser muito feliz com mamãe e agora está só. Stark é como ele. Stark! Seu nome ecoara em minha mente martelando. Apesar de ele não ser mais nada meu eu sentia algo por ele, não como irmão e nem amigo, eu não sei, era um sentimento recíproco? Ou indeciso?

-Eu entendo, eu vou dormi. –Eu falei desviando meu olhar para outro lugar.

-Eu terei uma surpresa pra você, não sei se vai ser uma das boas, mais eu tenho certeza que você gostara. Uma dica, está no sangue da família. –Ele sorriu e se levantou. –Boa noite. –Aquilo foi um afeto enorme, apesar de ser demonstrada através de palavras, eu percebi o quanto ele se arrependia de ser assim. Um homem rude e grosso e rígido. Mais lá no fundo tem um cara dócil e um homem carinhoso.

Ele saiu do meu quarto me deixando ali e não me contive, lagrimas em meus olhos escorriam, não era fácil convive só com o pai sem a mãe, ou com a mãe sem o pai. Sei que já era pra eu ter me acostumado com isso. Sendo que dentro de mim ainda existe aquela lembrança de que um dia eu fui muito feliz, com os dois juntos. O celular bipou e havia chego uma mensagem.

“Está tudo bem?”

Eu demorei pra digitar, parecia que não tinha forças pra dizer uma mentira e não queria enche-lo de meus problemas, alias ele é apenas um amigo. Meu celular bipou novamente.

“Pode confiar em mim, eu te amo”

Era cedo de ele dizer aquela palavra. Eu te amo. É uma palavra forte de se dizer, não devemos falar de boca pra fora e sim demonstra e sermos sincero pra dizer isso alguém.

“Isso não é cedo demais pra dizer não?!”

Fui sincero e enviei a mensagem, demorou um pouco e logo meu celular bipou.

“Eu sei e é o que sinto por você, amanha que tal sairmos, qualquer horário?”

Eu sentir uma onda de dor e preocupação passa por mim, mais não sabia o que aquilo significava, eu sentir um olhar queimando em mim, algo que me fitava, eu olhei pra porta e vi meu... Stark ali me olhando, ou melhor, me encarando. Nossos olhos se encontraram e um sentimento estranho percorreu em mim. Eu desviei o olhar e sentir que ele ainda estava ali, me encarando. Fiz de tudo pra não olhar em sua direção e escutei suas palavras secas e frias, sem amor e com ódio. Ah!

Amor e ódio, outro enigma que deve se desvendado.

-Boa noite o veadinho.

Não dei atenção pra ele e logo em seguida ele se retirou de meu quarto, me deixando ali sozinho, ou com Ivan através do celular.

“Certo”

Eu concordei com ele e fui ver a hora, era 23:30 da noite, eu endireitei minha cabeça no travesseiro e apaguei.

Meio ao sonho eu estava com Stark num lugar lindo e florido, apenas eu e ele, ali ele parecia ser outra pessoa, uma pessoa dócil e carinhosa, esse tipo de pessoa que eu sei que existe dentro dele. Estávamos fazendo piquenique, ele sempre me mostrando como é lindo o lugar e ali ele ficava bem tranquilizado.

Eu acordei de madrugada. Assustado com o sonho e estava molhado de suor.

Voltei a dormi.

Agora eu estava no aeroporto com um cara que aparentava ter seus 26 à 28 anos, ele foi gentil comigo e começa a conversa comigo, a qualquer custo, uma senhora havia deixado suas bagagens cair no chão, pois estava cheio e todos riam dela, eu fiquei possesso de raiva e ajudei. Ela agradeceu. O cara do meu lado gostou da minha atitude. Minha cara não era de uma agradável, eu quase não ria pra ele e nem pra senhora. Ela me passou um papel com algo escrito dentro, eu não abri. Mais percebi que o olhar do cara fitava na folha atentamente, ele me lembrava de alguém ou duas pessoas ao mesmo tempo, isso não fazia sentido algum.

Acordei assustado, eu no sonho parecia estar mais velho e mais forte, sem amor e sem sentido de como era a vida, irritado e contra a vida, mais continuava sendo uma pessoa bondosa e que ajudava os outros.

Eu fui tomar meu banho me arrumei e fui pra escola...

No meio do caminho eu vou refletindo sobre o sonho... sobre o incendiário no caso o fogo na sala de aula... a suspeita de que alguém fez aquilo tudo esquematizado... a miragem que vi antes de sair daquela sala pegando fogo... o aviso de Stark sobre Ivan...

-É o assalto. –Eu me assustei. E quando olhei pra trás era Sulamita e Davi rindo da minha cara.

-Engraçado vocês dois. Ai que lindo.

-Nossa teve gente que acordou com mau humor hoje... –Sulamita começou.

-Quer que eu tire seu mau humor? Eu chupo tudo sem deixar leite nenhum escorrer. –Falou com uma voz de puto e sedutora.

-Ai tu é escroto Davi. –Sulamita berrou.

-Escroto é meu saco querida, vamos Luh conte-nos o que houve querido. –Davi disse.

Apesar de ter poucas semanas que estou ali eu tenho um laço forte com os dois.

Eu contei pra eles minha conversa com meu pai até o meu sonho e como Stark havia dito pra eu não ficar perto do Ivan. Sendo que não falei a parte do pra eles o que eu sinto pelo Stark, alias nem eu sei o que sinto, apenas sinto que cada dia que se passa cresce cada vez mas.

Ele é algo que não é. Ecoou em minha mente tipo que martelando.

-Menina to chocada, ai meudeusdocéu. –Disse abanando o próprio rosto e virando a cara.

-Davi para de exagero. –Sulamita disse. –Devo concorda com seu irmão, ele é estranho mesmo, eu não me simpatizei com ele, o Ivan.

-Aff’s se meu... Stark anda com ele porque ele diria algo desses? E porque logo pra mim. Ele me detesta e isso está na cara. –Falei mais pra mim do que pra eles. –Apesar de que, ele que ver o meu mau, ou então, Stark sabe de algo de Ivan que eu não saiba. –Sorri abobalhado.

-Ele gosta de você como irmão e quer lhe defender bobo. –Davi disse serio.

-Mais não somos mais irmãos, eu disse pra ele e ele pra mim. –Falei aborrecido.

Chegamos à escola, nós três rindo e se divertindo, mais em minha mente tudo pairava, tudo estava muito estranho, no portão da escola o Ivan estava numa moto me olhando, com óculos escuros, uma blusa preta apertada, que deixava amostra seus lindos músculos *-* e com uma calça Skinner bem apertada, um tênis da Nike preto com um verde florescente. Ele estava vindo ao meu encontro.

-Hey gato. –Davi falou. –Miau. –E acrescentou sendo o bobo de sempre.

-Aff’s ninguém merece. –Sulamita se irritou.

-Bom dia pessoas. –Ele disse olhando pra mim e tirou os óculos deixando amostra aqueles lindos olhos azuis.

Todos falaram um bom dia, Sulamita enroscou seu braço no do Davi e saíram andando.

-Eu não sabia que tu é motoqueiro. –Eu falei.

-Tem coisa sobre mim que ninguém sabe, nem eu mesmo.

Aquilo foi estranho, mais ele estava com um sorriso na boca, com aqueles dentes lindos.

-Hum. –Não dei importância ao que ele disse. Que coisas, posso saber? –Falei desconfiado. Vir que ele não respondeu, então, eu acrescentei: –Vamos entra ou iremos ficar parados aqui. –Falei irritado.

-Ata, vamos entra. –Falou educadamente.

Ali tinha pouca gente, ele se aproximou de mim e cheirou meu pescoço.

-Cheiroso, que sabonete tu usa. –Ele me perguntou.

-Uso sabonete liquida intimo pra mulher. –Eu disse rindo e ele também riu.

-Hum vou passar a usar também então. –Ele foi sarcástico.

-Eu uso sabonete de pera. –Falei finalmente.

-Amo pera. –Ele disse abobalhado e olhando pro alto. – Tu é gostosinho. Você fazia academia?

-Sim. –Eu disse.

-Percebi, tu é forte também.

E é verdade, mais não como ele, nos sentamos num banco e ficamos conversando por um bom tempo, eu vi Stark passa e chamou Ivan, ele foi igual um cachorro quando o dono chama, aquela namorada dele me olhava de cima a baixo, nojenta. Não me simpatizei com ela. E ali formava o trio inesperado. Stark a nojenta (sua namorada) e Ivan.

Davi e Sulamita se sentaram ao meu lado. Os dois sorridentes.

-Vejo que vai ser difícil ter algo com o Ivan, seu irmão e a Fernanda vive no pé dele, não sei por que, é como se ele fosse forçado a algo ou até obrigado, as vezes eu penso que Stark e Fernanda sabem algo demais sobre Ivan. –Sulamita disse calma e com uma voz dócil.

Eu refleti o que ela disse e algo se encaixou, deve ser por isso que Stark mandou eu me afasta de Ivan, ele sabe algo dele que, mas ninguém deve saber. E novamente eu bato na tecla.

-É verdade colega, ai, mais o Ivan parece ser tudo de bom e deve ter uma...

-Chega! –Ela exclamou.

-Ai desculpa. –Davi disse.

-Gente peloamordedeus né? –Falei olhando pros dois.

Eu notei algo, Davi estava bem diferente aquela manha. Bom nem tanto.

Seu cabelo preto de lado, seus olhos castanhos bem claros, sua boca pequena e perfeita, corpo magro e alto, estava com um Spike no braço esquerdo e uma blusa da banda The Cure cortada, uma calça preta escura com uns cortes e com lápis de olhos, sua boca tinha um pouco de batom avermelhado mais passado bem fraco. Em seu braço esquerdo tinha algo escrito, eu parei pra ver melhor e era um nome de um a banda de rock metal, estava escrito Breaking Benjamim, eu amo essa banda também.

-Davi bicha loca, ai amo Breaking. –Falei e ele riu.

-Ai meudeus eu tenho um amigo que gosta de Breaking, isso é um milagre. –Ele disse com um sorriso na cara.

-Né? Amo o Benjamim ele é um ótimo vocalista e tu gosta de The Cure eu amo Boys don’t cry.

-Eu também.

Sulamita ofegou por um momento e ficou nos olhando.

-O que houve Sula? –Eu perguntei.

-Nada. –Ela não sabia esconde a tristeza que tinha ali dentro dela. Ela me lembrava a... Larissa.

A aula naquele dia correu bem e eu estava felizIvan estava em casa no PC, até que seu celular toca.

-Eai já começou com a operação? –Uma voz do outro lado da linha tinha dito.

-Sim está andando tudo esquematizado.

Esquematizado, aquela palavra lembrava-se do dia do fogo.

-Darei pra você poucos dias, se não, tu sabe o que acontece, termine com isso já. –A voz do outro lado do telefone era fria e autoritária, por um momento Ivan assentiu mais ele sabia o que deveria fazer. –Mate-o, Lucas será o próximo da linha e lembre-se, tu é um skinhead e nada de fracassa ou desisti, se não... - Ivan o interrompeu.

-Certo. –Ele concordou e desligou o celular.

Lagrimas escorriam de seus olhos, ele parecia esta indecisa com algo, mais o que?

-Eu sei o que devo fazer. Será melhor pra mim e pra ele.

Suas palavras foram vagas...

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Galera desculpa pelo meu sumiço, estou ocupado, e quase não tenho tempo, to em época de provão, trabalhando, estagiando e cursando, e nem vivo direito em casa, então, por isso que fiquei esse tempo todo sem postar, outra, tava sem net também, se o conto estiver confuso, deem suas opiniões, que eu irei deixa-lo bem mais claro, para que todos possam entender.

L!$@: Bom, eu te entendo completamente, e sei que está muito confuso, o Lucas é calmo mesmo, aliás, eu criei um personagem tapado. Sendo que ao decorrer do tempo ele vai mudando, espero que esse está bem explicado e mudarei o conto na medida do possível. Sobre o irmão, a morte, o Ivan, isso será revelado mais a frente.

Gente eu passei só pra postar mesmo, até... beijos a todos.

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Comentários

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Calma, monetes e monaldas, calma. Nesse conto, ele não pode esclarecer mais nada. Vamos aguardar ANSIOSAMENTE o próximo que, com certeza, trará novidades. Beleza.

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To gostando demais do conto mas está meio sem sentido :/ tente esclarecer algumas coisas..

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Lucas é muito passivo e como você disse tapado, isso já tá me incomodando, não tenho paciência para pessoas que apanha e apanham e ainda sim falam que continua amando, pra mim é falta de vergonha na cara (certo, estou sendo radical, mas é o que eu acho). Agora esse monte de mistérios estão dando um nó na minha cabeça, mas ai que está a graça do conto né?

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Isso vai ser problema, esse povo é ruim, e ta parecendo que quem manda é a nojenta.

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Conto muito bom. Foi sensual sem ser vulgar. Não é um conto erótico, mas com certeza muito amoroso. Bacana, muito bacana, bem desenvolvido. Pode dar um romance interessante. Quem sabe, uma novela? Nota 9.

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