O Cara do aplicativo [3]

Um conto erótico de Fernando
Categoria: Homossexual
Contém 1371 palavras
Data: 25/03/2014 00:46:28

PARTE 3: "Isso pode ajudar a me animar!"

A casa do Flávio era bem perto. Levamos apenas alguns minutos pra chegar até ela. No caminho o Gabriel me contou mais sobre a vida dele.

Eu: Sua mãe descobriu sobre você assim? E aí?

Gabriel: Ah, ela foi meio que pega de surpresa, ela não imaginava. Quando ela leu a mensagem no meu celular ela quase desmaiou. E no momento em que ela me perguntou se era isso mesmo que ela estava pensando eu tomei coragem e confirmei. “Sou gay e namoro com ele, por isso ele me chamou de amor.” É engraçado falar disso agora, mas naquela hora...

Eu: Por isso que o quanto eu puder evitar de contar pra minha mãe... MELHOR!

Gabriel: Você tem que fazer quando se sentir mais à vontade, quando você estiver bem consigo mesmo, sabe?! Aqui!

Ele parou e apertou a campainha de uma casa. Ninguém apareceu. Apertou mais uma vez. Nada. Empurrou o portão que estava aberto e me convidou pra entrar. Entramos na casa e fomos até a piscina. Lá estavam duas pessoas deitadas ao redor da piscina.

Gabriel: Flávio!

Continuamos caminhando em direção a eles.

Flávio: Salve, Gabriel Burke!

Flávio ainda deitado cumprimentava o Gabriel.

Tinha cheiro de maconha ali! “(...)ele é um pouco maconheiro.” Lembrei do que o Gabriel havia me avisado.

Quando o Flávio se levantou que me viu.

Flávio: O-oi, e aí, brother?

Ele me cumprimentou enquanto tentava apagar o cigarro de maconha que estava fumando.

Flávio: Eu não sabia que..

Ele ainda estava meio desajeitado e assustado com a surpresa de um visitante inesperado.

Gabriel: Flávio, Fernando. Fernando, Flávio!

Eu: Prazer! Não precisa se preocupar comigo.

Apertamos as nossas mãos enquanto o segundo amigo do Gabriel permanecia deitado na beira da piscina.

Flávio: Neko!

O segundo amigo, enfim se mexeu.

Neko: Oi..?

Ele foi abrindo lentamente os olhos. Quando me viu deu um pulo que num instante se pôs de pé.

Flávio: Esse é Fernando, er... amigo do Gabriel?

Gabriel riu. Eu dei um sorriso sem graça e estendi a minha mão pra cumprimenta-lo.

Eu: Prazer!

O Neko puxou o meu braço e me deu um abraço.

O Neko era bastante alto. Fiquei sem graça em abraçar um cara tão alto como ele. Minha cabeça batia no peito dele.

Os amigos do Gabriel foram bastante receptivos. O Flávio era bastante engraçado com suas piadas. Já o Neko tinha um papo bastante amplo. Fiquei sem graça e não falei muito. Achei que eu poderia estar sendo excluído da conversa deles. “Eu não deveria ter vindo.” – pensei.

Gabriel: Fernando! Vamos cair na piscina?

Eu: Opa, vamos!

Num instante estávamos todos nós dentro da piscina. Consegui me entrosar mais. Até que começaram a me fazer perguntas:

Flávio: Fernando, você é ativo ou passivo?

Ele me perguntou com tamanha naturalidade que simplesmente me deixou sem graça. Nunca falei abertamente pra alguém, nunca me perguntaram isso pessoalmente, ainda mais pessoas que eu acabava de conhecer. Respondi:

Eu: Ativo!

Imediatamente após ouvir a minha primeira resposta ele já me jogou a segunda pergunta:

Flávio: Mas é ativo que chupa ou ativo que não chupa?

Gabriel e Neko riram.

Fiz uma cara de idiota meio sem entender.

Neko: Não cai na pilha dele, não, Fernando!

Flávio: Que pilha? É só uma pergunta inocente!

Gabriel ria.

Flávio: Tá bom! Quantos centímetros?

Eu: Hã?

Naquela altura eu deveria estar com o rosto vermelho.

Flávio: Seu pau! Seu pau tem quantos centímetros?

Eu: Er, sério mesmo que tô ouvindo isso?

Eu não sabia como fugir daquela pergunta. Reparei que o Gabriel não tava mais rindo, nem o Neko.

Flávio: Vai ter que responder.

Eu: 19! 19!

Por impulso eu acabei respondendo. Mas as perguntas não cessaram!

Flávio: Grosso ou fino?

Eu: Chega! Chega!

Flávio: Mostra aí!

Eu: Nãooooo...

Flávio: Mostra vai..!

Ele foi se aproximando de mim enquanto eu fugia dele em direção a saída da piscina.

Neko: Flávio, deixa ele! Tá deixando o garoto sem graça.

Gabriel: Ele é doidinho assim mesmo. Não liga, não!

Gabriel falou baixo comigo quando eu passava por ele.

Flávio: Ah, mas eu quero ver, poxa. Tem foto?

Eu: Foto? Tenho, mas..

Pra que eu fui dizer que tinha foto?

Flávio: Então me manda uma foto!

Eu: Posso te mostrar a foto, mas você tem que estar longe de mim e me prometer não fazer nenhum comentário. Passa seu Whatsapp!

Aproveitei pra atiçar ele fingindo que mandaria uma foto, mas na verdade só brinquei com ele.

Flávio: Até agora não veio a foto.

Eu: É só ter calma. Deve ser a internet que tá lenta aqui.

Menti.

Ele ficou enchendo meu saco pedindo a foto por mais algumas horas, mas não mandei.

Mais tarde saímos da piscina e ficamos no quarto ouvindo umas músicas que eles botavam pra tocar. Em um determinado momento, Gabriel do nada inventou uma brincadeira:

Gabriel: Galera, vamos fazer uma brincadeira! Rapidão!

Paramos e ouvimos a explicação do Gabriel.

Gabriel: Cada um de nós vai ter de mostrar qual foi a última foto que tiraram com a câmera do celular.

Que droga de brincadeira era essa? Eu não lembrava qual era minha última foto. Eu sabia que não era nada demais, mas não queria mostrar caso fosse pessoal demais, que aparecesse a minha família, ou coisa assim.

Gabriel chegou perto de mim e estendeu as mãos esperando que eu lhe entregasse o meu celular.

Eu: Pera.

Gabriel: Ah, não. Neko, Flávio! Vocês também!

Neko: Espera, rapidinho.

Gabriel: A graça é justamente pegar de surpresa. Vocês já devem estar apagando a foto.

Eu estava verificando a foto. Não era nada demais, como eu suspeitei. Era uma foto que eu tinha tirado mais cedo em frente ao espelho.

Eu: Aqui!

Entreguei meu celular a ele.

Gabriel: Ah, viram? Vamos Neko e Flávio!

Todos mostraram suas fotos, incluindo o próprio Gabriel.

Depois o Gabriel pediu pra dar uma olhada no meu celular. Pedi pra ele não abrir FB nem Whatsapp. Ele disse que apenas queria ver o que tinha de aplicativos. Não acompanhei muito o que ele ficou vendo, mas acredito que fez o que realmente disse que ia fazer: ver meus aplicativos.

Era por volta das 22h quando eu disse que precisava ir pra casa. Gabriel disse que ia comigo.

No caminho pra casa o Gabriel praticamente ia se desculpando pelo comportamento do Flávio. Eu tava de boa. Fiquei sem graça na hora, mas não fui atacado, então estava feliz.

Eu: Chegando na sua casa agora o que você vai fazer? Só não me diga que vai ficar ouvindo músicas que lembrem o seu ex, nem nada do tipo.

Gabriel sorriu meio sem graça.

Eu: É sério! Você tem que distrair a mente com outras coisas.

Gabriel: Pode deixar que vou tentar! Chegando em casa vou ver alguma coisa do trabalho. E foda-se aquele filho da puta!

Eu: Esse é o espirito!

Rimos.

Nos despedimos na praça e tomamos nosso rumo.

Em casa eu só pude pensar no Gabriel. Eu precisava encontra-lo novamente. Eu estava gostando seriamente dele e por isso não queria avançar tão rapidamente, pois ele ainda sofria pelo ex. Eu estava preocupado com o sentimento dele. Na conversa com os amigos dele eu soube que ele é chorão. Ele mesmo disse. “Posso não parecer, mas sou chorão. Você pode me magoar, mas na sua frente eu vou me fazer de forte.” – ele disse. Pensei que ele poderia estar se torturando lembrando do ex naquele momento e ouvindo músicas depressivas. Decidi falar com ele no Whatsapp:

“Mas e aí? Tá ouvindo AQUELA música TUNTS TUNTS e dançando alegremente? Espero que sim rs”

Ele respondeu em seguida:

“Por aí, por aí haha!”

E outra mensagem dele:

“Ei, quero foto! Isso pode ajudar a me animar!”

Acabei mandando umas fotos minhas.

“wow, gostei! Se quiser me mandar mais vai me animar e vou ser recíproco”

Achei que ele me mandaria alguma foto, mas não. Também não pedi, até porque ele havia dito mais cedo com os amigos que não tirava fotos pelado.

Ficamos trocando mais mensagens até que eu disse que ia tomar um banho e que depois nos falávamos mais.

Saindo do banho eu vi uma mensagem dele no Whatsapp dizendo:

“Vou dormir na casa do Flávio. Quer vir?”

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Comentários

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Estou curtindo bastante esse conto espero que continue!

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